+
Autores: Gabriela Figueiredo Melara - R3 neonatologia
Orientadora: Marília Aires
Instituição: Hospital Materno Infantil de Brasília – DF
Data: 10/09/2014
www.paulomargotto.com.br s
Fatores de risco para hemorragia
intraventricular em recém-nascidos
a termo asfixiados tratados com
hipotermia
+
Introdução

Hemorragia intraventricular (HIV) é comum em recémnascido pré-termo (RNPT), especialmente nas
primeiras 48 horas de vida1,2:



porque a sua autorregulação cerebral é imatura
vasos sanguíneos ainda não estão totalmente
desenvolvidos e são extremamente frágeis na matriz
germinativa, onde origina HIV.
HIV também podem ocorrer em recém-nascido a termo
(RNT), mas é muito mais incomum do que em recémnascidos prematuros3,4.


Parece ter origem nos vasos do plexo coróide do
ventrículo lateral ou na camada subependimal5,6.
A incidência detectada pela ecografia transfontanelar em
recém-nascidos assintomáticos saudáveis termo é de cerca
de 3,5%3,6.
+
Introdução

Asfixia severa é um dos fatores de risco para o HIV em
recém-nascidos6.

Nos últimos anos, a hipotermia terapêutica surgiu como
o único tratamento seguro disponível para prevenir o
desenvolvimento de lesões cerebrais hipóxicoisquêmica e melhorar o resultado de longo prazo em
RNT asfixiados7,8.

No entanto, a hipotermia terapêutica pode causar
flutuações de fluxo sanguíneo com risco de HIV.

A literatura a respeito da incidência de HIV no
contexto da encefalopatia hipóxico-isquêmica neonatal
e hipotermia é escassa9.
+
Introdução
 Os
presentes autores apresentam um recémnascido (RN) gestação de 37 semanas que
sofreu de asfixia ao nascer e que apresentou
inicialmente com encefalopatia hipóxicoisquêmica grave; foi resfriado e depois
desenvolveu HIV durante o período de
reaquecimento após 72 horas de hipotermia.

Em seguida, os autores discutem os possíveis
fatores de risco para a HIV em RN asfixiados
tratados com hipotermia.
+
Descrição do paciente

RN de 2.370 g, masculino, nasceu de parto cesariana de
emergência com 37 semanas por redução da
movimentação fetal e bradicardia durante as últimas 24
horas.

No parto, o bebê nasceu hipotônico e necessitou de
medidas de ressuscitação agressivas






saco plástico para evitar perda de calor
intubação com 5 minutos de vida
Massagem cardíaca durante 5 minutos
duas doses de adrenalina através do tubo orotraqueal
Apgar 0, 0 e 4 em 1, 5 e 10 minutos, respectivamente
pH do sangue de cordão foi de 7,15. Após a reanimação
inicial, manteve-se hemodinamicamente instável. Ele
necessitou de FiO2 altas e foi iniciado óxido nítrico.
+
Descrição do paciente

Evoluiu com hipotensão, requerendo bolus de solução salina
e infusão de dopamina.

Ele apresentou episódios de hipoglicemia, que foram
tratados com bolus de glicose.

A contagem de plaquetas inicial era baixa.

A hipotermia terapêutica foi iniciada cerca de 4 horas de
vida, pois sua pontuação Sarnat na admissão foi moderada
(estágio 2) e a sua eletroencefalografia de amplitude
integrada era severamente anormal (Figura 1).

Logo que a hipotermia foi iniciada, três convulsões foram
notadas na eletroencefalografia de amplitude integrada; a
amplitude das convulsões foi relativamente semelhante para
ambos os lados (Figura 1). Assim, foi iniciado fenobarbital na
dose de ataque e, em seguida, manutenção.
+
Descrição do paciente
+
Descrição do paciente
 Durante
os dias após o tratamento de
hipotermia, a eletroencefalografia a beira
do leito permaneceu severamente anormal
(Figura 2); não foram anotados episódios
clínicos ou eletrocardiográficos adicionais
de convulsões.
+
Descrição do paciente
+
Descrição do paciente
A
ecografia transfontanela foi realizado no
segundo dia de vida e não revelou sinais de
hemorragia intraventricular ou
intraparenquimatosa (Figura 3-A).
+
Dia 2
Dia 7
D
i
a
5
Dia 10
+
Descrição do paciente

Ele continuou a exigir bolus de solução salina, infusão de
dopamina e dobutamina e hidrocortisona para manter a
pressão arterial adequada.

A ecocardiografia confirmou disfunção cardíaca e
hipertensão pulmonar persistente.

Seu estado hemodinâmico melhorou lentamente; inotrópicos
foram suspensos no terceiro dia de vida antes do início do
período de reaquecimento. Durante a hipotermia, ele
também apresentou novos episódios de hipoglicemia, que
foram resolvidos por um aumento da ingestão de glicose.

Ele também apresentou sinais clínicos de edema, associada
a coagulopatia e trombocitopenia;

Necessitou transfusão de concentrado de hemácias,
plaquetas, plasma fresco congelado e crioprecipitado.
+
Descrição do paciente

Quando a hipotermia foi concluída (72h), o reaquecimento foi
iniciado, conforme o protocolo padrão, ou seja, o recém-nascido
foi lentamente reaquecido até 36,5 º C, com um aumento
gradual da temperatura de 0,5 º C por hora (usado cobertor).

Pouco depois do início do período de reaquecimento (isto é, 1
hora após o início do reaquecimento), episódios de convulsões
se tornaram evidente no EEG a beira do leito, e a amplitude dos
ataques era sempre maior no lado direito (Figura 4).

Concomitantemente, o RN começou a ter convulsões clínicas episódios de dessaturação e enrijecimento do lado esquerdo
com movimentos clônicos. Estes episódios tornaram-se mais e
mais numerosos quando o reaquecimento progrediu (Figura 4).

Outra dose de ataque de fenobarbital foi dado, foram
adicionados levetiracetam e topiramato, mas os episódios
convulsivos persistiram apesar destes tratamentos; midazolam
foi iniciado após o qual os ataques finalmente pararam 24 horas
após seu início.
+
Descrição do paciente
FIGURE 4.
Amplitude-integrated electroencephalography
just before and during the rewarming period. (A)
Represents the 3 hours before rewarming, (B)
represents the first 3 hours of rewarming, and (C)
represents the last 3 hours of rewarming.
The beginning of rewarming is highlighted
with the yellow arrow. The background
amplitude of the tracing remained compatible
with a severe encephalopathy. Soon after the
beginning of the rewarming period, episodes of
seizures (red triangle) became apparent and more
and more numerous as the rewarming progressed.
Of note, the amplitude of the seizures was always
bigger on the right side. The interval between the
two blue triangles on the horizontal axis
represents a 1-hour interval.
(Color version of figure is available
in the online edition.)
+
Descrição do paciente

A ressonância magnética (RNM) realizada no quinto de
vida, incluindo a imagem convencional e um
venograma por ressonância magnética revelaram uma
HIV do lado direito, com extensão para o parênquima
parieto-occipital direito e do ventrículo esquerdo
(Figura 3.B-C).

Foram observados possíveis zonas infartadas na região
periventricular bilateral, mas trombose do seio venoso
não estava presente.

A ressonância magnética foi repetida no décimo dia de
vida, incluindo exames de imagem convencionais que
confirmou a hemorragia e os infartos cerebrais na
região periventricular(Figura 3-E).
+
Descrição do paciente

O óxido nítrico foi interrompido no oitavo dia de vida, e o recémnascido foi extubado no décimo terceiro dia de vida ao ar
ambiente.

A hidrocortisona foi interrompida no nono de vida.

A contagem de plaquetas permaneceu baixa durante o período de
reaquecimento, mas ele foi transfundido numa tentativa de manter
um nível dentro dos limites normais; sua contagem de plaquetas foi
estabilizada em torno do décimo dia de vida, sem necessidade de
qualquer transfusão de plaquetas adicionais.

Sua coagulação também estava anormal durante o reaquecimento,
mas estava sendo ativamente corrigida; sua coagulação foi
normalizada no quinto dia de vida.

O recém-nascido desenvolveu hidrocefalia pós-hemorrágica
progressiva, exigindo a inserção de uma derivação ventrículoperitoneal no dia 19 de vida.
+
Discussão
O
paciente apresentado teve uma evolução
perinatal complicado, que levou a HIV que
foi reconhecida durante a fase de
reaquecimento.
 Ele
apresentou vários fatores de risco, que
o colocaram em maior risco de
desenvolver HIV (Tabela)1,2.
+
Discussão
+
Discussão

Asfixia severa é um dos fatores de risco descritos para
HIV em RN termo6.

Asfixia é um processo evolutivo iniciado pelo insulto
hipóxico-isquêmico inicial levando à diminuição do
fluxo sanguíneo para o cérebro (lesão primária),
seguido pela restauração do fluxo sanguíneo no
cérebro lesionado10.

Asfixia está associada com deficiente autorregulação
cerebral. Além disso, a lesão cerebral hipóxicoisquêmica pode causar um aumento da fragilidade do
tecido cerebral que poderia levar à transformação
hemorrágica do tecido, se outros fatores de risco estão
associados concomitantemente.
+
Discussão

Fatores de risco associados neste paciente foram
instabilidade hemodinâmica, trombocitopenia (com o menor
número de plaquetas em 65 x 109cels / L no quinto dia de
vida) e coagulopatia (com testes de coagulação anormais no
primeiro dia de vida).

RN asfixiados podem evoluir com complicações, como a
função cardíaca deprimida, hipotensão, hipertensão
pulmonar persistente, hipocapnia ou hipercapnia,
insuficiência orgânica múltipla, coagulopatia e
trombocitopenia, que os coloca em um risco aumentado de
hemorragias (incluindo HIV)11,12.

Neste paciente, a instabilidade hemodinâmica e
coagulopatia já estavam presentes durante o tratamento de
hipotermia e não piorou durante o período de
reaquecimento.
+
Discussão
 Este
paciente apresentou também episódios de
hipoglicemia (com o menor de açúcar no sangue
em 19,8 mg / dL no dia 1 de vida).
A
associação entre HIV e hipoglicemia permanece
incerta13. Tipicamente, hipoglicemia está
associada a lesão na substância branca parietal
posterior13.
 Novamente, essas
lesões podem causar um
aumento da fragilidade do tecido cerebral que
poderia levar à transformação hemorrágica do
tecido se outros fatores de risco estão associados
concomitantemente13.
+
Discussão

A hipotermia terapêutica e o reaquecimento também podem
ter colocado este paciente em risco de hemorragia
intraventricular causando flutuações do fluxo sanguíneo
cerebral14.

A diminuição da temperatura corporal é usada para diminuir
o fluxo sanguíneo cerebral, mas o reaquecimento deve trazêlo de volta ao normal.

Contudo, em recém-nascidos asfixiados, estas alterações de
perfusão podem ser ainda mais complicadas, como
demonstrado pela hiperperfusão já em desenvolvimento,
durante a hipotermia em recém-nascidos asfixiados com
lesão hipóxico-isquêmica10.

Além disso, a hipotermia terapêutica é também conhecida
por provocar depressão da função cardíaca, hipotensão, e
algumas perturbações dos testes de coagulação, incluindo
um prolongamento do tempo de sangramento11.
+
Discussão

O processo de reaquecimento normalmente provoca
vasodilatação periférica, o que aumenta o volume de
sangue intravascular e muitas vezes leva a
hipotensão11.

Um desequilíbrio entre a oferta de oxigênio e seu
consumo foi demonstrado durante o reaquecimento15.
Entre os ensaios de hipotermia, o grupo de hipotermia
total do corpo7 é o único a estudar especificamente a
associação entre hemorragia intracraniana e
hipotermia no contexto da encefalopatia hipóxicoisquêmica neonatal, com incidência de 39% nos recémnascidos com hipotermia contra 31% da normotermia
(sem diferença significante).

No entanto, o grupo de estudo de hipotermia de todo o
corpo não forneceu os detalhes sobre a hemorragia
intracraniana relatada; só foi mencionou que 85% eram
subdural e não comentou sobre HIV.
+
Discussão
 Outros
fatores de risco associados
relatados para HIV em recém-nascidos6:
parto traumático,
 parto instrumental,
 trombose do seio venoso.

O
paciente aqui descrito nasceu através de
cesariana emergencial. Não houve
demonstração de trombose do seio venoso
através das imagens de ressonância
magnética.
+
Discussão
 Concluindo, vários
fatores estão presentes neste
paciente para colocá-lo em risco para HIV, ou seja,
asfixia grave, instabilidade hemodinâmica,
distúrbios homeostase e hipoglicemia. Hipotermia
e reaquecimento também podem ter contribuído,
causando flutuações no fluxo sanguíneo cerebral.
 Estudos
adicionais com um maior número de
pacientes são necessários para examinar mais
detalhadamente a incidência, o momento e a
fisiopatologia da hemorragia intraventricular no
RNT asfixiado tratados com hipotermia.
+
+
+
Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto.
Consultem também, Aqui e Agora!
Estudando Juntos!
HIPOTERMIA TERAPÊUTICA
-papel da hipotermia nas convulsões e lesões
cerebrais graves da encefalopatia hipóxico
isquêmica;
-Hipotermia e o balanço hídrico;
-Uso de opióide durante a hipotermia;
-Hemorragia intraventricular no recém-nascido
a termo;
-Protocolo para Hipotermia Terapêutica na
Unidade de Neonatologia do
HRAS/HMIB/SES/DF
+
Hipotermia terapêutica na encefalopatia hipóxico-isquêmica:
convulsões eletrográficas e evidência da lesão pela ressonância
magnética
Autor(es): Preethi Srinivasakumar, John Zempel, Michael Wallendorf, Russell
Lawrence,Terrie Inder, and Amit Mathur. Realizado por Paulo R. Margotto
O
presente estudo avaliou o impacto
da hipotermia terapêutica nas
convulsões eletrográficas em recémnascidos com EHI moderada a
grave,estratificada pela gravidade
da apresentação da EHI, assim como
pelas convulsões eletrográficas e
pela presença e severidade de lesões
cerebrais avaliadas pelo ressonância
magnética
+  Este estudo apoia o relato de Low et al a respeito da
associação entre a hipotermia terapêutica e uma diminuição
da gravidade da convulsão eletrográfica em recém-nascidos
com moderada encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI), mas
não EHI grave

Os achados presentes demonstram ainda que esta redução é
limitada a crianças lesões leves a moderados e não nas
crianças com graves lesões, avaliadas pela ressonância
magnética

Os benefício a longo prazo com a redução das crises
convulsivas com a hipotermia terapêutica permanece ainda
não esclarecido.

Em um modelo animal, Wirrell et al mostraram que as
convulsões associadas a EHI aumentam a morte celular
neuronal, no entanto, eles subsequentemente relataram que
esta morte de células neuronais em seu modelo ocorreu no
contexto do cérebro exposto a maiores temperaturas nos
animais com convulsões
+

Os dados sobre os potenciais mecanismos dos efeitos anticonvulsivos da
hipotermia são limitados. .

Num modelo de rato com isquemia cerebral, hipotermia inibiu a
produção de glutamato citotóxico que pode suprimir a atividade
convulsiva. A hipotermia também pode inibir a injúria oxidativa ,
atenuando a fase secundária da lesão neuronal, quando as convulsões
ocorrem com maior probabilidade .

Além disto, pouco se conhece sobre as interações potenciais entre
antiepiléptico e hipotermia na EHI.

Barks et al 25relataram que administração de fenobarbital aumenta a
neuroproteção oferecida por hipotermia terapêutica num modelo animal
com EHI.

A hipotermia é também conhecido para prolongar a meia-vida do
fenobarbital26 embora a monitorização dos fármacos neste presente
estudo não demonstrou nenhuma diferença entre os dois grupos de
estudo.
+  Em subanálise, os autores detectaram que a gravidade da
convulsão foi reduzida nos recém-nascidos com EHI sob
hipotermia em apenas naqueles com EHI moderada mas não
naqueles com EHI grave, tal como demonstrou Low et al.

5 dos 12 recém-nascidos com EHI grave que foram
submetidos a hipotermia terapêutica tiveram status
epilepticus subclínico e todos os 5recém-nascidos tiveram
lesão cerebral grave como avaliada pela ressonância
magnética.
O estado de mal epiléptico resultante da grave e extensa lesão
cerebral nestes neonatos provavelmente não irá responder
prontamente aos medicamentos anticonvulsivantes ou
hipotermia.

A metanálise dos dados de três ensaios de hipotermia
mostrou que o desfecho primário de morte e
incapacidade aos 18 meses foi significativamente
reduzido pelo resfriamento em recém-nascidos com EHI
+
Portanto---Os
resultados do presente estudo
resultados demonstram que a
hipotermia terapêutica associa-se
com a redução da gravidade das
convulsões eletrográficas em recémnascidos com EHI moderada, mas não
naqueles com EHI severa e em recémnascidos com lesão cerebral leve a
moderada, mas não nos recémnascidos com graves lesões cerebrais
mostradas pela ressonância
+
ABSTRACT
+
Hipotermia Terapêutica-Evidências Recentes (7o Simpósio
Internacional do Rio de Janeiro, 24-26 de junho de 2010)
Autor(es): Seetha Shankaran (EUA). Realizado por Paulo R. Margotto

ESTUDO TOBY (Moderate hypothermia to treat perinatal asphyxial
encephalopathy.Azzopardi DV, Strohm B, Edwards AD, Dyet L et al.TOBY
Study Group. N Engl J Med. 2009 Oct 1;361(14):1349-58. Erratum in: N Engl J
Med. 2010 Mar 18;362(11):1056.Artigo Integral).

PREDITORES:um EEG gravemente anormal estava associado com mal
prognóstico e o tempo para a randomização não teve impacto no
resultado. O resultado da ressonância é muito importante e mostra que
temos agora uma outra modalidade de avaliar o impacto na hipotermia.
Os pesquisadores avaliaram o tálamo, cápsula interna, substancia branca
e córtex e fizeram um escore de cada região de 0-3. Zero significa
ausência de dano e 3 é o maior dano.. A hipotermia terapêutica foi
associada com uma redução nas lesões na gânglia da basal ou tálamo
(OR 0,36, IC 95% 0,15 -0,84, P = 0,02), substância branca (0,30; IC a 95%
de 0,12 -0,77, p = 0,01) e cápsula interna ((0·38, 0·17–0·85; p=0·02 ).
Portanto, o grupo resfriado apresentou um cérebro mais normal, mas o
córtex não foi muito protetor (0·62, 0·27–1·41; p=0·25) com a hipotermia e
sem diferença na hemorragia intracraniana entre os dois grupos
(p<0,11). (Assessment of brain tissue injury after moderate hypothermia in
neonates with hypoxic-ischaemic encephalopathy: a nested substudy of a
randomised controlled trial. Rutherford M, Ramenghi LA, Edwards AD,
Brocklehurst P, Halliday H, Levene M, Strohm B, Thoresen M, Whitelaw A,
Azzopardi D. Lancet Neurol. 2010 Jan;9(1):39-45). Artigo Integral.
+
O efeito da aplicação da hipotermia terapêutica no balanço de fluidos e na
incidência de hiponatremia em recém-nascidos com moderada ou grave
encefalopatia hipóxico-isquêmica
Autor(es): Chatchay Prempunpong, Ionut Efanov, Guilherme Sant’Anna
([email protected]). Apresentação: Leandro Pádua, Ricardo Freire,
Paulo R. Margotto/Márcia Pimentel de Castro
A maior
retenção hídrica observada no
presente estudo provavelmente é
secundária à diminuição da perda hídrica
em consequência à vasoconstricção da pele
pela hipotermia e não devido a deficiente
função renal, uma vez que os níveis de
creatinina foram menores no grupo póshipotermia.
+
Alterações nos leucócitos circulantes em um ensaio clínico de
hipotermia terapêutica para síndrome hipóxico- isquêmica
neonatal
Autor(es): Jenkins DD, Lee T, Chiuzan C et al . realizado por Paulo R.
Margotto
baixa contagem absoluta de leucócitos com o resfriamento : devido à
supressão da medula óssea e diminuição da produção de
leucócitos; aumento da marginalização e do extravasamento
tecidual;
- recuperação da contagem absoluta de neutrófilos em 72 horas após
o reaquecimento;
-a persistência de baixa contagem de leucócitos ocorreu
nas crianças com mais grave lesão no sistema nervoso
central
Nos recém-nascidos com hipotermia, aqueles que
morreram ou que tiveram severo comprometimento dos
escores mentais aos 12 meses apresentaram menor
contagem de leucócitos durante o processo de
resfriamento com 36 h, 60 h e 72 h
+
Hipotermia sistêmica após encefalopatia neonatal: resultados do
neo.nEuro.network RCT (Uso de opióide no recém-nascido em
hipotermia terapêutica)
Autor(es): Georg Simbruner, Rashmi A. Mittal, Friederike Rohlmann.
Apresentação: Fábio Coelho Neto; Márcio Ramos; Thiago Rocha Moura; Márcia
Pimentel de Castro; Paulo R. Margotto


USO DE ANALGÉSICO OPIÓIDE DURANTE A
HIPOTERMIA
Thoresen et al mostraram falta de neuroproteção da
hipotermia em leitões com severa encefalopatia
hipóxico-isquêmica não sedados.
Os opióides tem propriedades neuroprotetoras, como
demonstrado aumento dos seus níveis em mamíferos em
hibernação e pode ter efeito mais pronunciado durante a
hipotermia por abolir o estresse10 e as respostas
metabólica e hormonal a hipotermia.

Os níveis de morfina são aumentados durante a
hipotermia devido as características farmacocinéticas e
diminuição da eliminação.


Os efeitos e o papel da morfina necessitam de ser
+
Hipotermia terapêutica na Encefalopatia hipóxico-isquêmica
(Protocolo)
Autor(es): Paulo R. Margotto/Equipe Neonatal do HRAS/HMIB/SES/DF
CRITÉRIOS PARA A INDICAÇÃO : primeiras 6 horas de vida
Após a instituição da hipotermia terapêutica em 2008, os critérios de
elegibilidade foram expandidos para incluir todos os seguintes
recém-nascidos:
- ≥ 36 semanas de idade gestacional ao nascimento, moderada a
grave encefalopatia hipóxico-isquêmica com ou sem convulsões,
- qualquer um dos seguintes:
-Apgar <5 aos10 minutos
-ressuscitação prolongada no momento do nascimento (por
exemplo, compressões torácicas e / ou intubação ou ventilação
com máscara por 10 minutos),
-a acidose grave (pH <7,1) em sangue de cordão ou
gasometria dentro de 1 hora de nascido ou déficit de base (> 12 mmol / L) no cordão ou sangue do recém-nascido dentro de 1
hora após o nascimento.
+
TEMPERATURA CENTRAL ALVO
- temperatura esofagiana de 33,5ºC
DISPOSITIVOS
-Ventilação mecânica: não é mandatória
-Unidade neonatal aberta (aquecedor radiante desligado) com pacotes de gelox
(peito, cabeça e ombros) quando necessário
REAQUECIMENTO
-0,5 ° C, a cada 2 horas entre 72 e 84 h
DROGAS
-analgesia: fentanil 1µ/kg/min
-opíóide tem propriedades neuroprotetoras e abole o estresse e a resposta
metabólica e hormonal á hipotermia; o resfriamento pode aumentar os níveis de
fentanil (metabolizado pela sistema citocromo P450, especificamente a isoforma
CYP3A4/5, uma enzima fortemente dependente da temperatura).
-sedação
-midazolam: o seu uso não deve constitui uma rotina, devido ao menor clearance
com o resfriamento ( (diminuiu em 11,1% para cada grau de queda da temperatura
central a partir de 36.5°C)
-antibióticos: gentamicina (5mg/kg): se consegue melhor o alvo de concentração
sérica de gentamicina (<2mgl-1) com o espaçamento da administração para cada 36
+
LEUCOGRAMA
-baixa contagem absoluta de leucócitos com o resfriamento (supressão da medula óssea e
diminuição da produção de leucócitos; aumento da marginalização e do
extravasamento tecidual)
- recuperação da contagem absoluta de neutrófilos em 72 horas após o reaquecimento
-a persistência de baixa contagem de leucócitos ocorreu nas crianças com mais grave
lesão no sistema nervoso central
BALANÇO HÍDRICO
-Durante o processo de resfriamento ocorre retenção hídrica (diminuição da perda
hídrica pela vasoconstricção da pele pela hipotermia) com consequente hiponatremia
diluicional.
-Balanço hídrico médio diário negativo foi associado de forma independente a uma
diminuição do risco de morte em 90 dias.
-Iniciar com 60 ml/kg (pode ocorrer ausência de diurese nas primeiras 6 horas)
-Se hipotensão arterial (verifique se está com sedação)
-expansão com soro fisiológico 1 vez
- Ecocardiografia funcional
- Drogas: dobutamina OU adrenalina (0,05ug/kg/min)
+
Hemorragia intraventricular no recém-nascido a termo
Autor(es): Paulo R. Margotto

O estudo de Wu e cl confirma a necessidade de separar a HIV do
recém-nascido a termo da tradicional HIV do recém-nascido prétermo, dado as diferenças nos mecanismos patogênicos. Segundo
Scher e cl, o sistema de graduação da HIV desenvolvida para o
recém- nascido pré-termo, como indicador da severidade da
hemorragia, não prediz o prognóstico clínico nos recém-nascidos a
termo.

Os autores recomendam a ressonância magnética e venografia por
ressonância magnética nos recém-nascidos a termo com
inexplicada HIV ou hemorragia no núcleo cinzento profundo para
excluir trombose nos seis venosos cerebrais. No estudo de Wu e cl,
a RM foi realizada em 22 RN (76%), sendo a ultrassonografia feita
em 3RN e a tomografia computadorizada de crânio em 4 RN.

Interessante que a ressonância magnética tem que ser realizada no
início para detectar os coágulos nos seios venosos cerebrais, uma
vez que os mesmos se dissolvem rapidamente, escapando da
detecção.
(Capítulo do livro Assistência ao Recém-Nascido de
Risco, ESCS, Brasília, 3ª Edição, 2013, Editado
Por Paulo R. Margotto)
+
Obrigada
Dra. Gabriela F. Melara
Staffs e Residentes da Unidade de Neonatologia do HRAS/HMIB/SES/DF
Download

Fatores de risco para hemorragia intraventricular em recém