TEMA Espaços e Subespaços Vetoriais Prof. Ms. Tailson Jeferson P. dos Santos Sejam W1 e W2 subespaços de um espaço vetorial V . Então, W1 W2 : v V ; v w1 w2 , w1 W1 e w2 W2 é um subespaço vetorial de V. Se W1 W2 0 , diremos que W1 W2 é soma direta dos subespaços W1 e W2 e denotaremos por W1 W2 Sejam a b V M 22 R , U : a, b e 0 0 0 0 U W Então e W : c , d . c d são subespaços de V e a b U W : a, b, c, d . c d Mais do que isso: a b U : a, b 0 0 0 0 W : c, d . c d U W 0 a b U W : a, b, c, d . c d Verificar se U V 3 U ( x, 0, 0) | x V (0, y, z ) (i) ( x, y, z) 3 3 | y, z 3 em que: . , ( x, y, z) ( x,0,0) (0, y, z) U V (ii) U V 0,0,0 Portanto, soma direta. V 3 U o V espaço vetorial v1 , v2 ,..., vn V 1 ,2 ,...n escalares v 1v1 2v2 ... nvn É um elemento de V que chamaremos combinação linear de v1 , v2 ,..., vn . u (1, 2,5) e v (3, 6,15) O vetor v pode ser escrito como combinação linear de u , ou seja v 3.(1, 2,5) ou v 3u Ou ainda 1 1 u .(3, 6,12) ou u v 3 3 O vetor u (1, 2,5) pode ser escrito da seguinte forma: u 1(1,0,0) 2(0,1,0) 5(0,0,1) Portanto, dizemos que o vetor u é uma combinação linear dos vetores (1,0,0),(0,1,0),(0,0,1) Fixados v1 , v2 ,..., vn V, o conjunto W de todos os vetores de V que são combinação linear destes, é chamado subespaço gerado por v1 , v2 ,..., vn . W v1, v2 ,..., vn O conjunto { v1 , v2 ,..., vn } é chamado Conjunto de Geradores de W. 1,0,0 , 0,1,0 , 0,0,1 é um conjunto de Geradores para Porque todo vetor x, y, z 3 3 Pode ser escrito da forma: x, y, z x 1,0,0 y 0,1,0 z 0,0,1 Assim, escrevemos: 3 1,0,0 , 0,1,0 , 0,0,1 Seja V um espaço vetorial sobre um corpo K (nº finito) Se existem v1 , v2 ,..., vr V que geram V, dizemos que V è um espaço vetorial finitamente gerado 3 é finitamente gerado porque 3 1,0,0 , 0,1,0 , 0,0,1 Determine um conjunto de geradores para os seguintes subespaços: a) U ( x, y, z , t ) 4 b) V ( x, y, z, t ) 4 c) U V ; x y z t 0 ; x y z t 0 ( x, y, z, t ) V Ou seja, x y z t x y z t 0 Assim, um genérico vetor de V é da forma: ( y z t , y, z , t ) y(1,1, 0, 0) z (1, 0,1, 0) t (1, 0, 0,1) Assim: U (1,1,0,0),(1,0,1,0),(1,0,0,1) ( x, y, z, t ) V x y z t 0 Ou seja, x y e z t. Assim, um genérico vetor de V é da forma: ( y, y, t , t ) y (1,1,0,0) t (0,0, 1,1) V (1,1,0,0),(0,0, 1,1) Um conjunto de geradores para U+V è dado pela uniao dos dois conjuntos, i.e.,: U (1,1,0,0),(1,0,1,0),(1,0,0,1) V (1,1,0,0),(0,0, 1,1) U V [(1,1,0,0),(1,0,1,0),(1,0,0,1),(0,0, 1,1)] Equações que Caracterizam Subespaços – Subespaços Próprios ou Triviais Para verificar se um subespaço é próprio ou trivial de um espaço : 1. Escrevemos um vetor genérico do espaço como combinação linear dos elementos do subespaço; V1 3 W1 (1,3,0),(0,2,0),(0,0,1) ( x, y, z) (1,3,0) (0, 2,0) (0,0,1) x y 3x 3 2 y 2 z 2. Escalonamos e por meio da matriz sua ampliada; 1 0 0 A | B 0 1 0 0 0 1 y 3x z x 1 0 0 A | B 0 1 0 0 0 1 y 3x z x a) Sistema possível e determinado p( A | B) p( A) n Conclusão: W1 não é subespaço próprio de V1 ou seja, W1 V1 V2 W2 (1,1,1),(0,1,1),(0, 1, 1) 3 ( x, y, z ) (1,1,1) (0,1,1) (0, 1, 1) x 1 0 0 x y z 1 1 1 y 1 1 1 x 1 0 0 1 1 1 y 0 0 0 z y z x 1 0 0 1 1 1 y 0 0 0 z y b) Sistema Impossível se z y 0 p( A | B) p( A) Conclusão: Não há soluções portanto W2 não é subespaço de V2 c) Sistema possível e indeterminado x 1 0 0 1 1 1 y 0 0 0 z y z y 0 p( A | B) p( A) Observe que para haver soluções z-y=0; sendo esta a equação que caracteriza este subespaço que é próprio. Seja U (2,1,0),(0,0,1),(6,3,0) ; Encontrar as equações o caracterizam U. 3 Seja ( x, y, z ) U . ( x, y, z) (2,1,0) (0,0,1) (6,3,0) (2 6 , 3 , ) 2 0 6 x 2 6 x 1 0 3 y Isto é: 3 y 0 1 0 z z 2 1 0 1 0 0 e 0 6 0 1 3 0 0 3 | 0 0 | 1 0 | L2 L2 2L1 x 1 0 3 | L1 L2 y 2 0 6 | z 0 1 0 | y x z Portanto para que o x 2 y sistema tenha solução, z temos que x 2 y 0 y U ( x, y, z); x 2 y 0 Dependência e Independência Linear v1 , v2 ,..., vn V . Dizemos que o conjunto v1 , v2 ,..., vn V Espaço vetorial é linearmente independente (L.I), se: 1v1 ... nvn 0 1 ... n 0 Se: i 0; 1v1 ... nvn 0 Dizemos que é um conjunto de vetores linearmente dependentes (L.D). Seja V . Vejamos se os vetores: 3 v1 (1, 2,1), v2 (0,1, 2) R são (L.I). Para fazer isso, escrevamos a relação: 1v1 1 v2 0 R3 Assim, 3 1 (1, 2,1) 2 (0,1, 2) (0,0,0) 1 0 1 0 21 2 0 2 0 2 0 eles são (L.I) 2 1 V 2 O conjunto (1, 1),(1,0),(1,1) é (LD), pois temos a seguinte relação com coeficientes não todos nulos: 1 1 (1, 1) 1(1, 0) (1,1) (0, 0) 2 2 V R e2 ( 0 ,1) 2 S1 e1 S 2 e2 e1 e1 | R (reta horizontal) e1 (1, 0 ) e2 e2 | R (reta vertical) R e1 , e2 e1 e2 | , R 2 ( 5,0) 5 (1,0) (1,0) 1 (1,0) e1 ( a, b) e2 ( 0 ,1) e1 (1, 0 ) R e1 ,e2 pois (a, b) R 2 (a, b) a (1,0) b (0,1) R e1 , e2 , (2,0) pois (a, b) R 2 (a, b) a (1,0) b (0,1) 0.(2,0) 2 2 E por que estes 2 conjuntos têm quantidades diferentes de geradores, se são geradores do mesmo espaço? Os elementos chamados geradores ou sistemas de geradores de V podem ser um conjunto L.I ou L.D. e1 , e2 Conj. L.I 2 R e1 , e2 , (2,0) e1 , e2 , (2,0)Conj. L.D R e1 ,e2 2 - conjunto ordenado: - formado por um conjunto de vetores L.I. - gera V. Proposição: De um conjunto de geradores de um espaço ou subespaço vetorial V é sempre possível extrair uma base. O conjunto 2,1 , 0, 1 é uma base do espaço 2 ? É suficiente verificar se 2,1 , 0, 1 é um 2 conjunto de geradores L.I. para (i) 2,1 , 0, 1 gera ? 2 Dado x, y ,queremos saber se existem a e b em tais que x, y a 2,1 b 0, 1 ? 2 Isto corresponde a encontrar solução para o sistema: 2a x a b y 2a x x a 2 a b y x ba yb y 2 Portanto, temos que 2,1 , 0, 1 gera V. 2 (ii) Vejamos agora se 2,1 , 0, 1 é LI: n Teorema: n vetores em são L.I. se o determinante da matriz formada pelos n vetores (escritos como vetores linha ou coluna) for diferente zero. 2 1 det 2 0 2,1 e 0, 1 são LI. 0 1 2,1 , 0, 1 é uma base para V Processo prático para determinar uma n base de um subespaço do . Consiste em escalonar a matriz cujas linhas são os vetores geradores do subespaço. As linhas que não “zerarem” correspondem aos vetores geradores que forem LI. Determinar uma base para o seguinte 4 subespaço do espaço do : W 2,1,1,0 , 1,0,1,2 , 0, 1,1,4 2 1 1 0 1 0 1 2 A 1 0 1 2 L L 2 1 1 0 L2 L2 2L1 1 2 0 1 1 4 0 1 1 4 1 0 1 2 0 1 1 4 L L L 3 2 3 0 1 1 4 1 0 1 2 0 1 1 4 0 0 0 0 Portanto, os vetores (1,0,1,2) e (0,1,-1,-4) (correspondentes às linhas que não se anularam na matriz escalonada) formam a base para W. Resultados importantes Seja V um espaço de dimensão finita n. Então: Qualquer conjunto com mais de n elementos em V é LD. Qualquer conjunto L.I de V pode ser completado para formar uma base de V. Qualquer conjunto L.I de V tem no máximo n elementos Qualquer conjunto L.I com n elementos é uma base de V Dimensão Proposição: Seja V um espaço vetorial finitamente gerado. Então, qualquer base de V tem o mesmo número de elementos (cardinalidade). A este número de elementos dá-se o nome de Dimensão de V. Portanto, se V é finitamente gerado, podemos dizer que ele tem dimensão finita Pensar na dimensão de um espaço... Pressupõe extrair uma base deste espaço ou subespaço E observar sua cardinalidade ou quantidade de elementos Dimensão da Soma de 2 Subespaços Seja V um espaço vetorial de dimensão finita e U, W subespaços de V. Então dimU W dimU dimW dim U W Sejam V R 3 W ( x, y, z) R ; x z 0 U ( x, y, z) R ; x y z 3 3 subespaços de V. Determinar as dimensões de U, W e U W . Verifique, 3 pela fórmula cima, se U W R . Seja ( x, y, z ) U x y z Ou seja, x, y, z y z, y, z y 1,1,0 z 1,0,1 Daí temos que U=[(1,1,0),(1,0,1)]. U=[(1,1,0),(1,0,1)]. Visto que a matriz 1 1 0 tem posto 2, 1 0 1 esses vetores são L.I. e formam uma base para U. Assim dim(U ) 2 Se ( x, y, z ) W x z 0 . Ou seja, x, y, z 0, y,0 y 0,1,0 Daí, W [(0,1,0)] e dim(W ) 1 Para determinar U W , resolvemos o sistema formado por suas equações: x y z Este sistema possui x 0 como solução o vetor z 0 (0,0,0).Daí, dim U W 0 Portanto, utilizando a relação dim(U W ) dimU dimW dim U W Temos: dim U W 2 1 0 3 Como U W é subespaço de R , que tem dimensão 3, temos que U W R3 3 Considere o espaço 4 e seus subespaços U 1,2,0, 1 , 1, 1,2,0 e W 1,3,0,1 , 2,4,2, 1 , 1,7,2,0 Utilizando os vetores acima determine: a ) dim U b) dim W c) dim U W d ) dim U W O conjunto 1,2,0, 1 , 1, 1,2,0 é LI dim U 2 Verifiquemos se 1,3,0,1 , 2,4,2, 1 , 1,7,2,0 é LI: 1 3 0 1 L L 2 4 2 1 1 1 1 7 2 0 1 3 0 1 L 0 10 2 1 3 1 7 2 0 1 3 0 1 L2 L2 2L1 2 4 2 1 1 7 2 0 1 3 0 1 L3 L1 0 10 2 1 L3 0 10 2 1 L3 L2 L3 L3 L2 1 3 0 1 0 10 2 1 0 0 0 0 Portanto o conjunto 1,3,0,1 , 2,4,2, 1 , 1,7,2,0 é L.D Logo, excluindo um dos vetores que é combinação linear dos outros dois, obtemos um conjunto L.I. Daí temos que dim W 2 U W 1,2,0, 1 , 1, 1,2,0 , 1, 3,0, 1 , 0,10,2,1 1 2 1 1 1 3 0 10 0 1 L2 L2 L1 2 0 L3 L3 L1 0 1 L4 L4 2L1 2 1 L2 1 0 0 0 2 1 1 0 0 0 2 2 L3 5 1 0 1 1 1 2 0 3 0 5 0 0 L3 L3 L2 1 0 0 0 2 1 0 0 0 1 2 1 0 0 2 1 L4 L4 L3 0 1 0 0 2 1 2 1 1 0 0 0 2 1 0 0 0 1 0 0 2 1 0 0 dimU W 3 dim U W dimU dimW dim U W 3 2 2 dim U W dim U W 1 Coordenadas de um vetor em relação à uma dada base vB V Espaço vetorial sobre K B v1, v2 ..., vn base de V v V v 1v1 ... nvn Comb. Linear de forma única Denotamos por: v B ou v ( ,..., ) B 1 n 1 n V R 3 3 Consideremos a base canônica do B 1,0,00,1,00,0,1 e o vetor v 1, 3,5 Observe que: v 1.1,0,0 3.0,1,0 5. 0,0,1 Assim, as coordenadas do vetor v na base B são 1, -3 e 5 ,ou seja, 1 v (1, 3,5) ou v 3 5 As coordenadas de v dependem da base B escolhida e da ordem dos de seus elementos. Todas as vezes que em um vetor não vier especificado a base de referência, significa que esta é a base canônica. Por exemplo: v (1, 3,5) v (base canonica) Temos que a matriz das coordenadas de v na base B é : v B 1 3 5 Vamos escolher agora outra base para R ' B 1,1,1 , 1,0,1 , 1,0, 1 Nosso exercício agora é encontrar as coordenadas do vetor v na base B´: 3 Por definição, às coordenadas de v na base B´ é dado pelos coeficientes a,b e c abaixo: 1, 3,5 a 1,1,1 b 1,0,1 c 1,0, 1 a b c 1 3 a a b c 5 a 3 b c 4 2b 12 b 6 b c 8 c 2 6c 4 As coordenadas de v são -3,6 e -2 A matriz das coordenadas de v na base B´ é v B ' 3 6 2 1 e 2 I 2 1 I 1 2 Bases ordenadas do mesmo espaço vetorial V Escrever os vetores de 2 (acima) como combinação linear dos vetores de 1 Escrever os vetores de 1 (acima) como combinação linear dos vetores de 2 Encontremos a matriz mudança de base 2 (1,0),(0,1) I (2,1),(3,4) 1 v1 (1,0) a11 (2, 1) a21 (3, 4) Os coeficientes a11 e a21 ficam na mesma coluna, por isso o j correspondente ao elemento aij é fixado com o mesmo índice da ordem do elemento em 2 v2 (0,1) a12 (2, 1) a22 (3, 4) onde (1,0) (2a11 3a21, a11 4a21 ) 1 4 a11 e a21 11 11 (0,1) (2a12 3a22 , a12 4a22 ) 2 3 a12 e a22 11 11 I 2 1 4 11 1 11 3 11 2 11 Façamos agora 1 (2, 1),(3,4) I (1,0),(0,1) 2 Lembrando que escreveremos agora : u1 (2, 1) a11 (1,0) a21 (0,1) a11 2 e a21 1 u2 (3, 4) a12 (1,0) a22 (0,1) a12 3 e a22 4 I 2 1 2 3 1 4 O produto das matrizes 2 1 I I 2 4 11 1 11 3 11 2 11 1 2 3 1 0 1 4 0 1 O que implica que as matrizes I e I 2 1 são inversíveis e 1 2 I 2 1 I 1 2 1 “Somente no dicionário o sucesso vem antes do trabalho.” Albert Einstein