Tratamento e Acompanhamento da SAOS em Crianças Dr. Gustavo A. Moreira Disciplina de Medicina e Biologia do Sono Variantes Clínicas da SAOS em Crianças e Adolescentes Tipo III Genético Gozal et al, 2008 Tipo II Obeso Tipo I Magro Hipertrofia Tonsilar Pathophysiology Estrutura Óssea e Partes Moles White D – AJRCCM 172;1363-1370, 2005 D. Neuromuscular Hipotireoidismo Malf. Arnold-Chiari Paralisia Cerebral Hipertrofia Tonsilar Obesidade Macroglossia Anomalia Craniofacial Mucopolissacaridose Síndrome Down Quando Tratar ? Trajetória de Desenvolvimento Pós Tratamento Beebe DW. Sleep 29(9), 1115-1134, 2006 Porque Tratar ? • Melhorar padrão de sono • Corrigir apneias, SpO2 e PETCO2 • Eliminar dos sintomas • Melhorar na qualidade de vida • Reverter complicações Polissonografia 2 anos Pós-Tonsilectomia em Crianças com Hipertrofia Tonsilar Pré Pós 2 anos 19 19 12 + 5 7+2 * N2, % 43 45 N3, % 32 30 REM, % 20 21 6,1 + 4,3 0,3 + 0,2 * Média SpO2 REM, % 92 + 3 95 + 2 * SpO2 mínima, % 82 + 11 91 + 9 * N Índice de despertar, ev/h IAH, ev/h Pizarro G –UNIFESP, 2011 Mucopolissacaridose Tonsilectomia, CPAP e/ou Enzima Moreira e cols -UNIFESP Crescimento 2 anos Após Adenotonsilectomia Ronco Primário SAOS UNIFESP - Pizarro e cols, 2011 Qualidade de Vida 48 crianças 5,9 anos Questionário OSA-18 40 dias após ATT ↓ 18 perguntas Qualidade de Vida • • • • • 33 crianças, idade 5 – 16 anos Child Health Questionnaire Form v. 28 Antes, 3 meses e 4 anos após tonsilectomia Pré x 4 anos: ↑ QOL em 9/13 domínios 3 meses x 4 anos: ↑ QOL em 3 domínios ↓ domínio “comportamento” • 4 anos x controle: ↓ saúde global Randhawa PS - Clin Otolaryngol 2011, 36(5):475-81 Cognição e Sonolência 1 ano Pós AAT Chervin, R. D. et al. Pediatrics 2006;117:e769-e778 Síndrome Metabólica e SAOS Adolescentes 13,6 + 0,7 anos Odd ratio (IC95%) 6.49 (2.52, 16.70) Redline et al – AJRCCM 176;401-408, 2007 Alterações Inflamatórias e Metabólicas da SAOS em Crianças • • • • • • • ↑ ↑ ↑ ↑ ↑ ↑ ↑ PCR-us IGF-1 IL-6 (↓ IL-10) TNF-α P-selectina sCD40L Noradrenalina urinária alterações cognitivas sonolência alterações CV Efeito Pós Adenotonsilectomia Crianças Magras Pré Pós Glicemia 84 87 Insulina 8,8 8,7 HDL 92 66 * LDL/HDL 45 64 * Apolipoproteina B 102 56 * 4 1,1 * PCR us Gozal D – AJRCCM 2008, 177:1142-49 Efeito Pós Adenotonsilectomia Crianças Obesas Pré Pós Glicemia 89 90 Insulina 26 20 * HDL 117 91 * LDL/HDL 38 52 * Apolipoproteina B 96 62 * PCR us 6,1 2,4 * Gozal D – AJRCCM 2008, 177:1142-49 Fisiopatologia e Tratamento Problema Anatômico – – – – – – – Adenoamigdalectomia Cirurgia nasal (desvio de septo, ou ↑ cornetos) Traqueostomia Distração Osteogênica de Mandíbula Expansão maxilar rápida Perda de peso Anti-inflamatório (VO, intranasal) Disfunção Muscular – Pressão positiva em vias aéreas - PAP Adenotonsilectomia Revisão Cochrane –Adenotonsilectomia em Crianças com SAOS • Permanece controverso qual é o melhor critério para o diagnóstico • Pouco conhecimento sobre a história natural da SAOS • Ausência de estudo controlados e randomizados que confirmem a efetividade da Adenotonsilectomia na SAOS • Falta de estudos de longo prazo que avaliem complicações e recidiva Lim Jerome -The Cochrane Library, Issue 4, 2008 Tratamento Cirúrgico – SAOS Crianças Fator de Risco Nível de Evidência Adenotonsilectomia Hipertrofia tonsilar II Adenotonsilectomia Outros fator. risco V UPFP Down, PC V Glossectomia Macroglossia V Distração osteogênica de mandíbula Pierre-Robin V Traqueostomia Urgência V II Consenso Brasileiro de Ronco e Apneia, 2007 Complicações Peri-operatórias da Adenotonsilectomia • • • • • • • Idade < 3 anos SAOS grave na PSG (IAH > 10/h, SpO2 min < 75%) Complicações cardíacas (hipertensão pulmonar) Desnutrição Obesidade Doenças neuromusculares Anomalias craniofaciais II Consenso Brasileiro de Ronco e Apnéia, 2007 Complicações Indução, intra- e pós-operatório Dificuldade de permeabilizar vias aéreas – encefalopatia hipóxico-isquêmica – morte Paraplegia – luxação da art. C1-C2 e compressão medular Edema agudo de pulmão Obstrução de vias aéreas Edema agudo de Pulmão Sinais no PO Imediato • Taquipnéia • Taquicardia • SaO2 • Estridor ausente • Pós adenotonsilectomia SAOS ~ 9,4% Edema agudo de Pulmão • Tratamento Terapia intensiva: IOT, ventilação mecânica, cardiotônicos e diuréticos • Prevenção dexametasona, tubo traqueal pequeno, extubação momento adequado evitar laringoespasmo, mordida tubo traqueal, secreção excessiva Subluxação C1-C2 MPS Sindr. de Down Acondroplasia Rx Coluna Cervical Eficácia da Adenotonsilectomia na SAOS Brieztke – Otorynolaryngol Head Neck Surg 2006, 135: 979-984 SAOS Residual Pós Adenotonsilectomia IAH 18 / hr 4 / hr PO IAH > 1/hr ~ 73% PO IAH > 5 hr ~ 22% Bhattacharjee et al - AJRCCM 2010, 182:672-683 Ganho de Peso e Recorrência da SAOS Tratamento Clínico Nível de Evidência CPAP V Reposicionamento mandibular II Distração maxilar rápida V Permeabilizar cavidade nasal II II Consenso Brasileiro de Ronco e Apnéia, 2007 Distração Osteogênica de Mandíbula Dispositivo de Distração Maxilar 31 crianças Idade 8,7 anos Avanco ~ 4,3 + 0,7 mm IAH 12,2 → 0,4 ev/h Nadir SpO2 78 → 95% Pirelli et al - Sleep 2004; 27(4):761-6 Budesonida nasal em SAOS leve Budesonide (n = 48) 6w IAH 3,7 → 1,3 A/F 0,71 → 0,57 Placebo (n = 32) IAH 2,9 → 4,0 A/F 0,77→ 0,77 Cross over RCT 8 weeks post discontinuation of Budesonide Pós Bud Pós Placebo 1,8+0,3 1,4+0,2 Nadir SaO2 91,9+0,6 92,2+0,5 IDesp 7,4+0,7 7,7+0,7 N=25 IAH Kheirandish-Gozal Pediatrics2008;122:e149-e155 122:e149-e155, 2008 Kheirandish-Gozal, L. et al.– Pediatrics CPAP - BiPAP IAH = 22,4 / h Nadir SaO2 60% IPAP 14 EPAP 6 PAP & Cognição 10 – 16 anos Escore z IMC 2,6 33 controles 71 Má adesão 67 Boa adesão Pré x 4 meses Beebe DW – PlosOne 2011, 6(03):e16924 PAP em Crianças com SAOS UNIFESP Hipertrofia tonsilar 6% N = 71 Mucopolissacari dose 40% Neuromuscular 50% Obesidade 4% Neurologico 3% Sindr. Genética 6% Malf. Craniofacial 11% Dados de Adesão Resumo Adesão ao CPAP Autor Idade Pressão Adesão (cm H2O) > 4 h / noite 1 – 8 meses 4–7 85% 1 m – 15 anos 4 – 16 86% O´Donnell 1 – 18 anos - 82% Marcus 1 – 19 anos 5 – 20 75 - 100% Downey < 2 anos 6–9 100% McNamara Waters Adesão ao CPAP em Crianças • • • • • • • • Estudo retrospectivo 79 crianças 66% meninos Idade 10 + 5,1 anos 78% doença complexa 39% uso imediato 66% após 3 meses 82% após 3,5 anos Idade e Adesão ao PAP CPAP x BIPAP Marcus CL – Pediatrics 2005, 177(3): e452-55 CPAP - UNIFESP N Idade, anos 37 12 + 6 Sexo, masc (%) 25 (68) IAH, ev/hr 45 + 37 Pressão Adesão, h N (> 4 h/noite), % Tempo de uso, meses 11 + 3 7,4 + 2,1 80 35 + 30 Técnicas Comportamentais para Aumentar a Adesão ao PAP • • • • • • • Reforço positivo Reforço negativo Reforço diferencial Análise do comportamento Contra-condicionamento Modelar Extinção por fuga Treinamento Comportamental PAP em Crianças Complicações - CPAP – – – – – – Lesão de pele Obstrução nasal Coriza nasal Sangramento nasal Vazamento excessivo Claustrofobia 70% 45% 45% 15% 17% 0% Complicações - CPAP – – – – – Dificuldade de expirar Irritabilidade ocular Ressecamento do nariz Ressecamento da boca Retira no fim da noite 36% 31% 39% 36% 0% Complicações