DIMENSÕES DO CAPITAL SOCIAL: CONCEITOS E APLICAÇÕES 1. DELIMITAÇÃO DO TEMA • Este projeto de pesquisa se propõe a discutir, em um primeiro momento a teorização conceitual do tema capital social para, posteriormente, medir o seu estoque nos municípios em que a UNIJUÍ tem seus campi. 2. OBJETIVO GERAL • Ao considerar a relevância do debate em torno do tema capital social nas Ciências Sociais nas últimas décadas, este projeto de pesquisa se propõe fazer uma discussão teórica da temática capital social, (conceito, origem, evolução e pertinência do mesmo) para, logo após, medir o estoque de capital social nos municípios de Ijuí, Santa Rosa, e Três Passos (RS) no período de 1990 - 2005. 3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1. Verificar a evolução temático-conceitual do capital social nas últimas décadas, através de uma ampla revisão bibliográfica; 2. Explicitar a relação entre a formação do capital social e da cultura cívica na consolidação da institucionalização da governabilidade municipal local; 3. Estudar as relações de confiança interpessoais entre as pessoas, elemento-chave da cultura cívica como formador de capital social; 4. Analisar a participação política dos eleitores dos municípios citados. 5. Medir, através de um questionário, o nível de capital social dos referidos municípios através de um estudo do número e atuação de organizações sociais dos municípios. MUNICÍPIOS A SEREM PESQUISADOS 4, 24, 45 4. PROBLEMÁTICA • A diversidade conceitual nos obriga a buscar, nas diversas teorizações, inicialmente, uma definição do que seja capital social. Outras questões parecem requerer esclarecimentos: Um maior ou menor estoque de capital social pode incidir no desenvolvimento econômico de uma região ou cidade? A existência ou não de capital social pode ou não ter implicações para a teoria, a investigação e a formulação de políticas públicas? É possível afirmar que, quanto maior o estoque de capital social de uma comunidade maior é o fortalecimento democrático? Até que ponto a confiança interpessoal e institucional podem afetar as bases de uma construção eficiente da democracia? É possível construir uma democracia em condições de pobreza? Quais são os problemas metodológicos na abordagem da cultura política e de capital social? Pode o conceito de capital social ser reterritorializado? Quais os grupos que têm avançado na construção social das comunidades via confiança recíproca? 5. HIPÓTESES Verificar se as teses de Putnam se comprovam ou não na realidade estudada: 1. Tanto maior a participação em associações locais, maior é a cultura cívica. 2. Quanto mais cívica for a região, mais eficaz é seu governo. 3. Quanto maior for o número de filiação sindical, maior é o civismo da região. 4. Quanto maior for a participação dos fiéis nas igrejas, menor é o engajamento cívico. 5. Quanto maior for o pedido de favores aos poderosos, menor é o civismo da região. 6. Regiões menos cívicas estão mais sujeitas à corrupção política. 7. A satisfação e a felicidade moram numa comunidade cívica. 8. Quanto maior for a desconfiança menor é a civilidade. 9. Quando há uma comunidade cívica, há coesão social, harmonia política e bom governo. 10. Quando mais extremismo, maior a dificuldade de um governo eficaz. 6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA • • • • • • • • • • • • • Tocqueville (1835; 1840) Hanifan (1916) Jane Jacobs (1961) Pierre Bourdieu (1983) James S. Coleman (1988;1990) Robert D. Putnam (1993; 2000) Fukuyama (1995, 1999) Kliksberg (2001) Bertolini e Bravo (1999) Cohen e Prusak (2001) Banco Mundial (1999) Woolcock (2000) Bandeira (2003); Monastério (1999; 2000) e Baquero (1999, 2003) CAPITAL SOCIAL: É POSSIVEL UMA DEFINIÇÃO? • A expressão capital social ainda carece de uma definição clara. O termo capital nos remete a um recurso econômico, porém, o foco da problematização está centrado nas relações sociais. • Apesar de controverso e contraditório, trata-se de um paradigma emergente, rico em conceitos aplicáveis em realidades sociais que demandam programas promotores do aumento da participação e da superação da pobreza. (Carlos Renato Mota) CAPITAL SOCIAL: ORIGEM E EVOLUÇÃO • O capital social é um conceito novo com um crescimento rápido nas Ciências Sociais nos anos 90. • Há dificuldade na definição – não é um conceito homogêneo. • O entendimento conceitual continua a se desenvolver. CAPITAL SOCIAL: ORIGEM E EVOLUÇÃO • O “espírito” do capital social vem da teoria social clássica do século XIX: – Teóricos como Tocqueville, Stuart Mill, Durkheim, enfatizaram longamente a importância da sociedade civil e associações voluntárias como vitais para a consolidação da democracia • Os “escritos” sobre capital social: – Início do século XX: Reformador na Educação (Hanifan) – Meio do século XX: ativista urbano (Jacobs) – Fim do século XX: Cientistas Politicos (Coleman, Putnam) CAPITAL SOCIAL: ÁREAS DE ABRANGÊNCIA • Sociologia – Bourdieu (1981) – Coleman (1988; 1990) • Ciências Politicas – Putnam (1993) • Debate sobre o desenvolvimento – Banco Mundial (depois de 1995) Fonte: http://www.ird.sn/activites/c3edoa/cr_rdesjardins.ppt Capital social : um conceito heterogêneo • “Estruturas sociais” (Coleman) – “obrigações recíprocas” – “canais de informações” – “normas sociais” • “Ordenamento das organizações sociais” (Putnam) – “confiança, normas e redes”, engajamento civico e comunitário. • “bonding”, “bridging”, “linking” (Banco Mundial) • Fonte: http://www.ird.sn/activites/c3edoa/cr_rdesjardins.ppt Capital social: primeiras referências • A literatura registra que as primeiras referências ao termo "capital social", no sentido geral em que é atualmente utilizado – ou seja, para designar a fonte dos benefícios individuais ou coletivos derivados da participação em redes sociais – ocorreu em um trabalho publicado em 1916, de autoria de Lyda Judson Hanifan, intitulado The Rural School Community Center BANDEIRA (2003) Capital social: primeira definição • esses ativos tangíveis que contam para a maioria das pessoas na vivência diária: isto é confiança, companheirismo, simpatia, e relacionamento social entre os indivíduos e famílias que compõem uma unidade social. (L. J. Hanifan, 1916) • Fran Baum http://192.94.208.240/Crc/General/EdandTraining/documents/Se minar%207%20Fran.ppt Bourdieu e Coleman • Bourdieu (1985, p. 20) e Coleman (1990, p. 30) fazem referências ao capital social a partir de referências de grupos sociais, coletivos e comunitários. Segundo esses autores, o estudo do capital social está imerso na comunidade, não fazendo parte de nenhuma aplicação de recursos de forma privada nem ser alienado a partir de um valor de mercado. Trata-se de um valor da comunidade gerador de bens públicos, onde todos se beneficiam. Putnam apoiou-se no modelo de associação voluntária de Tocqueville Igualdade Associação cívica Associação política Democracia Robert Putnam • A popularidade do conceito é atribuída à repercussão do trabalho de Robert Putnam, cientista político da Universidade de Harvard. • Obras: Making Democracy Work: Civic Traditions in Modern Italy (publicado em 1993), (Comunidade e Democracia: a experiência da Itália moderna 1996). Putnam estudou detalhadamente as diferenças de desempenho institucional verificadas entre as administrações regionais italianas, ao longo dos vinte anos que se seguiram à sua implantação, ocorrida em 1970. • A principal contribuição de Putnam para a popularidade do conceito de capital social, talvez esteja relacionada com outro artigo seu, publicado em 1995, intitulado Bowling Alone: America’s Declining Social Capital. CAPITAL SOCIAL – DEFINIÇÃO “O capital Social é o envolvimento individual em atividades coletivas, construção de redes de confiança recíproca, construção de virtudes cívicas que possibilitam o fortalecimento da democracia” Robert Putnam CAPITAIS DA COMUNIDADE • Capital natural: ar, água, solo, biodiversidade – animais, plantas – paisagens) • Capital humano: cultura, conhecimento • Capital material: bens móveis e imóveis • Capital financeiro: recursos, dinheiro • Capital político: organizações, poder, vóz/expressões, connections • Capital social: redes, cooperação, associação, confiaça (CS. É mais um elemento agregador da comunidade) CAPITAL DA COMUNIDADE Capital Humano Capital Social Ecossistema saudável Economia vital Igualdade social Capital Natural Capital financeiro/ construções UM CAPITAL PODE AUMENTAR OUTROS CAPITAIS? Capital político Capital Social Capital humano Liderança: Capital Natural Reconhecendo Oportunidades & mobilizando recursos para aumentar capitais Capital Cultural Construir Capital financeiro Capital Social • • • • • • Construindo confiança mútua Reciprocidade Formação e colaboração entre grupos Identidade coletiva Senso de partilha futura Trabalhando juntos CAPITAL SOCIAL – – – – – – – Espírito comunitário Voluntarismo Ajuda mútua e governança Participação em assuntos locais Organização civica Envolvimento na comunidade e atividades sociais Ajudando os vizinhos e as pessoas que estão com necessidades Capital Social é: Fortalecer relações e comunicação • participação • comunicação • relações Capital social é Construir confiança mútua Construir um futuro compartilhado Fortalecer a Identidade coletiva Formação de grupos Colaboração entre grupos TRÊS DIMENSÕES ESSENCIAIS DO CAPITAL SOCIAL: BONDING Aglutinadoras: Quando as pessoas se unem e interagem entre si; Pessoas interligadas por laços fortes de amizade ou parentesco... Neste nível prepondera o sentimento de solidariedade, amizade, entre membros de famílias ou grupos étnicos dentro de um grupo específico... Conexões entre as pessoas, (as pessoas se associam para poder sobreviver...) BRIDGING Ponte: consiste na interação entre grupos sociais... Associações com maior mobilidade onde as relações sociais são horizontais objetivando bem comuns... LINKING Conectoras: é a união entre as pessoas com o objetivo de alavancar recursos junto às instituições estabelecidas, acesso a bancos, governo... “é quando os pobres batem à porta do Estado para pedir recursos...” Para esta discussão ver Putnam (1998); Narayan (1999); Woolcock (2000); Banco Mundial (2002) linking bonding bridging Ausência de capital social Capital Social Bonding State Market Capital Social Bridging Market Civil Society State O que deve ser considerado para medir capital social: • • • • • • • Participação política Participação cívica Participação religiosa União e associações profissionais Conexão social informal Voluntarismo e filantropia Confiança, honestidade, cooperação e reciprocidade UMA ANOTAÇÃO FINAL “A diferença das outras formas de capital que se consomem com seus uso, o Capital Social é a única forma de capital que quanto mais se usa mais cresce”. Albert Hirschman (Princeton) REFERÊNCIAS • • • • • • • • • • • • • • • ANTUNES, Paulo Bessa. Direito Ambiental. 2ed. Amplamente Reformulado. 14ª ed., Rio de Janeiro: Atlas, 2012. Amaral, Diogo Freitas, Ciência Política, vol I ,Coimbra,1990 AQUINO, Rubim Santos Leão de . et al. História das Sociedades Americanas. 7 ed. Rio de Janeiro: Record, 2000. ARANHA, Maria Lúcia. Filosofando: Introdução á Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993. ARRUDA, José Jobson de A. e PILETTI, Nelson. Toda a História. 4 ed. São Paulo: Ática, 1996. ASCENSÃO, José de Oliveira. Breves Observações ao Projeto de Substitutivo da Lei de Direitos Autorais. Direito da Internet e da Sociedade da Informação. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2002. BRANCO JR., Sérgio Vieira. Direitos Autorais na Internet e o Uso de Obras Alheias. Ed. Lúmen Júris, 2007. BUZZI, Arcângelo. Introdução ao Pensar. Petrópolis; ed. Vozes, 1997. CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. V. 2, Parte Especial. 10. Ed. São Paulo: Saraiva, 2010. CERQUEIRA, João da Gama. “Tratado da Propriedade Industrial”, vol. II, parte II. 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FIM • _________________Obrigado pela atenção!! • Acimarney C. S. Freitas – Advogado – OAB-BA Nº 30.553 • Professor de Direito do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA – campus de Vitória da Conquista • Diretor do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA – campus de Brumado. • Bacharel em Teologia • Especialista em Direito Educacional - FTC • Especialista em Educação Profissional e de Jovens e Adultos - IFBA • Mestrando em Filosofia - UFSC Email: [email protected] Facebook: Ney Maximus