UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL
DCS – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
PROGRAMA DE PESQUISA EM CIÊNCIAS SOCIAIS
LINHA DE PESQUISA: SOCIEDADE, CULTURA E PODER
DIMENSÕES DO CAPITAL SOCIAL: CONCEITOS
E APLICAÇÕES
PERÍODO DE EXECUÇÃO:
Dezembro de 2003 a dezembro de 2005
Elaboração: Dejalma Cremonese
E-mail: [email protected]
DCS – UNIJUÍ – RS – BRASIL
1. DELIMITAÇÃO DO TEMA
 Este projeto de pesquisa se propõe a discutir, em um
primeiro momento a teorização conceitual do tema capital
social para, posteriormente, medir o seu estoque nos
municípios em que a UNIJUÍ tem seus campi.
2. OBJETIVO GERAL
 Ao considerar a relevância do debate em torno do tema
capital social nas Ciências Sociais nas últimas décadas,
este projeto de pesquisa se propõe fazer uma discussão
teórica da temática capital social, (conceito, origem,
evolução e pertinência do mesmo) para, logo após, medir
o estoque de capital social nos municípios de Ijuí, Santa
Rosa, e Três Passos (RS) no período de 1990 - 2005.
3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Verificar a evolução temático-conceitual do capital social nas
últimas décadas, através de uma ampla revisão bibliográfica;
2. Explicitar a relação entre a formação do capital social e da
cultura cívica na consolidação da institucionalização da
governabilidade municipal local;
3. Estudar as relações de confiança interpessoais entre as pessoas,
elemento-chave da cultura cívica como formador de capital
social;
4. Analisar a participação política dos eleitores dos municípios
citados.
5. Medir, através de um questionário, o nível de capital social dos
referidos municípios através de um estudo do número e atuação
de organizações sociais dos municípios.
MUNICÍPIOS A
SEREM
PESQUISADOS 4, 24,
45
http://ipd.unijui.tche.br/
4. PROBLEMÁTICA

A diversidade conceitual nos obriga a buscar, nas diversas
teorizações, inicialmente, uma definição do que seja capital social.
Outras questões parecem requerer esclarecimentos: Um maior ou
menor estoque de capital social pode incidir no desenvolvimento
econômico de uma região ou cidade? A existência ou não de capital
social pode ou não ter implicações para a teoria, a investigação e a
formulação de políticas públicas? É possível afirmar que, quanto
maior o estoque de capital social de uma comunidade maior é o
fortalecimento democrático? Até que ponto a confiança interpessoal
e institucional podem afetar as bases de uma construção eficiente da
democracia? É possível construir uma democracia em condições de
pobreza? Quais são os problemas metodológicos na abordagem da
cultura política e de capital social? Pode o conceito de capital social
ser reterritorializado? Quais os grupos que têm avançado na
construção social das comunidades via confiança recíproca?
5. HIPÓTESES
Verificar se as teses de Putnam se comprovam ou não na realidade estudada:
1. Tanto maior a participação em associações locais, maior é a cultura cívica.
2. Quanto mais cívica for a região, mais eficaz é seu governo.
3. Quanto maior for o número de filiação sindical, maior é o civismo da
região.
4. Quanto maior for a participação dos fiéis nas igrejas, menor é o
engajamento cívico.
5. Quanto maior for o pedido de favores aos poderosos, menor é o civismo da
região.
6. Regiões menos cívicas estão mais sujeitas à corrupção política.
7. A satisfação e a felicidade moram numa comunidade cívica.
8. Quanto maior for a desconfiança menor é a civilidade.
9. Quando há uma comunidade cívica, há coesão social, harmonia política e
bom governo.
10. Quando mais extremismo, maior a dificuldade de um governo eficaz.
6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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Tocqueville (1835; 1840)
Hanifan (1916)
Jane Jacobs (1961)
Pierre Bourdieu (1983)
James S. Coleman (1988;1990)
Robert D. Putnam (1993; 2000)
Fukuyama (1995, 1999)
Kliksberg (2001)
Bertolini e Bravo (1999)
Cohen e Prusak (2001)
Banco Mundial (1999)
Woolcock (2000)
Bandeira (2003); Monastério (1999; 2000) e Baquero (1999, 2003)
CAPITAL SOCIAL: É POSSIVEL UMA DEFINIÇÃO?
A expressão capital social ainda carece de uma definição
clara. O termo capital nos remete a um recurso
econômico, porém, o foco da problematização está
centrado nas relações sociais.
 Apesar de controverso e contraditório, trata-se de um
paradigma emergente, rico em conceitos aplicáveis em
realidades sociais que demandam programas promotores
do aumento da participação e da superação da pobreza.
(Carlos Renato Mota)

CAPITAL SOCIAL: ORIGEM E EVOLUÇÃO
O capital social é um conceito novo com um crescimento
rápido nas Ciências Sociais nos anos 90.
 Há dificuldade na definição – não é um conceito
homogêneo.


O entendimento conceitual continua a se desenvolver.
CAPITAL SOCIAL: ORIGEM E EVOLUÇÃO
O “espírito” do capital social vem da teoria social clássica
do século XIX:
– Teóricos como Tocqueville, Stuart Mill, Durkheim,
enfatizaram longamente a importância da sociedade civil e
associações voluntárias como vitais para a consolidação da
democracia
 Os “escritos” sobre capital social:
– Início do século XX: Reformador na Educação (Hanifan)
– Meio do século XX: ativista urbano (Jacobs)
– Fim do século XX: Cientistas Politicos (Coleman, Putnam)

CAPITAL SOCIAL: ÁREAS DE ABRANGÊNCIA
Sociologia
 Bourdieu (1981)
 Coleman (1988; 1990)
 Ciências Politicas
 Putnam (1993)
 Debate sobre o desenvolvimento
 Banco Mundial (depois de 1995)

Fonte: http://www.ird.sn/activites/c3edoa/cr_rdesjardins.ppt
Capital social : um conceito heterogêneo
“Estruturas sociais” (Coleman)
 “obrigações recíprocas”
 “canais de informações”
 “normas sociais”
 “Ordenamento das organizações sociais” (Putnam)
 “confiança, normas e redes”, engajamento civico e
comunitário.
 “bonding”, “bridging”, “linking” (Banco Mundial)


Fonte: http://www.ird.sn/activites/c3edoa/cr_rdesjardins.ppt
Capital social: primeiras referências
 A literatura
registra que as primeiras referências ao
termo "capital social", no sentido geral em que é
atualmente utilizado – ou seja, para designar a
fonte dos benefícios individuais ou coletivos
derivados da participação em redes sociais –
ocorreu em um trabalho publicado em 1916, de
autoria de Lyda Judson Hanifan, intitulado The
Rural School Community Center
BANDEIRA (2003)
Capital social: primeira definição
 esses
ativos tangíveis que contam para a maioria
das pessoas na vivência diária: isto é confiança,
companheirismo, simpatia, e relacionamento social
entre os indivíduos e famílias que compõem uma
unidade social. (L. J. Hanifan, 1916)

Fran Baum
http://192.94.208.240/Crc/General/EdandTraining/documents/Seminar%207%20F
ran.ppt
Bourdieu e Coleman

Bourdieu (1985, p. 20) e Coleman (1990, p. 30) fazem
referências ao capital social a partir de referências de
grupos sociais, coletivos e comunitários. Segundo esses
autores, o estudo do capital social está imerso na
comunidade, não fazendo parte de nenhuma aplicação de
recursos de forma privada nem ser alienado a partir de um
valor de mercado. Trata-se de um valor da comunidade
gerador de bens públicos, onde todos se beneficiam.
Putnam apoiou-se no modelo de
associação voluntária de Tocqueville
Igualdade
Associação
cívica
Associação
política
Democracia
Ref.: Frumkin (ch 2) 2002
Robert Putnam



A popularidade do conceito é atribuída à repercussão do
trabalho de Robert Putnam, cientista político da Universidade
de Harvard.
Obras: Making Democracy Work: Civic Traditions in Modern
Italy (publicado em 1993), (Comunidade e Democracia: a
experiência da Itália moderna 1996). Putnam estudou
detalhadamente as diferenças de desempenho institucional
verificadas entre as administrações regionais italianas, ao longo
dos vinte anos que se seguiram à sua implantação, ocorrida em
1970.
A principal contribuição de Putnam para a popularidade do
conceito de capital social, talvez esteja relacionada com outro
artigo seu, publicado em 1995, intitulado Bowling Alone:
America’s Declining Social Capital.
CAPITAL SOCIAL – DEFINIÇÃO
“O capital Social é o envolvimento individual em
atividades coletivas, construção de redes de
confiança recíproca, construção de virtudes cívicas
que possibilitam o fortalecimento da democracia”
Robert Putnam
CAPITAIS DA COMUNIDADE
Capital natural: ar, água, solo, biodiversidade – animais,
plantas – paisagens)
 Capital humano: cultura, conhecimento
 Capital material: bens móveis e imóveis
 Capital financeiro: recursos, dinheiro
 Capital político: organizações, poder, vóz/expressões,
connections
 Capital social: redes, cooperação, associação, confiaça
(CS. É mais um elemento agregador da comunidade)

CAPITAL DA COMUNIDADE
Capital Humano
Capital Social
Ecossistema saudável
Economia vital
Igualdade social
Capital Natural
Capital financeiro/
construções
http://gppop.dsu.nodak.edu/ppt/c/flora.ppt
UM CAPITAL PODE AUMENTAR OUTROS CAPITAIS?
Capital político
Capital humano
Capital Social
Liderança:
Capital
Natural
Reconhecendo
Oportunidades
& mobilizando recursos
para aumentar capitais
Capital Cultural
Construir
Capital
financeiro
Capital Social
 Construindo
confiança mútua
 Reciprocidade
 Formação e colaboração entre grupos
 Identidade coletiva
 Senso de partilha futura
 Trabalhando juntos
CAPITAL SOCIAL
 Espírito
comunitário
 Voluntarismo
 Ajuda mútua e governança
 Participação em assuntos locais
 Organização civica
 Envolvimento na comunidade e atividades sociais
 Ajudando os vizinhos e as pessoas que estão com
necessidades
Capital Social é:
Fortalecer relações e comunicação
 participação
 comunicação
 relações
Capital social é
Construir confiança mútua
Construir
um futuro
compartilhado
Formação de
grupos
Fortalecer a
Colaboração
Identidade
entre grupos
coletiva http://gppop.dsu.nodak.edu/ppt/c/flora.ppt
TRÊS DIMENSÕES ESSENCIAIS DO
CAPITAL SOCIAL:
BONDING Aglutinadoras: Quando as pessoas se unem e interagem
entre si; Pessoas interligadas por laços fortes de amizade ou
parentesco... Neste nível prepondera o sentimento de
solidariedade, amizade, entre membros de famílias ou grupos
étnicos dentro de um grupo específico... Conexões entre as
pessoas, (as pessoas se associam para poder sobreviver...)
BRIDGING Ponte: consiste na interação entre grupos sociais...
Associações com maior mobilidade onde as relações sociais são
horizontais objetivando bem comuns...
LINKING Conectoras: é a união entre as pessoas com o objetivo de
alavancar recursos junto às instituições estabelecidas, acesso a
bancos, governo... “é quando os pobres batem à porta do Estado
para pedir recursos...”
Para esta discussão ver Putnam (1998); Narayan (1999); Woolcock (2000); Banco
Mundial (2002)
linking
bonding
bridging
http://spitswww.uvt.nl/web/fsw/lustrum/papers/woolcock.pdf
Ausência de capital social
Capital
Social
Bonding
http://gppop.dsu.nodak.edu/ppt/c/flora.ppt
State
Market
Capital
Social
Bridging
Market
Civil
Society
State
http://gppop.dsu.nodak.edu/ppt/c/flora.ppt
O que deve ser considerado para
medir capital social:
Participação política
 Participação cívica
 Participação religiosa
 União e associações profissionais
 Conexão social informal
 Voluntarismo e filantropia
 Confiança, honestidade, cooperação e reciprocidade

UMA ANOTAÇÃO FINAL
“A diferença das outras formas de
capital que se consomem com seus
uso, o Capital Social é a única forma
de capital que quanto mais se usa
mais cresce”.
Albert Hirschman (Princeton)
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Apresentação do PowerPoint