NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO: INCLUSÃO DIGITAL E SUSTENTABILIDADE Yara Cristina Costa Rocha Miranda [email protected] Mestranda – Mestrado em Planejamento e Desenvolvimento Regional – UNITAU Rua Visconde do Rio Branco, 210 – Centro, Taubaté – SP 12020-040 Elvira Aparecida Simões de Araujo [email protected] Doutora, Professora - Mestrado em Planejamento e Desenvolvimento Regional – UNITAU Rua Visconde do Rio Branco, 210 – Centro, Taubaté – SP 12020-040 Adriana Leonidas de Oliveira [email protected] Doutora, Professora - Mestrado em Planejamento e Desenvolvimento Regional – UNITAU Rua Visconde do Rio Branco, 210 – Centro, Taubaté – SP 12020-040 RESUMO. Com o advento da Globalização, Internet e Redes Sociais, o conhecimento é um fator determinante para o desenvolvimento social e econômico, mas tendem a dividir os incluídos e os isolados ou conectados e desconectados, em função da renda e de indicadores de acesso a tais tecnologias Para minimizar as desigualdades decorrentes no atual contexto, em uma sociedade da informação digital e do conhecimento, se as oportunidades não forem melhor distribuídas, o crescimento continuará com muitas desigualdades, não sendo portanto sustentável. Políticas públicas, com o objetivo de criar e ampliar o acesso às Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC´s), tem desenvolvido Programas e Projetos Educacionais, com parceria entre governo, estado, município entre outros. O objetivo deste artigo, abordar as políticas públicas e projetos de inclusão digital e as novas tecnologias de informação enquanto fator de desenvolvimento humano sustentável. O estudo será abordado na Região do Vale do Paraíba, na cidade de Guaratinguetá. Será feita uma pesquisa sobre políticas públicas, novas tecnologias, inclusão e exclusão digital e sustentabilidade. A metodologia utilizada será pesquisa bibliográfica, será orientada quanto a abordagem em análise qualitativa, de caráter exploratório. Palavras-chave: Desenvolvimento Regional, Políticas Públicas, Inclusão Digital, Novas Tecnologias. The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 1. INTRODUÇÃO Localizando a pesquisa, Guaratinguetá tem origem na língua Tupi-Guarani e significa "muitas garças brancas", Segundo Maia, “Guaratinguetá está localizada na região do Vale do Paraíba, vale entre as cidades de São Paulo e o Rio de Janeiro, região norte do vale”. É sede de uma microrregião, possuindo importância turística, industrial e comercial. Atualmente vive um processo de urbanização, a cidade tem destaque com o turismo religioso, pela canonização do primeiro Santo brasileiro, conhecido como Frei Galvão. A microrregião de Guaratinguetá, é composta por 17 municípios que estão subordinados a Diretoria de Ensino de Guaratinguetá e conta com grande número de escolas da rede pública estadual. Os recursos tecnológicos são fundamentais para o desenvolvimento das atividades nas Organizações e Instituições de Ensino. Muitos autores destacam a importância dos sistemas de informação como recurso para apoiar os processos de planejamento e tomada de decisão. Para Silva Jr. (2000), “apesar dos esforços, muitos destes sistemas ou subsistemas, ainda não são o que se necessita em termos de verdadeiros sistemas de informação gerencial”. É importante que a região do Vale do Paraíba possa contar com o uso das novas tecnologias, e parcerias com o governo estadual e federal na implantação de projetos na rede pública. O trabalho apresenta um estudo bibliográfico, exploratório, abordará as políticas públicas e projetos de inclusão digital e as novas tecnologias de informação enquanto fator de desenvolvimento humano sustentável. Atualmente, a administração pública brasileira tem se empenhado em construir um novo modelo de gestão pública, mais eficiente, menos burocrático. Para Costa & Castanhar (2003) “O que se coloca, então, é a necessidade crucial e urgente de se obter maior eficiência e maior impacto nos investimentos governamentais em programas sociais” .As estratégias utilizadas foram o uso das tecnologias de informação e comunicação (TICS), hoje chamado de governo eletrônico. O Governo de São Paulo iniciou em fevereiro de 2008, a Rede Paulista de Inovação em Governo, que se trata de um ambiente virtual do Programa de Inovação em Gestão do Governo de São Paulo, desenvolvido pela Secretaria de Gestão Pública do Governo do Estado de São Paulo, na área educacional foi criado o Projeto Acessa Escola para a rede de ensino público nas escolas estaduais. Esta nova tendência da informatização, com projetos de inclusão digital, representam um avanço ao uso das novas tecnologias e transpõe barreiras geográficas por um lado, porém deixam uma lacuna, pois existe do outro lado os desconectados da economia do conhecimento. O Relatório do Desenvolvimento Humano 2001, teve como título “Fazer as Novas Tecnologias Trabalhar para o Desenvolvimento Humano”, "...se a comunidade do desenvolvimento rejeita a explosão da inovação tecnológica nos alimentos, na medicina e informação, arrisca-se a marginalizarse e a negar aos países em vias de desenvolvimento oportunidades que, aproveitadas eficientemente, poderão transformar a vida das pessoas pobres e oferecer possibilidades de desenvolvimento aos países pobres." (PNUD, 2001). “Com base no trabalho de Anand e Sen, definimos “desenvolvimento humano sustentável” como “o alargamento das liberdades substantivas das pessoas do mundo atual, ao mesmo tempo que se envidam esforços razoáveis para evitar comprometer seriamente as das gerações futuras”. The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 2. METODOLOGIA DA PESQUISA Segundo Rampazzo o interesse e a curiosidade do homem pelo saber levam-no a investigar a realidade sob os mais diversificados aspectos e dimensões, e cada abordagem é realizada com técnicas e enfoques específicos, conforme o objeto de estudo, existindo assim vários tipos de pesquisa como a documental, a bibliográfica, a descritiva, a experimental e a qualitativa-participante. “..a pesquisa descritiva, em suas diversas formas, trabalha sobre dados ou fatos colhidos da própria realidade. Para isso são utilizados como principais instrumentos a observação, a entrevista, o questionário, o formulário e outras técnicas.” (RAMPAZZO, 2001). “Nas investigações, em geral, nunca se utiliza apenas um método ou uma técnica, e nem somente aqueles que se conhece, mas todos os que forem necessários ou apropriados para determinado caso. Na maioria das vezes, há uma combinação de dois ou mais deles, usados concomitantemente.” (LAKATOS, 2010). A metodologia utilizada será a pesquisa bibliográfica, e será orientada quanto a abordagem em análise qualitativa, de caráter exploratório. 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA "Tecnologia na Gestão da Educação" é uma expressão abrangente, que tradicionalmente privilegia o uso de computadores em sala de aula, ou em rede em Laboratórios de Informática, ou na área Administrativa para gerenciamento das informações, os computadores se conectam ao mundo externo através da Internet. As novas tecnologias de informação dinamizam o processo de globalização, porém tendem a conectar ou isolar cada vez mais os que têm ou não acesso a tais tecnologias. Esta realidade é preocupante e iniciativas públicas na área da educação poderão minimizar estas consequências, para que se alcance o desenvolvimento humano sustentável. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), se destaca na ONU, por ser um órgão para o desenvolvimento, que busca alcançar soluções para os desafios do desenvolvimento em diferentes níveis, assistindo os países em desenvolvimento, gerenciando “programas operacionais”, de acordo com as políticas da ONU. As publicações dos Relatórios do Desenvolvimento Humano, tem despertado interesse e estudos de pesquisadores e técnicos, especialmente ao Indice de Desenvolvimento Humano (IDH). Esta questão foi enfatizada pelo Relatório do Desenvolvimento Humano 2011 (PNUD, 2011), que dedicou o primeiro capítulo à discussão “Por quê sustentabilidade e equidade? Há limites para o desenvolvimento humano? Sustentabilidade, equidade e desenvolvimento humano. A base da nossa investigação”. E a questão já foi abordada em outros Relatórios como o de 2001 “Fazer as Novas Tecnologias Trabalhar para o Desenvolvimento Humano”. (PNUD, 2001). Trata de questões como liberdade política e garantia de direitos humanos, como viver uma vida longa e saudável, ter acesso à educação, ter recursos para um padrão de vida adequado. Como afirma o Relatório de 2001: “The most basic capabilities for human development are to lead long and helthy lives, to be knwledgeable, to have access to the resources needed for a decente standard of living and to be able to participate in the life of the communitys. (UNDP, 2001). The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 Assim, o desenvolvimento humano considera o desenvolvimento como um processo de aumentar a gama de escolha das pessoas, não só da geração atual, mas também das futuras. E este desenvolvimento precisa ser além de humano, sustentável. Novas estratégias de desenvolvimento foram reformuladas, na década de 1970 o foco era o crescimento econômico, porém uma nova proposta feita por instituições ligadas a ONU, deu foco maior a prioridade em atender as necessidades humanas básicas, gerar empregos produtivos e reduzir a pobreza. Sen (1999a, p. 160188), demonstrou que a fome e a pobreza endêmicas não estariam ligadas à oferta de bens essenciais, mas sim aos intitulamentos das pessoas. A abordagem das capacidades de Amartya Sen, economista que ganhou o premio Nobel em 2008, fez muitos estudos referentes ao Desenvolvimento Humano, colocando sua abordagem das “capacidades” como a base teórica na qual sustenta o paradigma do desenvolvimento humano. Segundo Jolly (2004), “As the he heart of this framework lay the notion of human capabilities, developed by Amartya Sen, which is in turn related to Sen`s concept to „functionings‟ in different domains of human life and action.” Também citado por Fukuda-Parr (2003), que considera a abordagem das capacidades de Sen, como base para o desenvolvimento humano: “…is an application of the „capabilities approach‟ conceived by Amartya Sen..” Segundo o Relatório UNDP (1990), explicita as diferentes experiências dos países com relação ao desenvolvimento humano e as classifica em 3 categorias, o Brasil é citado na categoria “oportunidades perdidas para o desenvolvimento humano”, ou seja países que tiveram bom crescimento econômico, mas sem que isso se traduzisse em desenvolvimento humano. Onde consta que: “o Brasil não teria conseguido alcançar um nível satisfatório de desenvolvimento humano, apesar do rápido crescimento econômico e gastos governamentais substanciais em setores sociais. (UNDP, 1990). As contribuições de Sen além de terem servido como base para o paradigma do desenvolvimento humano, norteiam a base para muitas ações de governantes: “o desenvolvimento de um país está essencialmente ligado às oportunidades que ele oferece a população, de fazer escolhas, ter a garantia dos direitos sociais básicos, como saúde e educação, como também segurança, liberdade, habitação e cultura (SEN, 1999). O Brasil sendo um país em desenvolvimento, ainda existe muitas privações e opressões da população, que pode ser constatado segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano (2011), conforme Tabela 1 a seguir, e para que o Brasil apresente melhores resultados de crescimento educacional, econômico, sustentabilidade, equidade, é necessário a intervenção de políticas públicas no setor da Educação. Este quadro traduz o quanto o Brasil é carente de desenvolvimento em diversas áreas, e segundo Amartya Sen “o desenvolvimento consiste na eliminação de privações de liberdade, que limitam as escolhas e as oportunidades das pessoas de exercer ponderadamente sua condição de cidadão.” Esta realidade nos alerta que se as oportunidades mundiais, devido a globalização, não forem melhor repartidas, o crescimento tende ao declino, não sendo, portanto, sustentável. O processo de globalização econômica, está baseado no uso das novas tecnologias de informação e comunicação, que transpõem barreiras geográficas, encurta distâncias, ganha-se tempo, acesso rápido às informações, conhecimentos. Enquanto alguns estão conectados, outros estão isolados, através da qual a exclusão social surge, os conectados acessam a rede através de equipamentos The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 tecnológicos como computadores, celulares, ipads, smartphones, iphones, notebooks, e outros, e de outro um grupo de desconectados, sem os benefícios do conhecimento. Além da falta de acesso, falta de oportunidades, falta de políticas públicas que disponibilizem acesso a grande parte dos excluídos, o próprio custo dos equipamentos, e todo o conjunto de tecnologia necessária para se conectar a rede, pode ser um fator de exclusão social, de conhecimento, de capacidades. “O Desenvolvimento Humano tem 2 lados: a saúde, de conhecimentos e de habilidades) e também o uso que as pessoas fazem dessas capacidades adquiridas (tanto para lazer, atividades produtivas ou para serem sujeitos ativos da sociedade)”. UNDP (1990). Segundo Drucker (2001): “Ser parte integrante dessa sociedade do conhecimento significa não apenas reconhecer o conhecimento como principal recurso, mas também aceitar a inexistência de fronteiras, a mobilidade vertical por meio da instrução e entender que fracasso e sucesso andam juntos na medida em que o conhecimento pode ser obtido por todos, no entanto nem todos podem vencer.” Segundo Cruz (2007) Se pudermos crer na internet como originadora de uma nova dimensão de relações humanas, em que as pessoas realizam negócios, obtém lazer e informações diversas, trabalham em grupo, trocam percepções e idéias, discutem e produzem conhecimentos compartilhados, talvez seja possível ter a internet como uma alternativa capaz de dar novos horizontes de aprendizagem, socialização, possibilidade de apropriação autônoma de informações e conhecimentos e, assim, uma oportunidade de reconstrução das relações econômico-sociais. “As buscas e experimentações individuais direcionam a formação do saber. A internet, assim, se apresenta como um instrumento que viabiliza ao indivíduo um processo de auto-aprendizagem“ (CRUZ, 2007). A Tabela1, demonstra o quanto o Brasil é carente de desenvolvimento em diversas áreas, e segundo Amartya Sen “o desenvolvimento consiste na eliminação de privações de liberdade, que limitam as escolhas e as oportunidades das pessoas de exercer ponderadamente sua condição de cidadão.” Tabela 1: 10 Países com a mais baixa parcela de privações ambientais The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 Fonte: Relatório de Desenvolvimento Humano (PNUD, 2011) 4. POLÍTICAS PÚBLICAS: GESTÃO DO CONHECIMENTO O maior desafio das políticas públicas para inclusão digital é o envolvimento e comprometimento do governo com as comunidades locais (SILVEIRA, 2003). Para Tarapanoff (2000), o bem-estar econômico das nações depende de sua habilidade em explorar os acervos de conhecimentos tanto internos como externos, e isto depende da qualidade da infra-estrutura de telecomunicações do país. Os modelos de gestão utilizados pelas organizações, tanto privadas como públicas, passaram a se conscientizar da importância da revisão dos seus modelos: para as empresas privadas, a motivação era a sua sobrevivência e competitividade no mercado; no caso das empresas públicas, a motivação era a sua capacidade de cumprir sua missão, e atender com qualidade a prestação de serviços e os interesses da sociedade. Para Silva et al (2011) “em função dos fenômenos recentes da globalização, da competitividade nos negócios e da rápida evolução das tecnologias que abalaram os negócios, as atividades profissionais de modo especial e as sociedades como um todo e que, fizeram com que o conhecimento, dividisse o seu trono com o fator competência, uma vez que, num mundo cada vez mais exigente e mais competitivo, não basta ter só conhecimento, é preciso saber aplicá-lo. E o significado agora diferenciado e forte de competência é saber aplicar conhecimentos, obtendo resultados”. Segundo Mendes (2008), a Gestão do Conhecimento no setor público ainda é bastante recente, sendo o SERPRO, possivelmente, o caso mais antigo, iniciado em 1999. Afirma ainda que outras empresas públicas como Caixa Econômica Federal, SERPRO, Banco do Brasil, Banco Central, Embrapa e Petrobras já usam a gestão do conhecimento em seu dia a dia. The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 Mendes (2008) propõe ainda que setores públicos como justiça, educação, saúde, transportes e segurança pública, deveriam ser alvo da gestão do conhecimento, como forma de combater a ineficiência da enorme estrutura governamental, seus problemas de serviços, infraestrutura, telecomunicações e outros. 4.1 Inteligência competitiva O conceito de Inteligência Competitiva é recente no país. Marcial e Fernandes (2008) acreditam que a área está em crescimento, mas sem orientação e formação adequada, uma vez que ainda não estão consolidadas as questões epistemológicas e ontológicas, a profissão ainda é incipiente no país por falta de clareza no perfil adequado e o Brasil ainda carece de cultura de IC. Segundo Silva et al (2011), “o processo de Inteligência Competitiva, está crescendo nas organizações, visto a necessidade emergente de estar à frente de seus concorrentes e obter informações estratégicas que as auxiliem na tomada de decisão. É um processo importante para impulsionar o negócio da organização, pois nele estão envolvidos os três grandes pilares do poder: dados, informação e conhecimento.” De acordo com a ABRAIC (2012), “É o emprego de metodologia científica para a produção do conhecimento de Inteligência Competitiva, somadas às ferramentas e aos métodos já consagrados no mercado, que ajudarão o analista na formulação de seus argumentos para a montagem de suas conclusões.” Cavalcanti et al. (2001) alerta ainda que além de considerar o conjunto de atores presentes no ambiente de negócios, como competidores, clientes, fornecedores, governo, etc., na análise do ambiente de negócios, devem-se levar em consideração as variáveis econômicas, social, política e tecnológica. .4.2 Inteligência competitiva nos órgãos públicos A Inteligência Competitiva, ainda não é muito valorizada pelos órgãos públicos, ainda não dão a devida importância à utilização do processo de Inteligência Competitiva (IC) em suas instituições, quer seja pelo estigma da espionagem econômica e industrial, pela alegação de não terem fins lucrativos ou ainda por possuírem o entendimento equivocado de que lhes falta concorrência. São conceitos que devem ser reavaliados se a gestão pública quiser atingir excelência em suas atividades e garantir a sua existência. Para Silva et al (2011) “O objetivo estratégico da Inteligência Competitiva é alimentar os principais executivos das empresas com inteligência sobre as atividades dos competidores, as preferências dos consumidores e as inovações tecnológicas.” 4.3 Gestão por competência Segundo Silva et al (2011) “As empresas, buscando maximizar os seus resultados, estão analisando os seus modelos de gestão e percebendo as pessoas como recurso determinante do sucesso e do diferencial organizacional. Assim, surge o grande desafio de buscar e preparar as pessoas que darão suporte para a organização atingir os seus objetivos estratégicos, identificando as competências que vão assegurar a preservação de seu sucesso. A gestão de competências pode ser um instrumento diferencial de mercado para oferecer alternativas eficientes de gestão às organizações.” The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 O conceito do CHA para a definição de competências, como uma associação de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes. Os pilares da competência segundo Leme (2005), são associados às competências técnicas e comportamentais, relacionando as competências técnicas ao “saber” e ao “saber fazer”, e as competências comportamentais ao “querer fazer”, conforme Silva et al (2011) a Tabela 2 ilustra o CHA: Tabela 2 – Desdobramento do CHA Para Silva et al (2011) “o pilar mais importante da competência é a Atitude, sem a qual o Conhecimento e a Habilidade não existiriam. Se o colaborador tem Conhecimento e Habilidade mas não agrega valor à organização, pois não tem a Atitude de querer fazer, de querer entregar e compartilhar, ele não é competente, uma vez que não agrupou os três pilares essenciais para ser considerado como tal.” Leme (2005) refere-se ao CHA (conhecimento, habilidade e atitude) como “Pilares das Competências”. Para ele, conhecimento é o saber que aprendemos na escola, nos livros e na faculdade. Habilidade é o saber fazer que tiramos dos nossos conhecimentos. E a atitude é o que nos faz querer exercitar as habilidades derivadas de um conhecimento. 5. EXCLUSÃO DIGITAL A exclusão digital no Brasil ainda é um problema social, decorrente da má distribuição de renda existente no país. O governo através do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) criou e lançou em dezembro de 2000 o Livro Verde, que apresentava uma espécie de primeiro plano cujo objetivo era através de análises e metas apontar formas para o desenvolvimento social com a inclusão digital desejada. O Livro Verde e o MCT reconhecem que: O conhecimento tornou-se, hoje mais do que no passado, um dos principais fatores de superação de desigualdades, de agregação de valor, criação de emprego qualificado e de propagação do bem-estar. A nova situação tem reflexos no sistema econômico e político. A soberania e a autonomia dos países passam mundialmente por uma nova leitura, e sua manutenção - que é essencial – depende nitidamente do conhecimento, da educação e do desenvolvimento científico e tecnológico. (TAKARASHI, 2000). O Livro Verde diz ainda, que para se alcançar a inclusão digital da sociedade brasileira é necessário que o acesso à internet possa ser de todos. Assim como temos serviços básicos como telefone, energia elétrica, água, não poderíamos ter a rede chegando em todas as casas? Assim como telefones públicos, pontos de rede públicos? Hoje temos modelos de cidades digitais, onde estes recursos são dimensionados e projetados. The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 Ao surgir uma nova técnica é gerado um grupo de excluídos. “Quando a escrita surge, se tornam excluídos aqueles que não sabem ler nem escrever. No espaço da rede mundial de computadores – ciberespaço – ligados pela internet, este processo de exclusão é potencializado em função de que sua manipulação requer o domínio de diferentes letramentos eletrônicos (LEVY, 1999)”. 6. INCLUSÃO DIGITAL As novas tecnologias são uma realidade, as escolas precisam se modernizar, capacitar e incentivar o seu corpo docente, precisam contar com sistemas de gerenciamento das informações. Alunos bem formados, incluídos digitalmente, terão suas capacidades enriquecidas, com maiores chances de qualidade vida, qualidade de ensino, poderão entrar no mercado, nos processos de tomada de decisão, com consciência e democracia. As novas tecnologias possibilitam desenvolvimento de softwares e aplicativos que podem servir no apoio as tarefas administrativas e também para facilitar a comunicação Professor x Aluno, em ambiente seguro através da internet. Uma respeitada definição para a ciência e a tecnologia foi proposta pela Unesco apud Reis (2008): “a ciência é o conjunto de conhecimentos organizados, sobre os mecanismos de causalidade dos fatos observáveis, obtidos por meio do estudo objetivo dos fenômenos empíricos” ao passo que “a tecnologia é o conjunto de conhecimentos científicos ou empíricos diretamente aplicáveis à produção ou melhoria de bens ou serviços” Segundo Mattos (2008) “A elevada concentração de renda e o baixo nível do rendimento médio da população brasileira representam, portanto, um significativo entrave para a manutenção de uma contínua ampliação do grau de inclusão digital no Brasil no futuro breve. Dessa maneira, torna-se cada vez mais imperiosa a necessidade de se constituírem políticas públicas de acesso da população brasileira aos mais modernos recursos das TIC, dentre as quais a internet talvez seja o maior símbolo.” 6.1 Programa Acessa São Paulo É um programa de inclusão digital do Governo do estado de São Paulo coordenado pela Secretaria de Gestão Pública, com apoio da Prodesp, Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo. Instituído em julho de 2000, o Programa Acessa São Paulo oferece para a população do estado o acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC´s), em especial à internet, contribuindo para o desenvolvimento social, cultural, intelectual e econômico dos cidadãos paulistas. Segundo Guzzi (2006) o Programa Acessa São Paulo, o programa de Inclusão Digital do Governo do Estado de São Paulo, será direcionado para a questão da participação pública e comunicação entre governo e cidadão por meio do estudo de caso do Fala São Paulo, um projeto desenvolvido pelo Programa Acessa São Paulo. O objetivo do programa é permitir que cidadãos de todos os níveis socio-econômicos possam acessar as TIC´s e fazer uso dos serviços que a rede disponibiliza. “Logo, é preciso analisar por quais mudanças passam hoje as sociedades capitalistas contemporâneas para então entender as políticas públicas de inclusão digital” (MEDEIROS, 2010) Para atingir seus objetivos, o Programa Acessa São Paulo abre e mantém Telecentros, espaços públicos com computadores e conexão banda larga com acesso gratuito e livre à rede internet. Monitores capacitados dão suporte aos usuários do posto para o uso do computador e acesso à The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 internet, oferecendo auxílio para a realização de tarefas escolares, pesquisa, uso de sites de redes sociais, entretenimento e serviços de governo eletrônico, cursos on-line, participação em projetos, entre outros. Segundo Medeiros (2010) “Nessa época são criados os primeiros programas públicos de provimento gratuito de internet à população de baixa renda, todos eles baseados no modelo de telecentros que viria a ser adotado pelo governo Lula e que constava nas proposições do Socinfo (Balboni, 2007)”. “As primeiras iniciativas são as da prefeitura de Curitiba, com o projeto Digitando o Futuro, de telecentros comunitários; o Acessa SP, do governo do estado paulista, os Telecentros de Porto Alegre, da prefeitura gaúcha, e Sampa.org, do Instituto Florestan Fernandes, que foi incorporado ao projeto Telecentros SP, da prefeitura paulistana. Os dois primeiros foram criados em julho de 2000, enquanto os demais nasceram no ano seguinte.”(MEDEIROS, 2010) 6.2 Programa Acessa Escola Outro Programa do Governo do Estado de São Paulo, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Educação, sob a coordenação da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), e tem por objetivo promover a inclusão digital e social dos alunos, professores e funcionários das escolas da rede pública estadual. Através da Internet, é possível os usuários terem acesso às tecnologias da informação e comunicação para a construção do conhecimento e inclusão social. A micro região de Guaratinguetá, localizada no Vale do Paraíba, em parceria com o Governo Estadual e Federal conta com estes Projetos implantados na rede pública. A SEE, através da Resolução 037 de 25/04/2008, cria o Programa Acessa Escola que visa proporcionar a apropriação das tecnologias da informação e comunicação a partir das salas de informática das escolas estaduais para a inclusão digital. A implementação do Programa foi normatizada pela Resolução Conjunta SE/SGP 1, de 23-62008 modificada pela pela Resolução SE 30/2011 que regulamenta a utilização das salas do Acessa Escola aos finais de semana pelo Programa Escola da Família. Segundo Mattos (2008) “há um conjunto de fatores que justificam a elaboração e a implementação de políticas públicas de inclusão digital, em razão do reconhecimento de que a exclusão digital amplia a miséria e coloca obstáculos ao desenvolvimento econômico em geral, e ao desenvolvimento das habilidades pessoais em particular”. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a globalização é necessário haver um elo entre o serviço público e o cidadão, assim se faz necessário parcerias entre governo, estado, municípios entre outros parceiros. Novos paradigmas da Gestão de Políticas Públicas, tem sido desenvolvidas, e adotadas, no entanto precisam se empenhar na integração dos sistemas, que ainda operam de forma descentralizada. Estes programas e projetos implantados na rede pública, contribuem para o desenvolvimento de novas capacidades aos indivíduos, facilitando o acesso aos benefícios da informática das pessoas desprovidas deste recurso, dando-lhes novas oportunidades, incluindo-os digitalmente, dando-lhes acesso ao conhecimento, Acesso, é mais do que disponibilizar aparato tecnológico. Segundo Silva Filho (2003): “Três pilares formam um tripé fundamental para que a inclusão digital aconteça: TIC´s (Tecnologias de Informação e Comunicação), renda e educação. Não é difícil vaticinar que sem qualquer um desses pilares, não importa qual combinação seja feita, qualquer ação está fadada ao insucesso.” assim contribuem de forma mais produtiva para o desenvolvimento local, e consequentemente regional. The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 Estudos serão feitos para analisar a efetividade de programas educacionais das escolas da rede pública estadual da região de Guaratinguetá. A intervenção dos governos para o desenvolvimento de programas de inclusão digital são essenciais, tanto pelo imperativo moral a ela inerente, quanto por questões de estratégia econômica, pois conforme o Relatório de Desenvolvimento Humano, a pobreza, representa um sério obstáculo ao desenvolvimento sustentável. A eficiência destes programas nos locais de desenvolvimento, as conexões com a rede, numero de usuário que tem acesso, tempo de conexão disponível. Como já citado o desenvolvimento de um país está essencialmente ligado às oportunidades que ele oferece a população de fazer escolhas, ter acesso aos direitos sociais básicos. Projetos na área da educação poderão minimizar as consequências, garantindo e atendendo as necessidades humanas básicas, gerando empregos produtivos e reduzindo a pobreza, para que se alcance o desenvolvimento humano sustentável. No entanto a avaliação sistemática, contínua e eficaz surge como ferramenta gerencial necessária, fornecendo aos formuladores de políticas públicas e aos gestores de programas condições para aumentar a eficiência e efetividade dos recursos aplicados em programas sociais. REFERÊNCIAS ABRAIC, Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência 2012.http://www.abraic.org.br, acessado em 10 de novembro, 2012, as 20:30 PM. Cavalcanti, M., & Nepomuceno, C, 2007. O Conhecimento em Rede: como inteligência coletiva. Rio de Janeiro: Elsevier. Competitiva, implantar projetos de Gomes, Elizabeth; Braga, Fabiane. 2004. Inteligência competitiva: como transformar informação em negócio lucrativo. Rio de Janeiro: Elsevier. p.61-62 Costa, F. Lustosa & Castanhar, J. 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