PÓS-GRADUAÇÃO OU CERTIFICAÇÃO EM PROJETOS, VANTAGENS E DESVANTAGENS. Mestrando Evandro Silva Paes, Universidade de Taubaté. Prof. Dra. Elvira Aparecida Simões Araujo, Universidade de Taubaté Prof. Dra. Quésia Postigo Kamimura, Universidade de Taubaté Resumo A nossa história desde a colonização, não foi favorável a instalação de meio ou modelo de ensino propriamente dito. O abandono de nossas terras pela coroa portuguesa se deu até a fuga da família real para o Brasil, devido à invasão de Napoleão a Portugal. Até então os filhos de grandes proprietários de terra e membros da igreja estudavam em Coimbra, na universidade Portuguesa. A primeira faculdade só veio a ser fundada em 1808, a Faculdade de Medicina em Salvador, e em 1912, surge à primeira universidade brasileira, no Estado do Paraná. A partir dai os cursos que foram criados nesta época se voltaram ao modelo de praticidade como, por exemplo, os cursos de engenharia militar e medicina, e o fato de serem ministrados em faculdades isoladas, podem vir a explicar muitas distorções que até hoje estão evidentes em nosso sistema. Nos dias de hoje, o mercado esta mais exigente quanto à formação de seus pretensos colaboradores, e o ensino superior somente já não tem bastado como passaporte para entrada nestas grandes companhias. Os estudantes que terminam o nível superior se veem cercados por opções para preencher o currículo, e uma das dúvidas mais presentes é de se fazem um MBA de Gestão de projetos ou uma certificação do PMI em gestão de projetos. Para se conseguir um certificado deste, é preciso comprovar uma carga horaria de trabalhos em projetos, o que restringe o público a profissionais mais experientes ao invés de estudantes. Assim desenvolve-se este texto, que mostra o histórico do Gerenciamento de projetos e compara em que casos certificação PMP ou MBA em gestão de projetos são mais bem aplicados. Para confecção deste artigo o método utilizado foi revisão bibliográfica pesquisa de campo, baseado em documentos dispostos na rede mundial. Palavras-chave: Ensino superior. Gerenciamento de projetos. Certificação PMP. MBA. The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 Abstract Our history since colonization, was not favorable to the installation media or teaching model itself. The abandonment of our lands by the Portuguese crown was given to the royal family fled to Brazil, due to Napoleon's invasion of Portugal. Until then the sons of large landowners and church members studying in Coimbra, Portugal at the university. The first college to be founded only came in 1808, the Faculty of Medicine in Salvador, and in 1912, comes the first Brazilian university in the state of Paraná. Thereafter the courses that were created at that time turned the model of practicality, for example, courses in military engineering and medicine, and the fact that they are taught in colleges alone, could explain many distortions that are evident today in our system. Nowadays, the market is more demanding regarding the formation of its alleged employees, and higher education alone is no longer sufficed as a passport to entry in these large companies. Students who complete the upper level find themselves surrounded by options to fill the curriculum, and one of the questions most present is to do an MBA in Project Management or a PMI certification in project management. To obtain this certificate, you must prove a charge hourly jobs on projects, which restricts the public to more experienced professionals rather than students. So this text is developed, which shows the history of project management and compares cases in which MBA or PMP certification in project management are best applied. For preparation of this article was the method used bibliographic field research, based on documents prepared on the worldwide web. Keywords: Higher education. Project management. PMP Certification. MBA. The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 1. Introdução Atualmente vemos muitos estudantes e profissionais estão às voltas de iniciar ou melhorar sua carreira através de certificações profissionais e pós-graduação. Os MBA's de Gestão de Projetos e as certificações PMP (do PMI – Project Management Institute) são destaques nesta busca, e a comparação de qual opção fazer e quando fazer, é o tema deste artigo. Através de uma revisão bibliográfica, este artigo traz um breve histórico do ensino superior no Brasil. Mostra que o perfil das faculdades e universidades, que outrora, era focado na praticidade não mudou muito desde então. Traz também de maneira sucinta a história do gerenciamento de projetos, mostra as certificações existentes nesta matéria, traça um comparativo entre o MBA e a certificação PMP, e conclui de maneira a deixar claro para o leitor que a decisão pode ficar a encargo da situação atual do sujeito que procura. 2. História do Ensino Superior no Brasil. Para Souza (2010) o significado do Ensino Superior vai muito além do de ensino de terceiro grau, como ficou popularizado após as reformas das décadas de 60 e 70. “O saber superior deve ser adquirido mediante o uso de codificações, sistemas, modelos e símbolos da semântica científica e, por isso, foge à praticidade do dia-a-dia e se reserva aos que disponham de condições especiais para abordá-lo. Por isso, como muitos querem, não pode ser democraticamente acessível a todos. É um ensino, por natureza, elitista, para uma minoria capacitada intelectual e culturalmente e não no sentido trivial de pessoas sócioeconomicamente bem postas na comunidade.” (Souza,2010). The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 Esta declaração embora discriminatória, é um retrato da história do ensino superior no Brasil. O fato de nossa colonização ter um caráter exploratório, não houve interesse da coroa portuguesa em se fixar por aqui, somente ao final do século XIX com a vinda da Família Imperial ao país vimos surgir as primeiras instituições culturais e científicas deste nível. A faculdade no Brasil foi a Faculdade de Medicina em Salvador em 1808 e a primeira universidade surgiu somente em 1912. . É um contraste muito grande com as Américas Inglesa e Espanhola, que tiveram acesso ao ensino já no período colonial, o Brasil teve mesmo que esperar, pois, os objetivos da coroa ao aportar por aqui eram a fiscalização e a defesa. O País durante trezentos anos dependeu única e exclusivamente dos jesuítas e de suas iniciativas na área de educação, embora mais voltados para a catequese religiosa. Coimbra era o destino educacional para os nobres e altos funcionários da Igreja e os filhos dos grandes latifundiários, a Europa era o principal destino para a educação. Souza (2010) ainda afirma que mesmo o curso superior de Engenharia Militar no Rio de Janeiro, que surgiu no final do século XVII, estabelecimento português, não deve ser considerado como uma iniciativa brasileira no ingresso do ensino superior. Somente em 1808, com a vinda da família real, é que surgiram escolas médicas na Bahia e no Rio de Janeiro. Em fevereiro de 1808 inaugura-se o Colégio Médico-Cirúrgico da Bahia (Figura 1) e em abril do mesmo ano a cadeira de Anatomia é criada no Hospital Militar do Rio de Janeiro. Figura 1 – Faculdade de Medicina de Salvador em 1808. The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 Santos (2002) descreve que em 1810 foi assinada a carta de Lei de quatro de dezembro determinando a criação da Academia Real Militar da Corte (Figura 2), que se converteu na Escola Politécnica; o Decreto de 23/2/1808 que instituiu uma cadeira de Ciência Econômica; e o Decreto de 12/10/1820, que criou a Real Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura Civil, depois nomeada como Academia das Artes. Figura 2 - Academia Real Militar da Corte em 1810. Este cenário fez com que o ensino superior se tornasse num modelo para atender à elite, uma vez que atendia somente os filhos da aristocracia, que não podiam mais estudar na Europa, devido ao bloqueio de Napoleão. Os cursos que foram criados nesta época se voltaram ao modelo de praticidade como, por exemplo, os cursos de engenharia militar e medicina, e o fato de serem ministrados em faculdades isoladas, pode vir a explicar muitas distorções que até hoje estão evidentes em nosso sistema. Alves e Pascueto (2008) destacam que o crescimento do ensino superior século XIX se deu nos mesmos moldes anteriores, unidades independes e sem conexão, voltadas ao ensino profissional. Em 1912, surge a primeira universidade brasileira, no Estado do Paraná. Somente em 1920 surge a Universidade do Rio de Janeiro, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi a primeira conexão entre os cursos isolados, e o que unia estes cursos era simplesmente a Reitoria e o Conselho Universitário. Para Souza (2010), este modelo de universidade, onde há uma reunião de cursos isolados que têm como ligação entre si a Reitoria, e não mecanismos acadêmicos ou administrativos são à base The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 de muitas das universidades brasileiras hoje em dia, que se constituem de instituições agregadas e não integradas. Exceção à regra surgiu após a Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo, tendo como maior exemplo a USP - Universidade de São Paulo. Ribeiro (2007) nos mostra que nas décadas de 50 a 70 surgiram universidades federais em todo o Brasil juntamente com as universidades estaduais, municipais e particulares. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em vigor a partir de 1961 induziu esta descentralização do ensino superior. Na década de 70 com o crescimento da população urbana e a necessidade de melhor formação para a mão-de-obra, o Governo permitiu que a criação de muitos de cursos novos, e as provas passaram a ser de múltipla escolha. O aumento dos cursos sem o devido planejamento, fez com que o poder público não tivesse condições de fazer uma fiscalização adequada, o que resultou na queda da qualidade de ensino e criou-se a imagem negativa da iniciativa privada, que existe até os dias de hoje. 3. Gerenciamento de projetos Para Ferreira e Hoffmann (2010) cada vez mais as organizações investem no gerenciamento de projetos visando minimizar ao máximo as chances de grandes desvios em seus projetos. Buscam concluí-los em menor tempo, com menor custo e entregando os requisitos pelos quais e para os quais foi criado. Afirmam ainda que, “O estudo da Gestão de Projetos não garante o sucesso de um projeto, mas certamente potencializa maiores chances de sucesso, caso bem aplicada. Num mundo globalizado e cada vez mais competitivo, onde ainda, grandes partes dos projetos falham grande parte dos produtos novos fracassam, as empresas precisam buscar profissionais qualificados e experientes para gerir seus projetos.” Ferreira e Hoffmann (2010). The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 Muitas organizações estão investindo em transmitir o conhecimento de gerenciamento de projetos a seus colaboradores, esperando com isso melhorar o atendimento a seus clientes e aumentar a margem de contribuição dos mesmos para com a receita da empresa. É uma maneira de auxiliar a empresa a trabalhar e implementar o foco estratégico, e garantir a melhoria da qualidade de seus produtos, serviços ou resultados (Dinsmore, 2009). A prática tem mostrado que o Gerenciamento de Projetos é uma área que promove o conhecimento e transforma os profissionais que trabalham e estudam em pessoas com um diferencial no mercado, pois podem ajudar as empresas a aperfeiçoar processos, gerenciar pessoas e equipes, controlar custos, monitorar prazos e cronogramas, tudo isso dentro de uma perspectiva de qualidade estabelecida pela organização, Ferreira e Hoffmann (2010). 3.1 A história do gerenciamento de projetos Vários autores como Dinsmore, Kerzner, Vargas, citam em seus trabalhos que os projetos existem desde os primórdios da civilização e citam como exemplo de grandes projetos, a construção das pirâmides do Egito, da muralha da China, a viagem do homem a lua, entre outros. Conforme descreve Andreuzza (2010), com o aumento da complexidade dos negócios no mundo durante o século XIX, surgem os conceitos de gerência de projetos. Com a Revolução Industrial profundas alterações ocorreram na estrutura econômica do mundo ocidental, coincidindo com o desenvolvimento do capitalismo industrial. Com as mudanças profundas nas relações de produção o que tornou mais complexa e exigente as tarefas de gestão nas novas organizações. A sistematização da forma de administrar as organizações surge neste período, e assim os projetos, que em sua maioria eram patrocinados pelo estado, estimularam o crescimento da área de gerenciamento, e influenciaram a criação da padronização na execução dos mesmos. The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 Nos Estados Unidos da América, a primeira grande organização a praticar tais conceitos foi A Central Pacific Railroad 3, a empresa começou suas atividades por volta de 1870, com a construção da estrada de ferro transcontinental. A maior motivação para esta aplicação foi à complexidade em organizar as atividades de milhares de trabalhadores, a manufatura e a montagem de quantidades não previstas de matéria-prima. “No início do século XX, Frederick Taylor (1856-1915) iniciou seus estudos de forma detalhada sobre as sequências de trabalho. Ele aplicou o raciocínio científico para mostrar que o trabalho pode ser analisado e melhorado focando em suas partes elementares e desenvolveu sua teoria nas atividades encontradas na indústria de aço.”Andreuzza(2010). Ainda em seu texto Andreuzza (2010), esclarece que antes de Taylor, a maneira de melhorar a produtividade era exigir dos trabalhadores mais horas de trabalho. Embora Taylor tenha um papel fundamental na história da gerência de projetos, foi Henry Gantt (1861-1919) se dedicou a descobrir detalhadamente a ordem de operações no trabalho. Seus estudos de gerenciamento de projetos foram aplicados na construção de navios durante a II Guerra Mundial. Gantt utilizou-se de diagramas com barras de tarefas e marcos que determinavam a sequência e a duração de todas as tarefas em um processo. Os diagramas de Gantt permaneceram inalterados por quase cem anos, e são utilizado ainda hoje, prova de sua efetividade como ferramenta de gerenciamento de tarefas. Nos anos 90, quando foram adicionadas ao diagrama de Gantt, linhas de ligação às barras de tarefa que identificavam as predecessoras e as sucessoras das tarefas dispostas no projeto. Taylor e Gantt ajudaram no desenvolvimento do processo de gerência como uma matéria distinta de negócio que exige estudo e disciplina, como a engenharia por exemplo. Após a II Guerra Mundial as relações humanas começaram a integrar o gerenciamento dos negócios e a administração e se uniram a ela matérias como estratégias de marketing The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 e a psicologia industrial. Com a complexidade dos projetos aumentando e as relações humanas prevalecendo, os controles necessitaram d um reforço, e assim surgiram novos Diagramas de Rede, chamados de Gráficos PERT (Program Evaluation and Review Technique) e o método de Caminho Crítico (Critical Path Method - CPM), oferecendo maior controle sobre os projetos. Segundo Crawford (2007), o desenvolvimento do Gerenciamento de Projetos foi intenso, existindo hoje vários padrões internacionais sobre as melhores práticas da atividade. Desta forma a gestão de projetos ganhou um enorme impulso ao ser implementada nesta ocasião com maior vigor. Andeuzza(2010) afirma ainda que nos anos 60, o gerenciamento de projetos foi declarado como ciência. As organizações começaram a enxergar o benefício do trabalho organizado, como determinado pelo gerenciamento de projetos e a complexidade dos mesmos levaram à necessidade de desenvolver também habilidade para comunicar e integrar o trabalho. A primeira instituição criada para desenvolver uma metodologia própria foi a International Project Management Association (IPMA), registrada na Suíça, em 1965. A IPMA é uma associação, cujo objetivo é promover internacionalmente o gerenciamento de projetos. Em 1969 Jim Snyder funda o PMI - Project Management Institute com mais quatro profissionais de gestão de projetos, da Philadelphia, Pensilvânia - EUA, este grupo se reunia para discutir e escrever as melhores práticas de gerenciamento de projetos, uma vez que estavam no auge dos projetos espaciais da NASA, um grupo de. Segundo descrição do PMI-SP (2011), o PMI é a maior instituição internacional dedicada à disseminação do conhecimento e ao aprimoramento das atividades de gestão profissional de projetos, certificando profissionais e trabalhando organizadamente com grupos de pessoas no mundo todo, através de seus fóruns, convenções e reuniões, locais e internacionais. No inicio do século 21, o PMI tinha mais de 50.000 associados, mais de 10.000 Profissionais de Gerenciamento de Projeto (PMP) credenciados e mais de 270.000 cópias do PMBOK Guide estavam em circulação. O PMI estima ainda que 25% do PIB mundial são aplicados em projetos e que cerca de 16,5 milhões de profissionais The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 estão envolvidos diretamente com alguma metodologia de gerenciamento de projetos no mundo. No cenário de hoje, com o volume de projetos em franca ascensão, com a complexidade dos mesmos aumentando, as exigências de negócio para com margens e resultados financeiros, se insere o Moderno Gerenciamento de Projetos, com diferentes metodologias, cada qual com vantagens e desvantagens, faz-nos pensar se necessitamos de uma profundidade maior por parte da educação neste tema, ou se apenas as provas de certificação podem cumprir o papel de trazer a cultura para todos que a procuram. No Brasil, atualmente, existem duas entidades com enorme representatividade na área de gerenciamento de projetos – o Project Management Institute - PMI e o International Project Management Association – IPMA. Existem outros padrões internacionais, na Austrália, é a norma Australian Institute for Project Management (AIPM); na Inglaterra, as referências são o British Standards Institution (BSI) e a Association for Project Management (APM). 3.2 Certificações em Gerenciamento de Projetos Segundo o dicionário Michaellis (2010) Ação de certificar, asserção da realidade ou veracidade de um fato. Para Pinheiro (2011) a certificação é um documento expedido por um órgão ou uma instituição atestando que você sabe o conteúdo referente à mesma, ou seja, que você estudou e comprovou através de aprovação em uma avaliação formal. “O PMI tenta melhorar esta definição cobrando do candidato uma quantidade mínima de horas trabalhadas em projetos para que o profissional que está pleiteando o certificado tenha um mínimo de experiência no assunto. Um profissional certificado significa que ele estudou, passou em uma prova (ou mais dependendo da certificação) e a autoridade no assunto (o The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 fabricante do produto ou uma entidade - PMI, por exemplo) atesta este conhecimento.” Pinheiro (2011). Um curso de MBA trata-se de uma formação. Segundo o MEC, os cursos designados como MBA - Master Business Administration ou equivalentes são cursos de especialização em nível de pós-graduação na área de administração. Para estar apto a fazê-lo os candidatos têm obrigatoriamente de ser portadores de diploma do novel superior. As instituições que oferecem cursos de especialização devem submeter-se a auditorias do órgão coordenador do Censo do Ensino Superior, nos prazos e demais condições estabelecidas, sempre que necessário. “Os cursos devem ter duração mínima de 360 (trezentos e sessenta) horas, nestas não computado o tempo de estudo individual ou em grupo, sem assistência docente, e o reservado, obrigatoriamente, para elaboração de monografia ou trabalho de conclusão de curso. A duração poderá ser ampliada de acordo com o projeto pedagógico do curso e o seu objeto específico. O interessado deve sempre solicitar o projeto pedagógico do curso;” O MBA além de possuir uma base acadêmica regulamentada e profunda, oferece aos estudantes a possibilidade de uma troca de experiência em tempo de curso, oque sem dúvida é um diferencial quanto aos cursos de preparação para as certificações. Porém, para fazer um MBA não há necessidade de comprovar experiência na área, o que para certificação faz toda a diferença. Para iniciantes o MBA é bem mais interessante, tanto em mateia de investimento quanto em conhecimento. A certificação é mais apropriada para profissionais experientes, que possam comprovar sua vivência na matéria escolhida e que tenham na certificação um degrau na escala de sua vida profissional. 3.2.1 - A Certificação PMP (Project Management Professional) The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 A certificação PMP é a mais conhecida e respeitada mundialmente, e é reconhecida pela ISO 9001. Para obter esta certificação é necessário concordar e aderir ao Código de Conduta Profissional disponível no site do PMI e preencher alguns requisitos de educação e experiência. A certificação CAPM é destinada para membros de equipe e gerentes de projetos. É um excelente instrumento para alavancagem da carreira. A certificação PgMP (Program Management Professional) é destinada para profissionais que gerenciam múltiplos projetos e que garantem o sucesso de um programa. Existem diversas entidades (inclusive o próprio PMI) que oferecem cursos preparatórios para se obter essas certificações. São certificações muito valorizadas internacionalmente e que de posse de uma delas, o mercado abrirá as portas para uma carreira brilhante e de sucesso. Conforme descreve em seu site, desde 1984, o Project Management Institute tem se dedicado ao desenvolvimento e manutenção de um rigoroso Programa de Certificação Profissional, com base em um exame, visando o avanço da profissão de Gerenciamento de Projetos e o reconhecimento das conquistas individuais nesta área. A Certificação Project Management Professional (PMP®) do PMI® é a credencial profissional mais reconhecida e respeitada em termos mundiais no que tange ao Gerenciamento de Projetos. Em 1999, o PMI tornou-se a primeira organização no mundo a ter seu Programa de Certificação reconhecido pela International Organization for Standardization (ISO) 9001.Para obter a Certificação PMP, o profissional deve satisfazer a determinados requisitos de educação e experiência, concordar e aderir ao Código de Conduta Profissional (Code of Professional Conduct) e passar no Exame de Certificação PMP. Para comprovação da experiência, existem duas categorias: Categoria I (profissionais com 3º grau completo): 4.500 horas de experiência nos últimos seis anos; The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 Categoria II (profissionais com 2º grau completo): 7.500 horas de experiência nos últimos oito anos. O Exame de Certificação PMP é oferecido em computador, ao longo de todo ano, em diversos países, e seu custo é de: US$ 405,00 para associados do PMI US$ 555,00 para não associados Assim, a certificação passa a ser como um passaporte, que serve como um comprovante que o candidat a certificação PMP, já possui a experiência e conhece os conceitos descritos pelo Instituto. Hoje, a maioria das empresas ligadas a projetos exigem, ou pelo menos sugerem que um candidato à vaga na área de projetos possua a certificação. 3.2.2 Certificação IPMA O IPMA (International Project Management Association ) está registrado na Suíça, é também uma entidade cujo objetivo é promover o gerenciamento de projetos internacionalmente. Foi fundada em 1965 com o nome de INTERNET, se tratava de um fórum de profissionais gerentes de projetos, onde compartilhavam informações sobre esta área. O IPMA está presente em mais de 30 países, principalmente na Europa. Possui um modelo mais acadêmico, a maioria de seus componentes está ligada a universidade. O IPMA mantêm contatos com o PMI e com o AIPM – Australian Institute for Project Management. No Brasil, o IICC, está presente apenas nas cidades de Curitiba e Belo Horizonte. A certificação IPMA procura avaliar as competências dos profissionais de gerenciamento de projetos com base em: conhecimento; experiência e atitudes pessoais. Estes profissionais podem ser certificados em quatro níveis: - IPMA Level A (Diretor de Projetos Certificado): capaz de coordenar todos os projetos de uma empresa ou programa; The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 - IPMA Level B (Gerente de Projetos Sênior Certificado): capaz de gerenciar projetos complexos de maneira autônoma; - IPMA Level C (Gerente de Projetos Certificado): capaz de gerenciar projetos não complexos. Apoia gerentes de projetos seniores; - IPMA Level D (Associado em Gerenciamento de Projetos Certificado): Atua como especialista de um determinado campo, pois possui conhecimento técnico sobre elementos e aspectos de gerenciamento de projetos. 3.2.3 Project IN Controlled Environments – PRINCE2 No Reino Unido O PRINCE2 começou a ser desenvolvido pelo Governo Britânico, em 1989. AO o PRINCE2 é bastante utilizado nos projetos do Governo Britânico, como também é amplamente reconhecido e utilizado no setor privado, tanto no Reino Unido quanto em outros países. A Comissão Europeia, ao patrocinar projetos recomenda o seu Project Cycle Management Guidelines como referencial. Desde 1993 quando começou a ser divulgado vem sendo atualizado, ainda pouco reconhecido e utilizado nas Américas. 3.2.4 Australian Institute of Project Management – AIPM The Australian Institute of Project Management (AIPM) é o órgão máximo de gestão de projetos na Austrália. Fundado em 1976, quando ainda funcionava o Fórum de Gestores de Projetos para promover e disseminar o assunto A AIPM em seu processo de certificação inclui uma aplicação de exame on-line de acordo com os três níveis oferecidos de certificação de profissionais: CPPD – Certified Practicing Project Director; CPPM – Certified Practicing Project Manager; CPPP – Certified Practicing Project Practitioner. The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 4 Conclusão A nossa colonização foi extremamente prejudicial em vários aspectos, inclusive o da educação. Enquanto os portugueses exploravam inadvertidamente nosso território, outros colonizadores, como os espanhóis, por exemplo, mesmo em tempo de exploração, já traziam consigo objetivos de instalações educacionais nas novas terras descobertas. Com A=a vinda da família real ao Brasil, ao final do século XIX, é que começaram a implementar as escolas e faculdades, pois a Europa estava fechada, devido a invasão de Napoleão Bonaparte. Mesmo assim, a educação foi restrita a elite e ao clero, que desfrutavam de poucas opções. Trazemos até hoje no dna de nossas instituições de ensino a características das escolas da época colonial, o modelo de praticidade. Desde a segunda guerra, os aspectos produtivos vêm ficando mais complexos, exigindo cada vez mais dos trabalhadores um conhecimento mais aprofundado nas matérias pertinentes à sua profissão. Com isso muitas pessoas conseguiram com o apoio do governo, ou através de recursos próprios completarem o nível superior, o que de certa forma e durante algum tempo foi suficiente para as empresas. O mercado mais agressivo, as concorrências e a busca de produtos inovadores e exclusivos, despertaram a busca por profissionais de projetos, e a matéria Gerenciamento de projetos vem atingindo uma grande parte da população, principalmente os profissionais de empresas cujo foco é a inovação. Para preparar este público aos novos desafios surgiram os cursos de por graduação Latu senso e MBA’s em Gestão de Projetos, além dos cursos preparatórios para as certificações em Gerenciamento de projetos. Vemos no desenvolvimento do artigo que o MBA em gestão de projetos é uma ótima opção para os mais jovens, recém-saídos das universidades, ainda com pouca experiência profissional no ramo dos projetos, e que a certificação é ideal para os mais experientes, já com o nível superior completo e com horas de trabalho no ambiente dos The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, 2012 ISBN 978-85-62326-96-7 projetos comprovadas através de documentação. O mercado valoriza ambas as formações, pendendo sensivelmente para o lado da certificação profissional, pois esta exige uma carga horária de trabalho comprovada de seus propensos certificados. Em resumo, o ideal seria se o profissional ou estudante conseguisse as duas formas de certificação. Mas este aprofundamento fica par uma pesquisa mais aprofundada do tema, uma vez que abordará questões pessoais de afinidade com esta ou aquela matéria. 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