RELATO DE CASO HRAS – Hospital Regional da Asa Sul Pediatria Orientadores : Dra. Elisa de Carvalho Dr. Paulo R.Margotto Giancarlo Q. Fonseca Interno - ESCS Caso Clínico - PS ID: P., masculino, 6 anos, pardo, reside em Santo Antônio do Descoberto - DF. QP: “Cansaço há 1 dia” HDA: Há dois dias paciente iniciou dor em joelho direito, que o impossibilitava de andar. Vinha acompanhado, posteriormente, de febre persistente e não aferida. Sem melhora, procurou atendimento em Santo Antônio do Descoberto, sendo encaminhado ao Serviço de Ortopedia do HRT, onde foi imobilizado o joelho e prescrito Nimesulida. Caso Clínico - PS HDA (cont.): Evoluiu com persistência da febre mais cansaço. Procurou, no dia seguinte, novamente o CS em Santo Antônio do Descoberto, sendo transferido de ambulância para o PS de Pediatria deste serviço (HRAS). Mãe referiu que o paciente se apresentou em jejum e com falta de apetite desde o início do tratamento com o fármaco. Caso Clínico - PS EXAME FÍSICO MEG, gemendo, obnubilado, acianótico, anictérico, taquipnéico, pedindo água, pele fria PA: 70x40mmHg FC:180bpm Massa: 18Kg FR: ? AR: presença de tiragem. Expansibilidade e MV diminuídos. Caso Clínico - PS ACV: RCR 2T BNF s/s. Perfusão periférica maior que 10s. Extremidades frias. Pulsos finos bilateralmente e quase impalpáveis. Abdome: plano, abdome quente, normotenso, sem visceromegalias. RHA ausentes. MMII: edema em joelho direito sem alteração de cor de pele e de calor local. Conduta - PS Dificuldade em obter amostra sangüínea arterial (pulso fino) Cuidados iniciais + reposição volêmica Observação Prescrição 22.11.05 14h35min Dieta zero 3 bolsas 360ml correr rápido com 2 acessos venosos Ceftriaxona 1,8g EV agora Oxacilina 900mg 6/6h Ranitidina 2x/d Dopamina Cateter nasal O2 2l/min Transferido para UTI pediátrica Exames Solicitados: -Hemocultura -HC -Uréia -Creatinina -TGO e TGP - Gasometria venosa -PCR -K+ -Na+ -Cl-Ca+2 Exames Gasometria + Eletrólitos (16h - 22/11/05) Sangue VENOSO pH: 7,338 pCO2: 23,7 mmHg pO2: 35,2 mmHg HCO3-: 14,6 mmol/l K: 2,7 mEq/l Na: 135mEq/l (?) Cl: 109mEq/l Ca: 2,07 mEq/l OBS: não foram obtidos resultados dos outros exames laboratoriais solicitados. SEPSE INTRODUÇÃO “ QUANDO A FEBRE É CONTÍNUA, A SUPERFÍCIE EXTERNA DO CORPO ESTÁ FRIA E EXISTE INTERNAMENTE UMA GRANDE SENSAÇÃO DE CALOR E SEDE, A AFECÇÃO É MORTAL ”. (Hipócrates – 400 A.C.) INTRODUÇÃO Há 50 anos pacientes com falência de múltiplos órgãos não podiam ser mantidos vivos e aqueles com infecções graves morriam rapidamente 1973: "Falência sistêmica seqüencial" foi descrita primeiramente por Tilney et al São condições cada vez mais freqüentes em serviços de emergência e unidades de terapia intensiva (UTI) INTRODUÇÃO Últimos 10 anos: progressos em biologia celular e molecular Agressão bacteriana ou de seus subprodutos não são os únicos responsáveis pela deterioração clínica dos pacientes A resposta do hospedeiro desempenha papel importante nos diferentes tipos de agressões, quer infecciosas ou não, e isso determina o tratamento INTRODUÇÃO Indivíduos com idade entre 5 e 14 anos: segunda (32,2%) causa de morte e sexta (4,0%) causa de hospitalização Idade entre 1 e 4 anos: quarta (27,5%) causa de morte e letalidade de 7,2% Idade < 1 ano: letalidade de 8,8% com pico na região Norte do país (17,8%) Ministério da Saúde, DATASUS, 1999, CID-10(http: //tabnet.datasus.gov.br) DEFINIÇÕES DEFINIÇÕES SIRS: Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS). Reação inflamatória desencadeada pelo organismo frente a qualquer agressão infecciosa ou não-infecciosa Infecção: fenômeno microbiano caracterizado por resposta inflamatória à presença de microrganismos ou à invasão dos tecidos normalmente estéreis Bacteremia: presença de bactérias viáveis no sangue Sugeriu-se eliminar o termo septicemia, pois existem vários significados diferentes na literatura médica DEFINIÇÕES Sepse: resposta inflamatória sistêmica do organismo frente ao estímulo infeccioso. Inclui a presença de dois ou mais de alguns critérios clínicos para o diagnóstico (Boneet al. Chest1992; 101: 1644-55). Hipotensão induzida por sepse: PAS < 90mmHg ou PAD < 40mmHg na presença de hipotensão de causa infecciosa DEFINIÇÕES Sepse grave: sepse + disfunção orgânica, hipotensão ou hipoperfusão Choque séptico: sepse + hipotensão arterial persistente, mesmo após adequada reposição volêmica + redução da perfusão, acidose lática, oligúria e alteração do estado mental Síndrome de disfunção de múltiplos órgãos e sistemas: função orgânica alterada em pacientes graves onde a homeostase não pode ser mantida sem intervenção. EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA 20-30% casos não se sabe o agente etiológico Uma das maiores causas de morte nas UTIs 10ª. causa mais freqüente de morte nos EUA Sepse grave é responsável por mais de 215.000 mortes anuais a partir de uma população total de 750.000 pacientes nos EUA e com taxa média de mortalidade de aproximadamente 29% EPIDEMIOLOGIA Bactérias gram negativas (maioria) e positivas Maior freqüência: jovens e idosos Riscos: Prematuros, desnutridos, uropatias obstrutivas, queimados, politraumatizados, neutropênicos, neoplasias, quimioterápicos, imunodepressores, drepanocitose, cardiopatias congênitas, transplantados, diabetes BACTÉRIAS Fatores de virulência • • • • • Invasividade do microorganismo Inibição de fatores humorais inespecíficos de defesa Inibição da resposta imunitária protetora Resistência à ação de fagócitos Produção de toxinas BACTÉRIAS Exotoxinas: Sintetizadas e liberadas pelas bactérias durante a fase exponencial de seu crescimento Recebem nomes diversos de acordo com o local da célula-alvo e com o mecanismo de ação Endotoxinas: Tóxicos liberados somente após desintegração da bactéria Ativam o sistema proteolítico de contato, células fagocitárias, linfócitos e células endoteliais AGRESSORES Neonatal: gram negativos na maioria *Estreptococos grupo B *Salmonella *Proteus *Klebsiella *N. meningitidis Outros: Plasmodium, rickettsias, fungos *Listeria *E. coli *Pseudomonas *Enterobacter *Estafilococos AGRESSORES Lactentes e crianças • • Diminui-se a incidência de gram negativos Aumenta-se a de: * Pneumococos (80-90%) * Estafilococos * Hemófilos FISIOPATOLOGIA E SINTOMATOLOGIA FISIOPATOLOGIA MacrófagoMacrófago Bactéria Bactéria FISIOPATOLOGIA Últimos anos: maiores avanços na sepse “Padrões moleculares” associados a patógenos Receptores de reconhecimento dos padrões Infecção - inflamação - possível agressão Macrófago - principal envolvido no reconhecimento e na sinalização do LPS FISIOPATOLOGIA FISIOPATOLOGIA LPS e proteoglicanos estimulam o macrófago a sintetizar mediadores inflamatórios: IL-1, TNF-alfa e quimiocinas Há ativação do sistema complemento, da coagulação sangüínea e do sistema agregador de cininas, modulando a reação inflamatória Célula endotelial sintetiza mediadores e sofre ação dos mediadores liberados pelo macrófago e do próprio LPS FISIOPATOLOGIA Efeitos do estímulo na célula endotelial: Quimiotáticos Pró-coagulantes Adesão leucocitária endotelial CID FISIOPATOLOGIA Aumento de produção de NO no endotélio, músculo liso venoso, miocárdio e endocárdio Hipoxemia e lesões de reperfusão causam necrose dos enterócitos e danos endoteliais, permitindo a translocação bacteriana e de seus subprodutos graças ao aumento da permeabilidade FISIOPATOLOGIA FISIOPATOLOGIA FISIOPATOLOGIA MEDIADORES Fontes Efeitos TNF alfa e beta Macrófagos estimulados por LPS Induz síntese de IL-1, IL-6, IL-8, leucotrienos, TXA2, PAF, NO, prostaglandinas, febre, liberação de ACTH IL-1 Macrófagos e endotélio estimulados por TNF alfa Induz síntese de TNF alfa, IL-6, IL-8, leucotrienos, TXA2, prostaglandinas, febre, liberação de ACTH IL-6 Leucócitos e endotélio estimulados por IL-1 e TNF alfa Matura plasmócitos, induz síntese de proteínas de fase aguda IL-8 Monócitos e endotélio estimulados por TNF alfa e IL-1 Quimiotaxia de neutrófilos e adesão de neutrófilos PAF Neutrófilos e endotélio estimulados por TNF alfa, IL-1 e LPS Ativa leucócitos, agrega plaquetas, broncoespasmo, aumenta permeabilidade capilar, induz síntese de NO e PGI2, vasodilatador NO Endotélio e macrófagos Vasodilatação Prostaglandinas Mastócitos e endotélio estimulado por PAF, TNF alfa, IL-1, IL-2 e leucotrieno Broncoespasmo, vasodilatação e febre Leucotrienos Neutrófilos, monócitos, eosinóflos e mastócitos Ver efeitos da histamina C3a e C5a Imunocomplexos, LPS ou superfície dos microorganismos Aumenta permeabilidade capilar, ativa leucócitos, permite adesão leucocitária e quimiotaxia Radicais livres de O2 Leucócitos e endotélio Lesão endotelial e inativa proteases Histamina Basófilos e mastócitos Broncoespasmo, aumento da permeabilidade capilar e vasodilatação FISIOPATOLOGIA Choque séptico Choque: hipoperfusão generalizada Choque distributivo Redução da resistência vascular sistêmica Represamento do sangue venoso na microcirculação 2 Fases: compensada e descompensada ENDOTOXINAS Constrição arteriolar e abertura dos shunts artério-venosos Diminuição do volume intravascular Fisiopatologia do Choque Séptico SRAA e aumento do DC (FASE HIPERDINÂMICA) Edema de periferia Esgotamento da compensação (FASE HIPODINÂMICA) Diminuição do retorno venoso Vasodilatação CHOQUE SÉPTICO Grau de mudança metabólica: crucial para o paciente Prognóstico: duração e intensidade Ácido: paralisação da musculatura dos vasos arteriais Dilatam-se vênulas ainda contraídas - aumento da saída de líquidos para o interstício Hematócrito sobe e viscosidade sangüínea aumenta: diminuição da flexibilidade das hemácias, que se agrupam CHOQUE SÉPTICO SIRIS: lesão endotelial e agregação plaquetária Células endoteliais perdem capacidade de produzir prostaciclinas - formação de agregados de plaquetas Agregados de plaquetas produzem fator prócoagulante que penetra na circulação - CID Ativação rápida da coagulação - microtrombos, consumo de plaquetas e de fibrina e risco de sangramentos CHOQUE SÉPTICO ASPECTOS MORFOLÓGICOS NO CHOQUE DESCOMPENSADO Perda de neurônios em casos graves + edema cerebral Degeneração ou necrose hepática pela isquemia (células centro-lobulares são mais sensíveis) Mucosa (sensíveis à hipóxia) - erosões múltiplas e hemorragias do estômago e dos intestinos - hemorragia e perda de proteção bacteriana CHOQUE SÉPTICO Lesões da mucosa permitem entrada de bactérias intestinais na circulação Necrose pancreática Hemorragias nas supra-renais Infartos na hipófise Infarto e focos de hemorragia no coração CHOQUE SÉPTICO Dano alveolar difuso (neutrófilos e macrófagos): * Edema intersticial * Microtrombos alveolares e exsudação de fibrina Perfusão renal reduzida * Agressão às células endoteliais * Necrose tubular aguda * Edema renal e aumento do peso renal * Constrição arteriolar - cai TFG * Oligúria e anúria SINTOMATOLOGIA Estado Toxiinfeccioso SN: anorexia, apatia, confusão mental, reflexos alterados, hipertermia ou hipotermia, gemência, convulsões, coma, irritabilidade, paresias e parestesias AR: tosse, taquipnéia, bradipnéia, sangramentos ACV: cianose, taquicardia, edema, pulsos finos, sinais de ICC SINTOMATOLOGIA Estado Toxiinfeccioso GI: vômitos, diarréia, distensão abdominal, perfuração intestinal, icterícia, hepatoesplenomegalia, sangramentos AGU: oligúria, anúria, hematúria SINTOMATOLOGIA Choque Séptico Hipotensão - tônus vascular reduzido DC normal ou aumentado - aumento da FC e dos volumes diastólicos finais Hipoperfusão periférica e hipóxia Alteração do estado mental: inquietação, agitação, confusão, letargia, coma SINTOMATOLOGIA Choque Séptico Hiperventilação - alcalose respiratória. Oligúria ou anúria Acidose metabólica em muitos Sintomatologia da sepse SEPSE NEONATAL PRECOCE: 4 dias Germes do trato genital materno Gram positivos ou negativos Alta mortalidade TARDIA: após 4 dias de vida Aquisição intra-hospitalar ? Início insidioso, evolução lenta, febre MUITO TARDIA: após 1 mês de vida Procedimentos invasivos SEPSE NEONATAL MANIFESTAÇÕES Brusco ou insidioso Hipoatividade Resíduo gástrico Instabilidade térmica com alteração persistente da temperatura corporal SEPSE NEONATAL MANIFESTAÇÕES Maior freqüência Desconforto respiratório e dispnéia abdominal Taquicardia e cianose Hipotermia Icterícia e hepatoesplenomegalia Sangramentos SEPSE NEONATAL MANIFESTAÇÕES Focais * Onfalite * Celulite * Otite * Pneumonia * Osteomielite * Impetigo * Conjuntivite * Infecção urinária * Meningite EXAMES LABORATORIAIS O que podemos pedir -Hemograma -Coagulograma -Eletrólitos -TGO, TGP, FA, bilirrubinas -PCR, VHS -RX, TC ou RM -Lactato -Leucograma -Glicemia -ECG, ecocardiograma -Uréia e creatinina -Gasometria venosa -Cultura de material EXAMES LABORATORIAIS Como confirmar Suspeita: febre + hipotermia + taquicardia + taquipnéia + alcalose respiratória + leucocitose ou leucopenia com desvio à esquerda Hemocultura positiva: específica 3 dias Sensibilidade: 50-75% EXAMES LABORATORIAIS Como confirmar Hemograma: especificidade baixa Leucocitose com desvio à esquerda ? Neutrofilia ? Plaquetopenia ? Granulocitopenia ? Leucopenia e neutropenia indicam sepse grave Anemia: hemólise por endotoxinas ou CID associada Plaquetopenia: CID associada EXAMES LABORATORIAIS Como confirmar Fase aguda: PCR > 1mg/dl e VHS aumentado: sensíveis e inespecíficos Lactato: aumentado a partir da piora da perfusão Gasometria: Acidose metabólica PO2 normal ou alta e PCO2 normal ou baixa Hiponatremia freqüente EXAMES LABORATORIAIS Como confirmar Rim Uréia e creatinina aumentados Albuminúria e leucociúria Urocultura: mais em sepse tardia Transaminases: aumentadas ? Afastar meningite Exame do Paciente Gasometria + Eletrólitos (16h - 22/11/05) Sangue VENOSO pH: 7,338 pCO2: 23,7 mmHg pO2: 35,2 mmHg HCO3-: 14,6 mmol/l K: 2,7 mEq/l Na: 135mEq/l (?) Cl: 109mEq/l Ca: 2,07 mEq/l OBS: não foram obtidos resultados dos outros exames laboratoriais solicitados. ABORDAGEM E TRATAMENTO ABORDAGEM O que devemos ter em mente antes de agirmos ? Escolher antibiótico correto para evitar aumento significativo da taxa de mortalidade Problema: dados epidemiológicos Identificar o foco infeccioso: respiratório ? Sangüíneo Nervoso ? Cutâneo ? Como está a vigilância hospitalar ? ABORDAGEM Choque - Questionamentos Existe déficit de volume ? Qual a magnitude ? Existe distúrbio osmolar de líquido ? Existe desequilíbrio ácido-básico ? Existe distúrbio do metabolismo do potássio ? Qual o estado da função renal ? TRATAMENTO TRÍADE MELHORAR O DÉBITO CARDÍACO ESTABILIZAÇÃO SUPORTE MEDICAÇÃO ASSEGURAR TRANSPORTE DE OXIGÊNIO AOS TECIDOS TRATAMENTO Garantir vias aéreas pérvias e ventilação Oxigenoterapia Oxigênio 100% Saturação O2: 95-100% Manter PO2 entre 65-70 mmHg Tratar causa básica: antibimicrobianos Corrigir distúrbios hemodinâmicos Acesso venoso de urgênica Reposição volêmica rápida: 20-60ml/Kg 10min iniciais Reavaliar após cada etapa TRATAMENTO Drogas vasoativas: dopamina, adrenalina, noradrenalina, dobutamina CID: realizar concentrado de plaquetas Hidrocortisona em caso de insuficiência de adrenal Estabilizar para DEPOIS transportar TRATAMENTO Dopamina Droga de eleição Baixas doses: melhora perfusão renal e diurese (vasodilatador e aumenta fluxo renal) Doses intermediárias: efeitos semelhantes ao da dobutamina Altas doses: efeito pressor (inotrópico positivo) e arritmogênico TRATAMENTO Não melhorou com dopamina ? Reduzir dose de dopamina Associar com noradrenalina (< efeito cronorópico positivo e maior efeito inotrópico positivo) TRATAMENTO ANTIMICROBIANOS Controverso Cobertura empírica: casos graves após as culturas Bacteremia: hospitalar ou comunitária ? Antibioticoterapia inadequada aumenta 5x risco morte TRATAMENTO ANTIMICROBIANOS Menores de 2 meses (comunitário) Ampicilina + gentamicina Ampicilina + ceftriaxona ou cefotaxima Cefalosporina + aminoglicosídeo (tratos GI e GU) TRATAMENTO ANTIMICROBIANOS Lactentes e Crianças (comunitário) Oxacilina (pele e cobertura de estafilococos) + Ceftriaxona Foco indefinido: trato respiratório Cobertura contra etiologias mais freqüentes H. influenzae Pneumococos resistentes à penicilina (preferível vancomicina) TRATAMENTO ANTIMICROBIANOS Cefalosporina + aminoglicosídeo: foco hospitalar Imunodeprimidos: cobertura para: Gram negativo Fungos Estafilococos Fungos: anfotericina B, fluconazol, associação Melhor antimicrobiano: seguir antibiograma OSTEOMIELITE OSTEOMIELITE Mais de 90% vasos: infecção estafilocócica. Outros: salmonela, pseudomonas, estreptococos do grupo A Contaminação: hematogênica (ferida, furúnculo, amigdalite, broncopulmonar), fratura exposta, cirurgia óssea e celulite Observar: abscesso, disseminação de pus ao longo da diáfise do osso, extrusão de pus para fora sob o periósteo, necrose, periósteo neoformado OSTEOMIELITE Quando suspeitar: dor intensa, sinais flogísticos locais, limitação funcional do membro, febre alta, estado toxêmico. No RN não há toxemia evidente Quadro Clínico: traumatismo ou foco infeccioso (ferida supurada), mais sexo masculino entre 3-12 anos, início abrupto com MEG, palidez, prostração, sudorese, dor intensa em osso, impotência da região afetada No RN: irritabilidade, pseudoparalisia, drenagem de material purulento OSTEOMIELITE Exames Leucocitose intensa, granulações tóxicas, desvio à esquerda, VHS aumentado. Bacteriológico: hemocultura positiva em até 50% casos, aspiração local purulenta. Imagem: cintilografia permite diagnóstico precoce nas primeiras 24h. A radiografia só permite após 12d. OSTEOMIELITE Conduta Hidratação Dieta hipercalórica Imobilização do membro afetado Oxacilina 200mg/Kg/d 6/6h Possível drenagem cirúrgica BIBLIOGRAFIA BOGLIOLO - Patologia Geral. 1. ed. Rio de Janeiro - RJ. Guanabara Koogan. 2004. MURAHOVSCHI, Jayme. Pediatria – Diagnóstico e Tratamento. Paulo - SP. Editora Sarvier. 2003. WASHINGTON. Manual of Medical Therapeutics. 29. ed. Rio de Janeiro – RJ. Guanabara Koogan. 1999. Tierney, Lawrence M. LANGE – Diagnóstico e Tratamento. 41. ed. Rio de Janeiro – RJ. Editora Atheneu. 2004. Concenso Brasileiro de Sepse – Hospital Albert Einstein e AMIB http://www.medicinaintensiva.com.br/consenso-sepse.htm São BIBLIOGRAFIA Revista da Associação Médica Brasileira ISSN 0104-4230 versão impressa Rev. Assoc. Med. Bras. v.45 n.1 São Paulo jan./mar. 1999. Síndrome da resposta inflamatória sistêmica/sepse ¾ revisão e estudo da terminologia e fisiopatologia. M. J. C. Salles, S. R. S. Sprovieri, R. Bedrikow, A. C. Pereira, S. L. Cardenuto, P. R. C. Azevedo, T. M. Silva,V.Golin. PEREIRA JUNIOR GA et al. Fisiopatologia da sepse e suas implicações terapêuticas. Medicina, Ribeirão Preto, 31: 349-362, jul./set. 1998. Video de Fisiopatologia da Sepse. 2005. Acessado em 05/12/05. http://www.sti-hspe.com.br/fisiopatsepse2005_files/Default.htm OBRIGADO