AU TO RA L EI TO UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PR OT EG ID O PE LA LE I DE DI R Letícia Oliveira Campos DO CU M EN TO A CONSTRUÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA PELA CRIANÇA Morrinhos 2010 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES A CONSTRUÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA Monografia apresentada como exigência à aprovação no curso de pósgraduação Latu-sensu em Psicopedagogia Institucional da Universidade Cândido Mendes, sob orientação da Profª Narcisa. Morrinhos 2010 AGRADECIMENTOS A Deus, a ti presto o meu mais profundo louvor e gratidão. Foram muitos os momentos de alegria sucessos e vitorias. Também foram muitos os tropeços, as quedas, as fraquezas, os desânimos, mas tua luz, o teu amor e carinho estiveram comigo por todo tempo, suas bondosas mãos sempre me protegia nas horas difíceis. Agradeço ao meu namorado Edyvam que me acompanhou desde o início da jornada, dando-me força e amor. A orientadora Narcisa por facilitar e auxiliar o desenvolvimento deste trabalho. Dedico esse trabalho em especial a minha família por abrirem as portas do meu caminho com a luz mais brilhante, que puderam encontrar: o estudo. Também o Thales Halriam meu filho pela alegria que trouxe ao nosso lar. RESUMO Este estudo analisa o processo de desenvolvimento da aquisição da leitura e da escrita, visando entender o que ocorre durante os primeiros anos de vida da criança. A presente pesquisa busca analisar as situações de escrita construídas por crianças, enfatizando as práticas educativas que permeiam todo o processo de aprendizagem. O objetivo principal dessa investigação é descrever e compreender a aquisição da linguagem oral e escrita, sob a influência da linguística, através de um olhar e uma escuta psicopedagógica na prática institucional utilizando “novas técnicas”, principalmente exploradas no letramento. METODOLOGIA A metodologia utiliza no trabalho monográfico foi realizada através de uma pesquisa fundamentada com base teórico-bibliográfica de obras relevantes sobre as temáticas: como se constrói o conhecimento, leitura e a escrita do ponto de vista construtivista e o construtivismo. Diversas fontes foram pesquisadas tais como, livros, web, sites e outros. O embasamento teórico foi desenvolvido através dos autores Ferreiro, Piaget, Barros, Cazarin, Franco, Azenha, entre outros profissionais que sempre estiveram comprometidos com o processo de desenvolvimento da criança. SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................ 07 CAPÍTULO 1 – COMO SE CONSTROI O CONHECIMENTO....................... 09 1.1 – Os Estágios do Desenvolvimento Cognitivo..................................... 12 1.2 – Etapa Sensória-motora ou Sensoriomotora (0-2 anos) .................... 13 1.3 – Etapa Simbólica ou Pré-operatória (2-7 anos).................................. 14 1.4 – Etapa Operatória Concreta (7-11/12 anos)....................................... 16 1.5 – Áreas do Conhecimento.................................................................... 17 1.6 – Leitura e Linguagem Escrita.............................................................. 17 1.7 – Ciências............................................................................................. 19 1.8 – Educação Artística............................................................................ 19 1.9 – Educação Física................................................................................ 20 1.10 – História e Geografia........................................................................ 20 CAPÍTULO II – LEITURA E A ESCRITA DO PONTO DE VISTA CONSTRUTIVISTA............................................................... 22 2.1 – Nível Pré-silábico.............................................................................. 25 2.2 – Proposta Didática para o Nível Pré-silábico...................................... 27 2.3 – Nível Silábico..................................................................................... 27 2.4 – Proposta Didática para o Nível Silábico............................................ 29 2.5 – Nível Silábico Alfabético.................................................................... 30 2.6 – Proposta Didática para Nível Silábico Alfabético............................. 31 2.7 – Nível Alfabético................................................................................. 32 2.8 – Proposta Didática para o Nível Alfabético........................................ 33 CAPÍTULO III – O CONSTRUTIVISMO......................................................... 35 CAPÍTULO IV – A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO................................. 42 4.1 – O Psicopedagogo na Escola............................................................. 43 CONCLUSÃO ................................................................................................ 45 BIBLIOGRAFIA............................................................................................... 47 7 INTRODUÇÃO A presente monografia consiste em um estudo sobre a importância da leitura e escrita como algo que vai além do reconhecimento e da decodificação de palavras. Mas que isso, elas enriquecem a experiência da pessoa que lê e escreve. Estuda como se dá a aprendizagem da leitura e escrita, expondo os caminhos que o aluno percorre para ter uma alfabetização plena, visto que, não basta que o aluno aprenda ler e escrever, é preciso que ele encontre na leitura uma motivação permanente, pois deste modo, ele terá condições para comparar e reorganizar sua própria visão de mundo. A capacidade de ler e escrever não são um comportamento natural, mas um processo adquirido a longo prazo e em certas circunstâncias de vida que determinam o sucesso ou o fracasso na aprendizagem. A leitura é um processo de compreensão, que envolve aspectos sensoriais, implica na relação que o leitor estabelece entre os sons e os sinais gráficos, através da decifração do código e a compreensão do conceito ou idéia. Ler e escrever têm sido assunto de discussão entre educadores, muitos métodos têm sido utilizados na tentativa de ensinar a ler e a escrever, mas pouco se tem conseguido, pois ainda há um grande número de crianças que não aprende. Segundo Ferreiro (2001), a criança traz consigo hipóteses que resultam da sua interação com o ambiente que o rodeia. O professor precisa conhecer como se processa o desenvolvimento cognitivo de uma criança, o que ela faz como faz e por que faz, isto é, como se estrutura o pensamento infantil. Assim, ele poderá avaliar as condições da sua classe, identificando ás diferenças individuais e as características gerais do grupo. O ato de ler e o desempenho cognitivo difícil. Se a criança não tiver interesse no material pedagógico que lhe é apresentado, o aprender a ler pode parecer uma tarefa sem propósito, ou ofensiva á sua inteligência, ocasionando uma grade variedade de dificuldades de leitura. 8 As atividades de leitura e escrita devem proporcionar aos alunos condições para que possam, de uma forma permanente e autônoma, localizar novas informações pela leitura do mundo e expressá-las, escrevendo para e no mundo. Enfim, para aprender a ler e escrever é necessário estar mais que tecnicamente alfabetizado. Não basta ler mecanicamente, é preciso ter gosto, pelo prazer de atribuir sentido a um texto. Cabe ao professor resgatar no aluno o gosto pela a leitura e na escola, a compreensão de que a escrita constitui na alfabetização plena da criança. É especialmente importante, que na escola um pergunte ao outro sobre o que pensa ser ler e escrever em sua área, que desperte o interagir orientado para a formação mais ampla, completa e dinâmica que seja viável encaminhar ações interdisciplinares possíveis e desejáveis. E ainda, que entre colegas professores possa se estabelecer um diálogo constante a respeito das atividades de ler e escrever, isto é sobre a atividade de ensinar, oportunidade de construir sentido e produzir conhecimento. 9 CAPÍTULO I COMO SE CONSTRÓI O CONHECEMENTO Este capítulo tem como objetivo compreender as questões sobre o conhecimento, como ele é construído por nós. Sabemos que na construção do mesmo pelo indivíduo, estão presentes aspectos internos e externos a ele, e que é no âmbito dessas estruturas que indivíduo constrói o conhecimento, e, portanto aprende. De acordo com o exposto acima, Piaget (1973), nos diz que: [...] O conhecimento não procede nem da experiência única dos objetos nem de uma programação inata pré-formada no sujeito, mas de construções sucessivas com elaborações constantes de estruturas novas. (PIAGET, 1973, pg. 8). Para Franco (1993), a criança começa a construir seus conhecimentos a partir do nascimento. Quando bebê, entra em contato com as coisas do ambiente através de suas ações e sensações, ou seja, pegando, agarrando, chupando, mordendo, observando e ouvindo. A partir dessas primeiras experiências é que o pensamento da criança vai se organizando. Analisando assim, a criança começa, então, a estabelecer relações não só entre as características dos objetos que manipula, mas também sobre acontecimentos presentes e passados. Nos primeiros anos de vida a criança passa por muitas transformações o que buscamos os conceitos de Piaget (1973), percebemos que esse período é muito importante para toda a sua vida futura. Quando se afirma isso, está-se admitindo que a vida humana é um constante vir-a-ser e que o processo de desenvolvimento implica uma continuidade,ou seja,que tudo o que ocorre na infância terá seus reflexos na vida adulta.Mas é ainda preciso perguntar:O que possibilita este desenvolvimento? Neste sentido Cazarin (1990), nos relata que: [...] “a maturação biológica, que, devido a sua programação genética traz consigo os passos necessários ao desenvolvimento de criança.” (CAZARIN, 1990, p. 12-16). 10 Diante do exposto, percebemos que o trabalho com esta faixa etária consistirá em simplesmente acompanhar o desenvolvimento que, afinal se processa sozinho. O que possibilita o desenvolvimento é a estimulação da criança são os comportamentos que vai adquirindo por novos processos de condicionamento. (CAGLIARI, 1998, p. 32). Segundo Ferreiro (1999), o trabalho pedagógico, junto ás crianças na faixa de zero a seis anos, passa a ter uma importância fundamental, pois se poderia garantir um desenvolvimento satisfatório a essas crianças, o que muito provavelmente não aconteceria em casa, pois, na escola teria a possibilidade de programar melhor essa estimulação. No entanto, segundo Franco (1993), as pesquisas psicológicas, mas precisamente aquelas que se situam no enquadre da psicanálise e da epistemologia genética (construtivismo), revelam que e o que possibilita o desenvolvimento é de fato a interação do sujeito com seu meio. O mesmo autor ainda nos diz que isso não é o mesmo que fazer uma “mistura” das duas idéias colocadas acima. Reportando-nos a Barros (1991), entendemos que, [...] afirmar a interação como fator que possibilita o desenvolvimento é dizer que ele se dá por causa da RELAÇÃO que se estabelece entre o sujeito e o meio onde ele está inserido. (BARROS, 1991, p. 48). Isso quer dizer que não basta colocar-se uma criança sadia em um local cheio de matérias maravilhosas, como Ferreiro (1999), nos relata: [...] A criança investiga o processo de construção do conhecimento através da indagação que nada, mas é do que dialogar com a criança, e durante esse diálogo, compreender a natureza das hipóteses formuladas pelas crianças. (FERREIRO, 1999, p. 28-30). As crianças passam por diversos tipos de hipóteses, mas elas em algum momento devem servir para classificar essas crianças. A cada nova hipótese, a criança avança para novos conhecimentos. 11 A criança passa por fase de assimilação, acomodação e equilibração, que chamamos de processo de equilibração. (PIAGET, 1973, p. 5-8). Quando a criança já está “segura de si”, cabe ao professor trazer uma questão que desestabilize, coloque em xeque as estruturas já acomodadas, ou seja, esse processo resulta num conflito cognitivo, se não houver conflito não há aprendizado. Segundo especialistas como Ferreiro (1999), um progresso no conhecimento não será obtido se não através de um conflito cognitivo. Isto é, quando a presença de um objeto (no sentido amplo de objeto de conhecimento), não assimilável, force o sujeito a modificar seus esquemas assimiladores, ou seja, a realizar um esforço de acomodação que tenda a incorporar o que resulta inassimilável que constitui tecnicamente, uma perturbação. O professor precisa introduzir questões que desestabilize o conhecimento já construído, pois o aluno precisa reconstruir seu conhecimento a todo instante. Neste sentido Gonçalves (1988), nos relata que: “[...] O aluno precisa compreender seu conhecimento, pois muitas vezes o professor “encheos” de informações, que não são garantia nenhuma de conhecimento.” (GONÇALVES, 1988, p. 28). Analisando, assim o professor é um pesquisador, pois tem que procurar, investigar uma questão que cause conflito, fazendo com que os alunos reflitam, investiguem, ou seja, que saibam que a partir desse conflito que eles aprendem novos conhecimentos. Para Chomsky (1980), e interessante ver reação das crianças diante daquilo que as provoca. Alguns só param quando termina o desafio, outros choram e o, mas frequente são eles falarem que não sabem. É importante que o professor saiba desafiar, causar conflito para uma aprendizagem significativa de seus alunos. Tendo, pois feito esta exposição preliminar, passa-se para uma explanação de com ocorre o desenvolvimento da criança nesse período de zero a seis anos, de modo que se tenham algumas pistas de como e por que se deve trabalhar com a idade 12 pré-escolar. Salienta sobre estes aspectos ainda Vygotsky (1998), que relata: “[...] A infância inicia no nascimento, e a maneira como a criança chega ao mundo, tem uma importância muito grande para sua compreensão.” (VYGOTSKY, 1998, p. 22). 1.1 – Os Estágios do Desenvolvimento Cognitivo Observa-se que, ao nascer, a criança vive um estado de indiferenciação, ou seja, ela vive como se só ela existisse no mundo e que tudo aquilo com que se depara (objetos, pessoas), faz parte dela mesma. Isso se torna importante na medida em que se compreende que a trajetória do desenvolvimento é, fundamentalmente, um processo de construção do eu, e, portanto, de diferenciação do sujeito em relação ao meio que o cerca. De acordo com Piaget (1980), o desenvolvimento cognitivo humano progride através de quatro estágios principais, cada um dos quais é um resultado único da interação da maturação do ambiente. Em cada estágio a organização e a estrutura do pensamento de uma criança diferem qualitativamente e o passo amiúde imperceptível, entre os estágios envolve um salto a frente na capacidade da criança de lidar com novos conceitos. Segundo Piaget (1980), a criança evolui cognitivamente (em relação ao conhecimento) através de estágios ou fases deixou bem claro que a ordem de aparecimento dos estágios e necessária, ou seja, que não se pode “queimar etapas”; pois cada estágio prepara o posterior e se constrói sobre as estruturas do anterior. No entanto, as idades em que estes estágios aparecem são relativas, pois o desenvolvimento depende da interação com o meio, de modo que pode haver aceleração ou atrasos. Segundo Piaget (1980), o desenvolvimento passa por quatro etapas distintas: sensório-motora (0-2 anos); simbólica ou pré-operatória (2-7 anos); operatória concreta (7-11/12 anos); e operatória formal (a partir de 11/12 anos). 13 1.2 – Etapa Sensória-motora ou Sensoriomotora (0-2 anos) Segundo Piaget (1980), o estágio sensorimotor, vai de zero a mais ou menos dois anos. Como o nome indica neste estágio a criança conhece e explora o mundo através dos sentidos e dos movimentos. De acordo com o exposto acima, Piaget (1980), relate que: [...] Já aos dois meses pelo olfato e a audição, reconhece a mãe, os diferentes ruídos, principalmente os que têm relação com a alimentação, começa a seguir os objetos com os olhos. (PIAGET, 1980, p. 97). Seguindo ainda o pensamento de Piaget (1980) aos três meses descobre as mãos e as examina detidamente. Aos seis meses pega o pezinho e o coloca na boca, a criança necessita pegar, provar esfregar, torcer manipular os objetos, pois seus processos mentais assim o exigem. Essa exploração do mundo nos primeiros meses não é intencional-ela ocorre acidentalmente, sendo as ações comandadas pelos reflexos. A criança ainda não possui linguagem falada e, por esse motivo expressa-se pelos sons de choro e alguns sons de prazer. Os gestos também têm grande significado nesta fase: o sorriso exprime satisfação; a agitação intensa pode significar alegria ou satisfação. Dos dois aos oito meses, a criança já explora e examina objetos e pessoas de forma sistemática, conseguindo repetir as ações que acham interessantes e que de alguma forma lhe dão prazer. Já emite sons de gorjeio e alguns bebês começam a balbuciar. Dos oito aos 18 meses examina o ambiente intencionalmente e, como agora já consegue se movimentar sozinha, o seu campo de ação se torna mais amplo, o que faz com que o desenvolvimento cognitivo se acelere. (Piaget, 1980, p. 24). Analisando assim, a partir dos 12 meses a criança começa a desenvolver a mímica, imitando os gestos dos adultos: palminhas, beijinhos, aponta as coisas, dá adeus e imita ruídos. Aos 12 meses, a criança faz sentenças com três palavras, aos 18 meses já as articula com cinco ou seis palavras, com 2 anos já tem um vocabulário de 100 a 200 palavras. Começa a compreender as frases e estabelece um verdadeiro diálogo. De acordo com exposto acima, Piaget (1980) relata que: 14 [...] é através da imitação de modelos que a criança, como se fosse num jogo, aprende a falar. O fator afetivo é, evidentemente também de grande importância: no inicio, a criança só fala com a mãe ou com quem ela mais convive. (PIAGET, 1980, p. 48). A carência de afeto pode, portanto, retardar o aparecimento da fala. 1.3 – Etapa Simbólica ou Pré-Operatória (2-7 anos) De acordo com Piaget (1980), o estagio pré-operacional, indo mais ou menos de dois a cerca de sete anos, justamente a fase pré-escolar. O pensamento da criança é primitivo ou pré-lógico e se caracteriza pelo aparecimento da função simbólica, ou seja, a criança é capaz de representar coisas através de símbolos como, por exemplo, uma bola de pano é boneca, um pedaço de madeira é um telefone e assim por diante. É a época do faz-deconta. Seguindo ainda o pensamento de Piaget (1980), há ainda outra característica nesta idade: o egocentrismo, que é a incapacidade que a criança tem de assumir o papel de outro. Analisando assim, ela só admite que as coisas aconteçam em função dela. É muito comum a criança brigar porque acha que tudo é dela: cadernos, lápis, brinquedos. Até mesmo sua fala egocêntrica: ela não conversa com os outros, mas sim ao lado dos outros; fala, principalmente consigo mesma, não levando em conta o ouvinte. Segundo Piaget (1980), além do egocentrismo, outra característica é a irreversibilidade, a criança não é capaz de entender as transformações, mesmo que elas se passem na sua frente. Por exemplo, o ato de fazer e desfazer um embrulho, e assim por diante. Sua noção de espaço é adquirida na idade dos dois anos, com conceito de lateralidade, e a criança se revela, então, destra ou canhota. Algumas mostram indecisão quanto à lateralidade até os cincos ou seis anos, fato que pode levá-las a apresentar dificuldades de linguagem e perturbações na aprendizagem da leitura e escrita. De acordo com o exposto acima, Piaget (1980), diz que: 15 [...] a noção de espaço é adquirida em primeiro lugar; a de tempo é mais tardia; normalmente, só a partir dos quatro anos e que a criança sabe a sua idade; também por volta dessa idade ela aprende o nome dos dias da semana, enquanto os meses e as estações do ano, bem como as datas, só são aprendidos aos cinco ou seis anos mesmo que aqui a criança não tenha ainda a noção de espaços de tempo muito amplos. (PIAGET, 1980, p. 99). Como a linguagem é essencial ao seu relacionamento social e fundamental do ponto de vista escolar, ela vai progredindo e, aos seis anos, a criança deve possuir já um bom vocabulário, que a auxiliará na aprendizagem da leitura e da escrita. A linguagem infantil usada em casa, geralmente, é mais limitada do que a utilizada na escola e o grande número de palavras novas que ela irá ouvir, mesmo ao entrar na pré-escola, pode ser causa de um choque e mesmo de uma recusa a freqüentar a escola. O mesmo autor ainda nos diz que; com o aumento progressivo do vocabulário, a criança vai construindo frases cada vez mais longas e, à medida que a linguagem evolui, pode fazer pedidos, exigências, dar ordens, contar histórias e conversar, tornando assim o seu mundo mais amplo. Começa a formar os primeiros conceitos básicos de espaço: perto, longe, pequeno, grande. Neste 2º estágio o tempo já é dividido em presente, passado e futuro próximo. A criança principia a perceber a lei causa e feito; é capaz de classificar objetos quanto a tamanho, forma, cor, textura e outros atributos. Outro conceito que a aparece neste 2º estágio é o da seriação, ela e capaz de ordenar objetos como cubos ou bastões pelo tamanho, dispondo-os do maior para o menor e do menor para o maior. De três a quatro anos e capaz de desenhar uma figura humana com cabeça e tronco e às vezes com outras partes do corpo, porém desproporcionais; entre cinco e seis anos já a desenha com as partes principais corretas. É capaz de copiar, também, um quadro e um triangulo. Reproduz muito bem uma história que lhe contarão. Pode reconhecer bem as cores primárias e secundárias, distingue doce, salgado, ácido e amargo. Discrimina sons e imagens perfeitamente. Já fala de acordo com as normas gramaticais. (Piaget, 1980. p. 100). Para Piaget (1980), esta e uma fase de transição muito importante na vida da criança e coincide com a sua entrada na escola de 1º grau, que 16 significa, para ela, o inicio de um novo regime de vida e de aprendizagem propriamente dita. O fato de ela começar a aprender a ler e outro dado significativo. Se estiver na dura para isso, não terá a mínima dificuldade. Analisando assim, são várias habilidades e capacidades que a criança apresenta e que a torna apta para essas aprendizagens: coordenação visual e motora bem desenvolvida, capacidade de atenção, discriminação visual e auditiva noção de lateralidade e assim por diante. De acordo com exposto acima, Piaget (1980), diz que: [...] e por esse motivo que não se deve ter pressa de alfabetizar a criança na pré-escola. A maioria das crianças ainda não atingiu a prontidão nessa fase e seria prejudicial forçá-las, pois correm o risco de aprender mal, o que muito é pior do que não aprender. (PIAGET, 1980, p. 100). Este e um problema que deve ser bem explicado aos pais para que eles entendam por que é a professora do pré não ensina as crianças a ler e escrever, mas apenas faz exercícios preparatórios para essa futura aprendizagem. Depois que a criança adquiriu a capacidade de ler, ela se sente altamente recompensada, pois é capaz de entender o que está escrito nos cartazes dos cinemas, nos letreiros luminosos e nos jornais. Assim, ela se auto-valoriza. Este é mais um passo no caminho da sua autonomia. 1.4 – Etapa Operatória Concreta (7-11/12 anos) Inicia-se por volta dos sete anos e é denominado de estágio das operações concretas, em que a criança e capaz de fazer as operações de soma, subtração e já raciocina com lógica, embora essa lógica dependa muito de situações concretas. Formula idéias e resolve problemas simples. Segundo Piaget (1980), continua progredindo na linguagem, lê e escreve cada vez melhor, fazendo construções gramaticais corretas. Aqui e bom lembra que o maior ou menor vocabulário da criança faz parte do seu “currículo oculto”, isto é esta condicionado à riqueza ou pobreza de linguagem falada em seu lar. 17 1.5 – Áreas do Conhecimento De acordo com os PCN`s (2001), as diferentes áreas , os conteúdos selecionados em cada uma delas e o tratamento transversal de questões sócias constituem uma representação dos campos de conhecimento de nosso tempo cuja a aquisição contribui para o desenvolvimento das capacidades expressas nos objetivos gerais. O tratamento da área de seus conteúdos integra uma serie de conhecimentos de diferentes disciplinas, que contribuem para a construção de instrumentos de compreensão e intervenção na realidade em que vivem os alunos. Segundo os PCN’s (2001), relata que: [...] “A concepção da área evidencia a natureza dos conteúdos tratados, definindo claramente o corpo de conhecimentos e objeto de aprendizagem, favorecendo os alunos a construção de representações sobre o que estudam.” (PCN’s, 2001, p. 62). Analisando, assim essa caracterização da área é importante também para que os professores possam se situar dentro de um conjunto definido e conceitualizado de conhecimentos que pretendam que seus alunos aprendam, condição necessária para proceder a encaminhamentos que auxiliem as aprendizagens com sucesso. (VYGOTSKY, 1984). 1.6 – Leitura e Linguagem escrita A leitura e a escrita se dividem em dois estágios, o primeiro seria o que já se chamou de “primeiras letras”, hoje alfabetização e o segundo, o estudo da língua propriamente dita. Durante o primeiro estágio, previsto para durar em geral um ano, o professor deveria ensinar o sistema alfabético de escrita, o que garantia ao aluno a possibilidade de ler e escrever por si mesmo, e o segundo estágio se desenvolveria em duas linhas básicas: os exercícios de redação e os treinos ortográficos e gramaticais. 18 A compreensão atual da relação entre a aquisição das capacidades de redigir e grafar rompe com a crença arraigada de que o domínio do bê-a-bá seja pré-requisito para o inicio do ensino de língua e nos mostra que esses dois processos de aprendizagem podem e devem ocorrer de forma simultânea um diz respeito à aprendizagem de um conhecimento de natureza notacional: a escrita alfabética; o outro se refere à aprendizagem da linguagem que se usa para escrever. A conquista da escrita alfabética não garante ao aluno a possibilidade de compreender e produzir textos em linguagem escritas. Essa aprendizagem exige um trabalho pedagógico sistemático. Quando são lidas histórias ou noticias para crianças que ainda não sabem ler e escrever convencionalmente, ensina-se a elas como são organizados, na escrita e na linguagem, estes dois gêneros: desde o vocabulário adequado, a cada um, até os recursos coesivos, que lhe são característicos. (PCN’s, 2001, p. 32-33). Segundo os PCN’s (2001), para melhor desenvolver a leitura e a linguagem escrita, utilizam-se gêneros discursivos como: • Contos (de fadas, de assombração, etc.) mitos e lendas. • Poemas, canções, quadrinhos, par lendas, adivinhas, travalínguas, piadas; • Saudações, instruções, relatos; • Entrevista, notícias, anúncios (via rádio e televisão); • Seminários, palestras; • Receitas, instruções de uso, listas; • Textos impressos em embalagens, rótulos, calendários; Cartas, bilhetes, postais, cartões, (de aniversário, de natal, etc.); • Quadrinhos, textos de jornais, revistas e suplementos infantis: títulos, lides, notícias, classificados, etc. • Anúncios, slogans, cartazes, folhetos. 19 1.7– Ciências A proposta de conteúdos de ciência abrange a vivencia do cotidiano da criança, medidas de higiene incorporadas aos hábitos de vida, alimentação e preservação do meio ambiente (animais e plantas). Diante do exposto, acima os PCN’s (2001), nos diz que: [...] O objetivo fundamental do ensino de ciências passou a ser o de dar condições para o aluno identificar problemas a partir de observações sobre um fato, levantar hipóteses, testá-las, refutá-las e abandoná-las quando fosse o caso, trabalhando de forma a tirar conclusões sozinhos. (PCN’s, 2001, p. 20). A compreensão integrada dos fenômenos naturais, uma perspectiva interdisciplinar, depende do estabelecimento de vínculos conceituais entre as diferentes ciências. Os conceitos de energia, matéria, espaço, tempo, transformação, sistema, equilíbrio, variação, ciclo, fluxo, relação, interação e vida estão presentes em diferentes campos e ciências, com significados particulares ou comuns, mas sempre contribuindo para conceituações gerais. Segundo os PCN’s (2001), para que a criança se aproprie destes conhecimentos, é necessário que observe, pense, analise, experimente e compare os objetos para chegar a novas conclusões. As crianças deverão ser envolvidas em reflexões detalhadas sobre os fenômenos da natureza, as mudanças e transformações de coisas e objetos ocorridos no ambiente. 1.8 – Educação Artística A educação artística deverá ser considerada como ponto relevante, principalmente nas primeiras séries, levando em conta que “artes” são expressões fiéis do pensamento, lazer e despertar da consciência crítica da criança. Deve estar presente em todas as áreas do currículo, nas suas diversas formas de expressão verbais, plásticas, ciências e musicais, partir da criação espontânea da criança, das experiências artísticas culturais da comunidade e utilizar recursos naturais e reaproveitáveis existentes. 20 De acordo com os PCN’s (2001), o fenômeno artístico esta presente em diferentes manifestações que compõem os acervos da cultura popular, erudita, modernos meios de comunicação e novas tecnologias. 1.9 – Educação Física Segundo os PCN’s (2001), a Educação Física, é considerada indispensável, porque preocupa-se com a criança em seu desenvolvimento global. Apóia-se nos princípios da educação ”psicomotora”, criando situações para que envolvam todo o seu “esquema corporal”, através de atividades lúdicas, de maneiras espontânea, dentro de seu próprio estilo e de seu poder criador, dando-a a oportunidade de expandir e equilibrar a sua afetividade e consequentemente desenvolver sua potencialidade. Analisando assim, a Educação Física hoje contempla múltiplos conhecimentos produzidos e usufruídos pela a sociedade a respeito do corpo e do movimento. Entre eles, se consideram fundamentais as atividades culturais de movimento com finalidades de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções com possibilidades de promoção, recuperação e manutenção da saúde. 1.10 – História e Geografia Os conteúdos de História e Geografia propõem o desenvolvimento das “relações sociais” da criança, do raciocínio histórico na formação da comunidade e sua situação espaço-temporal. Corroborando isto, descrevem-se os PCN’s (2001), do organizar-se um currículo para História e Geografia, certos aspectos deverão ser considerados: discutir com a criança suas idéias partir daquilo que está acontecendo no momento, na sua comunidade, manchetes de jornais, grandes notícias de televisão e informações de folhetos e revistas. Analisando assim, saber fatos não é suficiente para compreender a sociedade, é preciso compreender as relações dos acontecimentos entre si, e 21 uma construção gradual onde o aluno terá que se sentir como elemento participante e formador dessa sociedade e dessa história. 22 CAPÍTULO II LEITURA E A ESCRITA DO PONTO DE VISTA CONSTRUTIVISTA Este capítulo trata-se de compreender o processo que as crianças estão vivendo. O importante e entender o desenvolvimento da escrita como um processo evolutivo. Os estudos da psicogêneses,no que se refere ao conceito da língua escrita,oferecem informações importantes para o professor desenvolver suas atividades de modo mas coerente. Segundo Ferreiro (2004), muito antes das crianças chegarem a escola, ou serem capazes de ler, no sentido convencional da escrita, elas passam por um período, onde elas tenham interpretar diversos textos que se encontram ao seu redor como jornais, revistas, embalagens comerciais entre outros,sendo assim o professor necessita propiciar aos seus alunos avanços intelectuais adaptando-se sua proposta de ensino ao conhecimento já adquirido pelos educandos.O professor deve sempre interpretar a produção gráfica da criança de forma positiva, quando o educador institui-se do respeito as produções de seus educandos, aprende também respeitar as crianças. Dignificar os esforços elaborados por elas é auxiliá-las na aquisição do sistema alfabético da escrita, é preciso alterar a didática da escrita para que esta se adapte ao nível conceitual dos alunos. De acordo com o exposto acima Manacorda (2002), nos diz que: [...] “A língua escrita, de modo similar a língua oral, é uma invenção social.” (MANACORDA,2002,p.327). Os grupos de crianças são sempre heterogêneos quanto ao ensinoaprendizagem. Portanto, cada criança se mostra como um ser único, com capacidade, limitações,motivações, habilidades, atitudes e interesses específicos. A educadora argentina Ferreiro (1986), em sua pesquisa sobre o processo de construção da leitura e escrita constatou um clamoroso engano na abordagem pedagógica ligado a alfabetização.Essa abordagem vem sendo feita dentro de um enfoque que considera a leitura e a escrita como um código 23 de transcrição gráfica,ou seja,o aluno deve aprender a fazer conversação das unidades sonoras (fonemas) em unidades gráficas(grafemas), transformando a aprendizagem na aquisição de técnicas. Tal enfoque privilegia o ponto de vista do adulto, com base na sua intuição, e não o da criança que aprende, de acordo com a gênese da evolução. (SOLIGO,1999, p. 56). Buscando assim, analisar as pesquisas realizadas no sentido vertical e horizontal, revela os caminhos que a criança percorre para apropriar-se dos objetos do conhecimento: a leitura e a escrita. Aprender a ler e escrever e como aprender um jogo. É preciso as combinações as regras, ter vontade e treinar bastante. Aprendendo um jogo, é possível conhecer histórias, poesias, cartas, bilhetes, tomar o ônibus certo, chegar a um lugar que estamos precisando, saber para que serve um remédio. Neste sentido Freire (1987), relata que: [...] “Sabendo ler e escrever o homem pode exercer de forma plena seus papéis sociais e políticos.” (FREIRE, 1987, p.20). A leitura e a escrita constitui um sistema de representação da linguagem, convertendo-se sua aquisição numa aprendizagem conceitual. Esse fato muda, radicalmente, a abordagem escolar, impondo a necessidade de maior por parte do professor, a respeito da criança. Segundo Freire (1987), a criança deve ser considerada como um ser ativo e capaz, que possui idéias originais sobre o assunto, que segue um caminho próprio na sua evolução e que não se apropria desses objetos culturais sem que tenha passado pela difícil tarefa de reinventar o sistema de representação da língua escrita.Isso envolve a compreensão da natureza desse sistema,e a natureza das leis que o regulam. Diante do exposto, nos reportamos a Foucambert (1997), para nos explicar a leitura e a escrita do ponto de vista construtivista, onde o mesmo nos relata que: [...] Ler e escrever é fazer uma ampliação dos conhecimentos da criança, é trazer para dentro da sala de aula a vivencia do educando e sua prática, levando-o a descobrir e dominar a leitura e escrita, não apenas pelo seu valor, mas como fator de crescimento pessoal. (FOUCAMBERT, 1997, p. 81). 24 Para permitir que a evolução se processe de forma coerente com o ponto de vista construtivista, ou seja,o sujeito que aprende,o professor deve propiciar o convívio da criança com farto material que envolva a leitura e a escrita,além de permitir que a criança produza escritas espontâneas,do jeito que ela pensa que deve ser escrito,com ausência de censura quanto ao “certo” ou “errado” ao invés de se ater apenas as cópias daquilo que o professor escreve. Não se deve esquecer que a cópia é apenas um dos recursos existente e deve ser reduzido, uma vez que não é o mais importante. Dessa forma, o professor estará permitindo que a criança escreva de acordo com suas hipóteses. (FERREIRO, 2001). Se a criança apenas cópia, ela passa a pensar que só o professor sabe, podendo ocorrer bloqueio; ela se negará escrever de sua maneira, achando que não sabe. Segundo Magnani (1994), quando cópia a criança não pensa, centra sua atenção somente no traço gráfico, deixando de jogar com suas hipóteses. Entretanto, quando escreve livremente, a seu modo, descobre as contradições (sua maneira de grafar x sistema já elaborado), achando um forte motivo para buscar novos esquemas interpretativos. Esses conflitos propiciam a evolução no processo de construção do sistema. Analisando assim, a busca de regularidade, a descoberta das leis que regulam o sistema vão, aos poucos, conduzindo a criança á tarefa de reinvenção da escrita, seguindo, mais ou menos, os mesmos passos pelos quais a humanidade passou quando construiu o sistema da escrita alfabética. A pesquisa de Ferreiro (2001), permitiu-lhe identificar quatro, níveis de evolução da escrita, cada um por sua vez, comportando sub-níveis, até o momento em que se pode considerar que a criança vence as barreiras (ler) e produzir (escrever) símbolos gráficos. Essa evolução pode se processar na escola ou fora dela, dependendo do ambiente onde a criança vive. Dai a fato que ocorre com muita freqüência a criança aprende a ler sozinha ou pelo contrário, não aprende a ler,apesar do grande esforço da escola.Salienta sobre estes aspectos ainda 25 Becker (1992), que relata: [...] “A aprendizagem é concebida como uma construção que depende dos aspectos energéticos e estruturais e que implica em uma tematização.” (BECKER, 1992, p. 49). O sucesso ou o fracasso da alfabetização depende do nível de evolução conceitual da criança, quando chega á escola. Caso se apresente bem evoluída no seu processo de construção, tudo irá bem, se não teve contato com livros, revistas, jornais,não ouviu e “leu” histórias, não lhe foi propiciada oportunidade de “escrever” a seu modo,de acordo com suas hipóteses, essa criança chega sem condições de compreender e acompanhar o trabalho de alfabetização que a escola lhe oferece. (AZENHA, 1997). Assim, a maioria das escolas aplica provas de seleção ou diagnóstico, procurando aferir aspectos superficiais do processo, quais sejam ligados apenas ao aspecto figurativo (traçado da letra, ligação e escapamento, discriminações visuais e auditivas, cópias...). Segundo Becker (1992), poucas escolas procuram averiguar o nível de evolução no aspecto conceitual, para que possam partir de onde a criança se encontra.Em geral,ignora-se o que essa criança já sabe,partindo do pressuposto de que todas estão no mesmo nível e que são capazes de se submeterem a um processo que é coerente apenas com a intuição e visão do adulto,não se levando em conta a natureza do objeto a ser conhecido e a gênese da evolução,ou seja,os caminhos que a criança percorre para estabelecer relações e compreender o processo de construção do sistema. Para que o professor possa identificar o nível em que a criança se encontra, apresenta-se, a seguir, as fases de evolução,conforme foi detectado por Ferreiro (2003). 2.1 - Nível Pré-silábico Segundo Ferreiro (2003),o nível pré-silábico é o primeiro na alfabetização.Existem dois níveis pré-silábicos;isso acontece porque o desenvolvimento do processo de alfabetização possui patamares bem nítidos. 26 O nível pré-silábico 1, a criança não estabelece uma relação necessária entre a linguagem falada e as diferentes formas de representação, acreditando que se escreve com desenhos. A criança desse nível produz rabiscos típicos da escrita que tem como forma básica (modelo). Se a forma básica for letra de imprensa, fará rabiscos separados, com linhas retas e curvas; se for a letra cursiva, o modelo que ela tem contato, fará grafismos ligados ou rabiscos ondulados. (Ferreiro, 2003). Analisando essa fase, a criança usa os mesmos sinais gráficos (letras convencionais ou outros símbolos quaisquer) para escrever tudo o que deseja. Exemplo: CC(@//+=papai OOOAA=mamãe OPP--//[[=seu nome ----11BB=nome do irmão Outras características observadas é que a criança acha que os nomes das pessoas e das coisas têm relação com seu tamanho ou idade. As pessoas, animais ou objetos grandes devem ter nomes grandes. Por conseguinte, as coisas pequenas terão nomes pequenos. Se se pedir a criança para escrever a palavra boi, ela fará um rabisco ondulado grande ou então colocará algumas letras, mais do que utilizaria para escrever formiguinha. Para ela, boi será uma palavra grande e formiguinha uma palavra pequena, atentando se para o tamanho dos animais. Isso se deve ao realismo nominal lógico, numa fase em que a criança não separa os “nomes “das “coisas” que representam. Assim,o nome do pai, mesmo que se chame Rui, será escrito com muitas letras, e, o nome da criança, mesmo que seja Fernando, será escrito com poucas letras. Para Ferreiro (2003), o nível pré-silábico II, a criança utiliza sinais gráficos, abordando nos traçados os aspectos figurativos daquilo que se quer escrever. É considerável um nível intermediário que representa a maneira de passar de um nível para outro de maior complexidade. É o momento de tomada de consciência de incoerências entre suas hipóteses e dados da realidade. 27 Nessa sub-fase, a criança. A vista de materiais gráficos, já descobriu que coisas diferentes têm nomes diferentes. Assim,ela imprime diferenças nas grafias das palavras,ás vezes,apenas mudando a ordem das letras,quando possui poucos recursos gráficos. (Diferenciação qualitativa inter-relacional). Exemplo: AVOL-mamão VALO-abacaxi LAV-morango (menos letras porque o morango é menor que as outras frutas). Observando, também, que a forma do grafismo é mais definida que na fase anterior,havendo bastante semelhança com letras convencionais ou mesmo uso dessas letras. A criança descobre que desenhar não é escrever,quando as crianças fazem sinais gráficos com desenho junto a elas,demonstram que já superou o conflito. Saiu do impasse, sabe que desenho não e escrita. (Ferreiro, 2003). 2.2 - Proposta Didática para o Nível Pré-silábico A didática deste nível caracteriza-se pela criação de um ambiente rico de materiais gráficos, não há seleção e ordenação de letras ou palavras para criança vivenciar. Sobre este fato, nos reportamos a Ferreiro (2003), que traz um relato: [...] “O aluno toma contato com todas as letras,com todos os tipos de texto e com qualquer palavra desde que significativas para elas.” (FERREIRO, 2003, p.33). Salienta-se, que as experiências, a criança tem possibilidade de resolver um bom número de problemas sobre o que significa ler e escrever. 2.3 - Nível Silábico O nível silábico é o resultado de um dos esquemas mais importantes e complexos que se constrói durante o desenvolvimento da leitura e escrita. A 28 criança quando sai do nível pré silábico e entra no nível silábico, ela deixa de se apoiar-se em idéias de vinculação de aspecto figurativos referente a palavra como um todo para considerá-la formada por segmentos, encontra um suporte que garante a estabilidade da escrita e das palavras. (Ferreiro, 2003). Portanto, o que leva a criança à estabilidade da escrita é o seu enfrentamento com um conjunto de problemas referentes a escritas possíveis de ser trabalhadas que estejam a altura de sua capacidade de compreendê-las e sócio-afetivamente ricas de sentidos para elas. (Ferreiro 2003). Na escrita do próprio nome, superar a idéia de que aquela letra inicial é só sua e descobrir que aquela letra e compartilhada com outras pessoas. No nível silábico a criança encontra uma nova formula para entrar no mundo da escrita,descobrindo que pode escrever uma letra para cada sílaba e uma letra por palavra na frase. Corroborando isto descreve Ferreiro (2001), [...] “As análises sonoras, tanto sobre as iniciais dos nomes sobre o desenvolvimento oral das palavras em sílabas, constituirão a porta de entrada para vinculação pronúnciaescrita.” (FERREIRO, 2001, p. 29). O nível silábico pode aparecer com grafias ainda distantes das formas das letras, tanto com grafias bem diferenciadas. A média que vai escrevendo, a criança descobre que sua hipótese não é completa, pois não permite a decodificação,é impossível ler o que a criança escreve neste nível,nem mesmo a própria consegue efetuar a leitura.Ela vai descobrindo que faltam elementos para que seja possível a execução da leitura. Analisando, o nível silábico pode aparecer sem que haja grafias suficientes diferenciadas e absolutamente surpreendente. Porém há pelo menos um caso nítido: Exemplo: Erick (5ª CB) usa somente formas circulares, fechadas ou semi-fechadas, as quais,ocasionalmente,acrescenta uma linha vertical (dando como resultado algo próximo a p).Com essas formas,e trabalhando com caracteres separados entre si.Erick propõe dois caracteres para “sapo”(lido silabicamente como sa/pó enquanto vai mostrando,fazendo correspondência 29 clara;para cada grafia uma sílaba,como a escrita sapo assim: AO-sapo; URSOPA. Segundo Ferreiro (2003), não é preciso que o professor aponte ou marque com qualquer sinal as letras que estão faltando.Isso não pode ser associado com a noção de erro,pois o aluno não deve se sentir bloqueado pela censura,que a conotação de errado pode produzir. Quando a criança começa a trabalhar com o nível silábico, duas das características importantes da escrita anterior podem desaparecer momentaneamente, as exigências de variedade e de quantidade mínima de caracteres. Assim, é possível ver aparecer novamente caracteres idênticos, quando a criança, demasiado ocupada em efetuar um recorte silábico da palavra, não consegue atender simultaneamente a ambas as exigências. Porém, uma vez já bem instalada o nível silábico,a exigência de variedade reaparece. De acordo com o exposto acima, Ferreiro (2003), relata: [...] “É importante abrir espaço para o aluno silábico, para que possa escrever silabicamente, no sentido de cada letra representar uma sílaba ou palavra.” (FERREIRO, 2003, p.18). 2.4 - Proposta Didática para o Nível Silábico “Pular, pintar, cantar, correr, em fim, viver a própria infância, nas classes de alfabetização do Ensino Fundamental, a descoberta do mundo, o aprendizado e a alegria é uma coisa só.” (FREIRE,1987, p. 6) Todas as atividades devem levar em conta o interesse e a vontade das crianças, muito mais que o desejo de ensinar. Nesta proposta didática para o nível silábico, o alfabetizador encontrará subsídios teóricos e práticos que dão suporte ao seu fazer pedagógico, forma eficiente, lúdica e prazerosa. (FERREIRO, 2003). É uma proposta didática que não se propõe apenas a oferecer um ambiente rico em ações de materiais de leitura e escrita, mas também fazer 30 uma programação de intervenção na zona proximal dos alunos silábicos (VYGOTSKY, 1998, p.15). Cabe considerar que através de um trabalho simultâneo com letras, palavras e textos com múltiplas inter-relações entre essas atividades, o professor atuará como mediador e interventor do processo ensino aprendizagem do aluno, proporcionando-lhes a reformulação de hipótese e a passagem para o nível superior. Já é sabido que criar e propor atividades didáticas que incentivem a atenção da criança, para as características sonoras das palavras e sua relação com a escrita através de jogos e atividades que envolvam rimas e semelhanças de sons em diferentes partes da palavra. 2.5 - Nível Silábico Alfabético Segundo Ferreiro (2003), a passagem da hipótese silábica para alfabética constitui-se num momento fundamental da evolução psicogenética da leitura e da escrita, a criança abandona a hipótese e descobre a necessidade de fazer uma análise, que vá mais além da sílaba, pelo conflito entre as hipóteses originais das crianças, oposições de idéias entre formas gráficas que o meio lhe propõe e a leitura dessas formas em termos de hipótese silábica. A criança silábica, á medida que vai verificando a insuficiência de sua hipótese de associar uma letra para cada silaba oral, amplia seu campo de fonetização. Nessa linha de pensamento, em vez de fonetizar cada palavra o educando se preocupa com as sílabas orais como unidades lingüísticas, ele inicia a fonetização de cada sílaba percebendo que normalmente é constituída por mais de uma letra. A criança descobre assim o princípio alfabético, para chegar a este nível, o aluno percorre um caminho longo e amplo que se denomina psicogênese, em que interferem simultaneamente o corpo, a afetividade, e a inteligência,assim como o contexto social e cultural que o aluno esta inserido. (FREIRE, 1987). 31 Corroborando isto, descreve Ferreiro (2003), [...] Quando a criança se encontra com a impossibilidade de ler, ela acaba sentindo a necessidade da leitura, pois sabe que as grafias dos alfabetizados são corretas, e que essas pessoas possuem a autoridade de ler. (FERREIRO, 2003, p. 42). O confronto com a grafia correta de palavras leva o aluno abandonar as escritas silábicas, produzindo no mesmo uma reflexão que irá ajudar na passagem para o nível silábico-alfabético, devido a criança perceber a necessidade de se colocar mais letras do que antes colocava no nível silábico. Analisando, assim, o conflito entre o nível silábico e as formas fixas recebida do meio ambiente se evidencia com maior clareza no caso do nome próprio. Exemplo: M SAPOPAL A NAPAT R E R N I A N O É importante acrescentar que a criança passa colocar mais letra em sua escrita, abandonando a hipótese silábica ou passa escrever aleatoriamente com mais letras conservando em termo a hipótese do nível silábico. Esse tipo de postura confunde muito o educador,que necessita está atento para entender e analisar esse tipo de situação. (FERREIRO, 2001). A incorporação do número de letras é que caracteriza o nível silábico-alfabético, apesar de resolver apenas uma parte do problema. 2.6 - Proposta Didática para o Nível Silábico Alfabético Após a descentralização da hipótese silábica, vinculada a diferenciação quantitativa inter relacional,sistemática na qual a criança ora 32 constrói escritas silábicas alfabéticas,a reconstrução do objeto de conhecimento seja,alcançado,permitindo dessa maneira a compreensão do sistema alfabético da escrita. Segundo Ferreiro (2003), o trabalho didático desenvolvido para esse nível deverá buscar o entendimento das crianças de que as sílabas são parte das palavras, ordenadas e impostas de vogais e consoantes. Portanto o trabalho do professor deve ser pautado no destaque silábico das palavras visando a percepção da criança do pedaço de sua fala em suas escritas e como são representadas. Seguindo ainda o pensamento de Ferreiro (2003), é necessário que a criança assimile e compreenda a correlação entre a escrita e a fala. Formulando hipótese de um casamento monogâmico entre o som e a letra, transformando o processo de alfabetização, em um grande passo do alfabetizando na conceituação preliminar da escrita,fazendo da grafia uma questão de linguagem. Neste nível torna-se como ponto de partida o aspecto em que a escrita funciona, como um sistema de representação da linguagem oral da criança. Sendo um momento transitório da oralidade e da escrita, e nesse âmbito que os escritos ganham significação por menores que sejam. Essa proposta pedagógica construtivista tem como objetivo levar o aluno aprender a ler e escrever inteligentemente, descobrindo passo a passo, a complexidade da escrita. Levando ao professor a uma insistência na tolerância frente ao comportamento do aluno. A metodologia para esse nível se caracteriza por um trabalho intenso da construção da sílaba. 2.7 - Nível Alfabético O nível alfabético não satisfaz completamente a criança, ela continua em busca de uma solução mais plausível, que só será alcançada por intermédio da fonetização da sílaba, ou seja, a constituição alfabética das sílabas. (FEREIRO, 2003). 33 Essa fonetização não vem de forma instantânea e definitiva, o aluno vai escrevendo alfabeticamente algumas sílabas, enquanto escrevem outras na hipótese silábica. São escritas silábico-alfabéticas, porém já fazem parte do nível alfabético, mesmo se tratando do uso de dois tipos de concepções. Neste sentido Ferreiro (2003), relata que: [...] “a criança ainda não consegue, nesse nível a solução de todos os problemas no que se refere a leitura e a escrita.” (FERREIRO, 2003, p.10). Analisando, assim,a primeira dificuldade que a criança enfrenta, refere-se aos tipos de sílabas, elas de forma geral, acreditam que todas as sílabas possuem duas letras e dificilmente concluem que exista sílaba de duas ou mais letras. Devido à freqüência de sílabas, em geral quando se deparam com palavras ou sílabas que se iniciam com vogais, elas fazem inversão na escrita e na leitura. 2.8 - Proposta Didática para o Nível Alfabético A escrita alfabética constitui o final da base alfabética, ao chegar a este nível, a criança já compreende que cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores sonoros menores que a sílaba; e faz uma análise sonora do que vai escrever. Isso não quer dizer,que todas as dificuldades tenham sido superadas, a partir desse momento,a criança defronta com os obstáculos próprios da ortografia,mas não terá problemas na escrita no sentido escrito. De acordo com o exposto acima, Ferreiro (2001),nos diz que, [...] O professor pode auxiliar no desenvolvimento da criança no seu fazer pedagógico, permitindo durante um determinado período mesmo se encontrando no nível alfabético,uma escrita não convencional,com objetivo de dar tempo á criança para que adquira segurança com relação ao sistema alfabético e na esperança de que o contato freqüente com a língua escrita a leve a descobrir e estabilizar as formas convencionais. (FERREIRO, 2001, p.17). Alfabeticamente se devem respeitar as formas que apresentam desvios ortográficos, sem, porém deixar de manter uma intervenção, para que as crianças reconheçam o quanto antes à necessidade de uma ortografia convencional. Aprender a utilizar a escrita para informar, cantar, argumentar a 34 necessidade da utilização das duas linguagens oral e a escrita, utilizando para diferentes recursos. 35 CAPÍTULO III O CONSTRUTIVISMO Este capítulo tem como objetivo abordar o construtivismo apresentado as propostas de ensino, tendo como objeto de estudo o desenvolvimento do ensino-aprendizagem nas séries iniciais. O construtivismo é uma teoria da aprendizagem desenvolvida pelo epistemológico suíço Jean Piaget (1896-1980), que foi adaptada para a alfabetização pela psicopedagoga argentina Emília Ferreiro, mostrando que o conhecimento é construído a partir da interação do indivíduo com o meio, por meio de hipótese que vão sendo testadas. Quando reflete-se sobre a alfabetização remete-se imediatamente a dificuldade que nossas escolas vêm enfrentando, no sentido de conduzir o processo pedagógico,gerando o fracasso escolar principalmente nas primeiras séries. Embora o fracasso da escola brasileira em alfabetizar seja reconhecido e denunciado já há várias décadas (pelo censo educacional e pelas produções acadêmicas sobre a evasão e repetência), só nos últimos dez ou quinze anos transformou-se em preocupação prioritária na área educacional do país. Diante do exposto acima Alonso (1994), nos diz que: [...] Durante a década de 80, no Brasil,se conferiu às atividades docentes uma dimensão eminentemente prática instrumental com o propósito de aumentar a produtividade dos sistemas econômicos.Neste momento,se priorizou na formação de professores um ensino de caráter eminentemente técnico.Sua formação foi reduzida ao “treinamento”em habilidades e instrumentalização técnica dando ênfase aos meios e distanciando o professor da própria natureza e fins educacionais.Isto permitiu a sedimentação de uma visão fragmentada e não científica do saber,impedindo-se, desta forma, a visão global do processo educativo. (ALONSO, 1994, p. 32). Analisando assim, esta preocupação faz-se perceber através do grande número de eventos, tais como: seminários, encontros sobre 36 alfabetização, treinamento de professores alfabetizadores nos níveis estaduais e municipais,assim como numerosas pesquisas sobre o tema alfabetização. As pesquisas têm demonstrado que as causas do fracasso não podem ser atribuídas apenas aos aspectos pedagógicos da alfabetização, elas são, também,de natureza social,econômica e política.Neste sentido Soares (1989),nos relata que: [...] O fracasso escolar, particularmente na alfabetização, tornou-se tão evidente e ameaçador para as legítimas aspirações de uma democratização do saber e da cultura, que não há como não reconhecer, hoje, na alfabetização o problema básico do sistema educacional brasileiro. (SOARES, 1989, p. 1). Seguindo ainda o pensamento de Soares (1989), as propostas alternativas vêm sendo experimentadas pelas escolas públicas, visando propiciar um período mais longo de contato, do aluno e com a leitura,e com a escrita. É também, objetivo destas propostas a adequação dos programas de ensino, propiciando uma melhor elaboração dos conhecimentos específicos da alfabetização e, conseqüentemente, facilitando o percurso do aluno. Paralelamente, percebe-se uma certa dificuldade, o que é natural,de o corpo docente das escolas assimilar essas mudanças.Quer seja pela insegurança em abandonar a prática já existente ou pela pouca fundamentação teórica que subsidia sua ação pedagógica. As recentes pesquisas em diferentes áreas do conhecimento, tais como;psicologia,sociologia,antropologia e outras as quais os educadores não podem ficar alheios-precisam chegar à escola. Embora as pesquisas não tenham ampla divulgação, palestras, artigos e comentários têm chegado aos professores despertando o seu interesse e a busca de informações mais consistentes. Segundo Aranha (1993), a pedagogia teve como preocupação a elaboração de métodos que possibilitassem o aprendizado da alfabetização centrando-se fundamentalmente, em “como ensinar”. Reportando-nos a Ferreiro (2001), entendemos que: [...] “O fácil e o difícil eram definidos pelo adulto.” (FERREIRO, 2001, p. 15). 37 A mesma autora ainda nos diz que as pesquisas atuais mudam o eixo da discussão do como ensinar, para o como a criança aprende, baseadas nas teorias do conhecimento da psicologia genética de Piaget nas contribuições da lingüística, da psicolingüística, e da sociolingüística. Básico, neste novo enfoque, é a concepção de que o conhecimento é construído pela criança através da elaboração de hipóteses e conceitos. (PIAGET, 19980). Na relação com o mundo e com os outros indivíduos. (VYGOTSKY, 1998). Ao observarmos a tabela 01 percebemos que segundo dados estudados e analisados por Piaget (1980) e Skinner (1977), estima-se que o ensino-aprendizagem passa por enfoque pedagógico na Tendência Tradicional e na Tendência Atual: Tabela 01 TENDÊNCIA TRADICIONAL TENDÊNCIA ATUAL (COMO A (COMO ENSINAR) CRIANÇA APRENDE) 01. desenvolvimento de habilidade 01. as habilidades desenvolvem-se psicomotoras; durante o processo de alfabetização, a partir do convívio com a leitura e escrita; 02. os métodos são essenciais para o 02. os métodos não são os mais êxito da alfabetização; importantes; a aquisição se dá apesar dos métodos, através da construção de hipóteses e conceitos específicos da linguagem escrita. 03. a alfabetização restringe-se ao uso 03. a alfabetização amplia o contado de único livro: a cartilha direto com outros tipos de material escrito. 04. a leitura e a escrita possuem somente 04. além da função cognitiva, existe a uma função cognitiva; preocupação com a função da escrita. (uso social); 05. o professor é o centro do processo : 05. o professor e o mediador entre o ele sabe, ele ensina; conhecimento e a criança – ele respeita a elaboração das hipóteses feitas pela criança; 06. O aluno nada sabe, é sujeito passivo 06. O aluno traz conhecimento do sistema do conhecimento a ser adquirido; de escrita do seu meio social para a escola sendo sujeito; 07. Preocupação em graduar a 07. O “fácil” e o “difícil” não podem ser alfabetização, partindo do mais “fácil” definidos pelo adulto; a graduação ou não (famílias silábicas) para o mais difícil das dificuldades é estabelecidas pela (dificuldades silábicas); criança; 38 08. produção da leitura e escrita, a partir do que foi ensinando, bem como daquilo que já existe; 09. A criança inicia a alfabetização somente na escola: a escrita é vista como objeto escolar ; 10. Considera e exige que a alfabetização se dê a partir da linguagem padrão, mesmo que essa não tenha significado para a criança; 11. A disciplina em sala é rígida, predominando o silêncio em detrimento da expressão pela linguagem oral; 12. Preocupa-se com a codificação e decodificação da “palavra”, dando a ela um sentido único – processo restrito de alfabetização; 13. O processo de alfabetização, acontece por unidades lingüísticas não significativas (letra,fonema, silaba); 14. A avaliação é feita através de provas, em que se dá ênfase à forma (ortográficas e gramatical); 08. Construção da leitura e escrita a partir do que a criança conhece e deseja expressar; 09. O processo de alfabetização, inicia-se na interação da criança com o contexto social, onde a escrita acontece: a escrita é vista como objeto social. 10. Inicialmente, a escola não exige que a criança domine a linguagem padrão, ou seja, a escola considera e respeita a linguagem que a criança traz do seu meio social, permitindo que a mesma fale e escreva do “seu jeito”; 11. Permite a interação verbal em sala, através de diálogos, trabalhados em grupo, troca de experiência entre alunos durante as atividades; 12. Além da codificação e decodificação da “palavra”, preocupa-se mais com a compreensão e com o sentido do texto; 13. Utiliza no processo de alfabetização unidades lingüísticas significativas (palavras, frases e textos); 14. A avaliação é feita através da observação de atividades, dando-se ênfase a comunicação, priorizando o processo evolutivo do conhecimento como um todo; 15. A aquisição da leitura e escrita é 15. A aquisição da leitura e escrita é entendida como um processo de entendida como um processo de construção de conhecimentos; construção de conhecimentos. Seguindo ainda o pensamento de Piaget (1980) e Skinner (1977), o paralelo acima,coloca em pauta a análise das respectivas fundamentações e das implicações psicopedagógicas a elas correspondentes,com o objetivo de levar a repensar a aprendizagem da leitura e da escrita. Diante do exposto, percebemos que a primeira tendência encontrou respaldo nas teorias comportamentalistas, sobre a aquisição do conhecimento, que concebem a linguagem e a sua aquisição como uma outra forma de comportamento operante humano,possível de ser reduzido as leis do condicionamento. (SKINNER, 1977). Segundo Skinner (1977), a influência da psicologia comportamentalista, passa a ver a linguagem unicamente como sistemas 39 construídos por unidades menores (fonemas e morfemas) regidos por certos padrões sintáticos, sem referência a maneira como esses constituintes, interligados, são usados em situações concretas de comunicação. Analisando assim, esses aspectos formais (fonéticos/fonológicos e morfológicos) antecedem a comunicação e têm prioridade sobre aspectos funcionais (semânticos e pragmáticos). Neste enfoque, a linguagem escrita é vista como um sistema secundário de transcrição gráfica da fala e não como uma das duas modalidades da linguagem: a modalidade oral e a escrita. E a alfabetização é entendida como aquisição de habilidades na técnica de codificação e decodificação. A segunda tendência, ainda dentro de uma abordagem psicológica, apóia-se teoricamente nos princípios do construtivismo de Piaget (1980) e nas teorias linguísticas de Chomsky (1980). Embora o próprio Piaget (1980) ,não tenha realizado pesquisas ou reflexões sobre a aprendizagem da leitura ou da escrita,vários pesquisadores tem estudado a alfabetização à luz de sua teoria dos processos de aquisição do conhecimento. Contrapondo-se a esta teoria que vê a linguagem como um, entre outros comportamentos operantes a perspectiva construtivista piagetiana, defendida por Ferreiro (2001), vê no indivíduo um ativo construtor do conhecimento, no lugar de um passivo receptor de informações. Seguindo ainda o pensamento de Ferreiro (2001), esta perspectiva considera a escrita como um objeto de conhecimento e procura entender o processo de aquisição de leitura e da escrita, tendo no erro uma pista fundamental para a compreensão das estratégias e hipóteses utilizadas neste processo. FERRREIRO (1986), relata que o processo de alfabetização pode ser de melhor qualidade se houver a compreensão de três aspectos fundamentais, [...] 1- de que a escrita é um sistema que representa a fala oral. 2 - de que a escrita tem funções sociais. 3 - de que a criança tem papel ativo diante dos objetos do conhecimento, o que a leva, no caso da aquisição da leitura e 40 da escrita, a reconstrução (FERREIRO, 1986, p. 60). Cabe aqui ressaltar que as de pesquisas sua base alfabética. tenham oferecido contribuições positivas para o avanço na concepção de alfabetização, percebese que não houve mudança radical nas práticas de sala de aula, nelas inspiradas, se comparadas às práticas tradicionais. Diante do exposto, percebemos que em parte, as questões ligadas a formação dos professores, a questão da rotatividade dos professores (nas escolas e nas séries que lecionem) e, em parte, ao fato de que a concepção de linguagem que as propostas teóricas não se diferencia na sua essência de que orienta os métodos tradicionais. Reportando-nos a Gonçalves (1988) entendemos que: [...] “A linguagem continua sendo vista como um sistema fechado autônomo, desvinculada de seu contexto de produção.” (GONÇALVES, 1988. p. 45). A princípio nos reportamos a Ferreiro (2001), que tem se detido, sobretudo, na apropriação do objeto conceitual leitura e escrita enquanto sistema alfabético, sobre o qual a criança deve ativamente operar com seu aparato cognitivo para detectar suas regras de estruturas e funcionamento. Todavia, a ênfase nos aspectos normativos da língua fica bem explicita na descrição que a autora faz dos estágios para o desenvolvimento da leitura é da escrita. Isto inspira a produção de uma escrita silábica e ortográfica sugerindo a decomposição das palavras em partes. Corroborando isto, descreve Cardoso (1991) na verdade, esse objeto conceitual leitura e escrita é mais que um sistema de grafemas que representam fonemas. Esse objeto de conhecimento é o texto que inclui e requer compreensão e significado. Analisando assim, é sempre através do texto que o aluno vivenciará a linguagem e não por regras dadas a partir de fases isoladas retiradas seu contexto. (FERREIRO, 2003). Desta maneira, acreditamos que a linguagem manifesta-se a e exterioriza-se através do texto. Sobre este fato, nos reportamos a GONÇALVES (1988), que traz um relato: 41 [...] “Texto é, então, o instrumento através do qual o conhecimento se realiza se comunica e é apreendido. E o instrumento de conhecimento tanto do sujeito que se manifesta, quanto para aquele que recebe o manifestado. (GONÇALVES, 1988, P.40). Segundo a mesma autora, a noção de texto não se situa no mesmo plano que a das frases, distinguindo-se também da noção de parágrafounidade tipográfica de varias frases. O texto tanto pode coincidir com uma frase quanto com um livro inteiro. Buscando assim, analisar de maneira critica e científica o texto e uma unidade de sentido e lugar de interação entre dois sujeitos: o emissor e receptor. Nesse sentido ocorre um jogo de intersubjetividade, ou seja uma troca, há construção de significado, há uma interação entre escritor, leitor ou entre falante e ouvinte.(FREIRE, 1987, P.40). Nesta perspectiva, propõe-se o entendimento da alfabetização como um processo de aquisição das habilidades de leitura de escrita, mas como um processo que leva o indivíduo ao domínio e ao uso da leitura e da escrita. (produção e interpretação adequada de textos escritos) em todas as situações em que elas tenham necessidade. (SOARES, 1989). Salienta sobre este aspecto ainda Ferreiro (2001), que relata: [...] Entretanto, para que haja mudança na pratica pedagógica do professor ele precisa: refletir sobre sua concepção de homem-mundo-sociedade-educação-escola; propor-se a um aprofundamento teórico, sem o qual não se efetiva a transformação conceitual; compreender a linguagem, como elemento proporcionador da interação social; condição de trabalho e remuneração decente. (FERREIRO, 2001, p. 65-67). O processo de aprendizagem depende o aluno, mas necessita do professor como mediador e guia. Tudo deve partir da realidade do aluno. O professor precisa conversar com as crianças saber a história de cada um, de onde vem, sua família, pois esse e o ponto de partida do processo de aprendizagem de cada um. 42 CAPÍTULO IV A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO Este capítulo tem como objetivo compreender e analisar as capacidades da criança visando remover o obstáculo que a impede de aprender. A psicopedagogia é uma área do conhecimento que ocupa-se em investigar e compreender a relação da criança com o conhecimento. De forma mais especial estuda as dificuldades apresentadas nesta relação que tem sua origem em aspectos pedagógicos e/ou psicológicos.Sendo que os últimos terão envolvidos também os aspectos afetivos e/ou cognitivos. De acordo com o exposto acima, Ferreiro (2003), relata que: [...] compreendendo que pensamentos de qualidades diferentes (como de adultos e crianças), recebam tratamentos diferentes. Logo, o profissional que pretende intervir no desenvolvimento do pensamento e do raciocínio da criança necessita conhecer as características deste pensamento. (FREIRE, 2003, p.42). A intervenção é uma mediação pois o profissional,que pode ser educador ou terapeuta,interferirá no processo de desenvolvimento e/ou aprendizagem do sujeito.Esta mediação no processo é feita com o objetivo de compreendê-lo,explicitá-lo ou corrigi-lo.Trazer ao conhecimento e á realidade do sujeito elementos que o façam pensar, poderá levar á quebra de um padrão anterior de relacionamento com o mundo das pessoas e das idéias. Segundo Ferreiro (2001), a intervenção psicopedagógica oscila entre o ajudar a resolver problemas apresentados na escola, de atuar na sua prevenção. O direcionamento da intervenção vai depender dos marcos teóricos utilizados para interpretar os fatos, os problemas e a realidade envolvidos e que serão trabalhados.O contexto envolvido será compreendido e a ação do psicopedagogo será guiada em conformidade com a teoria dos autores que orientaram a sua formação profissional. (FREIRE, 1987, p. 15). 43 Analisando assim, poderá agir até mesmo na melhoria da qualidade do ensino além da prevenção de possíveis problemas ou intervir em situações disfuncionais já presentes. Cabe também na atuação do psicopedagogo investigar o ambiente familiar para conhecer as situações cotidianas vividas pela criança e compreender as dinâmicas familiares visto que a família e suas influências são fatores preponderantes no desenvolvimento cognitivo e afetivo. As relações parentais deixam suas marcas na criança e determinarão todas as suas relações futuras. (FREIRE, 1987, p.29) 4.1 - O Psicopedagogo na Escola Segundo Ferreiro (2001), o psicopedagogo para contribuir, para a melhora do resultado do processo de ensino-aprendizagem no ambiente escolar, precisa ter consciência das implicações das várias vertentes que interagem na produção do saber como afetividade, biológica, psicológica, entre outras e levando tais informações aos professores, também promover debates entre eles sobre estas questões e outras que influenciam a aprendizagem como a afetividade e a figura do professor neste contexto emocional. O psicopedagogo deve buscar estratégias que venham auxiliar o professor a compreender esta concepção do aprender, e que em sua atuação, não encontrará na escola ou na orientação condições ideais de trabalho ou todas as respostas que deseja, mas terá indicações de caminhos a serem percorridos,sugestões e alternativas para estas indagações. Diante do exposto acima, Aranha (1993),diz que: [...] Levar professor e aluno ao exercício da afetividade que gera sensibilidade corporal, física, interna e externa, abrangendo sensações corpóreas, sensibilidade táctil, até a interpretação subjetiva das vivências dependendo das características pessoais, de humor e temperamento. Ela é influenciada e influenciadora da percepção, memória, pensamento, vontade, tornando-se parte essencial de equilíbrio e harmonia da personalidade. (ARANHA, 1993, p. 48). O psicopedagogo atuará no sentido de direcionar professor e aluno, sendo que procurará transformar o olhar do professor e o conhecer da 44 criança.Em sua atuação ele contribui para que a instituição escolar conquiste seus objetivos que consistem no progresso da aprendizagem e no desenvolvimento pessoal de seus educandos,fazendo as articulações e interferências necessárias para cumprir tais objetivos.Cuidar para que o ensino seja diversificado e de qualidade,adequado a seus diversos usuários faz parte das atribuições do psicopedagogo que trabalha num enfoque educacional. Analisando assim, são objetivos específicos da ação do psicopedagogo institucional em sua função: contribuir com o assessoramento que proporciona e com a tarefa que desenvolva, para que a instituição educacional alcance uma estrutura e funcionamento ótimo, que permitam a consolidação de um projeto compartilhado,de uma cultura da análise,da reflexão sobre a prática e do consenso na tomada de decisões. E ainda o de contribuir para que a instituição otimize ao máximo seu pessoal com recursos organizacionais e materiais para avançar na tarefa de assumir a diversidade de todos aqueles envolvidos no processo ensino e aprendizagem,assumidos assim,a diversidade da resposta educacional como algo consubstancial ao fato educacional e não como algo circunstancial. 45 CONCLUSÃO A construção da leitura e da escrita pela criança é um processo lento e gradual. À medida que ela vai crescendo e desenvolvendo sua inteligência, sua compreensão. A aquisição da leitura e da escrita na perspectiva construtivista é um trabalho de elaboração do próprio individuo, considera a escrita como um objeto de conhecimento e procura entender o processo de aquisição da leitura e da escrita a partir do “erro” que passa a ser uma pista fundamental para a compreensão das estratégias e hipóteses utilizadas neste processo. Esta abordagem difere de forma acentuada das demais, tendo implicações importantes para o ensino. Enquanto teoria educacional o construtivismo leva a educação a ser conhecida como um processo de construção do conhecimento no qual ocorrem em condição de complementaridade, por um lado, aluno e professor e, por outro, os problemas sociais atuais e o conhecimento já construído. A atuação, ou melhor, a intervenção do psicopedagogo no processo aprendizagem do educando pode ser fundamental para interromper as interferências psicológicas e/ou cognitivas que possam prejudicar o processo.Sua função na escola torna-se fundamental na medida em que conhecendo e compreendendo as características do pensamento infantil está apto a auxiliar e orientar o professor a trabalhar em conformidade com as dificuldades apresentadas pela criança levando professor e escola a adequar conteúdos,atividades e programas para auxiliá-la a transpor e/ou dirimir sua deficiência na aprendizagem. O aluno é um sujeito cultural ativo, cuja ação tem dupla dimensão, assimiladora e acomodadora. A construção da leitura e da escrita na linha construtivista considera três aspectos importantes. 1. De que a escrita é um sistema que representa a fala oral. 2. De que a escrita tem funções sociais. 46 3. De que a criança tem papel ativo diante dos objetos do conhecimento, o que leva, no caso da aquisição da leitura, a “reconstrução” de sua base alfabética. Embora o construtivismo tenha oferecido contribuições as praticas na sala não alcançaram o padrão desejado, reduzem-se quase que exclusivamente a uma mistura do velho (tradicional) com o novo (construtivismo). Isto se deve, certamente, a falta de preparação de professores e de melhores condições de trabalho oferecidos pela escola. 47 BIBLIOGRAFIA ALONSO, Kátia Morosov; NEDER,Maria Lúcia Cavalli.Uma Alternativa na Formação de Professores:A Licenciatura em Educação Básica 1 a 4 serie. Revista Educação Publica, v.3.nº 1994. Disponível em:<http://www.nead.ufmt.br/documento/Katia.doc acesso em 11 abri.2004. 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