Alfabetização na Primeira Série do Ensino Fundamental. ROSANGELA MARIA DE SOUZA MARINO UNISALESIANO [email protected] Profª.Ms. FÁTIMA ELIANA BOZZO UNISALESIANO [email protected] RESUMO Busca-se a necessidade de compreender porque as crianças da primeira série do ensino fundamental apresentam dificuldades de aprendizagem. Essa pesquisa tem como objetivo analisar porque as crianças não aprendem; conhecer práticas alfabetizadoras utilizadas pelos professores para alfabetizar esses alunos; e verificar se os professores aplicam o que aprendem nos cursos de capacitação. A pesquisa será bibliográfica e de campo com alunos da primeira serie, professores e coordenadores por meio de questionário, observação dirigida e estudo de caso. Os resultados da pesquisa são parciais por fazer parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que será realizado posteriormente. Pode-se concluir até o momento, que os alunos só serão alfabetizados se entenderam que a escrita é uma representação da linguagem, se os professores reverem suas metodologias de ensino e estarem comprometidos com a educação de seus alunos, aplicando o que aprendem nos cursos de capacitação oferecidos pelo governo. Palavra chave: Alfabetização- leitura- escrita - praticas alfabetizadora. Esta pesquisa tem como objetivo compreender como ocorre a aprendizagem da leitura e da escrita da criança na primeira série do ensino fundamental, analisar porque elas apresentam dificuldades ao serem alfabetizadas, conhecer práticas alfabetizadoras e verificar se os professores aplicam o que aprendem nos cursos de capacitação oferecidos pelo governo em relação à alfabetização. Este tema foi escolhido, porque através de observações nos estágios constatou-se que a maioria das crianças sai da primeira série do ensino fundamental sem estarem alfabetizadas. Tentando compreender porque isto ocorre e conhecer as práticas utilizadas pelos professores, surgiu o interesse em saber como este processo de alfabetização ocorre; o professor deve ter consciência de como uma boa prática e metodologia interfere no aprendizado dos alunos; por isso existe a necessidade de atualização e preparo para esta missão. Os cursos que o governo oferece podem auxiliar os professores, desde que estejam comprometidos com a educação. Antigamente para se alfabetizar, os professores se centravam no método que iriam utilizar e no estado de maturação da criança, ou seja, escolhiam um método que achavam que seria o ideal, e se a criança estava preparada para aprender, sem se preocupar com o objeto de conhecimento que está ligado com essa aprendizagem. A escrita é entendida como representação da linguagem ou código de transcrição, ou seja, para a criança se alfabetizar ela deve compreender que a escrita é uma representação da linguagem ou um código de transcrição gráfica que transforma a linguagem oral em linguagem escrita. E por muitas vezes por não compreenderem esse processo surgem às dificuldades. No caso dos dois sistemas envolvidos no inicio da escolarização (o sistema de representação dos números e o sistema de representação da linguagem) as dificuldades que as crianças enfrentam são dificuldades conceituais semelhantes as da construção do sistema e por isso pode-se dizer em ambos os casos que a criança reinventa esses sistemas. (FERREIRO, 1992, p.12) Como se sabe Jean Piaget evidenciou o conhecimento como alguma coisa que a criança constrói a partir do momento em que ela busca conhecer algo e interage com esse objeto, tornando o professor como mediador, ou seja, ele vai auxiliar o aluno, orientar sem dar nada pronto, com isto possibilitara o aluno a agir, ele próprio irá buscar e construirá seu próprio aprendizado. Mas para que este conhecimento se concretize é necessário considerar o processo de amadurecimento da criança, pois todo ser humano passa pelo desenvolvimento cognitivo e operatório. Para ele, a inteligência se desenvolve numa seqüência de estágios mentais, que se estruturam e reestruturam pela assimilaçãoorganização de dados fornecidos pelo ambiente exterior-e acomodação-reorganização própria dos dados assimilados, na busca de compreender a realidade. (ANDALÓ, 2000, p.10) Durante muito tempo a educação voltava-se para a teoria do desenvolvimento e como a pedagogia se beneficiava com a psicologia. Com isso a questão da alfabetização foi ficando esquecida e somente veio ganhar mais espaço com as descobertas de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, revelando as descobertas da criança sobre o verdadeiro papel da linguagem, onde a criança passa por etapas para desenvolver seu processo de leitura e escrita atribuindo conceitos e valores de como se escreve, como se lê, ou seja, como a criança formula seus conhecimentos, Com essas pesquisas desenvolvidas foi possível perceber que todas as crianças passam por essas etapas independentes de sua classe socioeconômica. O esforço que as crianças fazem para conseguirem ler e escrever deve ir além do decorar letras e sílabas, a criança ao entrar em contato com a linguagem oral e escrita deve perceber e compreender que existem regras para se desenvolver a lingüística. Segundo Ferreiro e Teberosky a criança constrói seu aprendizado de forma espontânea passando pelos níveis pré-silábico, silábico, silábicoalfabético e alfabético, acreditam que neste último nível a criança teoricamente esta alfabetizada, consegue se expressar por escrita, escreve palavras, formula frases e pequenos textos. A alfabetização não se concretiza completamente na primeira serie, pois ela é um processo continuo. Muitos professores acreditam que a criança aprendia por etapas, aprendiam as letras começando pelas vogais, família silábica, palavras e por ultimo trabalhavam com textos. Segundo Telma Weisz (2007, p.39) afirma que Hoje se sabe que a criança constrói simultaneamente conhecimentos sobre o sistema de escrita e sobre a linguagem que se escreve . O professor deve introduzir a leitura e a escrita (lecto-escritura), juntas, pois uma completa a outra. Os professores devem repensar suas praticas e metodologias, pois elas evoluíram para atender as novas necessidades sociais, que exigem novo tipo de ensino para que ao ser alfabetizada a criança consiga avançar em seus conhecimentos por meio de um aprendizado significativo e contextualizado pelo meio que a cerca. Insistindo em propor que o docente abandone técnicas reprodutivas e trabalhe com textos reais, advindos do próprio meio cultural e histórico em que vivem os alunos, para ensinar a ler e escrever. (ANDALÓ, 2000, p.57) Diante de o novo saber ler, aonde as crianças vão adivinhando, explorando e reorganizando o sentido nas coisas ao seu redor, busca-se reinventar sua atuação a partir da reflexão coletiva sobre o ato da leitura e da escrita. Emilia Ferreiro e Ana Teberosky sugerem que se trabalhe a questão da alfabetização partindo de textos, fazendo analises e envolvendo os quatro contextos em que os alunos deverão se conscientizar de que se alguém fala, precisa de alguém para ouvir, se alguém escreve precisa de alguém para ler o que foi produzido. O professor explorando textos conscientizará seus alunos, que o texto deve ter coerência em suas idéias, e deve ter uma seqüência lógica com começo, meio e fim e cuja essa lógica depende de diversos fatores sociais. Ao trabalhar palavras de um texto, elas devem estar inseridas dentro de um contexto, trazendo um significado para a criança. Quando se apresenta letras, pode abordar em listas telefônicas, rótulos dicionário, etc. para que realize comparações, classificação e compreenda o trabalho realizado. O professor que trabalha com rede de significados parte de palavras desencadeadoras, onde o aluno constrói palavras com letras moveis e forma suas figuras. O trabalho com significados deve ser cauteloso, pode-se encontrar em praticas escolares, exercícios onde as palavras não têm um referencial significado e são colocadas aleatoriamente seja de linguagem (mesma letra, inicial, mesma sílaba) ou em seu significado como: (frutas, legumes, alimentos, etc.). Não se pode esquecer que aprender a escrever é uma atividade cognitiva e implica reconhecer o significado do que se escreve e entender o que foi escrito. O Governo do Estado de São Paulo, Secretaria do Estado da Educação e a Coordenadoria de Estado e Normas Pedagógicas têm oferecido curso de capacitação para professores de escolas federais, estaduais, municipais, particulares e públicas para os professores terem uma nova visão, e reformular e ate melhorar suas metodologias e propostas de ensino. Segundo o Secretário do Estado da Educação o Letra e Vida oferece aulas riquíssimas em informações e saberes regadores de idéias, debates, discussões e reflexões essenciais ao dia-a-dia na sala de aula . A proposta do curso é que os professores ao término do curso estejam preparados para alfabetizar seus alunos com qualidade num processo de construção de hipóteses, ou seja, que o aluno consiga refletir, pensar, expor suas idéias a partir de hipóteses em relação da leitura e da escrita. Os cursos que existiam de formação inicial de professores, não os preparavam para assumir tal profissão, e ainda hoje, mesmo com o curso oferecido pelo governo encontra-se professores que não tomaram consciência de que é direito do aluno aprender a ler e escrever. Esta pesquisa será bibliográfica e de campo com os alunos da primeira série, professores e coordenadores por meio de questionário, observação dirigida e estudo de caso. Os resultados da pesquisa são parciais por fazer parte do trabalho de conclusão de curso (TCC) que será realizado posteriormente. Pode-se concluir até o momento, que os alunos serão alfabetizados se entenderem que a escrita é uma representação da linguagem; se os professores reverem suas metodologias de ensino; estarem comprometidos com a educação de seus alunos e aplicarem o que aprendem nos cursos de capacitação. Referência: ANDALÓ, Adriane. Didática de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental: alfabetização, letramento, produção de texto, em busca da palavra-mundo. FTD, 2000. FERREIRO, Emilia. Reflexões sobre a alfabetização. Tradução, Horacio Gonzáles (et.al)20 ed.São Paulo, Cortez, Autores Associados, 1991 KAMISAKA, Mariluci. Vou alfabetizar todos eles até o fim do ano. Revista Nova Escola. São Paulo, ano XXII nº. 204, Ago., 20007. SÃO PAULO. Secretaria de Estado de Educação. Letra e Vida, programa de formação de professores alfabetizadores, São Paulo: imprensa oficial, 2003. 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