Metodologia e Prática de Alfabetização e Letramento Aula 5 Letícia Fonseca Castro A construção da escrita Vygotsky Pesquisas sobre o desenvolvimento da linguagem. Perspectiva histórica que leva em conta uma linha de continuidade que vai desde os gestos e signos visuais, oralidade, brincadeiras e desenhos, às formas ordenadas presentes na atividade simbólica. (AZENHA, 1995). A construção da escrita Emília Ferreiro e Anna Teberosky (Piaget) “Psicogênese da língua escrita.” A aquisição da escrita: Esquemas de assimilação ao objeto da escrita; sucessivamente mais complexos; decorrentes de seu desenvolvimento cognitivo. A construção da escrita Ferreiro Teberosky e Luria A aprendizagem da escrita implica uma história no interior do desenvolvimento individual, que é iniciado pela criança bem antes da primeira vez em que o professor lhe coloca um lápis em suas mãos e lhe mostra como formar as letras (AZENHA, 1995). Percurso prévio à escolarização definindo uma pré história da aprendizagem da escrita: ** Valorização das tentativas de escrever antes do ensino formal e a tentativa de descrever e explicar a lógica desse processo. Diferentes momentos na aprendizagem da escrita: ** São articulados sistematicamente e se constituem em níveis, fases ou períodos que se sucedem em graus crescentes de complexidade e aproximação da escrita convencional. A genética da escrita – Ferreiro e Teberosky Objetivo: construir uma nova explicação sobre o processo e a forma pelos quais as crianças aprendem a ler e a escrever Crítica: Debate da alfabetização = métodos de ensino. O sujeito de aprendizagem no centro do processo e não método. Busca pela ampliação de conhecimentos de linguagem – Piaget. -Crítica às concepções de aprendiz. A genética da escrita segundo Ferreiro e Teberosky ** Os objetos do conhecimento, ou seja, aquilo que pode ser conhecido pelo sujeito, depende da disponibilidade de instrumentos cognitivos decorrentes do próprio aparato cognitivo. ** O progresso cognitivo e a constituição do sujeito do conhecimento parecem ser, principalmente, ligados à construção endógena, representada pelos esquemas assimilativos. A genética da escrita segundo Ferreiro e Teberosky Concepção de escrita: ** Sistema de representação: Opondo-se à ideia de código. ** Em um sistema de representação há o estabelecimento, feito por convenção, dos atributos do objeto que é representado. Esses atributos substituem o objeto que representa. ** Funcionamento da escrita: A criança põe em jogo os esquemas de assimilação que o seu desenvolvimento cognitivo permite no momento, construindo, dessa maneira, teorias sobre a escrita. Hipótese da quantidade mínima de grafias ** Legibilidade de um texto. ** Quantidade mínima sujeita a variações. ** Elefante X Formiga. xpressoes.files.wordpress.com A hipótese mínima fica em torno de três letras (Ferreiro,1990). A construção da escrita- Ferreiro e Teberosky ** Grafismos primitivos, escritas unigráficas e sem controle de quantidade de grafias. ** Demonstra uma intenção de escrever. Opera-se, nesse momento, com duas propriedades fundamentais: a arbitrariedade das formas utilizadas e a ordenação linear. cantinhodateresa.fimdalinha.com Nível Pré-silábico Transição: Pré-silábico para Silábico Apesar da criança ainda estar no nível présilábico, sua escrita pode ser pensada como estando em um momento intermediário de evolução para o nível silábico. Quando se diz que uma criança está em um nível específico – COM ou SEM valor sonoro: Presença ou ausência da correspondência sonora com o que ela escreve. As crianças já não buscam estabelecer correspondência entre a representação escrita e a realidade representada. Estabelecem agora uma correspondência entre unidades ou elementos da escrita (grafias ou sequências de grafias) às unidades discretas que identificam na própria sequência sonora: as sílabas. www.ururau.com.br Nível silábico Silábico-alfabética ** Essa fase é de transição entre a hipótese silábica e a hipótese alfabética. ** A criança abandona a primeira hipótese e descobre que necessita analisar outras possibilidades de escrita, uma vez que ela vai além da sílaba pelo conflito entre a hipótese silábica e a quantidade mínima de letras... Quase alfabética! Nível Alfabético “As construções das palavras, apesar de alguns enganos ocasionais, não se baseiam mais na correspondência entre grafias e sílabas. Há uma relação entre grafias e fonemas. A criança incorpora a ideia de que a escrita da sílaba nem sempre pode ser realizada com uma letra”. (FRANCHI, 2006). Importante – Nível Alfabético • Ainda há problemas qualitativos na escrita das crianças. • A criança que escreve alfabeticamente, não quer dizer que a criança está plenamente alfabetizada. • Regras gramaticais, ortográficas e cultas da língua. Referências Bibliográficas AZENHA, M.G. Imagens e letras. Os possíveis acordos de Ferreiro e Luria.São Paulo: Ática, 1995. FERREIRO, E. Os processos construtivos da apropriação da escrita. In: FERREIRO, E.; PALACIO, M.G. (Orgs.). Os processos de leitura e escrita. Novas perspectivas. Porto Alegre: Artmed, 1990. FRANCHI, E. Pedagogia da Alfabetização. São Paulo: Cortez, 2006. ZORZI, J. Aprender a escrever: a apropriação do sistema ortográfico. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998 Metodologia e Prática de Alfabetização e Letramento Atividade 5 Letícia Fonseca Castro Reflexão Como o conhecimento dos níveis de escrita podem contribuir para uma prática docente mais eficaz? 18 Sabemos que as crianças constroem hipóteses sobre a escrita, e que este processo deve ser acompanhado pelo professor, para que a criança avance. Na visão construtivista, com uma abordagem psicogenética da alfabetização, fica claro que aquela escrita, errada segundo os padrões convencionais, faz parte de um processo do aluno. E que, naquele momento, é preciso estimular o máximo possível a reflexão sobre o que se escreve. É possível e necessário subsidiá-lo para ajudá-lo, o que é muito diferente de dar informações para obter um produto correto.