METODOLOGIA DA PESQUISA
PÓS-GRADUAÇÃO LICENCIAMENTO
AMBIENTAL - 2013
Profa MSc Briseidy Marchesan Soares
Departamento de Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO
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O que é Metodologia??
 Para Fonseca (2002), methodos significa
organização, e logos, estudo sistemático,
pesquisa, investigação;
 Ou seja, metodologia é o estudo da organização,
dos caminhos a serem percorridos, para se
realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se
fazer ciência.

Metodologia significa o estudo dos caminhos, dos
instrumentos utilizados para fazer uma pesquisa
científica.
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Diferença entre metodologia e métodos.
Metodologia se interessa pela validade do caminho
escolhido para se chegar ao fim proposto pela
pesquisa; não deve ser confundida com o conteúdo
(teoria) nem com os procedimentos (métodos e
técnicas).
Metodologia vai além da descrição dos procedimentos
(métodos e técnicas a serem utilizados na pesquisa),
indicando a escolha teórica realizada pelo pesquisador
para abordar o objeto de estudo.
O QUE É CONHECIMENTO? DE ACORDO COM
FONSECA (2002, P. 10),
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(...) o homem é, por natureza, um animal curioso.
Desde que nasce interage com a natureza e os objetos à
sua volta, interpretando o universo a partir das
referências sociais e culturais do meio em que vive.
Apropria-se do conhecimento através das sensações,
que os seres e os fenômenos lhe transmitem. A partir
dessas sensações elabora representações.
Contudo essas representações, não constituem o
objeto real.
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O objeto real existe independentemente de o
homem o conhecer ou não.
O conhecimento humano é na sua essência um
esforço para resolver contradições, entre as
representações do objeto e a realidade do mesmo.
Assim, o conhecimento, dependendo da forma
pela qual se chega a essa representação, pode
ser classificado de popular (senso comum),
teológico, mítico, filosófico e científico.
O QUE É SENSO COMUM? FONSECA (2002, P. 10),
SURGE DA NECESSIDADE DE RESOLVER PROBLEMAS
IMEDIATOS.
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A nossa vida desenvolve-se em torno do senso
comum. Adquirido através de ações não planejadas,
ele surge instintivo, espontâneo, subjetivo, acrítico,
permeado pelas opiniões, emoções e valores de
quem o produz.
Assim, o senso comum varia de acordo com o
conhecimento relativo da maioria dos sujeitos num
determinado momento histórico.
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Exemplo de senso comum mais conhecido foi o
de considerar que a Terra era o centro do
Universo e que o Sol girava em torno dela.
Galileu ao afirmar que era a Terra que girava em
volta do Sol quase foi queimado pela Inquisição.
Portanto, o senso comum é uma forma específica
de conhecimento. A cultura popular é baseada no
senso comum. Apesar de não ser sofisticada, não
é menos importante sendo crescentemente
reconhecida.
O QUE É CONHECIMENTO
FONSECA (2002, P. 11):
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CIENTÍFICO?
O conhecimento científico é produzido pela
investigação científica, através de seus métodos.
Resultante do aprimoramento do senso
comum, o conhecimento científico tem sua
origem nos seus procedimentos de verificação
baseados na metodologia científica.
É um conhecimento objetivo, metódico, passível
de demonstração e comprovação.
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O método científico permite a elaboração conceitual
da realidade que se deseja verdadeira e impessoal,
passível de ser submetida a testes de falseabilidade.
Contudo, o conhecimento científico apresenta um
caráter provisório, uma vez que pode ser
continuamente testado, enriquecido e reformulado.
Para que tal possa acontecer, deve ser de domínio
público.
O QUE É CIÊNCIA?
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Fonseca (2002, p. 11-2) nos diz que a ciência é
uma forma particular de conhecer o mundo.
É o saber produzido através do raciocínio lógico
associado à experimentação prática.
Caracteriza-se por um conjunto de modelos de
observação, identificação, descrição, investigação
experimental e explanação teórica de fenômenos.
O objetivo básico da ciência não é o de
descobrir verdades ou de se constituir como uma
compreensão plena da realidade.
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Ciência deseja fornecer um conhecimento
provisório, que facilite a interação com o mundo,
possibilitando previsões confiáveis sobre
acontecimentos futuros e indicar mecanismos de
controle que possibilitem uma intervenção sobre
eles.
Trata-se de verdades relativas, a serem
superadas com o passar do tempo.
A ciência produz, portanto, verdades relativas ao
seu próprio estágio de desenvolvimento, ante os
recursos técnicos disponíveis e o momento social,
político e econômico em que foram concebidas.
O QUE É
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PESQUISA?
Pesquisa é um conjunto de ações, propostas para
encontrar a solução para um problema, que têm por
base procedimentos racionais e sistemáticos.
A pesquisa é realizada quando se tem um problema e
não se tem informações para solucioná-lo.
 A forma de produzir ciência...
Avançando na resposta, um critério necessário é o de
“verdade”. A ciência é a produção de um
“conhecimento verdadeiro”. Mas, a ciência não é
detentora da verdade. Há uma natureza provável...
PARA QUE
PESQUISAR?
(COELHO JUNIOR, 2003)
PARA QUE PESQUISAR?
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Como ferramenta para adquirir conhecimento, a
pesquisa pode ter os seguintes objetivos:
resolver problemas específicos,
 gerar teorias,
 avaliar teorias existentes.

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Em termos gerais, não existe pesquisa sem
teoria; seja explícita ou implícita, ela está
presente em todo o processo de pesquisa.
ERROS INICIAIS NA PESQUISA
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Se houver diferentes maneiras de fazer algo, e uma
delas produzir uma catástrofe, alguém a escolherá
(Edward A. Murphy Jr., 1949.)
Se houver quatro maneiras erradas de fazer algo, e
forem evitadas, surgirá uma quinta rapidamente e
será escolhida.
Um projeto descuidadamente planejado vai
tomar o triplo do tempo esperado para se
completar; um projeto cuidadosamente
planejado somente vai tomar o dobro do tempo
esperado.
PENSAR SOBRE OS ERROS INICIAIS
ERROS INICIAIS
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Os erros iniciais são determinados por problemas
de método (QUIVY; CAMPENHOUDT, 1992),
O começo de uma investigação normalmente
ocorre num cenário idêntico: o estudante sabe
vagamente o que quer estudar (o tema).
A indefinição inicial, em muitos casos, faz que
com o estudante se perca antes mesmo de
iniciar o trabalho. É o que os autores
denominam de caos original.
ERROS INICIAIS
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Em termos práticos, o caos original não deve
ser motivo de inquietação. O problema é sair do
mesmo sem demora demasiada e fazê-lo de
maneira proveitosa.
Para conseguir deve-se saber primeiro o que não
deve ser feito.
As atitudes que devem ser evitadas por
estudantes que estão iniciando na pesquisa.
ERROS INICIAIS
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O conjunto de atitudes a serem evitadas é
denominado como “a fuga para frente” por
Quivy; Campenhoudt (1992) .
Esta fuga pode tomar várias formas, mas, três
atitudes são as mais comuns:
a gula livresca ou estatística
 a“passagem” às hipóteses - aplicação de técnicas
de investigação consagradas
 a ênfase que obscurece - ambição desmedida e
completa confusão.

GULA LIVRESCA OU ESTATÍSTICA
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Consiste na leitura de grande volume de
publicações. O milagre esperado com o
procedimento é o de encontrar luz que possibilite,
corretamente e de forma satisfatória, fazer as
definições iniciais que constituem as primeiras
etapas da pesquisa.
Os resultados alcançados invariavelmente são
insatisfatórios, em função de que abundantes
informações mal integradas servem apenas para
confundir ideias.
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Então é necessário voltar atrás, reaprender a refletir em vez
de devorar, a ler em profundidade poucos textos
cuidadosamente escolhidos e a interpretar judiciosamente
alguns dados estatísticos.
A fuga para a frente não é só inútil, mas também
prejudicial. Muitos estudantes abandonam os seus projetos
de trabalho de fim de curso, monografias, dissertações ou de
tese por terem iniciado desse modo.
É muito mais gratificante ver as coisas de outra forma e
considerar que, bem compreendida, a lei do menor
esforço é uma regra essencial do trabalho de investigação.
 Consiste em procurar sempre tomar o caminho
mais curto e mais simples para o melhor resultado.
Isto implica, nomeadamente, que nunca se inicie um
trabalho importante sem antes refletir sobre o que se
procura saber e a forma de o conseguir.
“PASSAGEM” ÀS HIPÓTESES
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A segunda atitude equivocada é a “passagem” às
hipóteses. Trata-se de um trânsito precipitado
para a etapa da coleta de dados sem uma
definição satisfatória da(s) hipótese(s) nas etapas
iniciais da pesquisa.
Os dados são coletados para a verificação da
hipótese, ou seja, sem a hipótese não se tem
como saber o que se procura ou que se quer
provar com a pesquisa.
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Pensar que pesquisa é aplicação de técnicas de
investigação consagradas em um grande número
de informações acumuladas sobre o assunto é uma
armadilha que, pode levar o estudante ao ridículo.
Não é possível desenvolver um estudo
satisfatoriamente sem um projeto bem definido.
ÊNFASE QUE OBSCURECE
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É uma atitude equivocada adotada por estudantes que
estão iniciando no processo de investigação e possuem
uma visão restrita de ciência.
Para assegurar credibilidade, erroneamente, os
estudantes se exprimem de forma pomposa e
ininteligível, o que, quase sempre, os leva a raciocinar
da mesma maneira.
Trata-se de trabalhos possuidores de duas
características principais: ambição desmedida e
completa confusão.
A simplicidade e a clareza são os caminhos a serem
seguidos para se ter um projeto claro e interessante.
UMA BOA FORMA DE
ATUAR
UMA BOA FORMA DE ATUAR
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Como começar bem a pesquisa?
Esse é o primeiro problema do investigador.
Não é fácil traduzir um foco de interesse ou uma
preocupação relativamente vaga num projeto de
investigação.
Dois erros comuns são a “fuga para frente” ou
renunciar o projeto.
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A dificuldade em começar de forma válida um
trabalho tem, freqüentemente, origem numa
preocupação de o fazer demasiado bem e de
formular desde logo um projeto de investigação de
forma totalmente satisfatória.
É um erro.
O investigador deve obrigar-se a escolher
rapidamente um primeiro fio condutor tão claro
quanto possível, de forma que seu trabalho possa
iniciar-se sem demora e estruturar-se com coerência.
Pode ser banal e ainda não totalmente maduro; pouco
importa. É provável que o pesquisador mude de
perspectiva ao longo do caminho.
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Como deve se apresentar o primeiro fio condutor
e que critérios deve preencher para desempenhar
o melhor possível a função de que dele se espera?
Uma forma de atuação é expor o projeto de
investigação na forma de uma pergunta de
partida, através da qual o investigador tenta
exprimir o mais exatamente possível o que
procura saber, elucidar, compreender melhor.
OS CRITÉRIOS DE UMA BOA PERGUNTA
DE PARTIDA
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A proposta de “traduzir um projeto de
investigação sob a forma de uma pergunta de
partida” só é útil se essa pergunta for
corretamente formulada. Não é fácil.
A pergunta de partida constitui, normalmente,
um primeiro meio para colocar em prática uma
das dimensões essenciais do processo científico: a
ruptura com os preconceitos e as noções
prévias.
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Uma boa pergunta de partida deve poder ser
tratada. Isto significa que se deve poder
trabalhar eficazmente a partir dela e, em
particular, deve ser possível fornecer elementos
para que a mesma seja respondida.
Lembre-se: só resolvemos um problema quando
sujeito e predicado na pergunta problema são ou
podem ser conhecidos.
AS QUALIDADES DA CLAREZA
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As qualidades de clareza dizem, essencialmente,
respeito, à precisão e concisão do modo de
formular a pergunta de partida.
Existe um meio muito simples de se assegurar de
que uma pergunta é bastante precisa. Consiste
em formulá-la diante de um grupo de pessoas,
evitando comentá-la ou expor o seu sentido. Cada
pessoa do grupo é depois convidada a explicar
como compreendeu a pergunta. A pergunta é
precisa se as interpretações convergirem e
corresponderem à intenção do seu autor.
AS QUALIDADES DE EXEQUIBILIDADE
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As qualidades de se poder executar estão
essencialmente ligadas ao caráter realista ou
irrealista do trabalho.
Para poder ser tratada, uma boa pergunta de
partida deve ser realista, isto é, adequada aos
recursos pessoais, materiais e técnicos em cuja
necessidade pode-se imediatamente pensar e com
que se pode razoavelmente contar.
AS QUALIDADES DA PERTINÊNCIA
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As qualidades de pertinência dizem respeito ao
registro em que se enquadra a pergunta de
partida.
Uma boa pergunta de partida não procurará
julgar, mas sim compreender.
Uma boa pergunta de partida não deve ser de
ordem filosófica.
Uma boa pergunta de partida terá uma intenção
compreensiva ou explicativa.
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Uma boa pergunta de partida será uma
“verdadeira pergunta”, ou seja, uma pergunta
“aberta”, o que significa que várias respostas
diferentes devem poder ser encaradas a priori e
que não se tem a certeza de uma resposta
preconcebida.
Uma boa pergunta de partida abordará o
estudo do que existe ou existiu, e não daquilo
que ainda não existe. Não estudará a mudança
sem se apoiar no exame do funcionamento.
LEMBRE-SE....... LEMBRE-SE
A pergunta de partida orienta a fase seguinte.
 Não construí-la é um erro.
 Quanto mais precisa a pergunta de partida
melhor progredira o investigador.
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E SE AINDA TIVER RETICÊNCIAS..TENHA
CLARO QUE....
As hipóteses de trabalho, que constituem os
eixos centrais de uma investigação, apresentamse como proposições que respondem a pergunta
de partida.
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Aula 1 - Introdução a Pesquisa