Escola Superior de Ciências da Saúde/SES/DF Unidade de Pediatria Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF CASO CLÍNICO: Síndromes Glomerulares ALUNOS: Miriam Monteiro Alvares Rodolfo Costa Sousa Coordenação: Luciana Sugai www.paulomargotto.com.br 26/9/2009 IDENTIFICAÇÃO • • • • • • • W.J.M.S Registro: 160505-1 Idade: 3 anos e 7 meses Natural de Caldas Novas Procedente e residente em Brasília – DF Data da internação: 13/01/2009 BOX 03 – P.S. HRAS QUEIXA PRINCIPAL • “Inchaço no rosto há 15 dias” H.D.A • Dor abdominal em cólicas há 3 meses, com duração de cerca de 30 min cada episódio de dor com melhora espontânea e frequência de 2/2 dias. • Edema que teve inicio em face há 15 dias e que evoluiu para anasarca nesse período. Tinha maior intensidade pela manhã e na região palpebral bilateral. • Associado ao edema houve piora da dor abdominal. H.D.A • Nega febre e alterações urinárias no período. • Informa que ao procurar assistência foi diagnosticado “infecção nos rins” e iniciado tratamento com Amoxicilina (5 ml 8/8h) por 7 dias e hidroclorotiazida (25 mg 1X/dia). REVISÃO DE SISTEMAS • Ganho ponderal de 2 kg nos últimos 15 dias • Nega astenia • Nega dor lombar. ANTECEDENTES PESSOAIS • • • • • • • Gestação sem intercorrências Nasceu de parto normal a termo Nega intercorrências perinatais Sinusite há 2 anos. Ficou internado por 4 dias Fratura de fêmur. Ficou internado por 26 dias Imunizações completas Nega alergias HÁBITOS DE VIDA • Habita casa de alvenaria, 5 cômodos, Rede de esgoto e água encanada. Presença de um cachorro em casa. • Alimentação variada e balanceada ANTECENDENTES FAMILIARES • Mãe (27 anos), Pai (27 anos) e irmão (6 anos) – Saudáveis • Avó e avô maternos: HAS • Avó paterna: DM • Nega história de CA na família EXAME FÍSICO • PA: 07h- 79x57, 11h- 105x73, 18h- 84x54 • Ectoscopia: BEG, normocorado, hidratado, eupneico, afebril ao toque. Pele: cicatrizes de prurigo (intenso prurido associada a lesões papulosas) (estrófulo). • Face: Edema palpebral bilateral (+++/4+). • ACV: RCR em 2T, BNF sem sopros. FC:110 bpm • AR: MVF, sem ruídos adventícios. FR: 24 ipm EXAME FÍSICO • Abdome: Semi-globoso, flácido, sem edema, RHA presente, sem visceromegalias palpáveis, indolor à palpação. • Orofaringe: Sem alterações • Otoscopia: Esquerdo: Sem alterações Direito: Cerume • Extremidades: Boa perfusão, sem edema. HÍPOTESE DIAGNÓSTICA Hipóteses clínicas, sem considerar exames complementares para fazer diferencial. • Síndrome Nefrítica • Síndrome Nefrótica EXAMES COMPLEMENTARES • Data: 13/01/2009 Hb: 14 mg/dl Ht: 41,5% VCM: 75,7 Plaquetas: 321.000 VHS: 19 EXAMES COMPLEMENTARES • Data: 13/01/2009 Glicemia: 84 Uréia: 28 Creatinina: 0,4 Ca: 7,4 Na: 137 K: 3,8 Cl: 109 EXAMES COMPLEMENTARES • Data: 13/01/2009 Leucócitos: 7.490 Bast: 0% Linf: 52% Mono: 04% Eosin: 01% EXAMES COMPLEMENTARES • Data: 13/01/2009 Proteína total: 4,2 Albumina: 1,6 Mg: 2,1 P: 6,2 EXAMES COMPLEMENTARES • Data: 13/01/2009 Colesterol total: 651 HDL: 33 VLDL: 66 LDL: 516 Triglicerídeos: 332 EXAMES COMPLEMENTARES • Data: 13/01/2009 EAS Densidade: 1030 pH: 7,0 Proteína: ++ Hb: traços C.E.D: 2 / c Leucoc: 3 / c Hemácias: raras Nitrito: negativo Muco: +++ HÍPOTESE DIAGNÓSTICA • Fica como principal hipótese diagnóstica: SÍNDROME NEFRÓTICA CONDUTA • • • • Dieta hipossódica Furosemida 1mg/ Kg /dose de 6/6 h Albendazol 400 mg 1x/dia por 3 dias Predinisona 2mg/kg/dia Síndromes glomerulares SÍNDROMES GROMERULARES • • • • • Síndrome Nefrítica (GNDA) Glomerulonefrite rapidamente progressiva Síndrome Nefrótica Alterações urinárias assintomáticas Doenças glomerulares trombóticas SÍNDROME NEFRÍTICA SÍNDROME NEFRÍTICA • Conjunto de sinais e sintomas que surgem por um processo inflamatório glomerular. • Caracterizada por: – Hematúria – Proteinúria subnefrótica – Oligúria – Edema – HAS SÍNDROME NEFRÍTICA • Se apresentam em três tipos: – GNPE – GN infecciosa não estreptocócica – GN não infecciosa SÍNDROME NEFRÍTICA • GNPE: Seqüela renal tardia por infecção por streptococcus beta hemolíticos do grupo A. Infecção primária cutânea ou orofaríngea. Típicas em crianças de 2 a 15 anos. Em geral o quadro clínico típico ocorre após 7 a 21 dias dependendo do sítio da infecção. SÍNDROME NEFRÍTICA • GNPE: O diagnóstico é confirmado pela documentação de infecção estreptocócica: - ASLO e Anti-DNAse B. -Queda do complemento C3 SÍNDROME NEFRÍTICA • GNPE: O tratamento é de suporte baseado principalmente na restrição de água e sal, diuréticos bem como o uso de antihipertensivos se necessário. E nos casos de encefalopatia hipertensiva usa-se nitroprussiato de sódio. Quando necessário indicar diálise. SÍNDROME NEFRÍTICA • GNPE: Em geral apresenta bom prognóstico com 90% recuperando o volume urinário em até 7 dias. GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA • Síndrome nefrítica que evolui para falência renal de curso acelerado e fulminante → diálise ou transplante • Fisiopatologia: Crescentes GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA • Tipos de GNRP: Síndrome de Goodpasture e depósito de anticorpo anti-MBG Depósitos de imunocomplexos Pauci-imunes • Exame para diagnóstico e classificação: Biópsia. SÍNDROME NEFRÓTICA SÍNDROME NEFRÓTICA • É o aumento da permeabilidade dos glomérulos às proteínas. • Caracterizada por: – Hipoalbuminemia – Edema – Hiperlipidemia – Proteinúria > 3,5g/dia SÍNDROME NEFRÓTICA • Doenças renais primarias que se apresentam com síndrome nefrótica: – Doença por lesão mínima – Glomeruloesclerose focal e segmentar (GESF) – GN proliferativa mesangial – Glomerulopatia membranosa – GN membranoproliferativa – GN fibrilar e imunotactóide SÍNDROME NEFRÓTICA • DOENÇA POR LESÃO MINÍMA: • 80% das causas de síndrome nefrótica em crianças • Fator precipitante → Linfócito T → citoquina → podócito (fusão podocitária) → inibição da síntese de poliânions → alteração da “barreira de carga” → proteinúria seletiva. • Faixa etária mais freqüente de 1 a 8 anos. • Pode cursar com períodos de remissão e atividade. • Tratamento com prednisona oral. SÍNDROME NEFRÓTICA • GEFS: • Patologia semelhante à DLM, porém afeta também “barreiras de tamanho”, e a proteinúria torna-se não-seletiva • Ocorre acúmulo de material homogêneo não fibrilar que provoca colapso dos capilares glomerulares. • Pode ser idiopática (início abrupto) ou secundária (início insidioso). • TTO: Corticoterapia. SÍNDROME NEFRÓTICA • • • • • • GN proliferativa mesangial: Proliferação celular no mesângio 5 a 10% das síndromes nefrótica idiopáticas Depósitos de IgM e C3 Insidiosa com proteinúria maciça TTO: corticoterapia SÍNDROME NEFRÓTICA • Glomerulopatia membranosa: • Idiopática ou secundária • Espessamento da membrana basal glomerular na ausência de proliferação celular • Imunodepósitos subepiteliais de IgG e C3 • Proteinúria não-seletiva • Associação de imunossupressor e corticóide ALTERAÇÕES URINÁRIAS ASSINTOMÁTICAS ALTERAÇÕES URINÁRIAS ASSINTOMÁTICAS • Hematúria glomerular Micro ou Macrocópica. – Doença de Berger – Depósito de IgA no mesângio. – Hematúria glomerular benigna – Mal de Alport – Proteinúria isolada DOENÇAS GLOMERULARES TROMBÓTICAS DOENÇAS GLOMERULARES TROMBÓTICAS • Acúmulo intenso de fibrina nos capilares glomerulares. • Principal: Síndrome hemolítico-urêmica Causa mais comum de IRA intrínseca em crianças menores que 4 anos. Escherichia coli → verotoxina → síndrome Geralmente ocorre 7 a 10 dias após gastroenterite com diarréia sanguinolenta. DOENÇAS GLOMERULARES TROMBÓTICAS Tríade clínica: 1) IRA oligúrica 2) Trombocitopenia 3) Anemia hemolítica microangiopática Dda Miriam Ddo Rodolfo OBRIGADO!!!