CASO CLÍNICO Incompatibilidde ABO Uso de imunoglobulina (Protocolo) Apresentação: Lucila de Jesus Almeida Marley Santos Nascimento Coordenação: Marta Davi Rocha Escola Superior de Ciências da Saúde HRAS/HMIB/SES/DF www.paulomargotto.com.br Brasília, 14 de outubro de 2015 DADOS MATERNOS • Identificação: MMS, 41 anos, solteira, doméstica, natural de Araçuaí-MG e procedente do Riacho Fundo I. • Antecedentes Obstétricos: G2 P2 C0 A0: Gestação anterior há 11 anos com nascimento de RN, feminino, a termo, com 2500g, 47cm, PC: 32cm, Apgar 9-10, com relato de que criança apresentou icterícia, sem necessidade de realizar fototerapia ou outro tratamento. Não sabe informar tipagem sanguínea do RN e não há registro no cartão. • Tipagem sanguínea: O positivo • Última gestação: Pré- natal iniciado no 1º trimestre (10 consultas) o IG (DUM): 37 sem o Tempo de bolsa rota: Ato Intercorrências na gestação: Informa PA aferida em 140x90mmHg no primeiro mês e desde então manteve-se em uso de metildopa 500mg 8/8h. Nega demais. Nega etilismo ou tabagismo. DADOS MATERNOS • Vacinas: (x) dT; (x) Influenza; (x)HepB Sulfato ferroso e ácido fólico (x) sim () não • Sorologias: HIV - ( 2º tri, 3º tri) VDRL - ( 2º trim; 3º tri) Hep B - (2ºtri; 3º tri) CMV -( 2ºtri; 3ºtri) Toxo -não há registro no cartão Rubéola -não há registro no cartão DADOS DO PARTO • Tipo de Parto: Espontâneo Data: 21/08/2015 Hora: 20h41 • RN, sexo feminino, nascido de parto espontâneo, líquido amniótico claro, ausência de circular de cordão. Recebido em campos estéreis e aspirado. Chorou forte, sendo colocado em berço aquecido, secado e retirados campos úmidos. Realizada lavagem gástrica. Clampeado cordão. DADOS DO RN • • • • • KMS, SES: 6481940 Sexo: Feminino APGAR: 7/8 IG Capurro: 37 sem Reanimação: () sim (x) não DADOS DO RN • EXAME FÍSICO: BEG, ativa, reativa, corada, hidratada, acianótica, anictérica, eupneica. FA: 1 polpa digital. Clavículas, palato e coluna vertebral íntegros. ACV: Ritmo cardíaco regular em 2 tempos, não auscultei sopros. AR: Murmúrio vesicular fisiológico simétrico, sem ruídos adventícios. ABD: Ruídos hidroaéreos presentes, semigloboso, depressível, sem massas ou visceromegalias. Coto umbilical: 2 artérias e 1 veia Ortolani (x) negativo ()positivo Pulsos femorais ok. Genitalia externa sem alterações aparentes. Diurese (x) sim () não Mecônio (x) sim () não Moro completo. Peso: 2730 g Estatura: 47,5 cm Perímetro Cefálico: 32,5 cm . Teste do olhinho - não realizado devido a falta de oftalmoscópio • CLASSIFICAÇÃO DO RN: RNT/AIG Margotto, PR, 1995 EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA • 22/08/2015 o 12h de vida o TS RN: Sem resultado o RN apresentando boa pega na mamada, mãe com produção de colostro adequada. Anictérica, eliminações preservadas. EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA • 23/08/2015 o 36h de vida o TS mãe: O positivo o TS RN: B positivo. CD: 2+. (Pai: B positivo) o Anti-HIV: Negativo. VDRL: NR. o RN apresentando boa pega na mamada e mãe com produção de colostro adequada. Anictérica, eliminações preservadas. Observar icterícia. EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA • • • • 24/08/2015 3º dia de vida TS mãe: O positivo TS RN: B positivo. CD: 2+. (Pai: B positivo) Paciente segue sugando bem ao seio, porém com posicionamento inadequado. Mãe com colostro abundante, em apojadura, bom reflexo de ejeção. Eliminações fisiológicas presentes. Sem queixas. • Ao exame, Corada,ativa, reativa,bem perfundida, eupneica, ictérica 3+/4+ até zona IV EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA • Quais as Hipóteses? • Quais os riscos para o RN? • Diferenças entre incompatibilidade ABO e Rh? EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA CONDUTA?? Conduta: Orientação para a amamentação E POSICIONAMENTO. Solicitado BT e frações, albumina e eritrograma. Exames (24/08): BT: 14,7/ BI:14,24/ BD: 0,46. Albumina: 3,7 Relação BT/ALBUMINA=3,97 EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA • • • • • Relembrando IG: 37 sem Peso: 2730g 3º dia Icterícia com Incompatibilidade ABO + Doença hemolítica EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA Academia Americana de Pediatria,2004 EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA • 24/08/2015 • 3º dia de vida • TS mãe: O positivo • TS RN: B positivo. CD: 2+. (Pai: B positivo) Paciente segue sugando bem ao seio, porém com posicionamento inadequado. Mãe com colostro abundante, em apojadura, bom reflexo de ejeção. Eliminações fisiológicas presentes. Sem queixas. • Ao exame, Corada,ativa, reativa,bem perfundida, eupneica, ictérica 3+/4+ até zona IV Conduta: Orientação para a amamentação E POSICIONAMENTO. BT, albumina e HT. • - Exames (24/08): BT: 14,7/ BI:14,24/ BD: 0,46. Albumina: 3,7; relação BT/ALBUMINA:3,97 (ACIMA DE 8,O, risco de aumento de bilirrubina livre!). Vide tabela a seguir. • - Conduta: Prescrito fototerapia contínua (Nível 18), berço aquecido e curva térmica. EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA • 25/08/2015 • 4º dia de vida • RN sob fototerapia,em berço aquecido,sugando bem ao seio materno, com pega adequada. Mãe com boa lactação e sem queixas. Eliminações fisiológicas presentes. Ao exame, mantinha-se ictérica 3+/4+ até zona IV EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA CONDUTA?? EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA • 25/08/2015 • 4º dia de vida • RN sob fototerapia,em berço aquecido,sugando bem o seio materno, com pega adequada. Mãe com boa lactação e sem queixas. Eliminações fisiológicas presentes. Ao exame, mantinha-se ictérica 3+/4+ até zona IV • Conduta: Manter fototerapia (indicação de fototerapia é 14 para o caso). Controle de Bilirrubina total e frações e eritrograma. • 17h: Após discussão: RN de termo, AIG, porém com BT ascendente a despeito de fototerapia dupla e CD 2+ com incompatibilidade ABO. • Laboratório (25/08):BT: 18,12/ BI: 17,25/ BD: 0,87.Ht: 53,1%. EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA • • • • • Relembrando IG: 37 sem Peso: 2730g 4º dia Incompatibilidade ABO + D. hemolítica + BT: 18,12 EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA Indicação de Fototerapia - Academia Americana de Pediatria,2004 EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA Idade (dias de vida) Bilirrubina Total Bilirrubina Direta Bilirrubina Indireta 3 dias 14,7 0,46 14,24 4 dias 18,12 0,87 17,25 EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA CONDUTA?? EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA • CD adicional: Prescrito Imunoglobulina humana 1g/kg para correr em 4 horas. Indicação de Exsanguineotransfusão - Academia Americana de Pediatria,2004 EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA • 26/08/2015 • 5º dia de vida • RN sob fototerapia dupla adequadamente localizada, fezes de transição, diurese preservada, suga bem, em aleitamento exclusivo. Ao exame, corada, eupneica, sopro 2+/+6, pulsos normais, eupneica, icterícia visível em regiões onde a luz não incide. Subictérica Z5. • Cd: Solicitado Ecocardiograma, BT e frações, além de eritrograma. • Laboratório (26/08): BT: 14,44/ BI: 13,61/ BD: 0,83. Ht: 50,1%. EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA Indicação de Fototerapia - Academia Americana de Pediatria,2004 EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA • 28/08/2015 o 7º dia de vida o Paciente sob fototerapia, em aleitamento materno exclusivo, aceitando bem, eliminações preservadas, fezes de transição, diurese adequada. Mantido fototerapia e solicitado BT e frações de controle. o Corada,ativa,reativa, eupneica, ictérica +/4+ zona I, hidratada, afebril ao toque. EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA • • • • 29/08/2015 8º dia de vida Ecocardiograma (29/08): Forame oval patente. Mantêm-se estável em fototerapia. Corada,ativa, reativa, eupneica,ictérica +/4+ zona I, hidratada, afebril ao toque. Laboratório (28/08): BT: 12,35/ BI: 11,72/ BD: 0,63. • Conduta: Suspenso fototerapia após 5 dias e observar rebote. Indicação de Fototerapia - Academia Americana de Pediatria,2004 EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA • 30/08/2015 o 9º dia de vida o Laboratório (30/08): BT: 14,05/ BI: 13,13/ BD: 0,92. Albumina: 3,7. o Conduta: Retorno da fototerapia e demais cuidados. Indicação de Fototerapia - Academia Americana de Pediatria,2004 EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA • 01/09/2015 • 11º dia de vida • Segue estável em fototerapia. Corada,ativa, reativa, eupneica, ictérica +/4+ zona I, hidratada, afebril ao toque. • Conduta: Solicitado BT e frações para avaliar alta. EVOLUÇÃO NA ENFERMARIA • 02/09/2015 • 12º dia de vida • RN em fototerapia, segue sem queixas, mamando bem, eliminações presentes. Mãe com boa produção de leite e sem dificuldades para amamentar. Relata melhora da icterícia. • Laboratório (01/09): BT: 12,04/ BI: 11,27/ BD: 0,77. • Conduta: Alta hospitalar com orientações. Indicação de Fototerapia - Academia Americana de Pediatria,2004 Finalizando... SANDOGLOBULINA Indicação de Fototerapia - Academia Americana de Pediatria,2004 Icterícia Neonatal Icterícia Neonatal • É a coloração amarelada da pele, mucosas e escleróticas por acúmulo de bilirrubina. • Comum no RN (60% dos termos e 80% dos prematuros). • No periodo neonatal a Bil T > 1mg/dl em cerca de 98%, e é notada clinicamente a partir de 5 - 7mg/dl. • Amplo espectro clinico: Benigno até o encefalopatia bilirrubínica. • Metabolismo da Bilirrubina • Metabolismo da Bilirrubina do RN. Massa eritrocitária Meia Vida Massa eritrocitária Captação Meia Vida Conjug. Excreção Massa eritrocitária Captação Meia Vida Conjug. Excreção Circulação Enterohepática Icterícia Fisiológica do RN - Aumento da produção de bilirrubina: Maior massa eritrocitária e menor meia vida. - Captação, conjugação e excreção da bilirrubina deficientes. - Aumento da circulação enterohepática: Maior atividade da Betaglucuronidase intestinal, flora bacteriana e motilidade intestinal diminuida. ESSES MECANISMOS AUMENTAM A ... . Icterícia Fisiológica do RN - Aumento da produção de bilirrubina: Maior massa eritrocitária e menor meia vida. - Captação, conjugação e excreção da bilirrubina deficientes. - Aumento da circulação enterohepática: Maior atividade da Betaglucuronidase intestinal, flora bacteriana e motilidade intestinal diminuida. ESSES MECANISMOS AUMENTAM A BILIRRUBINA! Ictericia Neonatal No Período Neonatal ocorre aumento da vulnerabilidade à lesão neurotóxica: - Hipoproteinemia: Diminuição da albumina (aumento da BI livre) - Deslocamento do complexo Albumina-BI; Sulfas, ceftriaxona, acidose. - Aumento da permeabilidade da barreira hematoencefálica: imaturidade, asfixia, sepse. Icterícia Fisiológica do RN SURGIMENTO VALORES MÁXIMOS BT RN TERMO* 2-3º DIA 12mg/dl RN PREMATURO 3-4º DIA 15mg/dl Pico entre 2-4ºdia, começa a cair no 5-7º dia. Icterícia Patológica • Surge nas primeiras 24h. • BT subindo a taxa superior a 5mg/dl nas primeiras 24h. • BT > 12mg/dl em RN termos e > 14mg/dl em prematuros • Aumento da BD> 2mg/dl, ou sinais de colestase (acolia, colúria) SOBRECARGA DE BI NO HEPATÓCITO < DO CLEARENCE HEPÁTICO DE BI DOENÇAS HEMOLÍTICAS: PREMATURIDADE Imunoimediadas (RH, ABO, por outros antigenos) e Hemoglobinopatias. DEFICIÊNCIA HORMONAL Defeitos Enzimáticos e do eritrocito DIMINUIÇÃO DA CAPTAÇÃO HEPÁTICA AUMENTO DA CIRC. ENTEROHEPÁTICA: DESORDENS DA CONJUGAÇÃO : Obstrução Intestinal, Estenose Pilorica Síndrome de Crigler Najjar (tipo I e II) Fibrose Cistica e ictericia do A.M Doença de Gillbert COLEÇÃO SANG. EXTRAVASCULAR: Hemorragia intracraniana, cefaloematoma POLICITEMIA: RN PIG, Filho de mãe DM. DOENÇA HEMOLÍTICA DO RN • Ocorre passagem transplacentária de anticorpos maternos para o feto, repercurtindo com destruição das hemácias ( hiperbilirrubinemia, anemia, reticulocitose, Coombs direto positivo) • Incompatibilidade RH • Incompatibilidade ABO • Incompatibilidade por outros antígenos (antígenos irregulares do RH e de outros sistemas como Kell e Duffy). Incompatibilidade RH Mãe Rh- / RN Rh+ Contato prévio com células fetais Rh+ (gestação, aborto, sangramento transplacentário). Na segunda exposição ao Rh+ ocorre rápida produção de anticorpos IgG -> passagem transplacentária-> hemólise. QC: A icterícia hemolítica é quase sempre precoce (primeiras 6h), hepatoesplenomegalia. Laboratório: elevação precoce de BT, anemia importante, Coombs +, reticulocitose. Incompatibilidade ABO • Mãe O/ RN A ou B • Anticorpos anti A e anti B IgG, são naturalmente produzidos por indivíduos “O”. Passagem transplacentária ->hemólise. • Membrana dos eritrócitos possui n° menor de sítios antigênicos A e B. • IgG anti A e anti B em pequena concentração e ligam-se a outros sítios. • Quadro Clínico: Mais brando, icterícia a partir do 2º dia de vida; • Laboratório: reticulocitose, anemia leve, Coombs nem sempre é +. Avaliação Clínica História Clinica completa: Cronologia, evolução do quadro. Antecedentes. Sorologias da mãe. Exame fisico: caracterização da icterícia, cefaloematoma, hepatoesplenomegalia. Exames complementares: Tipagem sanguínea, Coombs direto, Bilirrubina total e frações, albumina, eritrograma, reticulocitos, esfregaço periférico, Relação BT/Albumina. Avaliação Clínica - Progressão crâniocaudal - Zonas de Kramer Ainda muito utilizada mas não é totalmente fidedigna. • Zona 1: 4 a 7 mg/dl; Zona 2: 5 a 8,5 mg/dl; Zona 3: 6 a 11,5 mg/dl; • Zona 4: 9 a 17 mg/dl; Zona 5: > de 15 mg/dl. A partir da zona 3 níveis maiores que 12mg/dl ATENÇÃO! Icterícia Neonatal Cuidados Gerais: • Amamentação precoce e livre demanda. • Evitar medicações que possam interferir na ligação da bilirrubina com albumina e/ou que alterem o metabolismo hepático. • Nos casos de icterícia precoce e hemólise acentuada, determinar bilirrubina e hematócrito de 6 em 6 horas; Nos casos de icterícia tardia, controlar de 12/12 horas ou de 24 em 24 horas, dependendo do caso. Tratamento da Icterícia • Diminuição dos níveis de bilirrubina para evitar a lesão neurotóxica (encefalopatia bilirrubinica). • Fototerapia e exsanguineotransfusão. Fototerapia • Promove reação quimica, ao aplicar luz de intensidade, transformando a bilirrubina nas áreas expostas a luz. Fotoisomerização: transforma bilirrubina em lumirrubina. Permitindo sua eliminação na urina e fezes. Sua eficácia depende do comprimento da onda: 400500 nanometros. Comprimento da luz azul (pico máximo 460nm), atinge o subcutâneo. Tratamento da Icterícia FOTOTERAPIA Fototerapia • Manter o recém-nascido totalmente desnudo e colocar protetor ocular; • Manter o aparelho de fototerapia uma distância de aproximadamente 30-50 cm; • Deverá ser aumentada a oferta de líquidos enquanto estiver em fototerapia; Fototerapia • Após ter sido colocado em fototerapia, não deve ser usada a cor da pele como parâmetro para controle da icterícia; • A fototerapia não é obstáculo para amamentação; • A retirada da fototerapia será indicada com níveis de bilirrubina menores do que os indicados para o tratamento. Fototerapia Biliblanket Bilitron Convencional Bilispot Indicação de Fototerapia *Fatores de risco: prematuridade, doença hemolítica isoimune, deficiência da G6PD, letargia significante, sepse, acidose, asfixia, instabilidade da temperatura, albumina menor que 3g%. ACADEMIA AMERICANA DE PEDIATRIA, 2004 • A recomendação de fototerapia e exsanguineotrasnfusão para os RN abaixo de 35 semanas é baseada em consenso, 4 dos maiores especialistas mundiais em icterícia neonatal fizeram sugestões para o manejo dessa condição em neonatos <35 sem (Drs. Maisels, Watchko, Bhutani e Stevenson, 2012). Exsanguineotransfusão • Troca de 2 volemias do RN (volemia gira em torno de 80-85mL/Kg). • Substitui 90% do plasma e das células circulantes do RN, 80% dos anticorpos e 50% da bilirrubina plasmática. Exsanguineotransfusão • Critérios para exsanguineotransfusão precoce na doença hemolítica por Rh: Sinais de hidropsia ou anemia grave; No cordão: Coombs direto + ; Bilirrubina TOTAL > 4,5mg/dL; Hb < 11g/dL; Reticulócitos acima de 7%; • Critérios para exsanguineotransfusão tardia na doença hemolítica por Rh: Bilirrubina TOTAL > 20mg/dL em RN a termo de qualquer idade Exsanguineotransfusão Academia Americana de Pediatria, 2004 Tratamento Imunoglobulina: Bloquearia os receptores fc do sistema reticuloendotelial, diminuindo a velocidade de hemolise. O seu uso diminuiu indicação de exsanguineotransfusão e de fototerapia, tanto na incompatibilidade Rh como ABO. Tratamento Imunoglobulina: Indicação: aumento de BT > 0.5 a 1mg/dl/h (no cordão) Em fototerapia > 2-3mg abaixo dos valores indicativos de exsanguineotransfusão Posologia: o,5-1g/kg EV por 4-5 horas; repetir dose 2448h após. Maior risco de enterocolite administrada com <4h de vida. necrosante se Exercício cognitivo! • Margotto,PR, Porto CL, Paula AMC. Hiperbilirrubinemia. Assistência ao Recém-Nacido de Risco, Assistência ao Recém-Nascido de Risco, ESCS, Brasília, 3ª Edição, 2013. Hiperbilirrubinemia Neonatal-2012 (Incluindo Tabela para RN <35 semanas)Paulo R. Margotto, Liu Campelo Porto, Ana Maria C. Paula • Carvalho, M. Tratamento da icterícia neonatal. Jornal de Pediatria - Vol. 77, Supl.1, 2001. • Facchini FP. Icterícia neonatal. IN: Marba STM, Mezzacarpa FF. Manual de Neonatologia. UNICAMP. Ed. Revinter, Rio de Janeiro, pg 59, 1998. • Brasil. Ministério da Saúde. Icterícia. In: Brasil. Ministério da Saúde. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde; volume 1. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. p. 59-77. Consultem também! A Importância de se integrar a albumina com a bilirrubina total na Avaliação do Recém-Nascido Ictérico Dr. Paulo R. Margotto Manuseio da hiperbilirrubinemia no recém-nascido pré-termo Autor(es): Vinod K. Buthani (EUA).Realizado por Paulo R. Margotto • • • • • A bilirrubina é transportada no plasma em forma de um diânion ligado reversivelmente à albumina (A) sérica. Como cada molécula de albumina é capaz de se combinar fortemente com uma molécula de bilirrubina no ponto principal de ligação, uma razão molar bilirrubinaalbumina igual a 1 representa aproximadamente 8,5mg de bilirrubina por grama de albumina. Assim, um RN a termo que apresente uma concentração sérica de albumina de 3 a 3,5g% deve poder combinar aproximadamente 25 a 28mg% de bilirrubina. Nos RN doentes, RN prematuros, a capacidade de ligação da albumina com a bilirrubina é menor, assim como apresentam níveis séricos mais baixos de albumina (Maisels, 1999). Os preditores clínicos que estamos buscando são: a bilirrubina sérica total, relação bilirrubina total/albumina e a bilirrubina livre. No que diz respeito à bilirrubina livre, os dados de Ahlfors (Unbound bilirubin associated with kernicterus: a historical approach. J Pediatr 2000;137:540-4) nos informam: se os níveis estão entre 0,86 e 1,19μg%, significa que a neurotoxicidade está quase prestes a ocorrer o que se traduz por um nível acima de 15nmol/litro (>0,87μg%). Para os que não podem medir o nível de bilirrubina livre, esta relação bilirrubina total/albumina já ajuda. É importante que se conheça os competidores da bilirrubina com a albumina que deslocam a bilirrubina da albumina, aumentando os níveis de bilirrubina livres: sepses, hipotermia, acidose, hipoxia, hipercapnia, hemólise. Uma coisa que nos preocupa muito é a tentativa de definir a resposta evocada auditiva (ABR: Auditory Brainsterm Response). Hoje existem outros dispositivos automatizados que nos ajudam a fazer isto como se fosse uma avaliação de triagem, podendo ser utilizado no leito para diferenciar que bebês estão em risco para neurotoxicidade. Do estudo de Amin (Clinical assesment of bilirubin-induced neurotoxicity in premature infants.Seminars Perinat 2004; 28:340-7), os valores de bilirrubina livre com ABR normal era de 0,4μg% e os RN com alterações no ABR tinham níveis de bilirrubina livre de 0,62μg% .Os RN com kernicterus apresentam níveis de bilirrubina livre de 1,1 a 1,6μg%. Portanto, a hiperbilirrubinemia é um risco para a neurotoxicidade e este risco depende da habilidade da albumina se ligar com a bilirrubina. A bilirrubina livre, a relação bilirrubina total/albumina estão associados com anormalidades nas respostas auditivas evocadas nos RN prematuros. • As diretrizes da AAP (2004) contêm referências ao nível sérico de albumina e da relação B/A como fatores que podem ser considerados na decisão de iniciar a fototerapia ou na realização de uma exsanguineotransfusão. A medida da BL (a bilirrubina não ligada à albumina) não está rotineiramente disponível nos Estados Unidos. A relação B/A correlaciona-se com a medida de BL nos RN podendo ser usada em substituição à medida da BL (veja na Figura 1 a seguir). No entanto, deve ser reconhecido tanto os níveis de albumina como a sua capacidade de ligar-se à bilirrubina varia significativamente entre os RN. A ligação da albumina com a bilirrubina é deficiente nos RN doentes, havendo um aumento desta ligação com o aumento da idade gestacional, assim como com a idade pós-natal. O risco de encefalopatia bilirrubínica é improvável estar simplesmente em função da bilirrubina total (BT) ou da concentração de bilirrubina livre (BL), mas provavelmente, em função da combinação de ambas, ou seja, BT disponível e a sua tendência em entrar nos tecidos (ou seja, concentração de BL). Assim, o uso da relação B/A é uma opção clínica, não em substituição ao nível de BT, mas como um fator adicional na determinação da necessidade de exsanguineotransfusão. Segundo Ahlfors (2003), há uma necessidade de interpretar a bilirrubina total no contexto da concentração de albumina sérica. níveis estão entre 0,86 e 1,19μg%, significa que a neurotoxicidade está quase prestes a ocorrer o que se traduz por um nível acima de 15nmol/litro (>0,87μg%). A relação B/A é uma forma simples de incorporar a concentração da albumina sérica no critério de decisão pra exsanguineotransfusão (Ahlfors,1994) Hiperbilirrubinemia Neonatal-2012 (Incluindo Tabela para RN <35 semanas) Autor(es): Paulo R. Margotto, Liu Campelo Porto, Ana Maria C. Paula • A hiperbilirrubinemia é um risco para a neurotoxicidade e este risco depende da habilidade da albumina se ligar com a bilirrubina. A bilirrubina livre, a relação bilirrubina total/albumina (B/A) estão associados com anormalidades nas respostas auditivas evocadas nos RN prematuros. • O uso da B/A com a bilirrubina total no RN com hiperbilirrubinemia pode fornecer critérios concretos para acompanhamento de RN ictéricos. Utilidade da relação bilirrubina/albumina na predicção da neurotoxicidade induzida pela bilirrubina em recém-nascidos prematuros Autor(es): C V Hulzebos et al. Apresentação:Débora Souza Parreira, Dionísio de Figueiredo Lopes, Paulo R. Margotto Hugo Lobosque Aquino • Objetivo:Determinar evidências que baseiam o uso do índice B/A em prever o risco de DNIB em bebês prematuros (IG< 32 semanas) com hiperbilirrubinemia não conjugada. • A bilirrubina livre é melhor preditor da neurotoxicidade da bilirrubina e demonstra melhor correlação com desenvolvimento a longo prazo(geralmente não é dosada); • Estudiosos sugerem que na icterícia neonatal, caso não ocorra análise da BL, a B/A pode ser usada juntamente com bilirrubina total, na evolução e tratamento da hiperbilirrubinemia em prematuros; Unbound (free) bilirubin: improving the paradigm for evaluating neonatal jaundice. Ahlfors CE, Wennberg RP, Ostrow JD, Tiribelli C. Clin Chem. 2009 Jul;55(7):1288-99. doi: 10.1373/clinchem.2008.121269. Epub 2009 May 7. ARTIGO INTEGRAL! • O nosso objetivo de medir a bilirrubina sérica não é somente para prevenir a hiperbilirrubinemia, MAS PARA PREVENIR A LESÃO CEREBRAL INDUZIDA PELA BILIRRUBINA. • As evidências dão forte suporte de que a medida da bilirrubina livre pode contribuir substancialmente para se conseguir este objetivo Unbound bilirubin predicts abnormal automated auditory brainstem response in a diverse newborn population. Ahlfors CE, Amin SB, Parker AE. J Perinatol. 2009 Apr;29(4):305-9. Artigo Integral • Resposta auditiva do tronco cerebral anormal associa-se com elevada bilirrubina livre sérica (OR=3,3;IC a 95%:1,8-6,1), mas NÃO COM A BILIRRUBINA TOTAL! • Assim, a prevalência da neurotoxicidade da bilirrubina como causa de disfunção auditiva pode ser subestimada se usarmos somente a bilirrubina total para avaliar a severidade do RN ictérico. PROTOCOLO PARA O USO DA IMUNOGLOBULINA NA DOENÇA HEMOLÍTICA PELO Rh e ABO Unidade de Neonatologia do HRAS/HMIB/SES/DF 2015 Uso da imunoglobulina intravenosa na doença hemolítica isoimune pelo Rh e ABO- APRESENTAÇÃO DO PROTOCOLO Autor(es): Paulo R. Margotto e Equipe Neonatal da Unidade de Neonatologia do HRAS/HMIB/SES/DF Uso da imunoglobulina intravenosa na doença hemolítica isoimune pelo Rh e ABO (Protocolo) Autor(es): Paulo R. Margotto e Equipe Neonatal do HRAS/HMIB/SES/DF Critérios para a sua administração • Devido as incertezas dos benefícios e riscos relatados que podem ser comprometedores com a vida, a sua administração deveria ser reservada para casos selecionados, até que surjam futuros estudos. A administração deve ser acompanhada com rigorosa monitorização para enterocolite necrosante, alterações hemodinâmicas, trombose e hemólise. • Doença hemolítica Rh como ABO com Coomb direto positivo: • Considerar o uso se bilirrubina total 2-3mg% abaixo do nível que indica a exsanguineotransfusão no recém-nascido que se encontra sob fototerapia intensiva Obrigada!