Bibliografia: Cap. 6 Evans B
Curso de Desenvolvimento Econômico Comparado
Paulo Tigre
Paulo Tigre, Curso Desenvolvimento, UFRJ
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Fundamentalismo do capital
• Corrente do pensamento econômico que considera que
o crescimento depende essencialmente do aumento do
estoques de capital.
• Caso a poupança interna seja insuficiente, o país
poderá recorrer a “poupança externa”, por meio do
mercado de capitais.
• Os baixos rendimentos do capital no exterior
favorecem investimentos em países emergentes.
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Hoff e Stiglitz (2001)
Insuficiência do capital deve ser vista como um
sintoma e não uma causa do subdesenvolvimento.
“O desenvolvimento não pode ser visto como um
processo de acumulação de capital, mas sim como um
processo de mudança organizacional.”
Cultura e regras precisam ser mudadas e o pode
público tem uma influencia fundamental.
Relações entre agentes econômicos se pautam por
lealdades e confiança e não somente pelos fins
materiais
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Robert Solow: o capital não explica o crescimento de
longo prazo dos Estados Unidos.
A mudança technologica respondia por 80% do
crescimento economico.
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Marshall enfatizou o
“conhecimento” como motor
do progresso na economia.
Alfred Marshall
1842 - 1924
Defendeu a necessidade de
desenvolver o ensino técnico
de forma a incorporar, além
da destreza manual e visual,
“habilidades e
conhecimentos artísticos,
bem como métodos de
pesquisa”.
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A nova teoria do crescimento
• A lógica dos rendimentos decrescentes, que limita o
investimento em K fixo não se aplica ao idéias e bens
da informação.
• Bens da informação são não rivais que podem ser
usadas simultaneamente por qualquer numero de
pessoas ao mesmo tempo.
• Custo marginal zero: rendimento cresce com o uso
(economias de escala da demanda).
• Os rendimentos crescentes das idéias podem
compensar os rendimentos decrescentes de outros
fatores de produção.
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O Conhecimento como Fator de Produção
Peter Drucker (1998) toda riqueza, incluindo
empregos, salários e acumulação de capital se
forma a partir de dados e informações úteis. Uma
economia baseada no conhecimento se apóia
efetivamente na habilidade de gerar, armazenar,
recuperar, processar e transmitir informações,
funções potencialmente aplicáveis a todas as
atividades humanas.
Shapiro e Varian (1999, p.15), informação é
“qualquer coisa que possa ser digitalizada –
codificada como um fluxo de bits”.
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Definindo Economia e Sociedade da
Informação e Conhecimento
Economia
Sociedade
Informação
Setor da
Inclusão digital,
Informação:
aplicações
tudo que pode
sociais das TIC
ser digitalizado
(WSIS)
(Shapiro e
Varian)
Conhecimento Fator de produção Nova dinâmica
para toda a
com base no
economia (Peter
conhecimento
Drucker)
(Castells)
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Economia do conhecimento
Ao contrario do sistema de produção de massa
fordista, onde o objetivo é obter economias de escala
de produção, a economia do conhecimento se
caracteriza pela exploração dos efeitos de redes para
obtenção de economias de escala da demanda.
Na produção de bens imateriais, o aumento do
numero de usuários não altera os custos de
produção, mas aumenta a receita total.
A medida que a rede cresce, ela tende a beneficiar
também os usuários que passam a se defrontar com
uma ampliação da capacitação coletiva e da rede de
serviços associados.
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Efeitos de rede
Toda a tecnologia tem um
valor para o usuário que é
diretamente proporcional
à quantidade de usuários
que a adota. Quanto mais
gente usa/adota a
tecnologia, maior seu valor
para os demais.
Quando a rede atinge uma
determinada massa crítica,
("ponto de desequilíbrio“)
ela se consolida.
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Informação e conhecimento (idéias) e
desigualdade
Nova teoria do crescimento: papel cada vez mais
importante atribuído para “empresários tecnológicos”.
Desmaterialização da produção: mais bits menos
átomos.
Tendência a concentração: custo marginal zero faz
com que o poder econômico escape do controle das
forças de mercado. Segue o aumento da força política.
Feedback positivo
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feedback positivo
Os efeitos de rede dão origem ao feedback positivo, um
processo que fortalece ainda mais as tecnologias ou
padrões que se tornaram dominantes no mercado. As
redes com poucos usuários tendem a desaparecer
enquanto que aquelas que despontam como
vencedoras tendem a dominar todo o mercado. O êxito
alimenta-se a si mesmo, produzindo um círculo
virtuoso conhecido como a lógica do “vencedor leva
tudo”.
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Feedback positivo
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A “Lei” de Metcalfe e o valor das redes
Se existem n pessoas em uma rede e o valor da rede
para cada uma delas é proporcional ao número de
outros usuários, então o valor total da rede (para todos
os usuários) é proporcional a n * (n-1) = n² - n.
Ex: rede telefônica, ferrovias, “redes de
relacionamento”.
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Custos de mudança que levam ao
aprisionamento dos clientes
A economia da informação, por depender de padrões
que assegurem a compatibilidade de diferentes
subsistemas, é caracterizada por estratégias de criação
de monopólios no fornecimento de produtos
complementares.
Trancar clientes em padrões técnicos proprietários é o
sonho das empresas fornecedoras, mas pode constituir
um pesadelo para os usuários.
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Papel da qualificação de RH
• Tecnologia pode estar embutida em bens de K,
patentes, etc. mas precisam ser articuladas com outros
insumos como K físico, mão de obra qualificada e
conhecimentos tácitos.
• Concentração de trabalhadores qualificados atraem
capital. Isso afeta países pobres que:
– Tem menor disponibilidade de RH qualificado
– RH qualificado tendem a ser atraídos para regiões mais
ricas (brain drain)
– Trabalhadores de países pobre tem menos incentivos
para investir em sua formação.
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Impactos no desenvolvimento
• Conhecimento (tecnologia) não é um bem qualquer.
Se tem valor, o inovador fará de tudo para manter o
controle e evitar a difusão (patentes, segredo
industrial, etc).
• Catch-up depende de esforços próprios de qualificação
e acesso a tecnologia, ao contrario do
fundamentalismo do capital que enfatiza a
transferência de capitais.
• Outras barreiras institucionais: normas
administrativas, jurídicas, sociais.
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