Encontro Internacional de Prática e Ciência em Esterilização EMBALAGENS: temos dado a devida atenção? Kazuko Uchikawa Graziano Escola de Enfermagem Universidade de São Paulo Permitir a esterilização do artigo odontoEMBALAGEM: médico-hospitalar e mantê-lo estéril durante o transporte, armazenamento até o seu uso. Saída do Ar Entrada doAgente esterilizante Microrganismos Embalagem Produto EMBALAGENS:REQUISITOS (papel, filme plástico, nãotecido e outras) Permeável ao ar e ao Livre de microfuros agente esterilizante e irregularidades Barreira microbiana Durabilidade Não tóxico Não delaminar Inodoro Memória Partícula Dimensão Peso básico Aceitável nível de limpeza pH= 5 a8 cloreto= 0,05% sulfato= 0,25% Repelente à umidade Indicador químico Selagem satisfatória Resistente a rasgo,tração vácuo, umidade e calor Custo Variação RESPONSABILIDADES DO FABRICANTE Validação da Embalagem (papel grau cirúrgico) Permeabilidade ao agente esterilizante (duas ou mais camadas) Barreira microbiana eficaz (aerossol de esporos bacterianos) Teste de envelhecimento acelerado (37oC , 50oC e geladeira 06 meses) Regularidade do papel (exame visual contra a luz) Porosidade com porosímetro Gurley Resistência à penetração de água por método Cobb Resistência mecânica-tração por dinamômetros Resistência a estouro por método Müllen Resistência a rasgo por método Elmendorf (ABNT/93) MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO FÍSICOS RADIAÇÃO IONIZANTE USO DE EMBALAGENS CALOR ÚMIDO (AUTOCLAVE) SECO (ESTUFA) MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO QUÍMICOS USO DE EMBALAGENS GASOSO SOLUÇÃO: ácido peracético 0,2%1h glutaraldeído 2% 8-10h formaldeído: X aquoso 10% alcoólico 8% 18 h NÃO USA EMBALAGENS Óxido de etileno - ETO Plasma de peróxido Pastilhas de paraformaldeído de hidrogênio-Sterrad Autoclave de formaldeído NÃO USA EMBALAGENS COMPATIBILIDADE: TIPOS DE INVÓLUCROS X PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO TIPO DE INVÓLUCRO AUTOCLAVE A VAPOR CALOR SECO ETO PLASMA DE AUTOCLAVE RADIAÇÃO PERÓXIDO DE DE IONIZANTE HIDROGÊNIO FORMALDEÍDO Tecido de algodão Sim Não Não Não Não Não Papel grau cirúrgico Sim Não Sim Não Sim Sim Papel crepado Sim Não Sim Não Sim Sim Papel Kraft Sim Não Não Não Não Não Filmes transparentes Sim Não Sim Sim Sim Sim Lâminas de alumínio Não Sim Não Não Não Não Caixas metálicas Sim* Sim Sim* Não Sim* Sim Vidro refratário Sim** Sim Não Não Não Não Tyvec Sim Não Sim Sim Sim Sim Não-tecido Sim Não Sim Sim Sim Não *necessitam estar perfuradas **para líquidos TECIDO DE ALGODÃO NBR 14028: sarja T1 ou T2 VANTAGENS DESVANTAGENS •Vulnerabilidade à contaminação •Difícil controle da forma e do no dos reprocessamentos (65 vezes segundo RODRIGUES, 2000) PAPEL GRAU CIRÚRGICO (NBR 12946 / BS-EN 868-5) VANTAGENS • Compatibilidade c/ vapor, ETO,autoclave de formaldeído e radiação • Baixo custo • IQ impregnado na embalagem • Disponibilidade em várias formas e tamanhos DESVANTAGENS • Incompatível com calor seco e Sterrad PAPEL CREPADO (BS-EN 868-2) VANTAGENS • Eficiência de fil- tragem microbiana (98-99%) • Compatibilidade com vapor, ETO, gás de formaldeído, radiação. • Flexível, baixa memória DESVANTAGENS •Menor resistência à tração, podendo furar ou rasgar com maior facilidade quando comparado com o tecido. FILMES TRANSPARENTES (Compondo estruturas da embalagem: Polietileno, polipropileno, poliester, poliamida, PVC,poliestireno, acetado de celulose, EVA e outros) VANTAGENS DESVANTAGENS • Visualização do conteúdo dos pacotes •Permeabilidade variada ao ar e aos agentes esterilizantes • Alta capacidade de barreira e resistência •Propriedades diversificadas na selagem TYVEK VANTAGENS • Compatível com todos • • • • • os processos de esterilização (seco) Superior resistência mecânica e à umidade Excelente barreira microbiana Não contém celulose Selagem resistente Disponível TYVEC / filme com indicador DESVANTAGENS • Custo elevado quando comparado à outros tipos de embalagem • Único fabricante TECIDO NÃOTECIDO (SMS) (BS-EN 868-2) VANTAGENS DESVANTAGENS • Eficiência de filtra- • Difícil de amoldar-se ao artigo gem microbiana (aprox. 95%) • Resistente • Compatível com todos os processos gasosos e vapor • Disponibilidade • Não evidencia quebra de integridade Papel manilha Papel toalha Papel Kraft DOCUMENTAÇÃO EXIGIDA PARA EMBALAGENS Registro na ANVISA/ Ministério da Saúde – Produtos - Classe 1 – baixo risco RDC nº 185, de 22/10/2001 - registro Normas Regulamentadoras – Tecido – NBR 13734/96 – Papel Grau-Cirúrgico – NBR 12946/93, NBR 13386/95 (ETO), NBR 13387/95 (Radiação), BS-EN 868 (Partes 5,6 e 7) – Papel Crepado e Nãotecido – projeto da ABNT e BS-EN 868-2 – TyvekR - só literatura e contêineres rígidos – BS-EN 868-8 SELEÇÃO DE EMBALAGENS Ideal: comitê multiprofissional Participação obrigatória da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar Basear-se em informações fidedignas: 1º literatura NBR/ISO/BS-EN/DIN/FDA 2º documentação 3º outros usuários 4º fabricante •contêineres rígidos (válvula e filtro) • tecido de algodão •filmes •papel grau cirúrgico Penetrância Dificuldades variadas •manta de SMS •Tyvek •papel crepado Validação a cada inserção ou troca de embalagem Qualificação de desempenho: a cada nova configuração introduzida Validação das embalagens-Vida de prateleira depende dos eventos relacionados Houve algum evento que agrediu a embalagem? Caiu no chão? Foi “apalpado”? Foi aberto e fechado novamente? Foi carregado debaixo dos braços? Foi colocado elásticos, barbante? Foi “amassado” colocando pesos ou guardados em gavetas apertadas? Indefinido tempo de esterilização …….. Amém JEVITT,D-1943 (data do jornal) 1977 estéril Quando um produto é embalado e armazenado adequadamente, a arcaica prática de estabelecer prazo de validade não é necessária (JEVITT, 84) •qualidade da embalagem •umidade (35-50%) Contaminação do produto •contaminação do ar •tráfego mas ... •temperatura (18-22oC) •localização •manipulação •controle do inventário Joint Commission on Accreditation of Hospitals (JCAH) recomenda: “a data de validade deve ser assegurada” ….. “o tempo aumenta o risco de manipulação e práticas de armazenamento inapropriadas”. ARMAZENAGEM “Todo material processado deve possuir local adequado para armazenagem de forma que não haja risco de recontaminação e que facilite a distribuição.” “O prazo de validade de esterilização está diretamente relacionado à qualidade da embalagem e condições de armazenagem.” O local adjacente à área de esterilização, distantes de fonte de água, janelas abertas, portas, tubulações expostas e drenos Trânsito limitado de pessoas, manipulação mínima e cuidadosa ARMAZENAGEM Em cestos aramados, sem empilhamento, de forma a facilitar a identificação dos itens, protegidos ao máximo da deposição de poeira Não armazenar pacotes quentes (exceção: quando em cestos aramados) O suporte dos cestos ou as prateleiras devem apresentar distância de no mínimo 20 cm do piso, 5 cm das paredes e 45 cm do teto. Prateleiras de madeira não devem ser utilizadas, podendo ser de aço inox, fórmica ou material plástico Manter o ambiente limpo (frequência diária) em uma temperatura de 18 a 220C e umidade relativa de 35 a 50 % (CARDO;DRAKE, 1996) OBRIGADA! Profa. Dra. Kazuko Uchikawa Graziano Livre-Docente do Dpto ENC da EEUSP