Apresentação: Marcelo Almeida Raquel Silva Rodrigues Coordenação: Paulo R. Margotto www.paulomargotto.com.br Brasília, 2 de julho de 2012 Gastrosquise ("estômago fendido ou aberto") é uma malformação fetal decorrente de um defeito na formação da parede abdominal. Esse defeito é caracterizado pela presença de uma abertura na região abdominal, tornando possível a extrusão de vísceras abdominais, como estômago e intestinos. O defeito na formação do embrião ocorre na quarta semana de gestação, em que há fechamento incompleto das pregas laterais. Geralmente, aparece do lado direito e é mais comum em indivíduos do sexo masculino. Moura J Nas últimas décadas, a incidência mundial de gastrosquise aumentou. Apesar de as taxas de sobrevivência mais elevada de 90%, recémnascidos (RN) com gastrosquise demonstram mais morbidade pós-operatória significativamente associada longos períodos de hospitalização. O tratamento clássico para RN nos primeiros dois dias após correção de gastrosquise inclui a administração de grandes volumes de soluções de hidratação e, se necessário, repetir expansão do compartimento extracelular com soluções cristalóide, que invariavelmente leva a anasarca e baixo níveis séricos dilucionais. Estes resultados têm conseqüências deletérias, especificamente edema pulmonar intersticial e disfunção respiratória. Nesse estudo foi proposto um tratamento diferente. Em vez de administrar grandes volumes de solução de cristalóide, uma solução para manutenção basal foi administrada em volumes padrão, mesmo se taxas de diurese fossem baixas. Nos casos com oligúria mais intensa, solução de albumina foi administrada em uma tentativa para manter o volume do compartimento intravascular Outro problema encontrado com freqüência em RN que têm submetido à correção gastrosquise é o íleo pós-operatório prolongado. A introdução de uma dieta entérica pode ser difícil devido a repetidos vômitos, distensão abdominal, má absorção intestinal dos nutrientes, e episódios de enterocolite. Dietas especiais podem reduzir o risco dessas complicações, mas esta prática ainda não foi provada na literatura médica. Os objetivos do presente estudo foram os seguintes: 1) avaliar se a administração da solução de albumina melhora resultados para os RN no período pós-operatório imediato diminuindo a ocorrência de hiponatremia e 2) verificar se a introdução de uma dieta semielementar apresenta alguma vantagem sobre dietas naturais. Os dados para este estudo foram obtidos através da revisão dos registros dos RN com gastrosquise, que foram tratados entre janeiro de 2000 e junho de 2010, na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Instituto da Criança da Faculdade de Medicina de São Paulo. O estudo foi dividido em duas fases. Fase 1 (janeiro de 2000 a dezembro de 2003): no pósoperatório: solução de cristalóide 120 a 150mL/kg/dia (contendo 37,5mEq de Na+/L, 20mEq K+/L e 9 mEq Ca++/L), seguido de 20mL/kg/30 min de solução salina normal, repetida a cada 3 vezes se oligúria (diurese <0,8mL/kg/h) nos primeiros dois dias de pósoperatório. Se não ocorresse diurese, solução colóide (contendo solução salina normal e 10% de albumina) em volumes de 20 mL/kg/30 min. Introdução de nutrição enteral tão logo que fosse possível Fase 2 (janeiro 2004 a junho de 2010): no pósoperatório, infusão de 80-100mL/kg/dia de solução cristalóide e 20 mL/kg de albumina se oligúria (diurese <0,8mL/kg/h). O tubo orogástrico foi retirado quando apropriado e 1 ou 2 dias após, sem vômitos ou distensão abdominal, dieta semi-elemental (PregominR) foi iniciada, seguida por uma gradual transição para uma fórmula integral. Em ambas as fase o objetivo da cirurgia foi primariamente corrigir o defeito; em situações não possíveis, foi usada um estágio de redução com silo. Os recém-nascidos na primeira fase receberam infusões de grandes volumes de solução cristalóide e fórmula enteral integral. Os recém-nascidos na segunda fase receberam soluções cristalóides em volumes menores, com a infusão de solução de albumina quando necessário e a introdução tardia de uma dieta semi-elementar. Dados avaliados: idade gestacional, peso ao nascer e de alta, Apgar no primeiro e décimo minutos), tipo de gastrosquise (simples ou complicada, associada com atresia, necrose e ou perfuração intestinal) e tipo de tratamento cirúrgico Foi avaliado se os RN receberam infusão de colóide no período pré-operatório precoce e a média de sódio sérico e os níveis de albumina nas primeiras 72 horas de vida. A ocorrência de anasarca e a duração da intubação orotraqueal também foram verificados Suporte ventilatório em ambos os grupos: ventilação mandatório intermitente sincronizada. Hiponatremia foi definida se sódio sérico <135mEq/L; hipoalbuminemia se <3g/L Nenhum paciente recebeu diurético de alças e não foi usado nenhum escore de gravidade. Exame do suporte nutricional: tempo de nutri ação parenteral, tempo até o início da nutrição enteral, , tempo para alcançar a dieta enteral plena Foram avaliados a ocorrência de enterocolite necrosante e o tempo de hospitalização e mortalidade Análise Estatística:foi usado o teste de Shapiro-Wilk para avaliar a simetria dos dados; o teste de MannWitney foi usado para comparar os valores medianos para a administração de solução colóide com dieta enteral, tempo de nutrição parenteral, tempo de hospitalização, níveis de sódio sérico e níveis séricos de albumina; o qui-quadrado foi usado para comparar as percentagens de RN que apresentaram anasarca; regressão linear simples foi usada apara a análise da relação entre tempo de hospitalização, idade gestacional,, peso ao nascer, baixos níveis de sódio sérico, baixos níveis de albumina, tempo de nutrição parenteral, e tempo de intubação orotraqueal; a regressão linear múltipla avaliou a associação entre cada resultado (níveis de albumina, níveis de sódio sérico e a a necessidade de infusão de albumina) e as variáveis independentes. Consultem Estatística computacional: Uso do SPSS - o essencial Autor(es): Paulo R. Margotto A análise ajustada foi conduzida seguindo o modelo previamente formulado em três níveis:1) idade gestacional;2)peso ao nascer; 3) tempo de hospitalização, tempo de intubação orotraqueal, tempo para a primeira nutrição enteral e tempo para alcançar a nutrição enteral plena. O nível de significância adotado foi p<0,05. Foi usado o software Stata, versão 10 136 neonatos foram incluídos neste estudo: 36 RN na primeira fase 100 RN na segunda fase. As comparações dos dados perinatais e cirúrgicos estão na tabela 1 Sem diferenças significativas Comparações e correlações dos níveis de sódio sérico, níveis de albumina, anasarca e a necessidade de infusão de albumina A tabela 2 mostra os dados dos níveis de sódio sérico, níveis séricos de albumina, tempo de intubação orotraqueal nas duas fases dos estudo e os resultados das comparações estatísticas * * *IOT (OTI): intubação orotraqueal Os níveis séricos de albumina e de sódio foram mais baixos na fase 2 A administração de solução de albumina foi necessária em 47,2% (17/36) dos RN na fase 1 e 56% (56/100) dos RN na fase 2 (p=0,47) A porcentagem de recém-nascidos que se apresentou com anasarca foi de 19,4% na primeira fase e 8% na segunda fase (P = 0,117) Em todos os casos, não houve correlação estatística entre níveis séricos de albumina e idade gestacional, peso ao nascer e o tempo de intubação orotraqueal (IOT) ou tempo de internação. No entanto, houve uma forte correlação entre o nível sérico baixo de albumina e o tempo do inicio da alimentação enteral e dieta enteral plena (p= 0, 001) (Tabela 3) Não houve correlação entre níveis séricos de sódio e idade gestacional, tempo de internação, peso ao nascer, ou tempo entre a primeira e completa alimentação enteral. Houve, no entanto, uma correlação entre baixos níveis séricos de sódio e aumento do tempo de IOT (p = 0,04). A necessidade para a infusão de solução colóide não se correlacionou com qualquer das variáveis estudadas (tabela 3) Comparações a respeito do suporte nutricional Os dados nutricionais, incluindo o tempo de jejum antes de iniciar a dieta enteral, a duração do tempo antes que o paciente recebeu a nutrição enteral plena, a duração da administração da nutrição parenteral, a duração da hospitalização e o peso na alta e os resultados das comparações estatísticas encontram-se na tabela 4 O tempo até a primeira e nutrição enteral plena, o tempo total de nutrição parenteral e o tempo de hospitalização foram semelhantes durante ambas as fases. No entanto, os pesos de alta hospitalar dos RN na segunda fase foram superiores aos dos RN da primeira fase (p = 0,03). É importante notar que nenhum paciente apresentou edema periférico, no momento da alta hospitalar. Finalmente, os episódios de enterite necrosante ocorreram em dois RN na primeira fase e em nenhum dos RN na segunda fase (p = 0,11). Taxa de sobrevivência Fase 1 foi de 83,4%; Fase 2, foi de 92% (p = 0,25). Este estudo teve como objetivo esclarecer os dados epidemiológicos, cirúrgicos, e os póscirúrgicas dos recém-nascidos com gastrosquise. Inicialmente, os autores investigaram as mudanças terapêuticas relacionadas à expansão do volume extracelular e da utilização de soluções de colóide e seu impacto no equilíbrio de fluidos e eletrólitos e os resultados finais para RN com gastrosquise. Não houve diferenças entre os dois grupos estudados quanto as características perinatais e o tratamento cirúrgico realizado, como vimos na tabela 1. Embora os níveis séricos de albumina fossem maiores nos pacientes da Fase 1, os níveis séricos de sódio foram significativamente mais baixos nesta fase, que pode refletir o uso excessivo de infusão de solução cristalóide durante esta fase. Administração de cristalóide de tal extremo foi também ineficaz, pois 47,2% dos RN neste grupo permaneceram oligúricos e necessitaram de expansão com albumina para melhorar a diurese. Uma proporção similar de pacientes da Fase 2 receberam infusão de solução coloidal, sem anterior administração de cristalóides. A análise conjunta dos dados do sódio sérico e níveis de albumina sérica a partir dos dois períodos de tempo não mostraram qualquer correlação entre esses dados e o peso inicial de nascimento dos RN. No entanto, em ambas as fases do estudo, baixos níveis de sódio e albumina séricos foram observados. Carrol et al (2001) relataram que fetos humanos com gastrosquise apresentaram-se com menores níveis de proteína sérica e maiores quantidades de proteínas no líquido amniótico, que poderia refletir perdas protéicas e déficits de crescimento intra-uterino. Após a correção cirúrgica de gastrosquise, os RN devem apresentar-se com grandes perdas exsudativa (por exemplo, água, sódio e proteínas) para o terceiro espaço ou para as paredes intestinais inflamadas. Os baixos níveis séricos de albumina levam a pressão coloidosmótica do plasma a diminuir, com vazamento de fluido para as áreas intravasculares, diminuição intravascular de volume e diminuição da perfusão renal. Além disso, o aumento da pressão intra-abdominal do fechamento da parede contribui para a diminuição da perfusão renal, o que é responsável pela oligúria. RN com gastrosquise têm a secreção de hormônio antidiurético aumentada para promover a retenção de água livre e o restabelecimento do volume sanguíneo. A infusão de soluções cristalóides, no entanto, não aumenta o volume de sangue, porque o líquido infundido continua a vazar para o espaço intersticial devido ao baixo nível de albumina e como resultado, a concentração de sódio sérico permanece baixa. Por conseqüência, ocorre o edema intersticial pulmonar, com defeitos na troca gasosa e na ventilação mecânica. Este efeito explica a correlação entre baixos níveis séricos e o aumento do tempo de IOT porque ambos os valores estão provavelmente relacionadas com a excessiva infusão de soluções cristalóides (p = 0,04). Além disso, os recém-nascidos na primeira fase que receberam níveis muito mais altos de sódio do que as manutenções normais aumentaram a tendência de apresentar-se com anasarca. Apesar da administração terapêutica de soluções de albumina na segunda fase do estudo, os níveis séricos de albumina diminuíram (p = 0,02), embora os níveis séricos de sódio possam ter aumentado (p = 0, 006). Os níveis de albumina podem ter inicialmente diminuído quando a albumina foi administrada, provavelmente porque o espaço intravascular tinha sido expandido. Na Fase 2 os pacientes, de fato, têm uma tendência a serem menos edematosos que os recém-nascidos na Fase 1, o que explica por que os baixos níveis de sódio na segunda fase não se correlacionam com maior tempo de IOT Os baixos níveis séricos de albumina não se correlacionaram com tempo maior de IOT, embora tenha sido observada uma correlação com o tempo para primeira nutrição e a nutrição enteral plena Além disso, a necessidade de expansão com solução de albumina não se correlacionou com nenhuma das variáveis estudadas Os presentes fatos sugerem que baixos níveis de albumina combinado com alterações hemodinâmicas e oligúria (requerendo a administração exógena de albumina), que são significantes fatores de morbidade, não influenciou o tempo de íleo pós-operatório De fato, o mecanismo da disfunção intestinal observada nos pacientes com gastrosquise não são completamente conhecidos Disfunção intestinal pode ser explicada por alterações na imaturidade do plexo nervoso entérico e pela exposição do intestino ao fluido amniótico, como descrito em estudos animais feito em coelhos Os resultados do presente estudo concordam com vários estudos feitos em pacientes adultos submetidos a cirurgia abdominal ou após trauma. Estes estudos mostraram que manter a albumina >3,5g/dL com administração de albumina exógena não alterou a duração do íleo pós-operatório ou internação hospitalar e não melhorou a função pulmonar e mortalidade final. Há poucos estudos pediátricos com o tratamento com a albumina. De interessante foi o estudo de Kennyet al, no qual a hipoalbuminemia ocorreu em 27% dos neonatos no pós-operatório e a mortalidade das crianças com hipoalbuminemia foi maior, mas não foi relacionada ao nível de albumina ou com o tratamento com a albumina. Finalmente, dois estudos randomizados e controlados comparando solução salina isotônica com albumina a 5% em RN a termo e pré-termo hipotensivos mostrou que estas duas soluções são igualmente efetivas no tratamento da hipotensão e que os pacientes tratados com albumina tiveram grande retenção (So KW et al1997- e Oca MJ et al)-2003) É possível que o aumento da retenção flúida foi responsável pela diminuição dos níveis séricos de albumina na fase 2 dos pacientes deste estudo. Outra explicação seria o extravasamento da albumina para o espaço intersticial Outra diferença interessante entre os dois períodos estudados são os pesos superiores encontrados na segunda fase, embora não houvesse diferença de peso observada no início da dieta entérica nas duas fases. Houve uma tendência para mais episódios de enterocolite necrotizante no primeiro grupo do que no segundo grupo. Esses dados sugerem um possível benefício da introdução de uma dieta semi-elementar e em seguida, gradualmente transição para as fórmulas integrais. Estes resultados concordam com relatos prévios sugerindo que a introdução precoce de enteral mínima e o aumento controlado de elementos nutricionais após a reintegração intestinal melhora significativamente o prognóstico dos RN após o reparo cirúrgico da gastrosquise (Walter-Nicolet et al,2009) As comparações em relação ao apoio nutricional demonstram que não existem diferenças entre as duas fases do estudo, embora a administração da solução de albumina na segunda fase do estudo pode ter exacerbado os baixos níveis séricos de sódio e diminuição sérica dos níveis de albumina. O presente estudo sugere que a administração de solução de albumina para RN no início do pós-operatório da cirurgia de reparação da gastrosquise melhorou a diminuição dos níveis séricos de sódio, mas não melhorou os resultados finais. Além disso, a introdução de uma dieta semi-elementar foi responsável por aumento de peso corporal na alta hospitalar Em ambas as fases do estudo, o tempo de início da dieta enteral, o tempo para alcançar a dieta enteral plena, tempo de nutrição parenteral e o tempo de hospitalização não variou. Estes resultados estão de acordo com a conclusão de um estudo prévio de 163 pacientes com gastrosquise que demonstrou que a hiponatremia e hipoalbuminemia podem não ter influenciado a função intestinal, porque estas alterações não se correlacionaram com o numero de dias na nutrição parenteral (Tanuri ACA et al, 2011) MENSAGEM A administração de albumina nos RN no pósoperatório seguindo ao reparo da gastrosquise aumentou os níveis de sódio sérico, MAS Não melhorou os resultados. A introdução precoce de enteral mínima e o aumento controlado de elementos nutricionais após a reintegração intestinal melhorou significativamente o prognóstico dos RN após o reparo cirúrgico da gastrosquise Abstract OBJECTIVES: Newborns who undergo surgery for gastroschisis correction may present with oliguria, anasarca, prolonged postoperative ileus, and infection. New postoperative therapeutic procedures were tested with the objective of improving postoperative outcome. PATIENTS AND METHODS: One hundred thirty-six newborns participated in one of two phases. Newborns in the first phase received infusions of large volumes of crystalloid solution and integral enteral formula, and newborns in the second phase received crystalloid solutions in smaller volumes, with albumin solution infusion when necessary and the late introduction of a semi-elemental diet. The studied variables were serum sodium and albumin levels, the need for albumin solution expansion, the occurrence of anasarca, the length of time on parenteral nutrition, the length of time before initiating an enteral diet and reaching a full enteral diet, orotracheal intubation time, length of hospitalization, and survival rates. RESULTS: Serum sodium levels were higher in newborns in the second phase. There was a correlation between low serum sodium levels and orotracheal intubation time; additionally, low serum albumin levels correlated with the length of time before the initiation of an oral diet and the time until a full enteral diet was reached. However, the discharge weights of newborns in the second phase were higher than in the first phase. The other studied variables, including survival rates (83.4% and 92.0%, respectively), were similar for both phases. CONCLUSIONS: The administration of an albumin solution to newborns in the early postoperative period following gastroschisis repair increased their low serum sodium levels but did not improve the final outcome. The introduction of a semi-elemental diet promoted an increase in body weight at the time of discharge. Keywords: Gastroschisis, Gastroschisis repair, Hyponatremia, Morbidities, Neonates, Body wall defects 1. Suita S, Okamatsu T, Yamamoto T, Handa N, Nirasawa Y, Watanabe Y, et al. Changing profile of abdominal wall defects in Japan: results of a national survey. J Pediatr Surg. 2000;35:66– 72. [PubMed] 2. Penman DG, Fisher RM, Noblett HR, Soothill PW. Increase in incidence of gastroschisis in the South West of England in 1995. Br J Obstet Gynecol. 1998;105:328–31. 3. Nichols CR, Dickinson JE, Pemberton PJ. Rising incidence of gastroschisis in teenage pregnancies. J Matern Fetal Med. 1997;6:225–9. [PubMed] 4. Fillingham A, Rankin J. Prevalence, prenatal diagnosis and survival of gastroschisis. Prenat Diagn.2008;28:1232–7. [PubMed] 5. Eggink BH, Richardson CJ, Malloy MH, Angel CA. Outcome of gastroschisis: a 20-year case review of infants with gastroschisis born in Galverston, Texas. J Pediatr Surg. 2006;41:1103– 8. [PubMed] 6. Maramreddy H, Fisher J, Slim M, Lagamma EF, Parvez B. Delivery of gastroschisis patients before 37 weeks of gestation is associated with increased morbidities. J Pediatr Surg. 2009;44:1360–6. [PubMed] 7. Marven S, Owen A. Contemporary postnatal surgical management strategies for congenital abdominal wall defects. Semin Pediatr Surg. 2008;17:222–35. [PubMed] 8. Banieghbal B, Gouws M, Davies MR. Respiratory pressure monitoring as an indirect method of intra-abdominal pressure measurement in gastroschisis closure. J Pediatr Surg. 2006;16:79– 83. 9. Drewett M, Michailidis GD, Burge D. The perinatal management of gastroschisis. Early Hum Dev.2006;82:305– 12. [PubMed] 10. Tannuri ACA, Sbragia L, Tannuri U, Silva LM, Leal AJ, Schmidt AF, et al. Evolution of critically ill patients with gastroschisis from three tertiary centers. Clinics. 2011;66:17– 20. [PMC free article][PubMed] ARTIGO INTEGRAL 11. Phillipps JD, Raval MV, Redden C, Weiner TM. Gastroschisis, atresia, dysmotility: surgical treatment strategies for a distinct clinical entity. J Pediatr Surg. 2008;43:2208–12. [PubMed] 12. Oyachi N, Lakshmanan J, Ross MG, Atkinson JB. Fetal gastrointestinal motility in a rabbit model of gastroschisis. J Pediatr Surg. 2004;39:366–70. [PubMed] 13. Walter-Nicolet E, Rousseau V, Kieffer F, Fusaro F, Bourdaud N, Oucherif S, et al. Neonatal outcome of gastroschisis is mainly influenced by nutritional management. 2009;48:612–7. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 14. Shaw K, Buchmiller TL, Curr M, Lam MM, Habib R, Chopourian HL, et al. Impairment of nutrient uptake in a rabbit model of gastroschisis. J Pediatr Surg. 1994;29:376–8. [PubMed] 15. Srinathan SK, Langer JC, Wang JL, Rubin DC. Enterocytic gene expression is altered in experimental gastroschisis. J Surg Res. 1997;68:1–6. [PubMed] 16. Carroll SG, Kuo PY, Kyle PM, Soothill PW. Fetal protein loss in gastroschisis as an explanation of associated morbidity. Am J Obstet Gynecol. 2001;184:1297–301. [PubMed] 7. Santos MM. Tannuri U. Alterations of enteric nerve plexus in experimental gastroschisis: is there a delay in the maturation. J Pediatr Surg. 2003;38:1506– 11. [PubMed] 18. Uhing MR. The albumin controversy. Clin Perinatol. 2004;31:475–488. [PubMed] 19. Kenny SE, Pierro A, Isherwood D, Donnell SC, Van Saene HK, Lloyd DA. Hypoalbuminaemia in surgical neonates receiving parenteral nutrition. J Pediatr Surg. 1995;30:454–7. [PubMed] 20. So KW, Fok TF, Ng PC, Wong WW, Cheung KL. Randomised controlled trial of colloid or crystalloid in hypotensive preterm infants. Arch Dis Child Fetal Neonatal. 1997;Ed 76:F43–6. 21. Oca MJ, Nelson M, Donn SM. Randomized trial of normal saline versus 5% albumin for the treatment of neonatal hypotension. J Perinatol. 2003;23:473– 6. [PubMed] Tese de Mestrado-Universidade de Brasília (UnB): Valor prognóstico das imagens ultrassonográficas pré-natais nos pacientes com gastrosquise Autor(es): Jaisa Maria Magalhães de Moura GRAU 1 GRAU 2 GRAU 3 Defeitos de fechamento da parede abdominal (onfalocele/gastrosquise) Autor(es): Jaísa Magalhães de Moura Durante as duas últimas décadas, a prevalência de gastrosquise tem aumentado na maioria dos países. Nos trabalhos mais recentes, realizados de 2004 a 2006, apresentou-se uma taxa de prevalência de até 4,4 a 7 por 10.000 nascimentos vivos. Dentre os fatores de risco, o único comprovado é a idade materna. Mulheres jovens, abaixo dos 20 anos de idade, têm 11 vezes mais possibilidade de gerar um feto com gastrosquise do que mulheres acima dessa idade. Sobrevida com taxas superiores a 90% são conseguidas em diversos serviços. PRÉ-OPERATÓRIO Após o nascimento todos os recém-nascidos são internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI-NEO) Recepção do RN, pelo pediatra, de modo estéril, com campos esterilizados, capote e luva. A proteção das alças intestinais expostas é realizada com compressas estéreis, úmidas e mornas, envolvidas por filme plástico. O modo de proteção das alças visa sobretudo proteger e envolver as alças, evitando-se a compressão vascular e impedindo a perda significativa de calor ou líquidos por evaporação.É importante que o intestino seja mantido na linha média e que seja observado continuamente para assegurar a perfusão adequada, para evitar a torção do mesentério.riores a 90% são conseguidas em diversos serviços. O posicionamento do paciente com gastrosquise em decúbito lateral direito, visa melhorar o retorno venoso e a perfusão das alças intestinais antes e depois do procedimento cirúrgico. Depois da estabilização clínica, os recém-nascidos são encaminhados ao centro cirúrgico, de preferência de 1 até no máximo 6 horas após o nascimento, onde são anestesiados e operados. A medida da pressão intra-vesical é realizada através de uma sonda vesical acoplada a um sistema de medida de PVC. A pressão intra-vesical reflete a pressão intra-abdominal deve ser medida antes , durante e depois do procedimento operatório. Medidas acima de 20 cm de H2O estão associadas a altos índices de incidência de síndrome compartimental. No pós-operatório imediato é mantido antibiótico profilático ou terapêutico dependendo do aspecto das alças e das condições clínicas do paciente. No caso de tratamento estagiado, com o uso da tela de silástico o antibiótico é sempre terapêutico, pois serão feitas várias manipulações até o total fechamento da parede abdominal. PÓS-OPERATÓRIO A hiperhidratação, não precisa ser mantida no pós-operatório. A hidratação deve ser realizada conforme as condições clínicas do paciente, sendo que a diurese deve ser controlada rigorosamente. A Infusão de albumina de 12/12h é mantida nas primeiras 48h , para diminuir o edema pós-operatório. O recém-nascido com gastrosquise tem albumina sérica baixa e, ao contrário, no líquido amniótico apresenta alto nível de proteína. Alguns autores, em estudos clínicos e experimentais, comprovaram a perda de proteína fetal e sugeriram que a hipoalbuminemia e a hipogamaglobulinemia apresentadas por esses pacientes poderiam ser responsáveis tanto pela alta incidência de infecções, como pelo baixo peso apresentado em grande parte dos casos com gastrosquise (Consultem Carroll SG, et al:Fetal protein loss in gastroschisis as an explanation of associated morbidity. Am J Obstet Gynecol. 2001;184:1297– 301. [PubMed] (6/4/2012- 8hs) A Jaisa (Jajá), a nossa eterna gratidão pelo privilégio de poder conviver com tão especial colega/amiga. Os seus conhecimentos, habilidades,ensinamentos (materializados nos seus capítulos do nosso Livro), bondade, caridade, amizade, amor sempre estarão nas nossas lembranças. Dá-nos Senhor a capacidade de abrir a nossa inteligência para compreender os seus desígnios de levar tão prematuramente nossa colega tão Especial! Provavelmente o Céu estava precisando de uma pessoa tão capaz como a Jaisa! Jaisa, as suas inesquecíveis gargalhadas sempre estarão presente conosco. O Céu está em festa! Paulo R. Margotto e Equipe Neonatal do HRAS Te amamos muito, Jaisa! Drs. Paulo R. Margotto, Mércia M. B. Rocha, Paulo J. G. Tubino, Jaisa M.M. de Moura e Ruy Bayma Archer da Silva (Apresentação da Tese de Mestrado, 2006) OBRIGADO! Marcelo Almeida Raquel Silva Rodrigues Dr Paulo R Margotto Internato ESCS/ HRAS