PORQUE DEVEMOS ESCUTAR
* (Fátima Mônaco). Terapeuta de Família
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Por mais que queiramos aquietar nossas mentes estamos sempre tagarelando, mesmo em silêncio. Está cada
vez mais difícil utilizar-se da “escuta verdadeira” para se ter uma boa compreensão e comunicação com nossos
semelhantes.
Obviamente que só amamos e conhecemos verdadeiramente a quem ouvimos e para colocar em prática “a
arte de ouvir” é preciso muita dedicação, interesse e disponibilidade.
Como então devemos escutar aqueles que estão mais próximos de nós, como os nossos filhos e amigos mais
próximos, marido e mulher e até aqueles que ainda não conhecemos? Logicamente que não existem fórmulas
preparadas para este fim, mas devemos levar em conta que ouvir é se colocar em silêncio com outra(s)
pessoa(s), sem julgamentos e sem conselhos. Simplesmente ouvir com paciência, numa escuta ativa, receptiva,
sensível e aberta. Permanecer tranqüilo, concentrado no que se escuta, nas experiências do outro, estando
totalmente presente com o outro.
Acredito que o fator tempo seja inimigo de uma boa escuta, daí a necessidade da disponibilidade para que a
escuta seja feita com a atenção necessária.
Muitas das vezes nossos filhos querem um pouco de atenção (escuta) e estamos distraídos o bastante para não
levarmos a sério “aquele sonho que ele teve” ou “seus anseios diários” e não conseguimos estar atentos às
suas necessidades, suas alegrias, tristezas e dúvidas. Seremos pais se nos esforçamos para sermos casal e ou
cuidadores responsáveis e somente através do nosso testemunho é que eles entenderão que além de
provedores e cumpridores de nossos deveres também transmitimos o amor. Na realidade sabemos que não
são poucos os casais e famílias carentes de uma escuta e necessitando de uma atenção e diálogo.
Para ouvir nossos filhos vale à pena prestar atenção em nossa escuta com os nossos companheiros porque
tudo é um reflexo de como estamos na vida e fazer da escuta um estilo de vida, um hábito e até uma
necessidade vital.
Para ouvir precisamos nos conhecer, termos paz interior, tranqüilidade, disponibilidade e o mais importante:
querer ouvir; ter o desejo de escutar, acolhendo o que é dito e o não dito, pois, desta forma penetramos no
íntimo dos nossos filhos e das pessoas que ouvimos. Só assim participamos de suas vidas de uma forma criativa
e poderosa.
Quando ouvimos criativamente não ficamos simplesmente em posição de escuta, mas refletimos com o outro,
ampliamos o entendimento, pedimos detalhes do que ouvimos, sempre com o objetivo de ajudá-lo. Deste
modo estamos conhecendo o outro e podemos cuidar dele.
Um requisito indispensável para uma boa escuta é o senso de reverência e de respeito para não se repetir a
outros aquilo que foi escutado. De outro modo como teremos confiança uns nos outros?
Por fim, “como disse Dom Cipriano em seu artigo “Aprender a escutar” (Revista Jesus vive e é o Senhor Ano
XXIX, no 340“ A escuta nunca é superficial,artificial ou estática. Ela é quente, tem calor humano, é interessada, é
participante. Procura conhecer para cuidar do outro. “É amor em ação”.
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PORQUE DEVEMOS ESCUTAR Por mais que queiramos aquietar