MICOTOXINAS
Valentina Melo dos Santos
Laboratório Regional de
Veterinária
MICOTOXINAS
Micotoxinas: termo coletivo utilizado para
designar as substâncias tóxicas produzidas
pelos bolores durante o seu crescimento.
Principais micotoxinas:
 Aflatoxina
 Ocratoxina
 Zearalenona
 Patulina
 Gliotoxina
 Desoxinivalenol
 Fumonisinas
Principais fungos:
• Aspergillus
• Penicillium
• Fusarium
Hepatotoxinas
Efeitos neurotóxicos
diversos
Hepatites
Hemorragias hepáticas
Hemorragias
pulmonares e cerebrais
Ex.: aflatoxinas
Ex.: rubratoxina
Ex.: patulina
Aspergillus flavus
Penicillium rubrum
Aspergillus clavatus
Ex.:leucoencefalomina
Infecções do tracto
digestivo
Fusarium moliniforme
Ex.: tricotecina
Efeito sialorreia
Fusarium sporotrichioides
Ex.: eslaframina
Rhisoctonia leguminicula
Ergotismo
Perturbações
gastro-intestinais
Micotoxinas
Ex.: austdiol
Ex.: derivados de
ergoclavina
Aspergillus ustus
Aspergillus fumigatus
Desregulações
metabólicas
Efeitos
convulsivos
Ex.: toxinas PR
Penicillium roqueforti
Ex.: ác. ciclopiazónico
Lesões
renais
Penicillium cyclopium
Efeitos
tremorgénicos
Ex.: penitremina
Paralisia/Ataxia
Ex.: citrinina
Ex.: citrioviridina
Penicillium
citrinum
Penicillium citrioviride
Efeitos
Estrogénicos
Edemas cutâneos
Ex.: zearalenona
Ex.: esporidesmina
Fusarium roseum
var. graminearum
Pithomyces chartarum
Penicillium crustosum
Síndromas predominantes associados a micotoxinas
MICOTOXINAS

Acção das micotoxinas
E ainda: diminuição do crescimento; da eficiência
reprodutiva; da resistência a doenças; danos
patológicos no fígado e outros órgãos, redução da
eficácia da vacinação, etc.
Micologia - Micotoxinas
Fatores que influenciam a toxicidade:

Espécie

Idade

Raça/sexo

Teor de contaminação

Duração da administração do alimento

Estado de nutrição do animal

Estado de saúde

Condições do habitat

Sinergismos e associação de diferentes micotoxinas
Micotoxinas nos alimentos
Migração das micotoxinas
Esquema da interação do pH e da Aw no crescimento
microbiano (Hocking, 1991)
Principais fatores condicionantes da produção de
micotoxinas










Humidade e água disponível (Aw)
Temperatura
Integridade física do substrato
pH
Composição do substrato
Existência de nutrientes minerais
Potencial oxirredução (O2/CO2)
Presença de vertebrados
Estirpes específicas
Interação microbiológica
Temperatura e Aw exigidas para o desenvolvimento de alguns
bolores e para a produção de algumas micotoxinas
Crescimento
FUNGOS
Produção
Temp.ºC
Aw
Micotoxinas
Temp.ºC
Aw
A. flavus
10
0,78
Aflatoxinas
10-25
0,83
A. clavatus
10
0,85
Patulina
12
0,99
10-12
0,77
Ocratoxinas
12
0,99
A. ochraceus
LEGISLAÇÃO
TEORES MÁXIMOS EM GÉNEROS ALIMENTÍCIOS ORIGEM ANIMAL
Regulamento (CE) n º 1881/2006
MICOTOXINAS
GÉNEROS ALIMENTÍCIOS (µg/kg)
Leite
AFM1
0,050
LIMITES MÁXIMOS ADMISSÍVEIS /VALORES ORIENTAÇÃO EM ALIMENTOS PARA
ANIMAIS (Dec. lei nº 193/2007 e Reco. 2006/576/CE)
MICOTOXINAS
ALIMENTOS PARA ANIMAIS (mg/kg)
Matérias-primas
Alimentos compostos
AFB1
0,02
0,005 a 0,02
OTA
0,25
< 0,05 a < 0,1
ZEA
2a3
< 0,1 a < 0,5
60
< 5 a < 50
DON
8 a 12
< 0,9 a < 5
Alcalóides da cravagem centeio
1000
1000
FB1+FB2
DETERMINAÇÃO DE AFLATOXINAS
 Regulamento (CE) Nº 152/2009, que estabelece os
métodos de amostragem e análise para o controlo oficial
dos alimentos para animais. Regras gerais
Versão consolidada . Reg. (CE) nº 691/2013
 EN ISO16050. Cromatografia líquida de alta pressão
(HPLC). Método confirmatório para a determinação de
aflatoxina B1 em cereais.
 Regulamento (CE) Nº 401/2006 que estabelece os
métodos de amostragem e de análise para o controlo
oficial dos teores de micotoxinas nos géneros
alimentícios. Regras para métodos de rastreio.
Absorção de aflatoxina B1 e excreção de aflatoxina M1
Aflatoxina M1
Depende da raça, do sistema metabólico, etc.
Absorção de aflatoxina B1 e excreção de aflatoxina M1
Fígado:
transforma-se
em aflatoxina M1
Aflatoxina B1
Aflatoxina M1
300:1
34:1
1600:1
Passado 12 a 24 horas de ingestão aparecem os resíduos no
leite.
DESAPARECIMENTO DA
AFLATOXINA M1 DO LEITE
APÓS A NÃO INGESTÃO DE
AFLATOXINA B1 NOS
ALIMENTOS É DE
APROXIMADAMENTE 3 A 6
DIAS.
Metodologias de controlo das micotoxinas
Estratégias de descontaminação-critérios a ter em conta (Beaver, 1991; Park,
1993):
1. A micotoxina tem de ser inativada ou destruída pela
transformação em compostos não tóxicos;
2. O micélio e os esporos dos fungos devem ser destruídos,
evitando que se formem novas toxinas;
3. Os alimentos deverão manter o seu valor nutritivo e a
palatibilidade;
4. As propriedades físicas do material não poderão alterar-se
significativamente;
5. O custo da descontaminação deve ser inferior ao valor do
alimento.
Metodologias de controlo das micotoxinas
Exemplos:
Separação física de grãos
Tostar amendoins
Irradiação com luz ultravioleta
Extração com solventes orgânicos (adição de peróxido de
hidrogénio)
Utilização de O3
Adsorção (carvão ativado, alumino silicatos, bentonites)
Adsorventes orgânicos (Saccharomyces cerevisiae)
Enzimas
Bactéria Flavobacterium aurantiacum B-184
Metodologias de controlo das micotoxinas
• Reg.(CE) N.º 1831/2003 prevê aditivos destinados à
alimentação
animal
classificados
enquanto
aditivos
tecnológicos, para a redução da contaminação dos alimentos
para animais por micotoxinas, substâncias que podem inibir
ou reduzir a absorção de micotoxinas, favorecer a sua
excreção ou modificar o seu modo de ação (alínea m) do nº 1
do Anexo I.
• Regulamento de Execução (EU) Nº 1060/2013 relativo à
autorização de bentonite como aditivo. Tem de ser
mencionado no rótulo e indicado o teor.
Aflatoxina B1
Aflatoxina M1
LEGISLAÇÃO
Regulamento (CE) n º 152/2009 Consolidada Regulamento (EU) nº 691/2013–
métodos de amostragem e análise para o controlo oficial dos alimentos para
animais
5.2. Requisitos quantitativos das amostras elementares respeitantes ao controlo de
constituintes ou substâncias suscetíveis de não estar repartidos uniformemente nos
alimentos para animais (ex. controlo de aflatoxinas e outras micotoxinas)
Regulamento (CE) n º 401/2006 – métodos de amostragem e de análise para o
controlo oficial dos teores de micotoxinas nos géneros alimentícios
MEDIDAS PREVENTIVAS
INDÚSTRIAS ALIMENTOS PARA ANIMAIS
1. Obrigações dos operadores (Regulamento (CE) Nº 178/2002)
a) Segurança
b) Responsabilidade
c) Rastreabilidade
d) Transparência
e) Emergência
f) Prevenção
g) Cooperação
Requisitos de Higiene -Regulamento (CE) Nº 183/2005
MEDIDAS PREVENTIVAS
INDÚSTRIAS ALIMENTOS PARA ANIMAIS
2. Requisitos de Higiene – Regulamento (CE) nº 183/2005
(Tudo definido)
a) Instalações e equipamentos
b) Limpeza e verificação
c) Controlo de pragas
d) Pessoal
e) Receção de matérias-primas e outros ingredientes
f) Produção
g) Controlo de Qualidade
h) Vigilância de dioxinas
i) Armazenamento e transporte
j) Conservação de registos
k) Reclamações e retirada de produtos de circulação
MEDIDAS PREVENTIVAS
INDÚSTRIAS ALIMENTOS PARA ANIMAIS
•Controlo das matérias-primas à receção (armazenamento:
temperatura e humidade);
•Implementação de sistema APPCC (controlo de qualidade
adequado com monitorização de aflatoxinas);
•Observância dos limites máximos admissíveis;
•Instalações,
equipamentos
e
utensílios
adequados
com
mecanismos de manutenção e limpeza apropriados entre outros
requisitos
de
higiene (incrustações,
restos
de
produtos
acumulados);
•Boas práticas de armazenamento produto acabado (estado dos
sacos) e transporte.
MICOTOXINAS
MEDIDAS PREVENTIVAS – EXPLORAÇÕES
Requisitos de Higiene – Reg. (CE) nº 183/2005. Anexo III
•Boas práticas agrícolas
•Boas práticas de higiene (por ex. limpar os silos verticais)
•Condições de armazenagem adequadas (por ex. aquisição de
concentrado conforme as necessidades da exploração)
•Boas práticas de alimentação (por ex. não administrar aos
animais alimentos bolorentos)
MICOTOXINAS
MEDIDAS PREVENTIVAS – INDÚSTRIAS LACTICÍNIOS
Implementação de sistema APPCC: controlo de pontos críticos
adequado (monitorização de AFM1, frequência e medidas em
caso de situações não conformes);
•Observância dos limites máximos admissíveis;
•Instalações, equipamentos e utensílios adequados com
mecanismos de manutenção e limpeza apropriados entre outros
requisitos de higiene;
•Manutenção de registos
•Boas práticas de armazenamento e transporte.
Representação esquemática
Recolha na exploração/posto
1 amostra por produtor/posto
Fábrica
PCOL
Fábrica
+
Testar as amostras colhidas
produtor/posto para rastrear
a(s) amostra +
Resultado +
AFM1: O circuito tem que ter rastreabilidade ao produtor.
Frequência
Teste
Medidas em caso de situações não conforme
Amostras
colhidas
aguardam
resultados do
teste
TESTE AO LEITE DO TANQUE
CISTERNA
Resultado 5% (?) LRV lote APCC
MICOTOXINAS
Muito obrigada pela vossa atenção!
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