Psicologia fenomenológica existencial e interdisciplinaridade: a formação do psicólogo
para atuação em saúde pública
Géssica Czuy, Universidade de São Paulo
Henriette Tognetti Penha Morato, Universidade de São Paulo
Pedro Vitor Barnabé Milanesi, Universidade de São Paulo/ FHO|Uniararas
Resumo: Após a consolidação das Políticas Públicas de Saúde no Brasil, o psicólogo tem sido
chamado a ocupar lugares e contextos clínicos diferentes. No campo da clínica, esse movimento
é marcado por questionamentos e necessidade de reflexão da aplicabilidade, viabilidade e
abrangência social da prática psicoterápica e pelo desenvolvimento de novas modalidades
capazes de atender à demanda. Surge a necessidade de se repensar o papel e o sentido da
formação profissional, no que tange às práticas clínicas em saúde voltadas para o público.
Assim, apoiados na fenomenologia, a supervisão surge como espaço privilegiado de formação,
por abarcar a elaboração da experiência (prática). A supervisão convoca a suspensão
fenomenológica do vivido em campo pelo profissional, propiciando novos modos de ser para o
psicólogo e abrindo possibilidades outras de ação clínica e assim de repercussão na abertura de
possibilidades existenciais para a população atendida. A presente comunicação tem como
objetivo apresentar duas experiências de intervenção e supervisão clínica em saúde,
fundamentadas na fenomenologia de Heidegger, como tentativa de atender às demandas sociais,
de formação e exigências do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro. Para tanto, enfoca-se os
desafios apresentados à ação e formação clínica do psicólogo na Estratégia Saúde da Família
(ESF) e no Programa Educação pelo Trabalho em Saúde (PET-Saúde), que surgem a partir da
necessidade de as ações em saúde acontecerem em território, isto é, onde a vida cotidiana dos
usuários acontece. Essa situação exige do psicólogo o cuidado para compreender o cotidiano da
população à luz de seu contexto. A fenomenologia se revela fundamentação teórica
paradigmática para isso. Tal modalidade de intervenção evidencia a necessidade de qualificação
da formação interdisciplinar em saúde para cuidar de não intervir recorrendo a interpretações
prévias. Exige também o desenvolvimento de tecnologias para seu cuidado e manejo baseadas
na visão clara das demandas da clientela.
Palavras-Chave:Formação clínica em psicologia; Fenomenologia existencial; Política Pública
de Saúde.
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Géssica Czuy