Prof. Mariana Giannecchini Ferrari
DESDOBRAMENTOS DA TEORIA
PSICANALÍTICA
ASPECTOS CLÍNICOS E METAPSICOLÓGICOS DA
REGRESSÃO NO CONTEXTO ANALÍTICO
A análise não consiste somente no
exercício de um técnica, é algo que
nos tornamos capazes de fazer
quando alcançamos um certo estágio
na aquisição da básica.

Cooperar com o paciente no seguimento
de um processo, processo este que em
cada paciente possui o próprio ritmo e
caminha no próprio rumo.

Todos os aspectos importantes do
processo analítico originam – se no
paciente e não no analista.
3 CATEGORIAS DE CASOS:
1.
2.
3.
Paciente funciona em termos de uma
pessoa
inteira
–
dificuldades
de
relacionamento interpessoais.
Paciente nos quais a personalidade acabou
de se formar – análise do estágio de
concernimento (posição depressiva).
Paciente com estrutura pessoal não
totalmente integrada – ênfase recai mais
freqüentemente no manejo.
REGRESSÃO:
Indica simplesmente o contrário do progresso
em relação a evolução do indivíduo.
 Não pode existir uma simples reversão do
progresso.

a uma situação anterior a falha

Regressão
a uma antiga situação de êxito
Dentro do desenvolvimentos saudável que o
indivíduo seja capaz de defender o EU contra
falhas ambientais específicas através do
congelamento da falha.

Nas fases pré – genitais situações desfavoráveis podem criar pontos
de fixação no desenvolvimento individual do sujeito – quando uma
pessoa esta engajada em um relacionamento interpessoal, a
ansiedade pode levar a uma regressão, em termos de qualidade do
instinto, aquele que estava em vigor na época da fonte de fixação, e
a conseqüência e a reintensificação da situação original da falha.
TECNICA PSICANALITICA
1.
2.
Material apresentado pelo paciente deve ser compreendido e
interpretado.
Contexto no qual o trabalho é realizado:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
j)
Num dia específico da semana, numa hora marcada o analista se coloca a
disposição do paciente;
A analista estaria com certeza lá, na hora, vivo e bem;
Durante o tempo previamente combinado o analista permaneceria acordado e
estaria preocupado com o paciente;
O objetivo da análise seria o de entrar em contato com o processo do paciente,
compreender o material apresentado e comunicar essa compreensão verbalmente;
O método do analista era de observação objetiva;
Trabalho realizado dentro de um quarto, adequadamente iluminado;
Analista mantém julgamento moral fora do relacionamento;
Analista apresenta –se mais confiável do que as demais pessoas na vida cotidiana;
Clara demarcação entre fato e fantasia, de modo que sonhos agressivos não o
magoam;
Se houver retaliação o analista deve sobreviver.
O QUE FAZ DO ANALISTA UMA PESSOA
MADURA?
O analista comporta – se sem muita dificuldade,
por ser uma pessoa relativamente madura.
TRIPÉ DE FORMAÇÃO:
1. Análise;
2. Supervisão
3. Aprimoramento teórico.
ATUAÇÃO
Deve sempre ser tolerada.
 Atuação propriamente dita é apenas o começo,
sendo sempre necessário colocar em palavras
o que acabou de ser compreendido.

1. Uma declaração do paciente sobre o que aconteceu durante a
atuação;
2. Uma declaração do que se esperava do analista (disto pode se
deduzir o que aconteceu de errado na situação da falha ambiental
original).
3. Raiva pertencente a situação original (talvez sendo sentida pela
primeira vez);
4. Um novo sentimento de EU no paciente, e uma percepção de que o
progresso agora significa um crescimento verdadeiro.
DEPENDÊNCIA:

1.
2.
3.
Trata – se de algo sempre extremamente
doloroso para o paciente:
Paciente bastante normal – dor sentido por quase
todo o tempo;
Meio do caminho: onde o paciente reconhece o
reconhecimento doloroso da precariedade da
dependência e da dupla dependência;
Outro ponto (caso psiquiatrico): aparentemente não
sofre quando dura a dependência.
FALSO SELF
No desenvolvimento inicial do ser humano o ambiente que age de modo
suficientemente bom permite que o crescimento pessoal tenha lugar.
Se o ambiente não se comporta de modo suficientemente bom, o individuo
passa a reagir à intrusão, e os processos do EU são interrompidos. Se este
estado de coisas atinge um certo limite quantitativo, o núcleo do Eu passa a
ser protegido. Há uma paralisação, e o EU não consegue novos progressos
a não ser que a falha da situação ambiental seja corrigida (por meio de
análise). Como EU verdadeiro protegido, surge um EU FALSO construído
sobre a base da submissão defensiva, a aceitação da reação à intrusão. O
desenvolvimento do FALSO EU é uma das organização defensivas mais bem
– sucedidas, destinadas a proteger o núcleo do EU verdadeiro, e sua
existência tem por conseqüência a sensação de inutilidade.
DISTORÇÃO DO EGO EM TERMOS DE FALSO E
VERDADEIRO “SELF” (1960)
Frente as formulações inicias
feitas por Freud....
FALSO SELF
Parte orientada para o exterior
e relacionada com o mundo
VERDADEIRO SELF
Parte central e controlada pelo
instinto (sexualidade pré
genital/genital)
SÃO AS NECESSIDADES DO EGO E DO ID
O ego do lactante esta criando força e, como conseqüência, esta
a caminho de um estado em que as exigências do id serão
sentidas como parte do self, não como ambientais.
FALSO SELF (NA NORMALIDADE):




É uma defesa, para ocultar e defender o verdadeiro self;
É constituído por identificações;
É representado pela organização integral da atitude social
polida e amigável;
Tem como principal objetivo procurar condições que tornem
possível ao self verdadeiro emergir.
É a capacidade de renunciar à
onipotência e ao processo
primário em geral, o ganho se
constituído lugar na sociedade,
nunca poderia acontecer se
mantido somente o self
verdadeiro.
ETIOLOGIA:
Nas primeiras relações objetais;
 Lactante não é integrado na sua maior parte
do tempo;
 Mãe: envolve o lactante, as vezes fisicamente e
constantemente simbolicamente.
 Lactante expressa um gesto espontâneo
(impulso espontâneo).

É a maneira como a mãe
responde a essa
onipotência infantil que
será importante e fundante
no desenvovimento do falso
e verdadeiro self.
QUANDO A MÃE É SUFICIENTEMENTE BOA...
A mãe alimenta a onipotência do lactante e até certo ponto vê
sentido nisso
Através da complementação egóica da mãe o self verdadeiro do
bebê começa a criar vida
O bebê começa a acreditar na realidade externa que surge e se
comporta como por mágica – adaptação da mãe relativamente
bem sucedida aos gestos e as necessidades do lactante.
A mãe apresenta o objeto a um self verdadeiro e espontâneo
O bebê pode gozar da ilusão onipotente criando e controlando –
devagar consegue reconhecer o elemento ilusório - base da
simbolização (objeto externo - criado e catexido)
Entre o lactante e o objeto existe algo que
os media, unindo os segundo a
necessidade (quem faz esse trabalho é a
mãe suficientemente boa), a medida que
existe algo separando, ao invés de unindo
a função de levar a formação de vínculos
fica bloqueada.
A MÃE QUE NÃO É SUFICIENTEMENTE BOA....
A mãe não é capaz de complementar a onipotência do lactante
(falha).
A mãe é inábil em perceber as necessidades do lactante
A mãe substitui o ato espontâneo do bebê por seu próprio
gesto, que pode ser lido como submissão (estágio inicial do
falso self)
O processo que leva a capacidade de formação de símbolos
não se inicia ou tone – se fragmentado
O bebê cresce exatamente através das necessidades do Outro

O self verdadeiro no estágio inicial:
É

de onde vem o gesto espontâneo;
Somente o verdadeiro self pode:
 ser
criativo;
 E se sentir real.
REASSEGURAMENTO:

Todo o contexto do tratamento psicanalítico constituí
na
verdade
um
grande
reasseguramento,
especialmente o comportamento objetivo e confiável
do analista,e as interpretações transferenciais.

É preciso que haja no analista uma crença na
natureza
humana
e
nos
processos
de
desenvolvimento para que algum trabalho possa ser
feito, e isso é rapidamente percebido pelo paciente.
CONTRATRANSFERÊNCIA

Hipócrates: possível fundador da atitude
profissional – versão idealizada do homem ou
mulher comum encontrado na rua.
ANÁLISE DO ANALISTA
O analista esta sob tensão ao manter a atitude
profissional dentro do consultório – a
finalidade da análise do profissional é
aumentar a estabilidade de caráter e a
maturidade da personalidade do profissional,
sendo esta a base do seu trabalho e de nossa
habilidade de manter um relacionamento
profissional.
DE ONDE DERIVA A TRANSFERÊNCIA?
Do ID – na análise receberá indícios de
modo que possa interpretar não apenas a
transferência de sentimentos da mãe
para o analista, mas também os
elementos instintivos inconscientes que
estão por trás disso, assim como os
conflitos gerados e as defesas então
erigidas.
CONTRATRANSFERÊNCIA
O significado da palavra só pode
ser o de aspectos neuróticos que
estragam a atitude profissional e
perturbam o curso do processo
analítico determinado pelo
paciente.
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Desdobramentos da teoria psicanalítica