UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
DISCIPLINA DE FUNDAMENTOS DE PSICANÁLISE
Donald Winnicott
Grupo: Tamara, Dânya, Suzan, Rita, Juliana e Matheus
Donald Winnicott
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Nasceu na Inglaterra
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Iniciou sua carreira como pediatra (hospital de Londres)
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Em 1923, começou a se psicanalisar com James
Strachey, através de recomendação de Ernest Jones.
Ambas as experiências (o exercício da pediatria e sua
análise pessoal) marcaram de maneira fundamental seu
trabalho posterior.
A tutoria de Jones e Strachey acrescentou-se a de
Melanie Klein.
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Winnicott foi um teórico do desenvolvimento precoce do
ser humano.
A observação da conduta das crianças e suas mães
influíram de maneira decisiva em seu enfoque
psicanalítico.
A partir de sua experiência com crianças pequenas,
constatou que boa parte dos problemas emocionais
parecia encontrar sua origem nas etapas precoces do
desenvolvimento.
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Em 1936, publica seu primeiro trabalho, dedicado a analisar a
relação entre transtornos da alimentação e os conflitos
emocionais.
Nele descreve que o lactante possui fantasias e emoções
complexas. (o mundo interior é construído a partir dos dois
aspectos essenciais da fantasia oral: conservar e eliminar).
Tempos mais tarde, James Strachey sugeriu-lhe que se
aproximasse de Melanie Klein, sendo supervisionado por ela,
entre os anos de 1940 e 1944.
Com o passar do tempo surgiu um distanciamento entre
Winnicott e Melanie Klein, devido as diferenças teóricas.
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Provavelmente, o principal desacordo consistisse no papel
que cada um atribuía ao meio ambiente, no
desenvolvimento emocional da criança.
Enquanto para Melanie Klein o ambiente era um fator
importante embora não concentrasse nele sua atenção,
para Winnicott foi se transformando no elemento
fundamental.
Winnicott elaborou uma teoria do desenvolvimento
emocional. Nela, procurou apoiar os pontos de fixação das
perturbações psicológicas no falso e verdadeiro self.
O falso self
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1° sentido dado por Winnicot ao falso self: sentido
psicopatológico.
Gradação de Matizes: falso self sempre presente, mas
com diferentes níveis de implicação patológica.
Casos leves: falso self age como defesa do verdadeiro,
sem substituir.
Casos graves: falso self substitui o real .
Na saúde: é necessário que exista em certo grau
(atitude social cortês e bem educada).
Fenômenos e objetos transicionais
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Estimulação oral dos bebês: prazer x discriminação
interno/externo.
Crianças geralmente viciam-se em certos
brinquedos ou objetos: “primeira posse não-ego”.
O conceito de objeto ou fenômeno transicional
recebe três usos diferentes:
1) evolutivo (etapa do desenvolvimento)
2) vinculado às angústias de separação e ás
defesas contra elas
3) um espaço dentro da mente do indivíduo
Como se constrói o objeto transicional?
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Primeiro vínculo da criança com o mundo externo:
relação com o seio materno.
Quando, dentro da criança, o objeto materno está
danificado, é pouco provável que ela recorra de
maneira constante, a um fenômeno transicional.
Uma das principais características atribuídas a tais
objetos é a necessidade de que eles sobrevivam à
agressão.
Separação do objeto:
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Instauração pela criança em seu interior de um
objeto bom suficientemente ileso.
Diversificação
transicionais.
de
fenômenos
e
objetos
Fica na mente do indivíduo um espaço que é
intermediário entre o interno e o externo.
Há três casos de evolução patológica em que o objeto
transicional adquire especial importância:
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Adição: regressão à fase precoce, na qual os
fenômenos transicionais não estão em questão.
Fetichismo: persistência de um objeto específico, que
data da experiência infantil dentro do campo
transicional, enlaçada com a ilusão de um falo
materno.
Roubo: necessidade inconsciente e urgente que o
indivíduo sente de estender uma ponte sobre a lagoa
da continuidade da experiência , a respeito do O. T.
Desenvolvimento emocional primitivo
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A teoria do desenvolvimento estabelecida por
Winnicot, em seu início, foi muito influenciada pelos
postulados Kleinianos.
Propõe uma hipótese a respeito da evolução que o
se humano apresenta, desde seu nascimento até
os primeiros anos de vida.
Propõe que a maturação emocional se da em três
etapas sucessivas: integração, personalização e
adaptação à realidade
Integração
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A integração é obtida por duas experiências: os cuidados da
mãe que “recolhe os pedacinhos do ego” e que permite que
a criança se sinta integrada dentro dela e as experiências
pulsionais que tendem a reunir a personalidade em um
todo, a partir de dentro.
Através dessas experiências a criança consegue reunir os
núcleos do seu ego e assim consegue se diferenciar do
meio em que vive. Esse meio externo pode ser visto como
perseguidor e ameaçador, cabe a mãe protegê-lo e assim
neutralizar essas ameaças.
Ocorre a dissociação quando existe um grau de separação
dos fragmentos do ego, como a dificuldade para perceber
que a mãe que frustra é a mesma que proporciona prazer.
Personalização
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Winnicott definiu a personalização como “o sentimento
de que a pessoa de alguém encontra-se no próprio
corpo” e assim construiu a teoria que propõe que o
desenvolvimento normal levaria a alcançar um
esquema corporal chamado de psique-soma.
Adaptação à realidade
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Conforme a criança progride, ela percebe que ela e o
mundo são coisas separadas. A mãe tem o importante
papel de prover a criança com os elementos da realidade
com que irá construir a imagem psíquica do mundo externo.
A atividade mental faz com que um meio ambiente
suficiente se transforme em perfeito e assim converte a
falha de adaptação em um êxito. Se a mãe não prover os
cuidados elementares, a mente se vê obrigada a assumir o
controle e a organizar o cuidado do psique-soma.
Crueldade Primitiva
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Para Winnicott a criança nasce com agressividade e
manifesta seu ódio em condutas autodestrutivas (chupar o
polegar até causar dano, por o punho na boca até se
afogar) afim de preservar o objeto externo, de ser amada e
compreendida. Na sua fantasia a mãe pode ficar
intensamente danificada.
Quando a mãe não pode proporcionar os cuidados
necessários nessa etapa a criança cria a fantasia de que
suas
pulsões
agressivas
teriam
triunfado
com
consequências fatais.
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A mãe é o objeto que recebe a agressão e também
aquela que cuida e protege. Ao exprimir raiva e receber
o amor ele confirma que a mãe sobreviveu e que é um
ser separado dele.
O êxito nessa fase é a capacidade para a fantasia e a
criatividade, essenciais para um adulto sadio.
Idéias sobre comunicação
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Winnicott não entende que a ausência de comunicação
como resistência seja negativa, pois existe a finalidade
de preservar o self verdadeiro e que assim poderia
aumentar a comunicação com o mundo interno e
instaurar um sentimento de realidade que nem sempre
é encontrado na comunicação com os objetos
externos.
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A forma de não comunicação simples estaria
momentaneamente relacionada com os objetos
internos, considerada como um descanso que retorna
facilmente para a comunicação. O terapeuta pode
considerar essa forma de não comunicação como uma
capacidade curativa por si mesmo.
A forma de não comunicação ativa seria um estado
mais próximo da patologia visto como uma necessidade
exacerbada de contato com o self verdadeiro, a procura
do sentimento de realidade de que precisa. Ex: autismo.
O que é que adoece?
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Os principais elementos patógenos na teoria
winnicottiana são as falhas ambientais e suas
consequências sobre a estruturação do self verdadeiro
ou falso.
Para Winnicott a psicose está ligada à falha do
ambiente em sua missão de possibilitar os processos
de maturação, na fase de dependência absoluta.
A falha ambiental também tem um papel patogênico na
psicopatia ou tendência anti-social.
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Psicopatia: afecção adulta que consiste em uma
delinquência não curada.
A tendência anti-social é uma manifestação de
esperança de que o ambiente note a falha e a
corrija.
Caracteropatia
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Deformação da estrutura do ego, embora a integração
não desapareça por isso.
Proposta terapêutica:
- O analista deve ajudar o paciente a dissecar o
conflito, até chegar à enfermidade.
- Enfrentamento da tendência anti-social.
- A análise deverá levar em consideração a
deformação do ego e a exploração a que este foi
submetido durante suas tentativas de autocura.
Aspectos técnicos
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Winnicott acreditava que o enquadramento analítico reúne
as condições necessárias para fornecer a regressão do
paciente.
Fatores envolvidos:
- O analista está presente, preocupa-se com o paciente.
- Expressa seu amor e seu ódio.
- Não julga moralmente o material que lhe é apresentado, nem
a pessoa que o apresenta
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A análise viria para preencher um vazio na história do
sujeito, que ficou à espera de ser ocupado.
A análise promove a regressão a uma situação de fracasso
ambiental, vivida na primeira infância.
O paciente em regressão não recorda seu passado, vive-o.
Para Winnicott, na regressão, o vínculo entre analista e
analisado é diático. Não há como nas neuroses de
transferência um terceiro sujeito na sessão.
O analista deve alcançar uma tal identificação com o
paciente que lhe permita intuir o que é que este precisa,
como se espera que o faça uma mãe “suficientemente boa”.
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Modificações no conceito de transferência.
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Explicitação do ódio contra-transferencial.
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O papel da família e das instituições no tratamento dos
doentes mentais.
Discussão e Comentários
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A obra de Winnicott não é muito extensa compondo 4
obras apenas, porém com idéias muito originais. As
mais importantes são sobre o objeto transicional, o
verdadeiro e falso self, a noção de sustentação ou
holding e as muitas observações sobre o
desenvolvimento emocional primitivo.
O estilo de Freud é diferente do Winnicott e o que
influenciou na criação de suas teorias foram suas
formações e o ambiente no qual trabalhavam. com a
mãe.
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Freud teve formação em neurofisiologia de onde tirou
sua bagagem conceitual, ele escutava pacientes
histéricas se queixarem de suas paralisias.
Winnicott teve formação em pediatria, ele observava as
mães que levavam seus bebês que não queriam comer
ou sofriam de somatizações.
Para Freud a base dos conflitos humanos deve-se à
luta entre as pulsões e a cultura, entre id, ego e
superego.
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Para Winnicott os problemas psicológicos se iniciam
com o vínculo entre o recém nascido e a mãe, se ela o
sustenta e ajuda-o a amadurecer.
Na teoria de Winnicott assim como na de Bowlby e
Fairbairn o complexo de édipo é deixado de lado e a
base da estabilidade mental é levada para as
experiências iniciais com a mãe.
Para Freud o analista seria um detetive que deveria
encontrar uma representação recalcada do paciente até
que ela chegasse à consciência do mesmo para o
sintoma desaparecer.
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O Winnicott dizia que o sujeito tem seu self verdadeiro
encoberto pelo falso e o analista deveria ir ao encontro
do self verdadeiro. Enquanto isso o analista deveria
proporcionar um clima emocional de confiança e
sustentação adequados para que o paciente se anime a
descobrir o seu self verdadeiro e assim poder corrigir
suas experiências defeituosas. Com isso o analista
criaria processos que nunca existiram, capacidades e
funções psicológicas, dotando seu paciente de
estruturas ausentes.
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Algumas de suas propostas são questionáveis como o
papel do analista e a agressão como falha ambiental.
Ele dividiu as instâncias psíquicas em três partes que
seriam o interno, o externo e o objeto transicional.
O objeto transicional significa três coisas: O processo
de eu-não eu, serve para enfrentar a angústia de
separação da mãe e é parte do espaço de ilusão, uma
zona da mente.
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Essa teoria tem enfoques que são diferentes pois por um
lado o objeto transicional seria utilizado como processo
evolutivo que permite desenvolver um julgamento de
realidade; em outro, é uma defesa particular diante de uma
angústia de separação que permite a criança dormir
tranqüila com a ausência da mãe.
Essa teoria também é questionada, pois corremos o risco de
enxergar o bebê com nosso ponto de vista.
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Visão de ser humano e objeto transicional
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O papel de mãe
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Desenvolvimento, sustentação e self
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Falso self
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Crítica de Etchegoyen, 1986, cap. 41
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Desenvolvimento
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Holding
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Regressão
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Desenvolvimento emocional primitivo