ESTRESSE E PRÁTICA DOCENTE: A QUALIDADE DE VIDA DOS EDUCADORES EM QUESTÃO YAEGASHI, Solange Franci Raimundo – UEM [email protected] BENEVIDES-PEREIRA, Ana Maria Teresa – UEM e PUC-PR [email protected] ALVES, Irai Cristina Boccato – USP [email protected] LARA, Silvana de - UAM [email protected] Área Temática: Profissionalização Docente e Formação Agência financiadora: Não contou com financiamento Resumo A relação estresse e prática docente tem sido estudada por pesquisadores de diferentes áreas. O estresse do educador está relacionado a variáveis internas (características de personalidade) e externas (características do trabalho, dinâmica familiar e conjunturas político-sociais). O impacto dessa associação de variáveis influi na saúde do educador, no seu desempenho e na qualidade do processo ensino-aprendizagem. Neste sentido, o presente estudo tem como objetivos investigar os níveis de estresse entre educadores do ensino público fundamental do Estado do Paraná, bem como realizar uma comparação entre os resultados apresentados pelos educadores das cidades do interior e educadores da região metropolitana da capital paranaense. Para a realização do estudo, foram utilizados os seguintes instrumentos: 1) Questionário sócio-demográfico para caracterização da amostra e 2) ISE - Inventário de Sintomatologia do Estresse em 318 docentes. Os resultados revelaram predomínio de valores elevados de estresse entre os educadores avaliados, sendo que os sintomas físicos e os psicológicos encontram-se igualmente elevados, o que revela uma tendência de aparecerem associados. Esses dados expressam a necessidade da realização de pesquisas sobre programas preventivos e/ou interventivos, que visem uma melhora na qualidade de vida desses profissionais, tendo em vista que o estresse pode engendrar problemas mais graves como a Síndrome de Burnout, incapacitando o educador de cumprir sua função educacional. Palavras-chave: Estresse; Prática docente; Saúde mental, Professores. 3340 Introdução Embora o conceito de estresse seja utilizado com freqüência por muitas pessoas, e algumas vezes de forma equivocada pelos meios de comunicação, atualmente a maioria dos profissionais da área da saúde já admite que o estresse pode provocar alterações nos diferentes órgãos, sistemas e estruturas do organismo (CHERCHIARI, 2000). Neste sentido, nas três últimas décadas principalmente, têm proliferado inúmeros estudos que buscam investigar melhor o que é o estresse e quais as suas causas. Segundo Benevides-Pereira et al (2003), o estresse tem sido apontado como um mal do mundo atual e pode afetar tanto adultos como crianças, independentemente de seu nível cultural ou classe social. As desordens associadas ao estresse são muito variadas, sendo que os que padecem desse transtorno geralmente apresentam problemas físicos e psicológicos, os quais influem em seu comportamento e ambiente social. O termo stress (no português estresse) foi introduzido no meio científico pelo endocrinologista Hans Selye, que buscou defini-lo como “o estado manifestado por uma síndrome específica que consiste em todas as mudanças não específicas induzidas dentro de um sistema biológico” (SELYE apud BENEVIDES-PEREIRA, 2002, p. 25). Tendo em vista que o estresse diminui de forma significativa a resistência de todos os sistemas do organismo, não é de surpreender que ele seja o responsável pelo surgimento de um grande número de doenças e de outros distúrbios. Nesta perspectiva, Lipp e Malagris (1995) argumentam que o estresse pode provocar uma reação orgânica, com componentes físicos e/ou psicológicos, tendo como causa as alterações psicofisiológicas que ocorrem quando o indivíduo se confronta com situações desagradáveis. As autoras citam dois fatores biogênicos que agem como substrato para manifestações psicossomáticas de reações ao estresse emocional. O primeiro refere-se ao mecanismo de respostas esteriotipadas, referindo-se ao fato de que quanto mais um órgão for ativado pela ação do estresse, mais probabilidade haverá de uma doença se manifestar, seja ela neural, neuroendócrina ou endócrina. O segundo fator diz respeito à especificidade do órgão-alvo, expressando a vulnerabilidade genética ou adquirida do órgão-alvo para experenciar estimulação patogênica, tendo como exemplos as doenças relacionadas ao sistema cardiovascular ou ao sistema gastrointestinal. 3340 3341 Conforme Lipp (1996 apud BENEVIDES-PEREIRA, 2002), os estudos sobre o estresse se proliferaram, passando do referencial biológico para o biopsicológico, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, quando se percebeu que os transtornos apresentados pelos soldados não se deviam somente às condições físicas a que foram expostos, mas também às pressões psicológicas que sofreram. Entretanto, atualmente, os estudos sobre o estresse e seus efeitos abordam não só as conseqüências do estresse no corpo e na mente humana, mas também suas implicações para a qualidade de vida da humanidade. É importante ressaltar, que o conceito de homeostase veio contribuir para a compreensão e definição do estresse. Segundo Cânon (1932 apud BENEVIDES-PEREIRA, 2002), diante de mudanças ambientais que venham a agredir o organismo, por meio de um mecanismo de feed-back, sem que muitas vezes o indivíduo perceba, o corpo tende a se estabilizar, buscando adaptar-se às condições adversas. Todavia, o estresse aparece quando os recursos disponíveis estão aquém das demandas. Inúmeros são os agentes estressores que podem interferir no equilíbrio homeostático do organismo. Tais agentes podem ter um caráter físico, cognitivo ou emocional. “O estresse é uma resposta a este estímulo, isto é, a necessidade de vir a aumentar o ajuste adaptativo, para retornar ao estado de equilíbrio, reaver a homeostase inicial, ou os recursos que a pessoa vem a dispender para fazer frente às demandas” (BENEVIDES-PEREIRA, 2002, p.26-27). Contudo, é necessário esclarecer que diante dos diferentes agentes estressores (físicos, cognitivos e emocionais) é possível observar reações distintas entre as pessoas, ou ainda na mesma pessoa.“Essas diferenças se dão em função de experiências anteriores, características de personalidade, predisposições genéticas, condições atuais de vida e vários outros fatores que, individualmente ou associados, acabam por modular a reação de estresse” (BENEVIDES-PEREIRA, 2002, p. 29). Segundo Selye (apud BENEVIDES-PEREIRA et al, 2003), é possível distinguir três fases no processo de estresse: reação de alarme, etapa de resistência e etapa de esgotamento. Na primeira (fase de alarme), o organismo reage imediatamente aos estímulos aos quais é exposto, sejam estes internos ou externos. Posteriormente advém a fase de resistência, na qual ocorre a tentativa de adaptação do organismo frente à situação estressora. Entretanto, caso não tenha êxito, o indivíduo passa à terceira fase (esgotamento ou exaustão). Nesta fase, o agente 3341 3342 estressor atua de maneira muito severa, podendo levar o organismo a uma doença ou a um colapso. Benevides-Pereira et al (2003) argumentam que Selye fez menção aos aspectos agradáveis e desagradáveis do estresse. Para Selye, o estresse não necessariamente é um processo nocivo ao organismo. Assim, quando a intensidade do estressor é positiva e/ou breve, e as respostas desse estresse suaves e controláveis, podem ser estimulantes ao indivíduo, propiciando prazer e crescimento emocional e intelectual. A estes casos ele chamou de Eustresse. Por outro lado, Selye denominou Distresse os casos nos quais o estressor tem um caráter negativo, é mais prolongado ou denota maior gravidade. Portanto, o distresse surge quando o estresse ultrapassa um determinado limite, que pode ser distinto de organismo para organismo. Segundo França e Rodrigues (1997 apud BENEVIDES-PEREIRA et al, 2003), sob a ótica biopsicossocial, o estresse se dá pela íntima relação do ambiente, da pessoa e das circunstâncias. Dessa forma, ele pode ser engendrado por um fator que atue com grande força na desestruturação geral do organismo, como por exemplo, o trabalho. Nesta perspectiva, Oiticica e Gomes (2004) ressaltam que o estresse do professor está relacionado a inúmeras variáveis vinculadas ao seu trabalho, dentre as quais se destacam: salário não digno, precariedade das condições de trabalho, alto volume de atribuições burocráticas, elevado número de turmas assumidas e de alunos por sala, mau comportamento desses alunos, treinamento inadequado do professor diante das novas situações e emergências da época, etc. O professor sofre, ainda, com pressões de tempo, pressões de pais de alunos e de suas preocupações pessoais extra-escola. Outro aspecto importante, segundo Gomes e Brito (2006), é a vida sedentária da maioria dos professores, com pouco exercício físico e falta de lazer, o que contribui para o elevado mal-estar destes profissionais, prejudicando de maneira decisiva a qualidade de vida dos mesmos. De acordo com Lipp (2006), a profissão e o trabalho irão determinar grande parte de nossas vidas. Portanto, o trabalho satisfatório determina prazer, alegria e saúde. Entretanto, quando o trabalho é desprovido de significação, não é reconhecido ou é fonte de ameaças à integridade física e/ou psíquica, acaba gerando sofrimento no trabalhador. Neste sentido, o presente estudo tem como objetivos investigar os níveis de estresse entre educadores do ensino público fundamental do Estado do Paraná, bem como realizar uma 3342 3343 comparação entre os resultados apresentados pelos educadores das cidades do interior do Paraná e educadores da região metropolitana da capital paranaense. Método Procedimento: Após envio e aprovação do projeto ao Comitê de Ética da Universidade Estadual de Maringá, os educadores foram contatados e esclarecidos quanto aos objetivos do estudo, bem como informados de que os dados coletados seriam avaliados em grupo, o que não permitiria identificação e garantiria o sigilo. Foi exposto que a participação era voluntária e que poderia solicitar seu desligamento da amostra em qualquer ocasião. Amostra: A amostra ficou constituída por um grupo de 318 professores do ensino fundamental do Estado do Paraná de diversas regiões (Umuarama, Pato Branco, Guaíra, Foz do Iguaçu, Campo Mourão, Londrina, Ivaiporã, Ibiporã, Apucarana, Mandaguari, Maringá, Santa Mônica, Guairaçá, Terra Rica, Paravanavaí, Goioerê, Alto Paraná, Tamboara, Itaguagé, Porto Rico, Loanda, Nova Londrina, Guarapuava, Querência do Norte, Marilena, Santa Cruz de Monte Castelo, Santa Isabel do Ivaí e Curitiba). Os docentes foram contatados e responderam os instrumentos entre janeiro a julho de 2008. Instrumentos: Foi utilizado um protocolo contendo, a) Questionário sócio-demográfico e laboral para caracterização da amostra com dados sobre idade, sexo, assim como contexto familiar e profissional; b) ISE – Inventário de Sintomatologia de Estresse de Benevides-Pereira e Moreno-Jiménez, (2000). Este inventário é composto por 27 itens, referentes a sintomas freqüentemente descritos na literatura como pertinentes ao estresse, para ser respondido por uma escala do tipo Likert de 5 pontos, indo de 0 como “nunca” a 4 como “assiduamente”. A análise de validação constou de uma amostra de 1141 de brasileiros de diversas profissões, sendo 41,9% do sexo masculino e 51,1% do feminino, com idade média de 36,78 (DP=10,34) 3343 3344 variando de 18 a 75 anos. A análise fatorial revelou uma porcentagem de variância total de 40,487%, sendo que os níveis de saturação variaram de ,754 a ,390 para a primeira escala, SP – Sintomatologia Psicológica e de ,725 a ,456 para SF – Sintomatologia Física. Os alfas de Crombach foram respectivamente , 924 e ,770 revelando boa qualidade psicométrica. c) Termo de Esclarecimento e Compromisso, conforme o disposto pela Resolução nº169/1996 (BRASIL, 1997). Análise Estatística: Para a análise dos dados inicialmente empregou-se uma planilha (Excel) e posteriormente as análises descritivas, de comparação de médias e de variância (T de Student e ANOVA) e qui-quadrado, foi usado o SPSS – Statistical Package of Social Sciences em sua versão 14. Resultados e Discussão Como costuma ocorrer na categoria de professores do ensino fundamental, o grupo esteve composto majoritariamente pelo sexo feminino (N= 298; 93,7%), entre 20 e 63 anos de idade (M=35,81 anos; DP=8,19 anos). A grande maioria dos participantes tinha um curso superior (N=281; 88,36%), e, destes, 161 tinha algum curso de especialização (50,6%), denotando o alto nível de preparo dos professores paranaenses. O tempo informado de atividades docentes foi de até 20 horas por semana em 23,6% dos casos (N=75) tendo 140 docentes até 40 horas (44,0%), situando-se a média em 33,25 horas (DP=12,44). O tempo de serviço apresentou uma média de 9,71 anos (DP=7,06) neste grupo, tendo apenas 1 mês o participante com menos tempo em docência e 28 anos o com mais tempo. O uso do ISE na presente amostra, revelou adequação obtendo um KMO de .924 (p=.000) e bons níveis de fiabilidade de com alfa de Cronbach de .913 para a sintomatologia psicológica (SP) e .728 para a física (SF). Os resultados referentes ao ISE apresentados pelo grupo podem ser observados na Tabela 1. 3344 3345 Tabela 1 - Média, desvio-padrão, valores mínimo e máximo os fatores do ISE de um grupo de professores paranaenses Dimensões Média Desv.Padrão Mínimo SP 29,12 13,115 0 SF 9,34 4,879 0 Legenda: SP= sintomatologia psicológica; SF= sintomatologia física. Máximo 66 26 Considerando que o número de itens de SP é muito maior que de SF, para que houvesse a possibilidade de comparação entre os fatores, ponderou-se as médias obtidas pelo número de itens de cada um. Nota-se que o resultado de SP prepondera sobre o de SF (Gráfico 1). Gráfico 1 - Médias ponderadas os fatores do ISE de um grupo de professores paranaenses SP 1,4562 SF 1,5 1,45 1,3338 1,4 1,35 1,3 1,25 Média Legenda: SP= sintomatologia psicológica; SF= sintomatologia física. Comparando-se com as médias apuradas para a população brasileira qual seja, de 4 a 8 para SF e de 16 a 27 para SP (BENEVIDES-PEREIRA; MORENO-JIMÉNEZ, 2000), temos o que se apresenta na Tabela 2. Tabela 2 – Valores elevados, moderados e reduzidos em relação à média dos fatores do ISE de um grupo de professores paranaenses elevados moderados N % N % SP 169 53,1 103 32,4 SF 169 53,1 113 35,5 Legenda: SP= sintomatologia psicológica; SF= sintomatologia física. Dimensões reduzidos N 46 36 % 14,5 11,3 Verifica-se que, apesar da média de SP ser mais elevada que a de SF, houve a mesma porcentagem de casos acima da média para SP e SF (N=169; 53,1%), assim sendo, pouco mais da metade dos participantes deste estudo apresentavam níveis elevados de sintomatologia de estresse, tanto a psicológica como a física. 3345 3346 Dos 169 casos de elevação de SP e SF, em 129 destes (76,3%), houve a concomitância de valores acima da média, tendo apresentado significância (x2= 108,940; p=.000), o que sugere a tendência de aparecerem conectados. Também a correlação entre estes fatores denota elevada relação entre eles (r=.656: p=.000), como pode ser verificado no Quadro 1 Quadro 1 – Correlação entre os fatores do ISE em um grupo de professores paranaenses Correlações SP SP SF Correlação de Pearson N Correlação de Pearson Sig. (bilateral) N SF 1 318 ,656** ,000 318 1 318 **. A correlação é significativa em nível 0,01 (bilateral). Legenda: SP= sintomatologia psicológica; SF= sintomatologia física. Em relação à variável sexo, as docentes do grupo evidenciaram um maior nível de estresse de caráter psicológico (M=29,62; DP=13,05) que os participantes masculinos (M=21,41; DP=12,05 com t=2,666; p=.008). Para SF não houve diferença estatisticamente significativa. No caso, foi aferida a sintomatologia dos professores. Entretanto, apenas pelo instrumento utilizado, não há como saber se os níveis de estresse se devem à atividade docente ou a outros fatores. Desta forma, foi perguntado se acreditava ser profissão uma profissão estressante. Dentre os integrantes, 137 (70,98%) responderam afirmativamente enquanto apenas 56 (29,01%) informaram que não. Houve diferenças significativas de média para os dois fatores. Na sintomatologia psicológica, os que diziam que a docência era uma profissão estressante, a média de SP foi de 30,30, enquanto que para SF foi de 26,28 (t=1,937; p=.054). Para SF o resultado foi ainda mais evidente, sendo de 10,00 e 7,91 (t=2,752; p=.006) respectivamente. Não houve diferenças significativas entre os profissionais da região metropolitana de Curitiba e os do interior. Considerações Finais 3346 3347 Os resultados do presente estudo coincidem em diversos pontos com os resultados encontrados em pesquisas realizadas em âmbito nacional e internacional, qual seja, que boa parte dos professores revela sintomas de estresse, tanto os predominantemente psicológicos como os físicos. A propensão de maior sintomatologia de estresse entre as mulheres se confirmou apenas em relação aos sintomas psicológicos, não havendo diferenças estatisticamente observáveis em relação aos sintomas físicos. Pode-se observar que a sensação subjetiva de estresse em relação às atividades de ensino denota coincidir com os sintomas evidenciados de estresse tanto psicológicos como físicos, demonstrando o caráter desgastante dessa profissão. No momento atual, deve-se levar em consideração que novos cenários vêm se definindo, em um mundo globalizado, com o capitalismo mundial integrado, produção de novas tecnologias, aceleração de produção, trabalho e trabalhadores flexíveis e polivalentes, acompanhados de trabalhadores precarizados e excluídos das inovações. Estas mudanças se refletem na reestruturação e reforma dos sistemas educativos, afetando a profissão docente, o trabalho que desempenham e as relações profissionais e sociais (YAEGASHI, 2008). Nesta perspectiva, Gomes e Brito (2006) argumentam que devido às transformações no mundo do trabalho e suas repercussões na escola, os profissionais da educação se sentem desvalorizados social e economicamente, pois percebem que não são tratados com respeito pelos governantes e pela sociedade. Além disso, segundo Reis et al (2006), não se pode esquecer que ensinar é uma atividade altamente estressante, com repercussões evidentes na saúde física, mental e no desempenho profissional dos professores. Dessa forma, inúmeros estudos apontam uma série de eventos que podem ser causadores do estresse, tais como: falta de reconhecimento, falta de respeito dos alunos, dos governantes e sociedade em geral, falta de remuneração adequada, sobrecarga de trabalho, conflito de papéis, baixa participação direta na gestão e planejamento do trabalho, exigência de muito envolvimento com o aluno, inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais em classes de ensino regular, dentre outros (CARLOTTO, 2002a e 2002b; BENEVIDES-PEREIRA, et al, 2003; BARASUOL, 2005). Tudo isso pode levar o professor à insatisfação, desestímulo e ao sofrimento psíquico, chegando inclusive a desenvolver a Síndrome de Burnout. 3347 3348 Neste sentido, é de suma importância que seja propiciada uma melhor qualidade laboral para estes docentes. Para tanto, é necessário que sejam realizadas mais pesquisas visando esclarecer as peculiaridades do trabalho docente nas diferentes regiões do Brasil, uma vez que vivemos em um país de contrastes, os quais se manifestam principalmente na qualidade de vida das diversas categorias profissionais. Referências BARASUOL, V. Burnout e docência – sofrimento na inclusão. Três de Maio: SETREM, 2005. BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T.; MORENO-JIMÉNEZ, B. O burnout em psicólogos de Madri. Relatório de projeto de pesquisa. Universidade Estadual de Maringá, 2000. BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T. O processo de adoecer pelo trabalho. In: BENEVIDESPEREIRA, A.M.T. (org.). Burnout: quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. 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