Geopolítica e Regulação do Gás Natural Painel I V Seminário De Regulação da Indústria de Energia Salvador – Bahia 29 e 30 de Novembro de 2007 Prof. Ildo Luís Sauer Universidade de São Paulo Instituto de Eletrotécnica e Energia 2 Roteiro • Geopolítica do gás natural • • • • Recursos Infra-estrutura Mercado Marco Regulatório da Indústria do Gás no Brasil • A convergência energética: Petróleo x GN x Eletricidade... – – – Visão Geral do Setor Energia Elétrica Gás Natural Desafios à Integração Mercado de Gás Natural – • • • • • • • • • • • • • GNL x SIN O Papel da Regulação A Indústria do Gás Natural Estágio da Indústria de Gás “Lei do Petróleo” x “Lei do Gás” Pontos para Reflexão Marco Regulatório Atual Objetivos da “Lei do Gás” Regime de Outorga Acesso de Terceiros Distribuição e Comercialização Cenário Ideal do Funcionamento da Indústria de Gás Natural Incentivo aos Investimentos Comentários Finais Confederação Nacional da Indústria Geopolítica do Gás Natural 4 Reservas Provadas de Petróleo e Gás Natural (fim de 2006) Gás Natural Petróleo 456,3 Mil milhões de BEP 398,3 88,1 42,8 49,6 Fonte: BP, 2007 92,0 5 Ranking dos Países top 20 em reservas provadas de Gás Natural A Rússia detém a maior reserva individual - provada - de gás natural conhecida. Do total mundial aproximado de 6.183 Tcf (175,1 x 1012 m3), responde por 1.680 Tcf (47,6 x 1012 m3). Tcf Fonte: Society of Petroleum Engineers, 2007 6 Consumo de Gás Natural por região (109 m3) Anos Fonte: BP, 2007 7 Produção de Gás Natural por região (109 m3) Anos Fonte: BP, 2007 8 Curva de Custo do Petróleo incluindo Progressos Tecnológicos: disponibilidade do recurso (petróleo) em função do preço econômico Petróleo acessível (cumulativo) (bilhões de barris) Preço ao qual cada tipo de recurso se torna econômico (em 2004 US$) Fonte: OECD/IEA, 2005 9 GNL –Terminais de Regaseificação nos EUA 10 GNL -Terminais de Regasificação (Europa) e de Liquefação (Norte da África) 11 Principais gasodutos da América do Norte Fonte: Government of Newfoundland and Labrador Budget, 2007 12 Principais gasodutos da Europa 13 Principais gasodutos da China (“rota da seda”) 14 Principais gasodutos da Índia Fonte: Business World India, 2003 15 Gasoduto do Oeste da África Fonte: USAID, 2007 16 Principais gasodutos da Austrália 17 Principais gasodutos da América do Sul Existentes Em obras Em estudo 18 Gasoducto del Sur: a proposta brasileira 19 Principais fluxos comerciais de GN e GNL (109 m3) = 455,02 x 109 m3 = 197,4 x 109 m3 Fonte: BP, 2007 20 Principais fluxos comerciais de GNL 21 Roteiro • Marco Regulatório da Indústria do Gás no Brasil • A convergência energética: Petróleo x GN x Eletricidade... – Visão Geral do Setor – Energia Elétrica – Gás Natural Desafios à Integração Mercado de Gás Natural – GNL x SIN • • • • • • • • • • • • • O Papel da Regulação A Indústria do Gás Natural Estágio da Indústria de Gás “Lei do Petróleo” x “Lei do Gás” Pontos para Reflexão Marco Regulatório Atual Objetivos da “Lei do Gás” Regime de Outorga Acesso de Terceiros Distribuição e Comercialização Cenário Ideal do Funcionamento da Indústria de Gás Natural Incentivo aos Investimentos Comentários Finais 22 Considerações Iniciais • Sistema elétrico predominantemente hidráulico e com dificuldades estruturais há mais de uma década • Inserção recente do gás natural na geração termelétrica (solução conjuntural) • Grandes potenciais de geração termelétrica a partir de biomassa, carvão mineral e urânio (Fonte: MME, 2006) • Potencial hidrelétrico explorado inferior a 30% • Perspectiva de implantação de grandes projetos hídricos • Gás natural – Reservas modestas – Fonte não renovável 23 Considerações Iniciais Características da Oferta de Gás Natural 80.000 70.000 60.000 OFERTA NOVAS DESCOBERTAS 50.000 40.000 OFERTA NOVOS PROJETOS 30.000 20.000 10.000 OFERTA PROJETOS IMPLANTADOS 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2007 – Início da venda de gás em Urucu (oferta de projetos impantados) 2011 – Liberação do Gás Não Associado da Bacia de Campos (oferta de projetos implantados) A oferta de gás futura é dependente de novos projetos e descobertas 24 Visão Geral do Setor: GN Belém Manaus Oferta: 50 MMm3/d em 2006 120 MMm3/d em 2011 Crescimento: 11% em 2005 2,5%em 2006 (industrial +6,3%, veicular +19,3%) 9.771 km de gasodutos de transporte Natal Investimentos para 2007- 2011 Recife US$ 22,4 bilhões na cadeia de GN US$ 6,5 bilhões em gasodutos Salvador Brasília Rio de Janeiro São Paulo Porto Alegre 25 Visão Geral do Setor: EE Capacidade Instalada de Geração: 96.9 GW Total Termelétrico: 14.4 GW (15%) Indústria em estágio de maturidade diferente 4.000 Demanda de Energia – 48.6 GW Crescimento: 5% ao ano Rede de Transmissão Robusta 80.000 km de Linhas de Transmissão 40.000 km de Linhas serão construídas até 2012 kms Total GN: 7.4 GW (7.6%) (40 MMm3/d) Petrobras: 3.9 GW (4.0%) Despacho Total 2004/07: 1,1GW (25%) Despacho Mérito 2004/07: 62 MW (2%) 26 Desafios à Integração Setor Elétrico Mercado maduro Serviço Público Segmentos bem definidos Tarifas Reguladas Multiplicidade de agentes em toda a cadeia: Geração Transmissão Comercialização Distribuição Consumidor Final Indústria de Gás Natural Indústria em desenvolvimento Atividade econômica de risco Interfaces ainda em discussão Mercado aberto preços devem seguir lógica de mercado Reduzido número de agentes na cadeia: Produção Transporte Comercialização Distribuição (monopólio estadual) Consumidor Final 27 Desafios à Integração • Energia Elétrica Compra e Venda de Certificados (Não Física) Muitos Produtores e Consumidores • • • 85% Hidroelétrica Renovável Malha de Transmissão Robusta Logística “Definitiva” • (“Swaps físicos”) • • • • • • • Complementaridade Térmica Flexível permite melhor aproveitamento Hidráulico Gás Natural Comercialização Entrega Física do Gás Poucos Supridores e Consumidores Não Renovável Malha de Transporte Simples Logística “Provisória” Necessidade de Suprimento Flexível GNL Flexível Integração A interface é o CVU, que deve refletir o custo de oportunidade do GNL (Sinal de Preços Correto) 28 Mercado de Gás Natural: Brasil 29 GNL x SIN : Complementaridade com o Sistema Hidráulico Complementariedade GNL x Afluências no SIN jul-11 mai-11 mar-11 jan-11 nov-10 set-10 jul-10 mai-10 mar-10 jan-10 nov-09 set-09 jul-09 mai-09 mar-09 jan-09 nov-08 set-08 jul-08 mai-08 mar-08 jan-08 nov-07 set-07 jul-07 mai-07 mar-07 jan-07 Meses Referentes ao Preço Futuro do GNL no Henry Hub 12 90 10 Energia Armazenada no SE - % 80 70 8 60 50 6 40 4 30 Energia Armazenada no SE/CO 20 2 Preço Futuro GNL HH NYMEX 10 jul-06 mai-06 mar-06 jan-06 nov-05 set-05 jul-05 mai-05 mar-05 jan-05 nov-04 set-04 jul-04 mai-04 mar-04 jan-04 nov-03 set-03 jul-03 mai-03 mar-03 jan-03 nov-02 set-02 jul-02 mai-02 mar-02 0 jan-02 0 Meses Referentes à Energia Armazenada O período de deplecionamento dos reservatórios do SIN coincide com o período de baixa demanda de gás no hemisfério norte (preços mais baixos) Preço Futuro Henry Hub - NYMEX - US$/MMBTu 100 30 GNL x SIN : Adequação de Regras Programação do GNL com 1 a 3 meses de antecedência Programação de despacho das usinas (atualmente semanal) precisa ser compatibilizada com a do GNL Preço atrelado a cotação do gás no Henry Hub, com variação diária Criar mecanismos que permitam a atualização dos CVU das usinas Penalidades por falha no suprimento da ordem de 10% a 30% do valor da carga (1 a 3 US$/MMBtu) Penalidades por falha no suprimento de até PLDMÁX (até 24 US$/MMBtu) Regulação do sistema elétrico: entrada de um novo combustível Necessidade de ajustes para aproveitamento do GNL flexível 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 O Papel da Regulação Crise do setor elétrico de 2001 / 2002 Mercados de atacado e de varejo Licitação pelo critério de maior oferta Venda de ativos já existentes de geração Aumentar a eficiência e moderar preços Aumentar a qualidade dos serviços Maximizar a receita da privatização “Crise do Apagão” de 2001/2002 Obrigatoriedade do atendimento de baixa renda e de áreas rurais Universalizar o acesso à eletricidade Estimular investimentos em nova capacidade de geração e transmissão Metas de qualidade nos contratos de concessão Status de produtor independente para todos os novos geradores Programa prioritário de geração termoelétrica Um dos fatores que levou à crise: tentativa de perseguir simultaneamente objetivos conflitantes. 41 O Papel da Regulação Setor de Telecomunicações Estágio de desenvolvimento do setor Cenário Final Fase Inicial Objetivos priorizados em cada fase Contexto do setor Universalização do serviço com investimento na rede Limitado acesso e concentração geográfica da rede Baixa qualidade do serviço prestado Tarifas inferiores ao custo em regiões remotas Aumento da competição Melhoria da qualidade Adequação da oferta à demanda Aumento da qualidade do serviço Redução das tarifas Inovação Principais mudanças na regulamentação Alteração tarifária Flexibilização do modelo de oferta de serviços Estabelecimento dos parâmetros mínimos de qualidade Concessão de licença para telefonia móvel A priorização dos objetivos contribuiu para o sucesso no setor. 42 A Indústria do Gás Natural • Capital intensiva, com longo prazo de retorno dos investimentos; • Riscos elevados na exploração e produção; • Competição permanente com outros energéticos na ponta; • Indústria no Brasil em estágio emergente; • Fase de transição: investimentos em infra-estrutura e garantia de suprimento. A regulação pode ter um papel crítico no desenvolvimento do setor, como mostra o passado recente dos setores elétrico e de telecomunicações. 43 A Indústria do Gás Natural Mercado entrando na fase de transição e enfrentando permanente competição Líquidos derivados do petróleo Preferência dos consumidores por seu uso: Flexibilidade de uso Custos de conversão para o consumo do GN Hidroeletricidade Mercado para o gás natural Outros energéticos Elevada participação na matriz energética brasileira Grande abundância a baixo custo Energético insubstituível do ponto de vista do consumidor Fontes bioenergéticas de baixo custo no Brasil (p.ex.: lenha e bagaço de cana) O GN enfrenta competição significativa de outras fontes energéticas e mercados. O crescimento do GN depende de sua competitividade em relação aos outros energéticos. 44 Estágio da Indústria de Gás Impacto sobre o investimento Impacto sobre o consumo Assegurar a estabilidade do suprimento Estimular o investimento em infra-estrutura Valor para a sociedade Reduzido impacto ambiental Preços e tarifas adequados Qualidade do serviço Amplo acesso aos serviços Aumentar a competição Impacto sobre preços no mercado A tentativa de perseguir todos os objetivos simultaneamente, desconsiderando o estágio do setor, pode impedir seu pleno desenvolvimento. e tarifas Entender o estágio atual do setor é importante para definir o modelo regulatório. 45 Estágio da Indústria de Gás Competição Eficiência Preços e tarifas adequados ao mercado Maior importância quando há: Infra-estrutura madura Estabilidade de suprimento Cooperação Garantia de suprimento e acesso aos mercados Necessidade de grandes investimentos, requerendo estímulos para seu desenvolvimento Maior importância quando há: Falta de infra-estrutura Incerteza quanto ao suprimento Altos riscos envolvidos A escolha dos objetivos deve ser adequada ao estágio de desenvolvimento do setor de gás no Brasil. 46 Estágio da Indústria de Gás Índice de Desenvolvimento do Setor Emergentes Em transição Maduros 8 7 6 5 8 7 6 5 4 3 2 2 Uruguai Peru 3 2 Brasil Chile Bolívia Espa-nha Colôm-biaFrança Argentina Austrá-lia Itália Alemanha EUA Grau de maturidade do setor Índice calculado com base na: (i) penetração do GN na matriz energética; (ii) extensão e densidade da rede; (iii) grau de diversificação setorial do consumo do GN; e (iv) número de participantes no setor Fonte: Estudo Profs Edmar Almeida e Helder Queiroz (UFRJ) O mercado de GN no Brasil ainda se encontra em um estágio emergente. Reino Unido 47 48 49 50 51 Estágio da Indústria de Gás Priorização dos objetivos conforme o estágio de desenvolvimento do setor O desenvolvimento da indústria de gás, além dos níveis atuais, vai requerer elevados investimentos na cadeia produtiva, com longo prazo de maturação: em garantia de suprimento (produção e importação) em infra-estrutura, principalmente em gasodutos Aos elevados custos fixos, somam-se os riscos de mercado, já que o gás compete no consumo final com outros combustíveis, diferentemente da eletricidade. Em mercados não maduros, devem ser priorizados os objetivos de expansão da infra-estrutura e estabilidade do suprimento. 52 “Lei do Petróleo” x “Lei do Gás” • Lei no 9478/97 – Disciplina as atividades das indústrias do petróleo e do gás; – Permite, por meio de livre iniciativa, que qualquer empresa atue na atividade de transporte; – Investimentos crescentes, da Petrobras e de outras empresas, em Exploração e Produção de hidrocarbonetos (óleo e gás). • “Lei do Gás” – Foco principal: atividade de transporte, transferência, processamento, tratamento, armazenagem, liquefação, regaseificação, comercialização e distribuição. 53 Pontos para Reflexão • Argumentos em prol do Marco Regulatório – A Lei do Petróleo não é um instrumento legal adequado e suficiente para desenvolver a indústria do gás natural ... – A ausência de um marco legal adequado para o gás natural tem inibido investimentos, particularmente em transporte ... • No entanto: – Em virtude da incerteza (inclusive a gerada pela discussão do marco regulatório) não tem havido investimentos em infraestrutura de transporte nos últimos anos (exceto Petrobras) ... – A aprovação do marco, por si só, não garantirá investimentos (dependerá das condições de riscos x garantias para os eventuais investidores) 54 Marco Regulatório Atual Necessidade de mudanças ? Concorrência Há concentração e verticalização na atividade de transporte X É permitido o livre acesso aos dutos e a livre iniciativa entre os agentes Tarifas O serviço de transporte não tem tarifa regulada, podendo gerar benefícios para o transportador (atividade econômica de risco não tem tarifa, apenas remuneração do serviço contratado) X O setor de distribuição tem margens reguladas e elevadas (serviço público explorado sob regime de concessão, com baixos riscos para o investidor) Objetivo X Resultado Final Liberalização do setor, acesso à infra-estrutura, aumento da concorrência Subordinação do setor de gás ao setor elétrico 55 Objetivos da “Lei do Gás” • Pontos Críticos – Priorizar objetivos que ensejem o desenvolvimento da indústria; – Definir claramente os pontos de divergência e conflito de interpretação; – Estabilidade de regras; – Respeito aos contratos e ao direito de propriedade (ativos e produto da lavra); – Conceituar claramente as atividades da indústria e suas fronteiras: • Produção, Transferência, Tratamento, Transporte e Distribuição – Distribuição x Comercialização – Regime de Outorga: Autorização x Concessão; – Livre Acesso a Gasodutos e Instalações Industriais; – Distribuição x Comercialização. 56 Regime de Outorga • Autorização – Preservação das autorizações existentes em respeito ao direito de propriedade; – Estabilidade regulatória por manter para os novos dutos o regime adotado para os dutos existentes; – Processo mais ágil e que permite o “empreendedorismo” de agentes dispostos a assumir riscos; – Otimiza a integração e gestão de projetos de produção de gás e a construção de gasodutos, garantindo a colocação tempestiva do produto no mercado; – Permite a qualquer agente atuar na atividade de transporte, por livre iniciativa e em livre associação com outros agentes, de acordo com a convergência de seus interesses. 57 Regime de Outorga • Concessão – Atividade de transporte incluída no capítulo da ordem econômica, não constando do rol dos serviços públicos (art. 21 da CF); – Por iniciativa do Poder Executivo, em caso de interesse do desenvolvimento de determinados mercados ou regiões (Ex: Gasodutos Estruturantes) que a priori não despertariam interesse de agentes privados: • Poderiam ser outorgadas concessões para exploração de atividade econômica (com risco do concessionário), e não de serviço público; • Sem prejuízo de iniciativas concorrentes por parte de agentes privados. – Riscos para os agentes associados ao regime de concessão : • poder público – inexistente não sendo serviço público, e não havendo garantia de equilíbrio econômico-financeiro e revisão tarifária • para o transportador – contratos firmados com os carregadores seriam dados como garantia dos financiamentos – risco de crédito dos caregadores poderá aumentar os custos de financiamento • para o consumido – aumento dos custos de financiamento impactará a remuneração cobrada pelo serviço de transporte 58 Processo de Chamada Pública para Contratação de Capacidade (Substitutivo) Solicitação de capacidade de transporte Assinatura de termo de compromisso de capacidade com ANP • Em que fase do projeto a receita anual é definida? •Com que margem de erro, segundo metodologia PMI? Elaboraç Elaboração dos Projetos pelos Transportadores Processo de Licitação • Carregador assina contrato irrevogável e irretratável com ANP (§ 2º e 3º do art.5), sem conhecer o custo do serviço de transporte. • Pouca concorrência pode levar a custos de transporte elevados Vencedor do processo: Menor receita anual Definição do custo de transporte Carregador já assinou contrato de capacidade: Deve aceitar custo de transporte da proposta vencedora • Carregadores assinaram “cheque em branco” no início do processo A proposta do substitutivo não estimula o desenvolvimento da indústria. Processo de Chamada Pública para Contratação de Capacidade (Atual) Inicio do processo com Manifestações de Interesse (MI) Chamado para recebimento de MI 15 Dias Recebimento de MI • Em que fase do projeto a receita anual é definida? 30 Dias Elaboração do Projeto 30 Dias •Com que margem de erro, segundo metodologia PMI? Publicação de Edital contendo o projeto, tarifas, critérios de alocação, TCG, contratos e demais condições 15 Dias Oferta de Capacidade 30/45 Dias Re-negociação com Carregadores Recebimento e Abertura de PI Propostas irrevogáveis (PI) dos Carregadores 5 Dias Qualificação de PI (com divulgação) 5 Dias NÃO O projeto atende aos requisitos ? SIM ∑ volumes Pi diferente do volume do Projeto 6 Dias Notificação do resultado aos Interessados 5 Dias Obs: Prazos estimados Divulgação Publica do Resultado 59 15 Dias Assinatura de Contratos Processo iterativo, moroso e, eventualmente, um caminho circular. 60 Acesso de Terceiros • Gasodutos • Instalações industriais – Exceção ao Livre Acesso – Período de exclusividade de 15 anos, a partir da operação comercial, para todos os gasodutos de transporte, a exemplo do que vem ocorrendo em outros mercados; – O livre acesso, adotado em mercados de vários graus de desenvolvimento inibiu novos investimentos em gasodutos e terminais de regaseificação; – Livre acesso negociado; – Não aplicável aos gasodutos de transferência e produção. – Não constituem monopólios naturais , não sendo aplicável o livre acesso: • • • • • UPGNs Unidades de Tratamento Unidades de Liquefação Terminais / Unidades de Regás Instalações subterrâneas de armazenagem, não naturais, criadas artificialmente 61 Acesso de Terceiros • Alguns Exemplos – O Gasoduto Balgzand Bacton Line (BBL), em operação desde 2006, obteve exclusividade de 15 anos das autoridades inglesas e holandesas, bem como da Comissão Européia. http://www.bblcompany.com/en/regulatory_aspects.html – A FERC (Federal Energy Regulatory Commission) removeu a cláusula de Livre Acesso aos terminais de regaseificação de GNL nos EUA, considerando tais instalações como parte integrante da cadeia de suprimento e não da cadeia de transporte (Hackberry Decision) – A OFGEM (Office of Gas and Energy Markets) concedeu exclusividade para os terminais de regaseificação Dragon LNG e South Hook LNG. http://epr.ofgem.gov.uk/document_fetch.php?documentid=6392 http://epr.ofgem.gov.uk/document_fetch.php?documentid=1802 – Em maio de 2006, o Conselho Ministerial de Energia (Austrália) estabeleceu prazo de exclusividade de 15 anos para novos gasodutos. http://www.aar.com.au/pubs/pdf/ener/foejun06.pdf 62 Distribuição e Comercialização • Respeitando o monopólio conferido aos Estados pelo art 25 da CF, há oportunidade de esclarecer, nesta lei, o escopo dos “serviços locais de gás canalizado” ; • Compatibilizar a definição de distribuição de gás canalizado constate da Lei 9.478 com a CF – “Distribuição de Gás Canalizado: serviços locais de comercialização de gás canalizado, junto aos usuários finais, explorados com exclusividade pelos Estados, diretamente ou mediante concessão, nos termos do §2o do art. 25 da Constituição Federal.” • Comercialização não é serviço e não estava incluída no monopólio dos Estados; • Resguardar o direito de propriedade do produto da lavra (Art 176 da CF); • Não constitui comercialização a utilização do gás pelo seu proprietário, em quaisquer de suas instalações; • As legislações de vários Estados já prevêem a separação da comercialização do serviço de distribuição, dentro do correto entendimento de que a exclusividade é apenas para o serviço; • Figura do usuário livre, prevista nos contratos de concessão de SP, RJ e MT. 63 Regime de Exploração Livre Acesso Concessão de exploração de atividade econômica Autorização • Não aplicável • Integrante da Concessão • Declaração de Comercialidade Não aplicável • Autorização (interesse do particular) • Concessão de exploração de atividade econômica (interesse público) • Negociado • Período de exclusividade 15 anos Concessão de Serviço Público de Distribuição (Estadual) • Aplicável, respeitando os contratos existentes • Tarifa regulada Serviço Público 64 Incentivo aos Investimentos Investimentos na Cadeia de Gás & Energia Área/ Cadeia de Gás Natural US$ bilhões Parcela Petrobras 2007-11 Parcela Parceiros 2007-11 Total Mercado Brasileiro 17,6 4,5 22,1 E&P 11,0 3,9 14,9 Abastecimento 0,0 0,0 0,0 Gás e Energia 6,6 0,5 7,1 Internacional 0,0 0,1 0,1 Outros Mercados 0,3 0,0 0,3 Total Gás Natural 17,9 4,5 22,4 Os investimentos totais (Petrobras e Parceiros) relacionados à Cadeia do Gás Natural no mercado brasileiro somam US$ 22,1 bilhões no período 20072011. 65 Incentivo aos Investimentos Curva de Entrega de Gás Natural Milhões m3/dia 80 ESS164 2008 Urucu Início da venda do gás 2007 70 Roncador (P-54) 2007 60 30 Peroá-Cangoa Fase 1 2006 34,1 27,5 10 0 Jubarte (P-34) 2006 Golfinho Mód 1 2006 2006 ESS130 2008 Roncador (P-52) 2007 Espadarte Mód. 2 2007 2007 70,6 Tambaú/Uruguá 2010 Piranema 2006 20 Albacora Leste (P-50) 2006 65,2 49,4 Manati 2006 70 Mexilhão 2009 Canapu 2008 2008 Roncador (P-55) 2011 Cavalo Marinho 2010 Frade 2009 Marlim Sul Mód 2 (P-51) 2008 Marlim Leste (P-53) 2009 Parque das Conchas 2011 Jubarte Fase 2 (P-57) 2010 Peroá-Cangoa Fase 2 2007 Albacora Complementar 2007 2009 2010 2011 GN associado 40 Golfinho Mód 2 2007 RJS633 2010 GN Não associado 50 SPS25 2009 66 Incentivo aos Investimentos Malha de Gasodutos Belém Coari-Manaus Em 2002: 5.300 km Até 2010: 8.500 km Manaus Natal Recife Catu – Carmópolis – Pilar Salvador Cacimbas – Catu Brasília Vitória -Cacimbas Gasodutos existentes Gasodutos em construção Cabiúnas – Vitória Gasduc III e Japeri-Reduc Rio de Janeiro São Paulo Campinas – Rio Gasbel II Caraguatatuba – Taubaté Gaspal II / Gasan II Porto Alegre 67 Comentários Finais • O novo marco regulatório deve levar em conta as especificidades da economia, da estrutura de mercado e da IGN brasileiras, além de seu atual grau de desenvolvimento; • Países que hoje possuem uma IGN madura, quando estavam em estágio de desenvolvimento semelhante ao atual estágio brasileiro apresentavam modelos institucionais e estruturas de mercado muito mais próximos aos que hoje vigoram no Brasil; • Dado o estágio atual da IGN no Brasil, para que se atinja seu pleno desenvolvimento, ao invés de competição ou concorrência, a legislação deveria incentivar a cooperação entre os agentes, que fariam os investimentos em infra-estrutura de transporte através da livre iniciativa e livre associação; • A regulação pode ter um papel crítico no desenvolvimento do setor, e a nova “Lei do Gás” deve, de forma simples e objetiva, focar os pontos críticos para o funcionamento do mercado; • A outorga de concessões para a construção de novos dutos poderá implicar em conflitos de cronograma, comprometendo o atendimento do mercado, além da eventual elevação da remuneração a ser paga pelos carregadores pelo serviço de transporte; • O segmento industrial sempre foi a base da IGN no Brasil e tal condição não deveria ser alterada pelo novo marco regulatório.