CPAP NASAL
Apresentação: Érica Cruz
Coordenação: Dr. Carlos Zaconeta
Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF
www.paulomargotto.com.br
Brasília, 20 de junho de 2012
O CPAP NASAL:

Sistema que fornece pressão positiva contínua nas vias
aéreas do paciente.

Princípio teórico de funcionamento:

O ar entra nos pulmões por diferença de pressão – área
de maior pressão para a de menor pressão;
O ar é deslocado pelas das VAS e a pressão é
transmitida aos alvéolos, aumentando o seu diâmetro.


Quando a glote está aberta e não ocorre fluxo de ar, as
pressões em todas as partes da árvore respiratória são
iguais à pressão atmosférica (0 cmH2O).

Inspiração: a pressão nos alvéolos deve cair para um
valor inferior à pressão atmosférica (- 1 cmH2O) suficiente para a entrada de 0,5 L de ar nos pulmões
em 2 segundos;

Expiração: a pressão alveolar se eleva para +1 cmH2O
forçando a saída de ar durante 2 a 3 segundos.
INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO:
EFEITOS DO CPAP NASAL:

Aumento da pressão transpulmonar;

Incremento da capacidade residual funcional;

Aumento da área de troca gasosa;
EFEITOS DO CPAP NASAL:

Melhora a complacência pulmonar;

Prevenção do colabamento dos alvéolos
instáveis com diminuição do shunt
intrapulmonar;

Reduz a resistência vascular pulmonar pela
melhora da oxigenação;
EFEITOS DO CPAP NASAL:

Diminui a resistência da via aérea pelo aumento
do seu diâmetro ;

Otimiza a relação V/Q;

Protege o surfactante;

Estabiliza o diâmetro do diafragma e a caixa
torácica.
INDICAÇÕES DO CPAP NASAL:
Doença da membrana hialina;
 TTRN;
 Síndrome de aspiração de mecônio;
 Desmame da ventilação mecânica;
 Pneumonia, cardiopatia, apnéia da
prematuridade...

APNÉIA DA PREMATURIDADE E CPAP: UMA
CONSIDERAÇÃO:

O aumento da Capacidade Residual Funcional
pode:
Modificar o reflexo de Hering-Breuer;
 Estabilizar o gradil torácico;
 Minimizar a distorção da parede torácica;
 Alterar reflexos inibitórios da medula espinhal.

CONTRAINDICAÇÕES DO CPAP NASAL:

Hérnia diafragmática congênita;

Defeitos de face e palato;

Atresia de esôfago;

Pneumotórax não drenado.
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES:

A Síndrome de Aspiração Meconial não contraindica o uso de CPAP nasal:

O paciente em Ventilação Mecânica receberá
PEEP, PI e FR, aumentando mais o risco de
pneumotórax.
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES:

Preconizava que RN < de 1000 gramas deveriam
ser intubados:

RN prematuros extremos (IG: 27 - 28 semanas)
podem receber CPAP nasal como única forma de
assistência ventilatória sem incrementar risco de
morte ou DBP;
RN que precisam de VM devem ser colocados em
CPAP nasal ou VNI assim que os parâmetros
ventilatórios forem diminuídos, sem esperar por
ganho de peso ou IG.

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES:

Pacientes em CPAP nasal não precisam ser
intubados em caso de transporte:

RNs estáveis, cuidadosamente selecionados,
podem ser transportados em CPAP nasal –
usar aparelho de VM ou resistor mecânico
para gerar PEEP, ao invés do sistema de selo
de água.
COMPLICAÇÕES DO USO DE CPAP NASAL:

Pneumotórax;

Distensão gástrica;

Lesões nasais.
ANTES DE SE MONTAR O CPAP – A EQUIPE:

Enfermeiras, fisioterapeutas e médicos devem
estar bem treinados e trabalhar em conjunto.
ANTES DE SE MONTAR O CPAP – O
APARELHO:

Há aparelhos específicos para CPAP nasal
neonatal. Pode-se usar também o aparelho de
VM ou, em última instância, os fluxômetros de
parede como fonte de gases;

Os aparelhos e sistemas (incluindo mangueiras
e prongas) devem estar em perfeitas condições
de manutenção e uso.
ANTES DE SE MONTAR O CPAP – O TEMPO:

Deve estar tudo preparado com antecedência:

Enfermeiros ou Fisioterapeutas responsáveis
tenham tudo preparado para montar 3
aparelhos de CPAP nasal em 15 minutos.
O SISTEMA DE CPAP NASAL:

O sistema de CPAP nasal consta basicamente
de três componentes:
Fonte de fluxo contínuo de gases;
 Peça de conexão com o paciente - as prongas
nasais;
 Resistor gerador de pressão: a válvula
exalatória do aparelho de ventilação mecânica
ou o sistema de selo de água.

CPAP NASAL COM O APARELHO DE VENTILAÇÃO
E COM SELO DE ÁGUA:

O ventilador mecânico fica desligado, com as
chaves de oxigênio e de ar abertas até que a
agulha atinja as faixas verde e amarela.
PASSO 1:

A mangueira que sai do fluxômetro deve ser
desconectada da lateral e conectada
diretamente no copo umidificador.
PASSO 2:

Colocar o adaptador de 22 mm no outro orifício
do copo e ligar nele a mangueira corrugada
inspiratória.
PASSO 3:

Colocar a pronga no nariz do bebê. Fixar as
mangueiras na touca com esparadrapo.
PASSO 4:

Numerar um esparadrapo de 0 a 9 cm em
sentido descendente e colocar o zero no nível
da água da garrafa. Mergulhar a mangueira
exalatória 5 cm e fixá-la com esparadrapo na
garrafa.
CPAP NASAL COM FLUXÔMETROS DE PAREDE E
SELO DE ÁGUA:

Acoplar com peça em Y as mangueiras
provenientes dos fluxômetros de ar comprimido
e oxigênio a uma terceira mangueira.
PASSOS SEGUINTES:

Essa mangueira se acopla a um dos orifícios do
copo umidificador por meio de um adaptador
de 22 mm (figura abaixo). Depois a seqüência
continua como mostrado acima.
AS LESÕES NASAIS:

A lesão nasal por CPAP tem 3 estágios:

Palidez por pressão;
Hiperemia;
Erosão.



Passar informações a respeito de lesões nasais
precoces na passagem de plantão de médicos,
enfermeiras e fisioterapeutas, com a finalidade de
observar mais os pacientes com lesões iniciais.
COMO AUMENTAR A EFICIÊNCIA DO CPAP
NASAL EVITANDO-SE AS COMPLICAÇÕES:

Evitar o fluxo excessivo: pode aumentar a
resistência ao fluxo de ar, gerar turbulências e
aumentar a pressão oferecida – manter fluxo
em 5-8 L/min ou o menor fluxo que consiga
fazer borbulhar o sistema;

Utilizar as mangueiras corrugadas próprias:
leves e flexíveis, evitam tração e deslocamento
das prongas, responsáveis por lesões nasais.

Aliviar o peso da tubulação para que não exerça
tração no nariz do RN;

Escolher a pronga adequada: prongas pequenas
podem incrementar a resistência ao fluxo de ar e
aumentar a pressão inadvertidamente (PEEP
inadvertida) ou propiciar escape de ar, enquanto
que prongas grandes ferem as narinas e o septo,
podendo necrosá-lo.
RECOMENDAÇÃO DA PRONGA PELO PESO:
Peso do RN
Número da Pronga
< 700 g
0
700 – 1000g
1
1000 – 2000g
2
2000 – 3000g
3
> 3000 g
4

Distender as narinas suavemente antes de
adaptar a pronga ao RN: deve entrar apenas
alguns milímetros, não tocar o septo nasal e
deve estar bem fixada;

Observar atentamente o nariz do RN: não deve
ter assimetrias nem sulcos no dorso.

Aspirar as secreções das cavidades nasal e oral
sempre que necessário, cuidadosamente;

Manter o RN em decúbito dorsal e com coxim na
região subescapular: cabeça na região mediana
do corpo com apoios laterais. Movimentação
voluntária constante da cabeça pode resultar em
lesões do nariz e oscilações na pressão;

A touca deve estar localizada logo acima das
sobrancelhas e estar bem firme.

Evitar a distensão do estômago mantendo SOG
aberta. Caso o RN receba alimentação, abri-la
uma hora após a dieta, deixando-a em posição
vertical;

No selo d’água, o “0” deve estar sempre no nível
d’água: a evaporação diminuirá o nível de água e
a pressão oferecida;

Fixar bem a mangueira submergida para evitar
flutuações da pressão.

Manter o sistema livre de água nas
tubuladuras: causa flutuação da pressão e o
barulho é extremamente incômodo para o RN;

Médicos, enfermeiras e fisioterapeutas devem
ter por hábito realizar uma varredura visual de
todo o sistema e dos detalhes citados sempre
que avistarem um paciente em uso de CPAP.
PARA SABER MAIS:

Comparação dos níveis de pressão positiva
contínua nas vias aéreas através de dois
sistemas
Marcela Raquel de Oliveira LimaI; Ana Lúcia de Gusmão FreireII; Lívia Barboza
de AndradeIII; Leopoldino Gomes SantosIV
Jornal de Pediatria
Print version ISSN 0021-7557
J. Pediatr. (Rio J.) vol.80 no.5 Porto Alegre 2004
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Dra. Érika Cruz, R3 em Neonatologia na Unidade de Neonatologia
Do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF
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CPAP NASAL - Paulo Roberto Margotto