Uso de CPAP Nasal Durante
Transporte Neonatal
Clube de Revista
Orientador: Carlos Zaconeta
Apresentador: Bárbara Costalonga (R2 pediatria)
Unidade de Neonatologia – Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF
www.paulomargotto.com.br
Artigo original
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Use of nasal continuous positive airway pressure during
neonatal transfers.
R K Bomont, I U Cheema
Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed 2006; 91: F85-F89
INTRODUÇÃO
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

O CPAP nasal é cada vez mais utilizado para
várias situações, tanto em fases agudas como de
recuperação de desconforto respiratório, em
neonatos pré-termos e a termo;
35 anos de experiência fornecem evidências de
seu beneficio em UTINs;
Contudo, a literatura é limitada com relação ao
transporte de neonatos com este dispositivo;

Embora factível tecnicamente, o seu uso
durante o transporte neonatal é visto com
reservas devido a ausência de literatura de
suporte ;

Não existem recomendações a respeito de
quais crianças poderiam ser transportadas
com CPAP

No passado, isto não representava problema, pois os
candidatos a transporte eram muito graves como para ser
colocados em CPAP nasal.

Atualmente, a existência de unidades de referencia
encoraja a transferência precoce para centros de cuidados
intensivos ou especializados, assim como a contrareferencia quando não mais precisa de UTIN.

A falta de leitos de UTIN faz com que os pacientes
retornem aos hospitais de origem assim que possível com
a finalidade de ceder o leito a outros mais graves.



Muitos desses pacientes estão em CPAP
nasal.
Intubar e ventilar estes pacientes por
motivo do transporte, tal vez não seja o
melhor para eles.
Portanto, é imperativo que os responsáveis
pelo cuidado destes bebês se questionem ao
respeito.

O Acute Neonatal Transport Service
(ANTS) cobre o transporte neonatal do
leste da Inglaterra, região com 60 000
partos/ano com 18 hospitais de diferentes
níveis de complexidade.
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O serviço inclui:
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Uma central de vagas
Enfermeiras especializadas em transporte
Enfermeiras de cuidados avançados
Pessoal burocrático
Neonatologista consultor.
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
Todos são experientes em UTIN.
Todos tem curso de Neonatal Life Support.
As enfermeiras não são treinadas para
intubar mas possuem habilidades que
permitem a permeabilidade da via aérea,
incluindo dispositivos orofaríngeos.

Existem 2 tipos de times disponíveis:

Time “Enfermeira/médico”: para transportes
de emergências

Time “Enfermeiras”: para transportes de
rotina e de contra-transferência.
MATERIAL E MÉTODOS
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Foram notificados todos os pedidos de
transporte com CPAP no período de 01 de
julho de 2003 a 31 de março de 2005;
A seleção das crianças que seriam
transportadas pela equipe de enfermagem
foi baseada nos critérios da British
Association of Perinatal Medicine for high
dependence care;

1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
A equipe de enfermeiras NÃO transportava:
RN em UTIN instáveis;
RN < 1000g;
Com IG< 28 sem ou < 48h de vida;
Em uso de CPAP nasal por menos de 2 dias pósextubação após um período de ventilação
mecânica;
RN com cardiopatias complexas e/ou em uso
drogas para evitar fechamento de canal arterial
RN com problemas cirúrgicos complexos
RN com doenças neurológicas instáveis;
RN transferidos para procedimentos invasivos

1.
2.
3.
4.
A equipe de enfermeiras transportava:
RN estáveis de cuidados intermediários.
RN em uso de O2, estáveis que não precisaram
 a FiO2 e não tiveram dessaturação ou
bradicardia nas últimas 48 horas.
RN em CPAP nasal com as características acima
descritas.
RN encaminhados para cirurgia mas estáveis e
sem necessidade de intervenções para manter a
estabilidade
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
RN extubados há 24 h (intubados eletivamente
p/ cirurgia);
RN com problemas neurológicos estáveis há 48
horas.
RN transportados para consultas não invasivas
em que o tempo de espera não exceda uma hora.
O transporte era sempre precedido de discussão
com o consultor
OBS:Nos casos de transporte de emergência que não
entravam nestes critérios, o mesmo era realizado pela
equipe médica; assim como transporte com duração
maior do que 02 horas.
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

Nos casos de dúvida com relação ao estado
da criança, o transporte era adiado;
Sinais vitais (FR, FC, TAX, SATO2e fração
expirada de O2) eram documentados a cada
15 minutos;
As ambulâncias tinham capacidade para
fornecer uma vazão de 8 l/min de gás (O2
e/ou ar comprimido), sendo possível uma
viagem de 15 horas;
Incubadora Drager 5400 e o ventilador p/ o
CPAP era o Babylog 2000;
RESULTADOS
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
Total de 1175 solicitações de transportes;
Em 163(13,8%) neonatos estavam em uso
de CPAP nasal no momento da solicitação
de transporte;
84 neonatos (51%)foram referidos para a
equipe médica ;
16 RN inicialmente referidos p/ a equipe de
enfermagem foram encaminhados p/ a
equipe médica;




A duração média dos transportes com
médico foi de 62,7minutos (24-150 min);
03 neonatos tinham menos de 34 sem. de
IG, menos de 72h de vida e risco de doença
da membrana hialina.
Destes 03, 02 necessitaram de CPAP
intermitente no hospital para onde foram
referidos, apresentaram gasometria arterial
normal e não apresentaram piora;
O 3° foi intubado eletivamente antes do
transporte;

3 RN apresentaram Intercorrências no transporte:
Características dos RN com intercorrências.
SEX Idade
Ig
(dias) Corri
(sem)
Peso
(g)
Ph
Pressão FiO2 Duração Intercorrências
CPAP
(min)
F
51
33
1160
7.27
7
35
50
Apnéia
F
26
30
870
7.24
7
42
38
Bradicardia
M
5
29
1090
7.34
6
21
45
Bradicardia e
dessaturação



82 foram referenciados para a equipe de
enfermagem;
Destes, 16 foram considerados de alto risco e
encaminhados para a equipe de emergência;
Dos 55 pedidos aceitos 27 foram cancelados pelo
hospital referenciado;




11 crianças foram transportadas em ar
ambiente ou recebendo O2 sob cateter
nasal;
16 em uso de CPAP foram transportados
pela equipe de enfermagem;
A duração média dos transportes com
enfermeiras foi de 60,3 minutos (25-115
min);
Houveram 02 intercorrências: 1 apnéia com
bradicardia, que precisou de estímulo e 1
reposicionamento das prongas;
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
Não houve nenhuma falha de equipamento
O oxigênio foi suficiente em todos os
transportes
DISCUSSÃO



100 crianças foram transportadas sem
nenhuma intercorrência;
O CPAP era feito no aparelho de ventilação
que é o que a equipe tinha mais
experiencia.
Não foram usados aquecedor nem
umidificador de gases.


A adequada seleção das crianças que serão
transportadas resulta na menor
probabilidade de intercorrências;
Também é importante a boa comunicação
entre o hospital de origem, o referenciado e
a equipe de transporte.
O que já se sabia ao respeito...
1.
2.
O CPAP nasal é um método eficaz de
suporte respiratório em unidades de
cuidados intensivos neonatais;
A utilização do CPAP em transportes,
embora tecnicamente possível, não
contava com estudos comprovando sua
segurança e efetividade.
O que o estudo acrescentou...


O CPAP pode ser um método de suporte
ventilatório seguro durante os transportes
neonatais;
Existe demanda para esta prática porém as
crianças devem ser cuidadosamente
selecionadas;
CONCLUSÃO

O CPAP nasal parece ser um método
seguro de assistência ventilatória durante
o transporte em ambulâncias para um
grupo selecionado de pacientes neonatais
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Uso de CPAP nasal durante transporte neonatal