Emoções Biologia e Cultura Questão inicial As emoções são inatas ou socialmente aprendidas? Início da Discussão Darwin (1872) – A expressão das emoções nos homens e nos animais Defendia que as emoções eram fruto da seleção natural, principalmente por verificar algumas semelhanças entre a expressão de animais e as expressões humanas Com isso, as emoções seriam transmitidas geneticamente e, portanto, inatas e universais Estudos realizados por Darwin Para verificar essa tese, utilizou as seguintes metodologias: A observação de crianças O estudo dos loucos A exposição de fotografia A observação de pintura e arte Verificar se são encontradas as mesmas expressões em diferentes culturas Observar expressão das emoções em animais Link para o vídeo Críticas e comentários Transmissão genética de dados adquiridos Críticas a algumas de suas metodologias Diferentemente da visão evolucionista, Darwin propõe que muitas emoções foram úteis e hoje não são mais. Discussão atual Principal estudioso – Paul Ekman Defende a idéia de que algumas emoções são universais: as emoções básicas Características das emoções básicas: São universais Levam a expressões faciais típicas Estão associadas a diferentes tendências de ação Se diferenciam quanto ao padrão de ativação fisiológica Se baseiam em sistemas cerebrais distintos Conduziu estudos para avaliar a universalidade dessas emoções As emoções básicas Autores Emoções Básicas Critério de Inclusão Ekman, Friesen e Ellsoworth Medo, raiva, alegria, tristeza, asco e surpresa Expressões faciais universais Izard Raiva, desprezo, nojo, malestar, medo, culpa, interesse, alegria, vergonha e surpresa Baseadas em circuitos cerebrais preestabelecidos Oatley e Johnson-laird Raiva, nojo, ansiedade, felicidade e trsiteza Não requerem processamento cognitivo superior As emoções básicas Autores Emoções Básicas Critério de Inclusão Panksepp Expectativa, medo, raiva, pânico Baseadas em circuitos cerebrais preestabelecidos Plutchnick Aceitação, raiva, Relação com processos antecipação, nojo, alegria, biológicos adaptativos medo, tristeza, surpresa Tomkins Raiva, interesse, desprezo, nojo, mal estar, medo, alegria, vergonha, surpresa Densidade da atividade neuronal Estudos de Ekman Ekman e Friesen (1975) Estudo intercultural envolvendo Argentina, Japão, China, Brasil e EUA Pedia que as pessoas identificassem respostas emocionais apresentadas em fotografias de expressões faciais Resultados e Discussão Encontraram altos índices de identificação das expressões faciais nas diferentes culturas Discute-se que os meios de comunicação e contato entre as culturas pode ter proporcionado a possibilidade de aprendizagem Estudos de Ekman Ekman e Friesen (1971) Estudo com os Fore – povoado isolado de outras culturas na nova guiné Contava-se histórias e se pedia que eles escolhessem dentre 3 fotografias com expressões faciais, a que representa a emoção vivenciada Também se pediu para que eles expressassem as emoções e se tirou foto, utilizando essas fotos para estudos em outras culturas. Resultados Emoção descrita Demais emoções apresentadas N % Acerto Alegria Surpresa, nojo Surpresa, tristeza Medo, raiva Nojo, Raiva 62 57 65 36 90 93 86 100 Raiva Tristeza, surpresa Nojo, surpresa Medo, tristeza 66 31 31 82 87 87 Tristeza Raiva, medo Raiva, surpresa Raiva, alegria Raiva, nojo 64 26 31 35 81 81 87 69 Resultados Emoção descrita Demais emoções apresentadas N % Acerto Nojo Tristeza, surpresa 65 77 Surpresa Medo, nojo Alegria, ira 31 31 71 65 Medo Ira, nojo Tristeza, nojo Ira, alegria Nojo, alegria 92 31 35 26 64 87 86 85 Conclusão: número de acertos maior do que se escolhessem ao acaso. Fortalece a idéia de que essas emoções são universais Críticas aos estudos de Ekman Não observava as expressões, mas sim o reconhecimento de expressões Apresentava listas fechadas de emoções Não usava fotos de expressões espontâneas Comprovar universalidade não significa comprovar necessariamente que sejam inatas – estudos com cegos Estudos com expressões espontâneas e listas abertas realizados posteriormente encontraram os mesmos resultados Estudos de March, Elfebein e Ambad (2003) Fotos de japoneses natos e japoneses americanos expostas a japoneses e americanos Exposição de fotos neutras e expressando emoções Maior facilidade de identificar a nacionalidade nas fotos que expressavam emoções Conclui-se pela idéia de que a emoção é como uma linguagem universal, porém com alguns sotaques Conclusões atuais sobre o tema Existem emoções universais (básicas) Existem outras expressões das emoções que são culturais Além disso, a cultura pode interferir nas emoções básicas de 2 principais formas: 1 – Com relação aos eliciadores da resposta emocional 2 – Com relação à expressão emocional (regras de manifestação) Funções das Expressões Emocionais Comunicar um estado emocional Gerar um estado emocional no receptor (empatia – coevolução) Gerar uma conduta social no outro Atuar sobre a conduta do receptor através de processos de reforço e punição As emoções são a favor ou contra a moral? Funções Sociais das Emoções Os construtivistas sociais defendem que as emoções têm duas funções: Fortalecer os valores morais e culturais Levar as pessoas a comportamentos desejáveis As emoções possuem, assim uma função de controle social Exemplos de Emoções Sociais Culpa- poderoso mecanismo de controle social Vergonha- poderosa emoção Embaraço- resposta a reações de outros/ acompanha quase sempre a vergonha Orgulho- Auto-aprovação Vaidade- indivíduos dependente de reações favoráveis Empatia- conecta povos a nível emocional A visão evolucionista das emoções Teoria da seleção natural O que causa prazer ou dor está relacionado à capacidade de adaptação ao ambiente e evolução da espécie Visão negativa x visão positiva das emoções Funções adaptativas das emoções: Surpresa Medo Raiva Alegria e tristeza Culpa, vergonha Amor Vingança O conceito de Inteligência Emocional