UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA NACIONAL DE CAPACITAÇÃO DOS CONSELHEIROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO FORMAÇÃO CONTINUADA DE CONSELHEIROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO História, Conselhos e Planos Márcia Alessandra A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar. (Eduardo Galeano) 1822 1823 1834 Independência do Brasil Assembleia Constituinte – fórum de discussão das políticas para a educação (alfabetização, implantação de universidades, qualificação e remuneração dos mestres). Sonhos frustrados. Ato Adicional à Constituição cria os sistemas provinciais de instrução pública. Cada província ficava encarregada de fundar, financiar e administrar suas escolas como também normatizar a estrutura e o funcionamento das unidades de ensino municipais e privadas. Unidades de ensino da Corte – financiadas pelo governo central. Nem 20% das crianças em idade escolar eram matriculadas; Final do século XIX 90% da população era analfabeta; Sociedade e economia, ainda agrárias, prósperas com a exportação do café, não se ressentiam tanto. História, Conselhos e Planos A partir da segunda década do século XX A imigração, a industrialização e a urbanização geraram novas exigências e ideias; Aprofundaram os problemas e a Educação é vista como “solução para todos os males”; A sociedade e a educação viviam sob um caos que precisavam ser superados pela República da Ordem e Progresso; Surgimento da ideia de Plano e de Conselho com mais força; 1932 “O Manifesto dos Pioneiros da Educação” (Educação pública, laica e obrigatória). Necessidade de um Plano Nacional de Educação (Unidade na Diversidade). https://www.youtube.com/watch?v=zAV1T1H1WCw História, Conselhos e Planos Constituição de 1934 Compete ao CNE elaborar o PNE e sugerir ao governo medidas necessárias para a melhor solução dos problemas educacionais, bem como a adequada distribuição dos fundos especiais. 1937 Golpe do Estado Novo e a suspensão das medidas democráticas. Constituição de 1946 Previu uma Lei de Diretrizes e Bases. Nossa primeira LDB. Lei 4.024/1961 Herdeiros dos Pioneiros instalaram o Conselho e elaboraram o Plano que limitou-se a reger projetos e recursos do Ministério da Educação. 80% das matrículas do ensino primário e 50% do secundário pertenciam aos sistemas e redes estaduais - deliberação pedagógica nos CEE. História, Conselhos e Planos 1964 Golpe e a Ditadura Militar: O CFE - cada vez mais cartorial e burocrático, sem poderes para decidir sobre políticas educacionais. Os CEE – seguem o mesmo caminho: autorizar e reconhecer cursos e escolas ou emitir pareceres e resoluções que reproduziam a legislação da ditadura (reforma do Ensino Superior em 68 e do Ensino de 1º e 2º graus, em 71). A lenta redemocratização e a falta de um Plano Nacional trazem a proliferação de experiências criativas, mas sem unidade. Surgimento da UNDIME, dos PEE, dos PME e dos CME. História, Conselhos e Planos A Constituição de 88, a Constituição Cidadã: explicita os deveres do Estado e os princípios que regem o processo de ensino, afirma a autonomia das universidades, garante o financiamento de todas as escolas públicas, por meio de impostos vinculados, assegura a coexistência de instituições públicas e privadas, indica a necessidade de se fixarem conteúdos mínimos para o Ensino Fundamental obrigatório, estabelece o regime de colaboração entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios como regra de articulação entre os sistemas de ensino e propõe o estabelecimento do PNE. História, Conselhos e Planos O art. 212 operacionaliza a proposta de educação: “A lei estabelecerá o PNE, de duração plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do Poder Público que conduzam à: • erradicação do analfabetismo; • universalização do atendimento escolar; • melhoria da qualidade de ensino; • formação para o trabalho; • promoção humanística, científica e tecnológica do País”. História, Conselhos e Planos O PNE, peça estratégica e programática das 3 esferas de governo, distribuiria responsabilidades e recursos. Sem a LDB - que tramitou de 1988 a 1993 na Câmara e depois até 1996 no Senado - era impossível se elaborar o PNE. História, Conselhos e Planos LDB 9.394/96 estabelece os princípios, no Art. 3º: I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II- liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III- pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; IV- respeito à liberdade e apreço à tolerância; V- coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI- gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII- valorização do profissional da educação escolar; VIII- gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX- garantia de padrão de qualidade; X- valorização da experiência extraescolar; XI- vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. História, Conselhos e Planos Lei 10.172/2001 - estabelece o primeiro PNE do Brasil: A partir do PNE: Proposta de reforma universitária, avaliação da educação superior, consolidação do sistema de avaliação da Educação Básica (SAEB), ampliação do Ensino Fundamental de 8 para 9 anos, implementação de políticas de ações afirmativas, instituição do Fundeb, da política nacional de formação do magistério da educação básica e a estruturação do sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). História, Conselhos e Planos CONSTITUIÇÃO DE 1988 1996 2001 2007 2009 2010 2012 2014 2006 EC 14 FUNDEF 9.424/96 LDB 9.394/96 PNE EC 1.072/01 53 FUNDEB 11.494/07 PDE 6.094/07 (Decreto) EC 59 Fim PNE Lei PNE 1.072/1 12.858/12 Lei 0 13.005/ 2014 PL 8.035 PNE História, Conselhos e Planos PNE (13.005/14) 2014-2024 aprovado. E agora, municípios? O papel de coordenar a elaboração, posterior execução e avaliação do PME é da SME (Executivo), subsidiada pela Câmara (Legislativo). Embora a SME coordene, o CME deve estar presente, emitindo opiniões, esclarecendo dúvidas, mantendo a discussão no leito dos objetivos do processo. PME precisa pensar a “educação do Município” como um ser coletivo. O CME (seja ele normativo ou consultivo) possui o papel de inspirar, incentivar, cobrar e orientar todo o processo de elaboração, execução e avaliação do PME. O desafio para os municípios é elaborar um plano que guarde consonância com o PNE e, ao mesmo tempo, garanta sua identidade e autonomia local. PME precisa pensar a “educação do Município” como um ser coletivo. Etapas de elaboração do PME: a) Constituição do Fórum e da Comissão de Redação; b) Redação do Regimento do Fórum e Cronograma de Trabalho; c) Estudo das Bases Legais; d) Diagnóstico; e) Discussão das Metas, Estratégias, Ações e Recursos; f) Tomada de Decisões; g) Redação do Projeto de Lei (metas em anexo); h) Envio da Mensagem à Câmara Municipal; i) Acompanhamento da Tramitação e Aprovação. PME precisa pensar a “educação do Município” como um ser coletivo. Avaliação do PME: Fórum permanente de acompanhamento e avaliação . O principal papel do CME é o incentivo político-pedagógico, o apoio contínuo e presencial às ações previstas nos cronogramas do Plano. OBRIGADA.