MESA-REDONDA Desafios e Propostas do PNE para a Educação Superior Prof.ª Dr.ª Rita Diana de Freitas Gurgel Ufersa Angicos Para começo de conversa... A expansão e interiorização da Educação Superior implica em repensar o papel das IES; Mesmo que sejam expressas em números, as metas demandam uma reflexão acerca do modelo de ensino superior que se irá promover. As mudanças na dinâmica social, no mundo do trabalho e nos paradigmas de produção de conhecimento, entre outras trazidas pelo século XXI, impactam todos os níveis educacionais e as universidades não devem ficar alheias a isso; No planejamento de década para a educação nacional, também estadual e municipal, qual foi o papel da universidade nesse processo? Que diálogo tem travado as IES com os estados e municípios onde estão inseridas para verem como cumprirão seu papel no atingimento das metas (nacionais e locais)? Breve contexto histórico Década de 1930: o Movimento dos Pioneiros da Educação Nova lança o ideário de plano para a educação aliado a um Sistema Nacional de Educação; 1962 – Primeiro Plano Nacional de Educação, mobilizado pela LDB 4024/61. A Constituição de 1988 determina em seu Art. 214 a elaboração do PNE, como forma de erradicar o analfabetismo; universalizar o atendimento escolar; melhorar a qualidade do ensino; assegurar à formação para o trabalho; e a promoção humana, científica e tecnológica do país; LDB 9394/96 mobiliza o novo Plano Nacional de Educação Breve contexto histórico Por meio da Lei n° 10.172, de 09/01/2001, o PNE foi aprovado com vigência decenal, de 2001 a 2010. CONAE – Conferência Nacional de Educação: caracteriza-se como espaço democrático de debate, proposição e acompanhamento da política educacional brasileira. As Conferências visam contribuir para o desenvolvimento da Educação Nacional, a partir da garantia de ampla participação e envolvimento social. CONAE 2010 e 2014 (O PNE na Articulação do Sistema Nacional de Educação: Participação Popular, Cooperação Federativa e Regime de Colaboração) O novo Plano Nacional de Educação Após mais de 3 anos em tramitação no Congresso Nacional, o texto foi sancionado em 25 de junho pela Presidenta Dilma Rousseff, por meio da Lei nº 13.005/2014; O novo PNE possui: 10 Diretrizes, 20 Metas e 150 Estratégias Quase 3.000 emendas ao Projeto Lei!! Vigência: 2014-2024. Os municípios têm até 25 de junho para instituírem suas metas (poucas, claras e viáveis) Diretrizes do PNE (Art. 2º, Lei nº 13.005/2014) I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação; IV - melhoria da qualidade da educação; V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade; VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País; VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade; IX - valorização dos (as) profissionais da educação; X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. Educação Superior no PNE Meta 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas, no segmento público. Desafios: Distribuição percentual das pessoas que frequentam estabelecimentos de ensino de nível superior: 24,2% rede pública e 75,8% rede privada. Apenas 14% da população de 25 a 34 anos e 10% da população de 55 a 64 anos concluiu algum curso superior, até 2013. Fonte: INEP (2012) Oferta da Educação Superior no RN O RN, em 2013, possuía 25 (vinte e cinco) Instituições de Ensino Superior – IES, sendo: 20 (80%) privadas e 05 (20%) públicas; Universidades públicas: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) e a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Institutos da rede pública: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) e o Instituto Estadual de Educação Superior Presidente Kennedy (IFESP). Titulação de Docentes da Educação Superior Meta 13: Elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75%, sendo, do total, no mínimo, 35% doutores. Desafios: 70,7% de mestres e doutores no corpo docente do ensino superior, em 2012. 31,7% de doutores no corpo docente da Educação Superior, em 2012. Fonte: Observatório do PNE (2014). Pós-Graduação Meta 14: elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) doutores. Desafios: 42. 878 mestres, em 2012. 13.912 doutores, em 2012. Fonte: Observatório do PNE (2014) Formação dos Profissionais da Educação Meta 15: Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do Art. 61 da LDB, assegurado que todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam. Formação dos Profissionais da Educação Desafios: 74.8% dos professores da Educação Básica tem curso superior; Dos 2.101.408 dos docentes que atuam na Educação Básica do país, 22% não possuem formação adequada (Censo Escolar de 2012); 32,8 dos professores do Ensino Fundamental têm licenciatura na área em que atuam. 48,3 dos professores do Ensino Médio têm licenciatura na área em que atuam. Fonte: Observatório PNE (2014) Formação continuada e pós-graduação dos professores Meta 16: Formar, em nível de pós-graduação, 50% dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos(as) os(as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino. Desafios: Apenas 30% dos professores da educação básica tem pósgraduação. Fonte: Observatório PNE (2014) Para uma educação de qualidade... Considerando que a educação é um direito, devemos defender a educação pública, gratuita, laica, democrática, inclusiva e de qualidade social para todos/todas É necessário a expansão e a democratização da educação básica e superior, com financiamento adequado para atender aos padrões de qualidade; Consolidação das Políticas de interiorização e de educação do campo; Políticas afirmativas e de permanência bem sucedida na Educação Superior; Inclusão dos segmentos menos favorecidos economicamente da sociedade, com êxito na conclusão dos estudos; “Angicos não pode ser simplesmente celebrado como o passado, senão como um farol que ilumina o futuro. Um farol onde se insiste na criação de um sistema nacional de educação. Um farol onde se gesta a defesa da educação pública de pertinência e relevância, não somente de qualidade, senão de excelência no contexto de um estado democrático. Um farol que postula a reinvenção da gestão pública em um estado eficiente, honesto e, sobretudo, que contribui ao bem comum do cidadão, construindo a cidadania ao mesmo tempo. [...] Angicos é também uma metáfora. Uma metáfora para a construção de um discurso radical para que a escola pública se torne popular. Porém, não um discurso que fique na mera retórica, senão um discurso que convida à ação (como uma proposta concreta), um discurso no qual se transite da teoria para a prática, um discurso que reconstrua as bases da gestão educativa no Brasil e no mundo inteiro depois dos destroços da tormenta neoliberal. Somente assim Angicos, como metáfora, se pode construir uma realidade”. (Carlos Alberto Torres, 2012) OBRIGADA! Contato: [email protected]