UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM Gestão Democrática e Liderança – O novo papel do Diretor Escolar. Por: Edilma da Silva Farias Orientador Prof. Mary Sue Niterói 2011 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM Gestão Democrática e Liderança – o novo papel do Diretor Escolar. Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial para obtenção do curso de Pós – Graduação em Supervisão e Administração Escolar. Por: Edilma da Silva Farias. 3 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pela força e a coragem que ele me deu nos momentos de fraquezas, às amizades que fiz durante principalmente o à orientadora Mary Sue. curso e professora 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho minha mãe pela sua história de vida. 5 RESUMO O atual contexto de gestão democrática do ensino está na ênfase da ação coletiva como uma forma de transformação no ambiente escolar e a consciência de que, quando todos estão envolvidos no processo educacional, o resultado é a qualidade do ensino. A figura do gestor como um líder e a liderança compartilhada como forma de descentralização do poder, é um meio de promover a autonomia das pessoas envolvidas na comunidade escolar através da participação, vista como uma tomada de decisão, onde todos em uma unidade social se reconhecem e assumem o seu poder de exercer influência na determinação da dinâmica dessa unidade, mostrando que só a partir da prática participativa que é possível superar o exercício do poder individual e assim promover a construção do poder da competência. 6 METODOLOGIA A metodologia utilizada será a pesquisa bibliográfica. Será realizada uma leitura nas literaturas que abordam o tema proposto neste trabalho monográfico, a partir do enfoque dos autores pesquisadores sobre gestão democrática e liderança no ambiente escolar. Logo, será feito um fichamento e resumo das obras pesquisadas para a organização de cada capítulo apresentado. Os conceitos abordados sobre gestão e liderança serão analisados em termos teóricos e organizados a partir de uma visão global do objetivo do tema pesquisado sem que haja a perca de algumas peculiaridades aos quais deverão enriquecer a compreensão da pesquisa. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO 1 – GESTÃO DEMOCRÁTICA – O QUE É? 10 CAPÍTULO 2 – A CONSTRUÇÃO DE GESTÃO DEMOCRÁTICA NO ÂMBITO ESCOLAR. 17 CAPÍTULO 3 – A LIDERANÇA E SEUS CONCEITOS. 25 CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BIBLIOGRAFIA CITADA ÍNDICE FOLHA DE AVALIAÇÃO 8 INTRODUÇÃO Falar sobre gestão democrática nos leva à reflexão sobre os diversos ajustes, inovações e contornos pelas quais passaram as políticas educacionais em vigência. Assim, todas essas mudanças fazem ver a educação com um olhar de esperança e de crédito, frente à tão discutida gestão democrática, que busca consolidar ações, pela participação dos representantes dos diversos segmentos da sociedade e tem como objetivo fortalecer a escola e a qualidade de ensino. Tanto na Constituição Federal/88 quanto na LDB 9394/96, está explícita a importância e a necessidade do compromisso dos organismos escolares, para que de fato aconteça a gestão coerente com as reais necessidades da escola, procurando também dar sustentabilidade ao desenvolvimento do projeto político-pedagógico. Mas, pesquisas sobre este tema justificam-se pela necessidade de aprofundamento nos estudos e de concretização de novos conhecimentos, que sirvam de alicerce para a prática de gestão democrática no cotidiano escolar. A gestão democrática na área educacional surge a partir dos anos 90, conseqüência de políticas educacionais que buscam minimizar a participação do Estado e atribuir responsabilidades à comunidade escolar. Novos discursos surgem e trazem à tona a tão almejada e discutida gestão democrática. As políticas educacionais aparecem com uma nova roupagem e elegem com prioridade o compromisso sócio-político, a interação e a relação de colaborações recíprocas, sendo assim, torna-se visível e indispensável a participação da comunidade escolar na tomada de decisões e desenvolvimento nos objetivos que a escola deseja alcançar. Para tanto, o diretor vem exercendo o seu papel de promotor de integração com outras lideranças escolares da escola como mediador, que tem a capacidade de identificar entre os envolvidos, quais podem melhor auxiliar e trazer boas idéias para a escola, ajudando nas tomadas de decisão, no planejamento e replanejamento das 9 ações, com a finalidade de se realizar um trabalho em grupo e buscar o sucesso na aprendizagem dos alunos e o crescimento da instituição. A liderança começa pala direção da escola, que procura parcerias com pais, com os setores de comércio, com a Secretaria de Educação, com Associação de Bairros, com o Conselho da Escola, sempre em conjunto com educadores e membros da comunidade escolar, de fato, um trabalho em equipe, confiança, entusiasmo e inovação. O trabalho do diretor escolar é o de coordenar as atividades de liderança e fazer o elo entre elas. Ele é a liderança consciente como forma de aperfeiçoamento da gestão democrática , pois auxiliará na transformação da prática administrativa pedagógica e relacional no contexto escolar. Para o exercício dessa liderança, no entanto, boa vontade ou boa intenção não são suficientes. O que é preciso de fato é influenciar pessoas, mobilizá-las e orientá-las adequadamente na dinâmica dos processos sóciopedagógicos da escola e sua gestão. Um bom líder é capaz de ver que as pessoas são o que há de mais importante no trabalho, por isso ele colabora, orienta, estimula em cada um a sua autonomia desenvolvendo em cada um os seus conhecimentos e habilidades necessárias , portanto, para ser líder há se ter competências específicas. Percebe-se que a gestão democrática mostra-se relevante na medida em que, ainda se observa no âmbito escolar práticas autoritárias e centralizadoras, hoje consideradas caducas, pois são voltadas apenas para a parte burocrático-administrativa e colocando em segundo plano a ação progressista e participativa que busque uma ação transformadora no cotidiano escolar na busca pela melhoria da qualidade de ensino visando à formação plena do indivíduo, capaz de participar eficientemente na sociedade e na vida produtiva. 10 CAPÍTULO I GESTÃO DEMOCRÁTICA – O QUE É? A palavra gestão provém do verbo latino gero, gessi, gestum, gerere e significa levar para si, carregar chamar a si, executar, exercer, gerar. Para Augusto Cury (2005, p.01): Trata-se de algo que implica o sujeito. Isto pode ser visto em um dos objetivos derivado deste verbo. Trata-se do gestário, ou seja, gestação, isto é, o ato pelo qual se traz em si e dentro de si algo novo, diferente: um novo ente. Ora, o termo gestão tem sua raiz etimológica em ger que significa fazer brotar, germinar, fazer nascer. Da mesma raiz provém o termo genitora, genitor, gérmen. A questão implica um ou mais interlocutores com os quais se dialoga pela arte de interrogar e pela paciência em buscar respostas que possam auxiliar no governo e da educação, segundo a justiça. Nessa perspectiva, a gestão implica diálogo como forma superior de encontro das pessoas e solução de conflitos. No contexto escolar, para definir a palavra gestão, é necessário fazer uma associação ao fortalecimento da democracia no processo pedagógico, à participação consciente de todos na tomada de decisões e dialogicidade , mediante um compromisso coletivo com resultados educacionais cada vez mais efetivos, o que nos leva a uma reflexão de como a participação acontece no seio da escola, no seu cotidiano, nas relações que se estabelecem e como se estrutura a co-responsabilidae e as relações de poder. Esta reflexão quanto à participação exige novas formas de organização e efetivação das ações, que estabeleçam vínculos de comprometimento que todos devem ter. Ao cultivar uma relação harmoniosa, a escola propicia o bem-estar da comunidade e induz a construção de um processo dinâmico, onde se valorizam normas de convivência, limites individuais e coletivos. Na gestão 11 democrática desenvolve-se a cultura da liberdade , estabelece-se o bom senso para assim ocorrer a descentralização e distribuição de poder, direciona-se estratégias para garantir uma educação mais qualitativa, que tem como foco a aprendizagem. A gestão democrática está caracterizada pelo reconhecimento da importância da participação consciente e esclarecida das pessoas nas decisões sobre a orientação e planejamento do seu trabalho. A tomada decisão é uma ação política ,que é de grande importância para a participação de todos os atores envolvidos na escola e comunidade e a criação de um sistema hegemônico, constituindo assim uma consciência crítica, que não acontece de forma espontânea e sim, a partir de uma ação organizada, portanto, a gestão é vista como um novo modo de pensar , intelectualmente como deve ser a vida prática. Sendo as ações resultantes das relações sociais, caracterizadas por divergências de opiniões que envolvem as relações sociais, não é possível aceitar que essas organizações sejam administradas dentro de uma visão definida como administração científica, onde a organização de pessoas que nelas atuam, são consideradas como componentes de uma máquina manejada e controlada de fora para dentro. A LDB 9394\96 estabelece a democratização da gestão escolar: Art.14 – os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica , de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II- participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. O conceito de gestão está diretamente imbricado ao de administração. Portanto, o artigo em questão mostra que estamos diante de um elemento da abordagem do campo da administração da educação , em seus diversos níveis de entendimento. Pressupõe a tomada de decisão no processo educacional, com o propósito final que é a melhoria da qualidade de ensino. Alguns exemplos da efetivação da gestão democrática na educação são: 12 • governo escolar descentralizado e colegiado; • autonomia financeira e pedagógica; • Participação de diferentes segmentos na escolha da direção: professores, alunos, pais ou responsáveis, funcionários, representantes da comunidade. A Constituição promulgada em 1988 é o principal fundamento da gestão democrática do ensino público, pois além de prevê-la expressamente no artigo 206, institui a “democracia participativa” e possibilita o exercício “direto” do poder (ART.1º), e o “regime de colaboração” entre a União, Distrito Federal, Estados e Municípios (Art. 211). A gestão democrática do ensino público tem sido um dos desafios desde sempre, pensando que este modelo de gestão está relacionada a construção da cidadania que inclui: a participação, construção compartilhada dos níveis de decisão e posicionamento crítico em contraposição a idéia de subalternidade, pois este é o valor que nos faz construir e buscar uma escola democrática , uma escola-cidadã que nada tem a ver com o modelo burocrático, tradicional, tecnicista e excludente que, ainda prevalece. Na gestão democrática, a ideologia da burocracia, que tem como eixo a hierarquia autoritária, é substituída pela construção da vontade comum de todos os envolvidos no processo de aprendizagem, pela composição de um projeto político-pedagógico que a caracteriza singularmente, na sua execução, acompanhamento e avaliação, por todos os participantes . A formulação coletiva deste modelo de gestão parte de uma filosofia pedagógica referenciada à realidade social mais ampla, passando pelo entorno da escola, até adentrar o contexto imediato. São cenários articulados para esta definição do projeto político-pedagógico. Os atores/profissionais da educação precisam ter competência técnico-legal, política e humana, condição que vai assegurar uma adequada percepção da realidade concreta e, portanto, trabalharem por uma gestão democrática negociada e compartilhada. Vê-se que o modelo de gestão tão citado nestas linhas permite a ultrapassagem de práticas sociais alicerçadas na exclusão, na discriminação, na separação social que inviabilizam a construção histórico-social dos sujeitos, portanto, a 13 ingerência destruidora político-partidária dos interesses na gestão educacionais escolar é voltados anti-democrática para a e construção democrática da cidadania. A participação dos professores e especialistas na elaboração da proposta pedagógica da escola e a reunião participativa em colegiados diretivos escolares funcionam como bases da concretude do estabelecimento da gestão democrática no âmbito escolar. Nestas perspectivas, as decisões centralizadas no diretor cedem lugar a um processo de resgate da efetiva função social da escola, através de um trabalho de construção coletiva entre os todos os agentes da escola, e destes, com a comunidade. Atualmente vem se discutindo a eleição para diretores como umas das modalidades mais aceitas na gestão democrática, mesmo causando grandes polêmicas. A defesa dessa idéia está vinculada à retomada das conquistas das decisões que implicarão no futuro da escola. A eleição apresenta-se de formas variadas que vão desde a delimitação do colégio eleitoral – que pode ser restrito apenas a comunidade escolar ou à sua totalidade: pais, professores, alunos e funcionários e até mesmo o andamento do processo eleitoral de forma transparente como a data, o horário, o local e a valorização operacional dos votos de participação de todos os envolvidos. Mesmo as eleições se apresentarem como um legítimo canal de democratização da escola, e não o único, é necessário levar em conta as limitações do sistema representativo, muitas vezes carregados de interesses antagônicos. Apesar de este ser uma modalidade importante não garante por si só a democratização, porém, é o mais importante instrumento que associado a outros permite o exercício da ação democrática. É necessário enfatizar que aliado à eleição é fundamental a forma de escolha e o exercício da função. Assim, a forma de provimento do cargo pode não definir o tipo de gestão, mas o curso desta. Portanto a eleição neste contexto destaca-se como um instrumento a ser associado a outros na democratização das relações escolares. É essencial repensar os modelos de gestão vigentes, a noção de democratização, bem como aperfeiçoar os mecanismos de participação 14 vigentes. E como foi visto, a eleição é um importante mecanismo no processo de gestão democrática, mas ainda não é suficiente, outros processos e mecanismos devem ser vivenciados pela escola, entre eles, o Conselho Escolar. Portanto, a garantia de consolidação das eleições diretas para diretores deve estar articulada a outros mecanismos de participação, como o Conselho Escolar, pois, pensar na democratização da escola implica definir qual a função social da escola, para quê ela serve e suas funções básicas. Estas reflexões devem ser o princípio da ação dos diferentes segmentos da escola no processo de escolha do dirigente escolar e na sua participação ativa nos Conselhos Escolares. 1.1 - O Conselho Escolar como elemento da gestão democrática Por se tratar de um órgão colegiado, normalmente é formado por todos os segmentos da comunidade escolar: pais, alunos, professores, direção e demais funcionários. Através dele, todas as pessoas ligadas à escola podem se fazer representar e decidir sobre aspectos administrativos, financeiros e pedagógicos, tornando este colegiado não só um canal de participação, mas também um instrumento de gestão da própria escola. Na década de 1980, com a chamada transição democrática, brasileira delineou um novo quadro de mobilização e organização social, que provocou mudanças nas relações de poder em todas as áreas, inclusive na educação. Tais mudanças exigiram o redimensionamento de toda a comunidade escolar, nos processos de tomada de decisões, tornando-se assim, o principal elemento de democratização no espaço escolar. A educação escolar constitui um dos instrumentos de consecução de uma sociedade democrática, na medida em que universaliza o saber sistematizado, fundamental para o exercício da cidadania. Tendo como princípio o desenvolvimento de uma concepção de educação que tem como objetivo não apenas a integração do educando na sociedade, mas a sua 15 formação integral como cidadão e agente transformador do processo contínuo capaz de possibilitar-lhe o desenvolvimento de sua criatividade e de sua capacidade crítica que o leve a participar ativamente do processo sociopolíticocultural-educacional. A partir dessas concepções, as metas, estratégias e relações nas escolas deverão ser repensadas, na busca da democratização do ensino, n sentido da socialização das decisões caracterizadas pelo pluralismo de idéias em nível cultural e político. Para tanto, a criação do Conselho Escolar torna-se fundamental, pois o processo de discussão nas comunidades escolares implanta a ação conjunta com a co-responsabilidade de todos no processo educativo. É através deste mecanismo de ação coletiva que serão canalizados de forma efetiva os esforços da comunidade escolar em direção à renovação da escola, na busca da melhoria do ensino e de uma sociedade humana e mais democrática. Por meio dessa modalidade de administração participativa, ocorre a extinção do autoritarismo centralizado, a eliminação da diferença entre dirigentes e dirigidos, pois é possível a participação efetiva dos diferentes segmentos na tomada de decisões , alcançando assim o fortalecimento do líder da escola em relação às normas emanadas dos órgãos administrativos centrais. De fato a participação é um direito de todos que fazem parte de uma sociedade democrática, não se pode falar democracia sem associá-la participação. A participação produz visões compartilhadas por vários segmentos internos e externos comunidade escolar, assim também como promove as divisões de responsabilidades, enriquece os processos de busca coletiva de soluções de problemas que surgem na escola e nas suas relações com a comunidade. Em relação à escola, ela contribui para a democratização das relações de poder no seu interior e, conseqüentemente, para a melhoria da qualidade de ensino. Todos os segmentos da comunidade podem compreender melhor o funcionamento da escola, conhecer com mais profundidade todos os que nela 16 estudam e trabalham, intensificar o seu envolvimento com ela e, assim, acompanhar a educação ali oferecida. A comunidade precisa entender que a participação pode ser interpretada de formas diferentes, mas são voltadas para os processos de aprendizagem, até mesmo mudanças culturais, visando às novas demandas que a escola enfrenta no contexto de uma sociedade que se transforma a todo o instante mediatizada pela democracia. Como afirma Libâneo (2007, P.328) A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática, possibilitando o envolvimento de todos os integrantes da escola no processo de tomada de decisões da escola e no funcionamento da organização escolar. Para Celso Vallin “1ser democrático é respeitar os ritmos, as dificuldades, a linguagem de cada um em suas diferenças. As propostas não podem ser impostas. Precisam ser construídas e reconstruídas com as pessoas envolvidas.” Nesse sentido, a gestão democrática faz parte da própria natureza do ato pedagógico. Ela se fundamenta numa concepção democrática da educação, contra uma concepção centralizadora e autoritária. 1 VALLIN, Celso. Poder e Democracia na Escola. Artigo Publicado no curso de Gestão Escolar e Tecnologia (2004). 17 CAPÍTULO II A CONSTRUÇÃO DE GESTÃO DEMOCRÁTICA NO ÂMBITO ESCOLAR A gestão é um processo de partilha, o contrário de gerenciamento, cujas exigências se vinculam à necessidade da interpenetração entre a dimensão pedagógica e política e as questões administrativas da escola., assim, os antigos fundamentos de administração educacional, tornam-se insuficientes para orientar o trabalho do gestor que busca a participação de todos na escola. Partindo desta concepção, a organização e a gestão da escola precisam ser refletidas em relação ao comprometimento dos agentes que nela atuam. É um processo que demanda tempo, pois implica em mudanças culturais, administrativas, políticas e pedagógicas. Assim, a realidade de tentativas de um trabalho participativo, democrático e dialógico perpassa por um histórico de resistências, omissões e falta de comprometimento, principalmente por docentes. Para Luck (2002, p.14), “a gestão escolar promove a redistribuição das responsabilidades que objetivam intensifica a legitimidade do sistema escolar”. É preciso conhecer como essa redistribuição acontece, em que perspectiva esse comprometimento existe na escola, esta é a reflexão que se propõe. A gestão democrática pressupõe a participação das decisões e na execução das ações relativas ao projeto escolar; mas, no cotidiano escolar , a participação ainda é amarrada, pois ainda vê-se diretores e coordenadores em 18 busca da participação dos professores, sem sucesso, visto que, a passividade de muitos é revelada nas ações cotidianas da escola. As práticas educativas tornam a escola uma comunidade de aprendizagem, uma comunidade democrática, que favorece o ensino e a reflexão, valoriza os elementos internos do processo educativo, tendo consciência de que cada elemento possui uma parcela de responsabilidade , individual e na implicação do processo coletivo. É relevante notar que a gestão participativa demanda responsabilidades, além da opinião, demanda comprometimento, que se traduz na ação dos envolvidos no processo pedagógico, com foco nos objetivos, valores, princípios e estratégias de desenvolvimento. Historicamente, a educação foi organizada de forma que a participação dos docentes na área administrativa e de tomada de decisões fosse mínima, acontecia que as decisões eram tomadas em gabinetes e executadas no ambiente escolar. Podemos perceber que atualmente, a formação permanente do profissional é muito importante em relação à participação na gestão escolar, pois se discute muito, na própria escola, sobre gestão e participação, porém, ainda encontramos resistência, quanto à necessidade de formação permanente e do engajamento à participação efetiva. De acordo com Cury (2005, p.3) “a gestão democrática da educação é, ao mesmo tempo, transparência e impessoalidade, autonomia e participação, liderança e trabalho coletivo, representatividade e competência.” Cabe lembrar que toda pessoa tem poder de influenciar no contexto ao qual faz parte, exercendo-o, independentemente da consciência desse fato s da direção e intenção de sua atividade. Mas a falta de consciência dessa interferência resulta da falta de consciência do poder de participação que tem: e daí decorrem resultados negativos para a organização e para as próprias pessoas que constituem o ambiente escolar. Faltas, omissões, incompetência são aspectos que exercem esse poder negativo. Assim, a participação é caracterizada por mobilização efetiva dos esforços individuais para superar 19 atitudes de acomodação, alienação, comportamentos individualistas e estimular o trabalho em equipe. Nesse contexto, cabe ao gestor a abertura para participar e enfrentar o processo histórico alienante. Em complementação, cabe aos envolvidos a intencionalidade, a disposição à partilha, ao despir-se do “eu” para incorporar o nós. Assim, extingui-se o autoritarismo centralizado, a eliminação das diferenças entre os dirigentes e dirigidos e dá lugar à participação dos diferentes atores na tomada de decisões, alcançando assim, o fortalecimento de líder da escola. No entanto, é preciso também, assumir o sucesso ou fracasso da equipe, o positivo e o negativo, e a partir daí crescer de forma conjunta. 2.1 – A Gestão Participativa – Todos são responsáveis pela melhoria da qualidade de ensino. A direção e a coordenação fazem parte da tarefa de agrupamento no que tange a gestão. A gestão corresponde a todas as atividades de coordenação e de acompanhamento do trabalho de pessoas, pois envolve o cumprimento das atribuições de cada membro da equipe, a realização do trabalho em equipe, a manutenção do clima de trabalho e a avaliação do desempenho. Esta definição não só aplica-se aos dirigentes escolares, mas também aos professores, em sala de aula ou quando investidos de responsabilidades na organização escolar. Dirigir e coordenar implica em coordenar ações responsáveis voltadas para objetivos coletivamente estabelecidos. Ao gestor cabe uma visão sistêmica, é necessário que ele tenha a percepção da realidade do seu contexto, ou melhor, uma perspectiva da totalidade. Ao fechar-se apenas em sala de aula, o docente não interage, não conhece ou não quer se envolver nos problemas da escola. É preciso conhecer, compreender, analisar e problematizar o contexto escolar, dando ênfase no comprometimento docente na organização e na gestão como 20 processo através de discussões de como acontece o planejamento e a organização dos atores na dinâmica da participação. O planejamento é o ato que resulta em um instrumento, mostrando a direção a seguir, que permite , mediante o diagnóstico,conhecer o contexto escolar e local, para enfim definir os objetivos, as metas, as estratégias, os recursos de intervenção e a modalidade avaliativa, ou seja, ele traça um norte para o trabalho. Na gestão escolar, ao elaborar o Projeto Político-Pedagógico, teoricamente, a comunidade escolar consolida esta afirmação, porém em algumas escolas, o projeto tende a ficar apenas no papel, pois poucos profissionais procuram atingir os objetivos e outros se esquivam de mais serviço. Para tanto, a formação continuada significa mais serviço, relatórios, diários,ficha de observação de alunos, planejamento e acompanhamento pedagógico. As propostas têm que ser construídas e reconstruídas com as pessoas envolvidas e para isso é necessário aprofundamento teórico para que a prática escolar seja consolidada na fundamentação e principalmente na autonomia, no que tange á autonomia, a mesma não pode ser delegada e sim conquistada. Uma das crenças mais insipiente é a de que a habilitação profissional é a chave de entrada no mercado de trabalho, portanto, essa formação continuada é desnecessária, assim, existe a crença de que o profissional está pronto e acabado, não necessita da formação e daí surgem resistências: há a resistência ao interdisciplinares, planejamento, á avaliação ao uso das institucional, tecnologias, à aos auto-avaliação projetos , e , conseqüentemente, a participação fica no âmbito do “não quero dar opinião.” O resgate desse sujeito que não quer ou não está habituado a participar, a ponto de preferir receber coisas prontas ao invés de construí-las, é ainda hoje umas das grandes dificuldades e desafios nas comunidades escolares. A grande transformação dessas atitudes de não participação são as ações. Vasconcelos (2002, p.28) diz que “o que transforma a realidade são 21 ações e que o querer é condição necessária, mas não o suficiente para alterar o real.” Não se pode negar a importância das ações, mas não de qualquer ação, pois todas devem ter uma finalidade diante dos objetivos pretendidos, correlacionados entre si. Portanto, vem ao nosso entendimento que devem ser abolidas das práticas educativas, as ações repetitivas, tradicionais ou aleatórias, nas quais o aluno não representa fator determinante, afastando o processo educacional de qualidade pretendida. É inegável a necessidade de mudança, mas também inegáveis as inúmeras resistências no estabelecimento do novo paradigma de gestão democrática, pois esse novo paradigma de gestão pressupõe que o entendimento de que os objetivos educacionais, em seu sentido amplo, dependem da combinação e emprego adequados da energia dinâmica das relações interpessoais que ocorrem no contexto da organização escolar, com objetivos educacionais definidos, entendidos e assumidos por seus membros, com empenho coletivo visando a sua realização, umas das causas é a tendência natural da reprodução das ações que se sustenta pela ação alienada dos homens presentes e atuantes. Deve-se portanto, fazer um referencial , a partir de um diagnóstico analisado e com as devidas tomadas de decisões Entendemos que a prática participativa faz da escola, uma comunidade de aprendizagem, democrática, na medida em que a escola é um ambiente social, formada por pessoas diferentes, com pensamentos e opiniões diferentes. Mas é importante ressaltar que na escola democrática ninguém faz o que quer e sim o que é bom para todos. Em fim , todos se preocupam com a melhoria da qualidade do ensino, pois a participação é um meio de alcançar os objetivos esperados resultantes de uma importante combinação entre a participação e ação. Portanto, a escola somente será fortalecida na melhoria da qualidade de ensino quando o resultado for a soma dos esforços e houver a divisão de responsabilidades, isto significa mais pessoas participando nas tomadas de decisões e consequentemente, colhendo resultados, como afirma Paro, (2005,p.19): 22 O que não se pode é tomar os determinantes estruturais como desculpa para não se fazer nada, esperando-se que a sociedade se transforme para depois transformar a escola. Sem a transformação na prática das pessoas não há sociedade que se transforme de maneira consciente e duradoura. É aí, na prática escolar cotidiana que precisam ser enfrentados os determinantes mais imediatos do autoritarismo enquanto manifestação, num espaço restrito, dos determinantes estruturais mais amplos da sociedade. 2.2 – O Projeto Político Pedagógico – um instrumento de gestão democrática. Partindo de uma pergunta insistente no âmbito escolar: qual é o papel do Projeto Político Pedagógico na escola? Esta pergunta é de extrema importância, pois nos leva a refletir sobre os caminhos possíveis à educação, garantidos pela Constituição Federal de 1988 (Art. 206, Inciso VI) e pela LDB/96. As recentes reformas operadas no sistema educacional brasileiro trouxeram para o centro das preocupações dos educadores, entre outros, dois temas que têm sido alvo de discussões, debates e estudos dos profissionais de educação, tanto daqueles que efetivamente militam nas práticas educativas no interior das escolas dos que sustentam a definição de políticas nos órgãos dos sistemas administrativos centrais da educação,como daqueles que exercitam a produção de conhecimentos nos centros de pesquisa e nas universidades. É a gestão dos processos educativos e da construção do projeto político-pedagógico da escola,como forma de garantir a melhoria da qualidade de ensino. 2 Como afirma Hora “elaborar o projeto político-pedagógico de uma escola é mobilizar toda a comunidade escolar em torno de um grande movimento que vise à transformação global da escola: um trabalho que 2 Hora, Dinair Leal da. Gestão democrática na escola:Artes e ofícios da participação coletiva – Campinas, SP: Papirus, 1994. – (coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico). 23 identifique as condições reais da escola e, também, as condições ideais de trabalho para todos”. O princípio fundamental dessa ação está relacionado às práticas educativas que ampliem, aprofundem e dão consistência à real compreensão de que a construção do projeto político-pedagógico só poderá acontecer no seu significado legítimo e pleno se estiver baseado no contexto da gestão democrática. Pois assim, apenas o exercício democrático na gestão da escola possibilitará a vivência de um projeto pedagógico-político, criativo, consistente e coerente com a formação crítica, construtiva e inclusiva de homens e mulheres. O Projeto político-pedagógico na escola é necessário independentemente de qualquer decisão política ou exigência legal, uma vez que, a proposta pedagógica é o norte da escola, que define os caminhos que uma determinada comunidade busca para si e para quem está ao seu redor, por isso, o projeto da escola também é político. É sempre um projeto inconcluso, uma etapa em direção a uma finalidade. A LDB é uma lei que tem como característica principal a flexibilidade, por meio da qual proporciona autonomia às escolas, cabendo aos gestores escolares estabelecerem as diretrizes das ações, a partir do planejamento e elaboração coletiva do PPP e da descentralização de ações, bem como promovem articulações entre o pedagógico e o político, o financeiro e o administrativo. A autonomia e a gestão democrática da escola fazem parte da própria natureza do ato pedagógico, sendo assim, a gestão democrática da escola é, portanto, uma exigência de seu projeto político – pedagógico; não se entende uma escola sem autonomia, autonomia para exercer o seu projeto e autonomia para executa-lo. 3 Ressalta Danilo Gandin “acredito que todas as ações desencadeadas no âmbito escolar, com origem centrada em objetivos pedagógicos, são fundamentais - quando o pedagógico é o foco, as ações se justificam de forma 24 irrefutável. A participação do ponto de vista metodológico é condizente com a visão de sociedade onde exista justiça social, com espaços para que todos falem.” Há inúmeras ações educativas desencadeadas por um PPP podem ser inúmeras, mas todas precisam ter o mesmo foco ou a mesma diretriz de pensamento. Dessa forma, a escola poderá agir como um todo, capaz de “fugir” das identidades e ações perpetuadas e institucionalizadas através de um princípio histórico, norteados pela exclusão e que nada tem a ver com os princípios constitucionais fundamentados na democracia e igualdade. Não podemos imaginar que o PPP é um elemento mágico que soluciona todos os problemas das escolas, sua eficácia e operacionalização estão relacionadas ao comprometimento dos seus agentes que, por sua vez, se relaciona à importância dada à participação no momento de sua construção. A participação de todos na construção do PPP está de encontro com a visão de uma educação democrática, que de tão importante está relacionada à melhoria das condições de vida de todos. A sociedade é coletiva e está presente em todos nós. 3 GANDIN, Danilo. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras instituições, grupos e movimentos dos campos cultural, social, político,religioso e governamental. Petrópolis, RJ:Vozes, 1994. 25 CAPÍTULO 3 – CONCEITOS DE LIDERANÇA Liderança é um conceito muito complexo que abrange um conjunto de comportamentos, atitudes e ações voltadas para influenciar pessoas e produzir resultados, levando sempre em consideração a dinâmica das organizações sociais e do relacionamento interpessoal e intergrupal no seu contexto para superar ambigüidades, contradições, tensões, dilemas que necessitam ser mediados a luz de objetivos organizacionais elevados. É importante ressaltar que liderar não é uma tarefa simples, muito pelo contrário, a liderança exige paciência, disciplina, humildade, respeito e compromisso, na medida em que a todo o momento estão implicadas relações humanas, composto de colaboradores dos mais diferentes tipos, pensando assim, pode-se definir a liderança como processo de dirigir e influenciar as atividades relacionadas às tarefas dos membros de um grupo. Mas existem implicações que são importante nesta definição e são elas: • 1ª) A liderança envolve outras pessoas, sendo assim, onde houver mais de uma pessoa, haverá a necessidade da figura de um líder, que contribuirá na organização de um trabalho, tarefa ou até mesmo no convívio familiar. • 2ª) A liderança envolve uma distribuição desigual de poder entre os líderes e os demais membros do grupo. Portanto, a distribuição de poder dentro de uma empresa é sem dúvida sua ponte de crescimento. • 3ª) A liderança é a capacidade de usar diferentes formas de poder para influenciar de vários modos seus seguidores. Pode até faltar recursos, mas não pode faltar a criatividade para crialos. Partindo das afirmações acima descritas, a liderança é exercício adequado da função de um líder, mas o que é ser um líder? Um líder é o indivíduo que exercita sua capacidade de persuasão, argumentação e carisma. 26 O líder é uma figura que mesmo não estando presente , ele é percebido como se estivesse, e sempre lembrado pela inovação e liderança. A maior função de um líder é gerar novas idéias e coloca-las em prática. Ele deve liderar e quem sabe até, inspirar, ele é o termômetro do grupo, isto é, indica o estado atual, das condições físicas, morais e espirituais dos seus comandados. Reflete a situação do momento do grupo. Nas tradicionais estruturas hierarquizadas, ainda existentes, mesmo com os esforços em muda-las, a liderança estaria exclusivamente associada à ocupação de um cargo. A liderança seria explicitada no cargo da autoridade correspondente, a partir dessa visão, a ocupação é o que determinaria a liderança e não a competência necessária para ocupa-lo. Nesse caso, os chefes e dirigentes seriam líderes e os demais participantes da organização, os seguidores. Dentro da complexidade que é comum nessas organizações, teriam níveis diferentes e hierarquizados de liderança, de acordo com os níveis de chefia e de responsabilidade. Vê-se que nessa estrutura de liderança, a ocupação do cargo ou responsabilidade formal por funções permite a necessária institucionalização da liderança e supera a sua eventualidade e informalidade, de resultados, que, por muitas das vezes são passageiros e com bases não muito sólidas, mas que ao mesmo tempo, legitima e organiza o exercício de um determinado poder de influência. Porém, podemos concluir que, quando uma pessoa promove a influência sobre o desempenho de outra(s) tendo como meio o seu cargo como fator de influência, não é considerado com um fator de liderança, uma vez que, esse desempenho tenderia estar mais associado à ideia de controle e manipulação, ou a punição e a premiação, que à motivação e conscientização, que são elementos fundamentais da liderança. Percebe-se que o controle se torna negativo, quando associado a tais idéias, mas é possível haver liderança com controle, quando as pessoas envolvidas na ação são também envolvidas na análise do desempenho e decisões a respeito dele, desta forma, são capazes de exercer a autonomia necessária, sem que haja a diminuição do potencial criativo de todos os envolvidos no processo educacional. Nesta estrutura organizacional, a respectiva liderança, está cercada de iniciativa e 27 criatividade, assim também como a emergência de comportamento de liderança que se expressam de forma natural, onde emergem diferentes talentos, ou seja, todos têm a chance de mostrar o que possuem de melhor, condições necessárias num contexto organizacional dinâmico e flexível que deve ser a escola, em sua integração necessária com a sociedade. Mesmo com um grande número de aceitação da importância da liderança no ambiente de trabalho, ainda há pessoas que não vêem com bons olhos a figura do líder, isto porque, há uma falta de conhecimento de alguns profissionais sobre o que vem a ser a liderança, que ao desempenharem o seu papel de líder, acabam abusando de seu poder ao confundi-lo com autoritarismo e não como autoridade como deveria ser, pois, como já vimos, liderar é conduzir, é motivar os liderados para que contribuam voluntariamente a fim de alcançar os objetivos em prol de um grupo ou organização. É preciso deixar claro que há uma diferença entre poder e liderança. Não é líder quem se impõe pela força e poder, mas quem usa o poder da liderança, ou seja, o poder de persuasão e a capacidade de influenciar, sabendo mostrar como um guia o caminho. É incrível que, em pleno século XXI ainda existam pessoas que confundem liderança com uso arbitrário do poder, são estruturas burocratizadas, “um modelo caduco” que tendem a se transformar e desaparecer, tendo em vista a sua inaptidão frente às novas mudanças do mundo atual. Numa abordagem de gestão democrática nos leva a refletir sobre como se estabelecem os canais efetivos de participação nas relações de poder que existem no interior da escola. As relações de poder muitas das vezes são carregadas de sentimentos negativos e no ambiente escolar não é diferente, há um grande bloqueio por parte da comunidade escolar, entendendo-o como forma de repressão. Esses sentimentos devem ser transformados em ações dinâmicas e compartilhadas para garantir o funcionamento e a autonomia da escola, como defende Paro: “Mas, se a transformação da autoridade no interior da escola for entendida como uma quimera, se a participação efetiva das camadas trabalhadoras no destino da educação escolar for uma utopia no sentido apenas de um sonho irrealizável, e não no sentido 28 que falamos a escola como algo que possa contribuir para a transformação social e, definitivamente,devemos deixar cair as máscaras e as ilusões, ou então cruzar os braços e esperar passivamente que os grupos dominantes, por meio de suas “reformas” e “acomodações” de interesses, continuem nos fazendo engolir as soluções paliativas dos que os mantêm permanentemente no poder ( PARO,2005, p.14) .” Nas estruturas democráticas, as decisões são tomadas com a participação dos membros da organização, de forma compartilhada, é a liderança compartilhada. Uma liderança distribuída, mesmo sendo orientada pelo responsável pela organização. Nessas estruturas é possível perceber também a distribuição de responsabilidades e não a transferência de responsabilidades, como vemos ainda em algumas estruturas não democratizadas. O importante é perceber dentro desse contexto da relação entre liderança e poder, o conceito de gestão democrática e participativa. A liderança na escola deve acontecer de forma distribuída entre as pessoas que fazem parte do ambiente educacional, portanto, uma descentralização do poder. O diretor da escola, o vice-diretor, o supervisor pedagógico e o orientador educacional , assim como os demais membros de equipe de gestão escolar, desempenham um papel que tem como característica principal a liderança e coliderança , que é de natureza da sua função. É importante ressaltar que todo o trabalho em educação, devido a sua natureza formadora, implica ação de liderança, que segundo Luck 4 ”liderança é a capacidade de influenciar positivamente pessoas, para que, em conjunto, aprendam, construam conhecimento, desenvolvam competências, realizem projetos, melhoria em alguma condição, e até mesmo divirtam-se juntas de modo construtivo, desenvolvendo inteligências social e emocional.” 29 3.1 – Competências para o exercício da liderança Partindo da concepção de que a liderança não é inata e que ela corresponde a um conjunto de características que são desenvolvidas ao longo da vida , mediante a vivência de processos sociais e a orientação intencional para o desenvolvimento de certos conhecimentos, habilidades e atitudes compatíveis com a prática, é importante salientar que ninguém se torna líder por simples vontade, mas, pelo exercício consciente e intencional de responsabilidades que engloba outras pessoas. Para desempenhar funções educacionais e de gestão é necessário desenvolvimento de habilidades e atitudes de liderança, através da prática intencional e contínua das habilidades e atitudes correspondentes. Para esse desenvolvimento, é importante salientar a associação às dimensões que estão fundamentadas nos quatro pilares da educação para o século XXI: aprender a conhecer, aprender a ser, aprender a fazer e aprender a conviver (DELORS, 1999). Esse desenvolvimento é conseqüência da ação orientada para a construção e conhecimentos e a aquisição de habilidades e atitudes, resultantes de leituras, de observações em experiências e de reflexões pelas quais compreende a si mesmo(a) e suas competências pessoais em relação aos resultados de sua atuação. Sendo a educação um trabalho social, qualquer trabalho na escola deve ser considerado, segundo essa dimensão, de liderança como um processo imanente. Portanto, o sucesso de todos e de cada um está vinculado a essa competência de liderança dos participantes da comunidade escolar. O desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes, está baseado em um esforço individual, pois, cada pessoa, pode assumir a responsabilidade pessoal e melhorar o seu desempenho, mas, é também coletivo, pela realização de oficinas, estudos em grupo, trocas de experiências e de experimentação, seguidas de reflexão e feedback. 4 Luck, Heloísal. Liderança em gestão escolar/Heloísa Luck. 6.ed. – Petrópolis, RJ:Vozes, 2010. – (Série Cadernos de Gestão;) 30 Alguns princípios são fundamentais para o desenvolvimento de competências de liderança: • Conhecer suas forças pessoais e as maximizar, conhecer suas fraquezas e limitações e supera-las; • Conhecer os fatores e princípios da liderança e desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes para o seu exercício; • Conhecer a natureza humana e desenvolver uma sensibilidade e aceitação para as suas contradições, assim como as habilidades para lidar com ela; • Conhecer a natureza do seu trabalho, compreender os seus múltiplos desdobramentos e desenvolver o domínio dos fundamentos, métodos e técnicas necessárias para essa atuação profissional; • Conhecer a escola como uma organização social e compreender a sua cultura, em seus desdobramentos, possibilidades e limitações a serem superadas; • Desenvolver habilidades de comunicação, relacionamento interpessoal, gestão de conflitos e desenvolvimento de equipe. 3.2- Gestão Democrática e Liderança – o novo papel do Diretor Escolar A principal atividade de um gestor ou líder é a de conduzir pessoas, com o próprio nome indica e para isso ele tem que saber lidar com elas e conseguir os melhores resultados. Portanto, ele nunca deve esquecer que as pessoas são, o principal alvo de uma organização : o seu mais importante recurso, melhor dizendo, elas são o capital intelectual, o mais importante acervo de uma empresa moderna e no ambiente educacional, isto não é diferente. No ambiente escolar, o diretor, também chamado de gestor, é o líder da instituição e como líder deve estar preocupado com a qualidade de ensino. 31 A gestão escolar e a liderança têm muito em comum, promovem impactos na escola , na medida em que, as ações que são exercidas pela liderança na escola visam garantir a sua efetividade na oferta de um ensino de qualidade e aprendizagens significativas para seus alunos, pois, liderança corresponde a um conjunto de ações, atitudes e comportamentos assumidos por uma pessoa, para influenciar o desempenho de alguém, visando a realização de objetivos organizacionais. Corresponde à capacidade de influenciar pessoas individualmente ou em grupo, de modo que ajam voltadas para a realização de uma tarefa, a efetivação de um resultado, ou o cumprimento de objetivos determinados, de modo voluntário e motivado, a partir do reconhecimento de que fazem parte de uma equipe e que compartilham em comum responsabilidades sociais a que devem atender.5 Dessa forma, os conceitos de liderança e gestão se complementam e até mesmo se confundem, pois apresentam vários elementos importantes e básicos, no que se refere à dimensão humana do trabalho e a sua mobilização. Daí, o exercício da gestão pressupõe liderança, porque não é possível fazer gestão sem exercer a liderança. Assim afirma Luck (2007), “a gestão surge em superação à administração, a partir do reconhecimento da dinâmica humana nas organizações sociais e da superação do enfoque mecanicista.” A partir do pressuposto de que a liderança corresponde a um processo de gestão de pessoas, na gestão escolar também envolve o trabalho com outras dimensões, como, a gestão administrativa, gestão de currículos, gestão de resultados, gestão de materiais, etc (mesmo que todas dependam do trabalho efetivo das pessoas), mas a atenção de que gestão e liderança não são termos sinônimos e sim, complementares devido a uma certa sobreposição de significados e papéis. A qualidade de educação é o objetivo do diretor escolar, porque subtende-se que um gestor é professor, e este no papel de gestor e deve dar importância extrema à formação profissional da sua equipe. Mas alguns teóricos da administração geral deixam claro que o entendimento de gestão, passava pela centralização de uma pessoa ou de um grupo. Percebia a noção 5 Ibdem, p. 95. 32 de hierarquia neste modelo: um manda, o outro obedece. Já no âmbito de uma gestão escolar se limitava a receber as diretrizes do órgão maior, implanta-las e fazer com que os funcionários, professores e alunos as cumprissem. Portanto, o gestor não tinha planos para a escola. Bastasse que sua função fosse cumprida: controlar os acontecimentos e punir o profissional que não concordasse com o determinado. A tomada decisão é o primeiro passo no centro de organização e do processo de administração, assim como as demais funções da administração: o planejamento, a estrutura organizacional, a direção, a avaliação. Neste sentido a gestão é a atividade pela qual são mobilizados meios e procedimentos para atingir os objetivos da organização, que envolve os aspectos gerenciais e técnico-administrativos e a direção é o principal atributo da gestão, onde é canalizado o trabalho conjunto das pessoas para orienta-las a alcançar os objetivos. A educação e mais precisamente, a gestão necessitam de reflexões sobre seus aspectos teóricos – práticos para viabilizar uma práxis e uma cultura democrática. Na medida em que, promover uma democratização nas relações escolares, de forma a modificar as estruturas de poder, implica entre outras coisas, promover mudanças na gestão da escola. No entanto, para que haja essa mudança, é preciso compreender os conceitos de democracia e suas práticas no interior da escola, afim de que se estabeleça um processo de gestão vinculada aos objetivos pedagógicos, políticos e culturais da comunidade escolar. Desenvolver uma gestão escolar democrática e participativa não é uma tarefa simples, visto que existem regiões onde as interferências políticas são muito presentes, o que dificultam a autonomia da escola. Como afirma Vasconcellos (2002): “O entendimento de autonomia na educação pública é sempre relativa, pois em nome da organização, os Sistemas Educacionais ditam diretrizes. Mas o papel do gestor nesse processo é fundamental, visto que, ele não é aquela figura centralizadora e sim um ponto de ligação no processo decisório, exige-se dele 33 necessidades posturais: a de se cumprir um projeto de trabalho, a fim de qualificar suas ações e a de se capacitar, buscar, crescer, se fortalecer, de maneira qualificada e produtiva, fator que contribui para evitar a prática autoritária, que possui raízes de insegurança , a falta de fundamentação de argumentos, em que o indivíduo recorre ao poder para agredir ou tentar calar o outro.” O papel do gestor nesse processo é fundamental, visto que, ele não é aquela figura centralizadora e sim um ponto de ligação no processo decisório, pois, uma escola dinâmica e democrática, que tem como objetivo oferecer uma educação de qualidade, deve ser bem administrada e procurar suprir a demanda da comunidade e sobretudo, precisa de uma proposta pedagógica séria, condizente com a sua filosofia, sem separação entre teoria e prática. É importante destacar um papel especial do diretor escolar na orientação e promoção do processo de ensino-aprendizagem na sala de aula, pois é o espaço em que o aluno passa a maior parte do tempo escolar, e onde é feita a orientação básica sobre o que aprende e com aprende. Portanto , chega-se a conclusão de que pouco o diretor pode fazer para que a escola promova a melhoria da aprendizagem dos alunos, senão mediante a atuação da liderança realizada a partir do conhecimento de cada um dos seus espaços e processos. Deixar de faze-lo significa deixar de cumprir o que é mais importante da gestão escolar, que é a sua função e fim: contribuir para a melhoria da aprendizagem dos alunos, ou, seja uma educação de qualidade. Umas das abordagens sobre a liderança é a de que ela está intimamente ligada ao conhecimento, então, não se pode pensar em um líder que ano conheça o trabalho dos liderados, que não conheça suas práticas e a partir desse conhecimento procure promover a melhoria de sua instituição de forma contínua. Assim, a presença do diretor ou gestor, dentro da sala de aula, observando o desenvolvimento da classe e verificando como os alunos reagem às orientações dadas pelo professor torna-se fundamental. Ele deve faze-lo, considerando que uma aula é também um processo de liderança do professor com os seus alunos. 34 Portanto, um gestor faz a diferença em uma escola, seja para o bem ou para o mal. A liderança educacional não é algo como um dom, é uma habilidade que pode ser desenvolvida e exercitada a cada dia por qualquer profissional da educação. É necessário que o gestor deixe de ser apenas gestor por ocupação de cargo e se tornar um líder capaz de inspirar confiança em sua equipe e mudar a escola. O gestor-líder está em contato permanente com os docentes, deve ser fonte de inspiração, incentivo e apoio técnico, estimular a criatividade, de forma a estabelecer padrões, assessorar, confrontar, corrigir e valorizar o desempenho dos profissionais. Sempre procura colocar as pessoas sem primeiro plano, ao atuar como líder educacional, influencia o comportamento profissional dos educadores. Ele constrói um sonho e faz com que sua equipe embarque nele, para tanto, mobiliza a equipe para embarcar com ele no projeto da escola e o torna concreto na sua efetivação. Faz com que sua equipe sinta que tem o poder, tornem-se autônomos para realizar e transformar. Como líder, não lastima ou culpa o mundo, ele incentiva a equipe a descobrir o que é possível fazer para seguir em frente. O gestor- líder transforma a escola em oficina de trabalho, organiza espaços escolares para reuniões semanais ou quinzenais para debates, estudos pedagógicos. É visto todos os dias por professores, alunos e pais. É capaz de trazer à tona o potencial de cada pessoa ou instituição e cria um ambiente propício a aprendizagem, ele percorre as dependências da escola, assiste às aulas e, ao mesmo tempo, monitora as ações desenvolvidas em reuniões com professores, alunos, pais e funcionários. A educação de qualidade é o resultado da formação constante dos profissionais e auto-formação, é necessário que o gestor seja e esteja gestor por capacidade profissional e não para ocupação de cargo por imposição política. Atualmente vê-se na gestão democrática como uma das melhores, quiçá , a melhor forma de organização educacional, na medida em que explora a participação, democratiza seu ambiente e revela todos os seus aspectos subjetivos. 35 A gestão democrática e liderança estão associadas à inovação e à mudança e não à conservação e reprodução, por isso que as habilidades de liderança se assentam sobre o desenvolvimento, pelo gestor, não só de uma aceitação ativa de mudança, mas também, de uma vivência da mudança como um modo de ser próprio. Para a promoção de mudanças, há a necessidade de articular o passado com as melhores perspectivas de futuro, de superar as inadequações do passado e ao mesmo tempo enfrentar os medos e as inseguranças diante dos novos desafios. 36 CONCLUSÃO O objetivo deste trabalho foi mostrar que na gestão democrática, a liderança é um fator crucial para o desenvolvimento da qualidade e melhorar a aprendizagem. Assim também como nenhuma escola existe sem que haja nela a figura de um líder que exerça uma liderança efetiva, mobilizando e coordenando o talento humano, coletivamente organizado, de forma que as pessoas em equipe possam promover resultados desejados. O gestor ou diretor escolar deve estar ciente de que ele é a figura de liderança na escola, mas, o exercício dessa liderança não é apenas da direção da escola, mas também nos demais níveis e âmbitos de gestão escolar, de forma que engloba toda a instituição escolar, pois, a educação por sua natureza complexa, necessita de um trabalho em equipe, colaborativo e integrado,. Este exercício de gestão democrática ou compartilhada é a melhor forma para se chegar a um processo de ensino aprendizagem de qualidade. O direto escolar é o responsável por estabelecer e promover a execução de políticas e procedimentos para o funcionamento da escolar, assim como supervisionar e apoiar as equipe de trabalho, principalmente os professores, através do acompanhamento entre professores, alunos, funcionários, pais e comunidade, assim, estará garantindo um ambiente propício à formação e a aprendizagem dos alunos e também à administração de recursos físicos, materiais e patrimoniais. Todo esse trabalho precisa de um conjunto mínimo de competências que permitam ao diretor garantir o exercício de suas responsabilidades funcionais e sociais. Construir competências para a realização do seu trabalho, desenvolvê-las ao coloca-las em prática é condição básica para o exercício efetivo das funções do diretor. Ao assumir a função de diretor escolar, este deve refletir na importância em desenvolver as competências inerentes a tão importante papel social. É um desafio contínuo que todos os diretores enfrentam. 37 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 1- BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil - Promulgada em 05 de Outubro de 1988: atualizada até a Ementa Constitucional nº 20, de 1512-1988. 21. Ed. São Paulo: Saraiva, 1999. 2- CARNEIRO, Moaci Alves . LDB fácil: Leitura Crítico-compreensiva, artigo a artigo / Moaci Alves Carneiro, 17. ed. Atualizada e ampliada – Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. 3- DELLORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir. 3. ed. São Paulo: Cortez/Unesco/ MEC, 1999. 4- GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José E.(Orgs.) Autonomia da Escola: princípios e propostas – 5.ed. – São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire., 2002. – (Guia da escola Cidadã; v.1) 5- HORA, Dinair Leal da. Gestão democrática na escola: Artes e ofício da participação coletiva/ Dinair Leal da Hora – Campinas, SP: Papirus, 1994.(Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico). 6- LUCK, Heloísa. Liderança em gestão escolar / Heloísa Luck. 6. ed – Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. – (Série Cadernos de Gestão ; 4) 7- LUCK, Heloísa; SIQUEIRA, Kátia; GIRGILING, Robert . A escola participativa: o gestor escolar. Petrópolis: Vozes, 2005. 8- PERRENOUD, Philippe. As Competências para ensinar no século XXI: a formação dos professores e o desafio da avaliação / Philippe Perrenoud; Thurler, Gather Mônica; MACEDO, Lino de; MACHADO, Nilson José e ALLESSANDRINI, Cristina Dias; trad. Cláudia Schilling e Fátima Murad. – Porto Alegre: Artmed Editora, 2002. 9- www.portalgestao.com.br 38 BIBLIOGRAFIA CITADA 1- CURY, Carlos Roberto Jamil. Gestão Democrática dos sistemas Públicos e Ensino. In: OLIVEIRA, Maria Auxiliadora Monteiro (Org.). Gestão Escolar Novos Olhares, Novas abordagens. Petrópolis: Vozes, 2005. 2- GANDIN, Danilo. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras instituições, grupos e movimentos dos campos cultural, social, político e religioso e governamental. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. 1- LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João F.de; TOSCHI, Mirza S.Educação Escolar: políticas, estruturas e organização. São Paulo: Cortez, 2007. PARO. Vítor Henrique. Gestão Democrática na Escola Pública. 3.ed.São Paulo, Ática, 2005. 2- VALLIN, Celso. Poder e Democracia na escola. Artigo publicado no Curso de Gestão Escolar e Tecnologia (2004); 3- VASCONELLOS, Celso S. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002. 39 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO 1 GESTÃO DEMOCRÁTICA – O QUE É? 10 1.1- O Conselho Escolar como elemento da gestão democrática 14 CAPÍTULO 2 A CONSTRUÇÃO DE GESTÃO DEMOCRÁTICA NO ÂMBITO ESCOLAR. 17 2.1 – A gestão participativa – Todos são responsáveis na melhoria da qualidade de ensino 19 2.2 – O Projeto Político Pedagógico – um instrumento de gestão democrática 22 CAPÍTULO 3 – A LIDERANÇA E SEUS CONCEITOS. 25 3.1 – Competências para o exercício da liderança 29 3.2 – Gestão Democrática e Liderança – O Novo Papel do Diretor Escolar. 30 40 CONCLUSÃO 36 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 37 BIBLIOGRAFIA CITADA 38 ÍNDICE 39 e 40. FOLHA DE AVALIAÇÃO 41 41 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição – Instituto A Vez do Mestre. Título da Monografia : Gestão Democrática e Liderança – o novo papel do diretor escolar. Autor: Edilma da Silva Farias. Data de entrega: 30/07/2011. Avaliada por: Conceito: