UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
Gestão Democrática e Liderança – O novo papel do Diretor
Escolar.
Por: Edilma da Silva Farias
Orientador
Prof. Mary Sue
Niterói
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
Gestão Democrática e Liderança – o novo papel do Diretor
Escolar.
Apresentação
Candido
de
Mendes
monografia
como
à
requisito
Universidade
parcial
para
obtenção do curso de Pós – Graduação em
Supervisão e Administração Escolar.
Por: Edilma da Silva Farias.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela
força e a coragem que ele me deu nos
momentos de fraquezas, às amizades
que
fiz
durante
principalmente
o
à
orientadora Mary Sue.
curso
e
professora
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho minha mãe pela sua
história de vida.
5
RESUMO
O atual contexto de gestão democrática do ensino está na ênfase da
ação coletiva como uma forma de transformação no ambiente escolar e a
consciência de que,
quando todos
estão
envolvidos no processo
educacional, o resultado é a qualidade do ensino.
A figura do gestor como um líder e a liderança compartilhada como
forma de descentralização do poder, é um meio de promover a autonomia das
pessoas envolvidas na comunidade escolar através da participação, vista como
uma tomada de decisão, onde todos em uma unidade social se reconhecem e
assumem o seu poder de exercer influência na determinação da dinâmica
dessa unidade, mostrando que
só a partir da prática participativa que é
possível superar o exercício do poder individual e assim promover a construção
do poder da competência.
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada será a pesquisa bibliográfica. Será realizada
uma leitura nas literaturas que abordam o tema proposto neste trabalho
monográfico, a partir do enfoque dos autores pesquisadores sobre gestão
democrática e liderança no ambiente escolar. Logo, será feito um fichamento e
resumo das obras pesquisadas para a organização de cada capítulo
apresentado.
Os conceitos abordados sobre gestão e liderança serão analisados em
termos teóricos e organizados a partir de uma visão global do objetivo do tema
pesquisado sem que haja a perca de algumas peculiaridades aos quais
deverão enriquecer a compreensão da pesquisa.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO 1 – GESTÃO DEMOCRÁTICA – O QUE É?
10
CAPÍTULO 2 – A CONSTRUÇÃO DE GESTÃO DEMOCRÁTICA NO ÂMBITO
ESCOLAR.
17
CAPÍTULO 3 – A LIDERANÇA E SEUS CONCEITOS.
25
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BIBLIOGRAFIA CITADA
ÍNDICE
FOLHA DE AVALIAÇÃO
8
INTRODUÇÃO
Falar sobre gestão democrática nos leva à reflexão sobre os diversos
ajustes, inovações e contornos pelas quais passaram as políticas educacionais
em vigência. Assim, todas essas mudanças fazem ver a educação com um
olhar de esperança e de crédito, frente à tão discutida gestão democrática, que
busca consolidar ações, pela participação dos representantes dos diversos
segmentos da sociedade e tem como objetivo fortalecer a escola e a qualidade
de ensino.
Tanto na Constituição Federal/88 quanto na LDB 9394/96, está
explícita a importância e a necessidade do compromisso dos organismos
escolares, para que de fato aconteça a gestão coerente com as reais
necessidades da escola, procurando também dar sustentabilidade ao
desenvolvimento do projeto político-pedagógico. Mas, pesquisas sobre este
tema justificam-se pela necessidade de aprofundamento nos estudos e de
concretização de novos conhecimentos, que sirvam de alicerce para a prática
de gestão democrática no cotidiano escolar.
A gestão democrática na área educacional surge a partir dos anos 90,
conseqüência de políticas educacionais que buscam minimizar a participação
do Estado e atribuir responsabilidades à comunidade escolar. Novos discursos
surgem e trazem à tona a tão almejada e discutida gestão democrática. As
políticas educacionais aparecem com uma nova roupagem e elegem com
prioridade o compromisso sócio-político, a interação e a relação de
colaborações recíprocas, sendo assim, torna-se visível e indispensável a
participação da comunidade escolar na tomada de decisões e desenvolvimento
nos objetivos que a escola deseja alcançar.
Para tanto, o diretor vem
exercendo o seu papel de promotor de integração com outras lideranças
escolares da escola como mediador, que tem a capacidade de identificar entre
os envolvidos, quais podem melhor auxiliar e trazer boas idéias para a escola,
ajudando nas tomadas de decisão, no planejamento e replanejamento das
9
ações, com a finalidade de se realizar um trabalho em grupo e buscar o
sucesso na aprendizagem dos alunos e o crescimento da instituição.
A liderança começa pala direção da escola, que procura parcerias com
pais, com os setores de comércio, com a Secretaria de Educação, com
Associação de Bairros, com o Conselho da Escola, sempre em conjunto com
educadores e membros da comunidade escolar, de fato, um trabalho em
equipe, confiança, entusiasmo e inovação. O trabalho do diretor escolar é o de
coordenar as atividades de liderança e fazer o elo entre elas. Ele é a liderança
consciente como forma de aperfeiçoamento da gestão democrática , pois
auxiliará na transformação da prática administrativa pedagógica e relacional
no contexto escolar.
Para o exercício dessa liderança, no entanto, boa vontade ou boa
intenção não são suficientes. O que é preciso de fato é influenciar pessoas,
mobilizá-las e orientá-las adequadamente na dinâmica dos processos sóciopedagógicos da escola e sua gestão.
Um bom líder é capaz de ver que as pessoas são o que há de mais
importante no trabalho, por isso ele colabora, orienta, estimula em cada um a
sua autonomia desenvolvendo em cada um os seus conhecimentos e
habilidades
necessárias , portanto, para ser líder há se ter competências
específicas.
Percebe-se que a gestão democrática mostra-se relevante na medida
em que, ainda se observa no âmbito escolar práticas autoritárias e
centralizadoras, hoje consideradas caducas, pois são voltadas apenas para a
parte burocrático-administrativa e colocando em segundo plano a ação
progressista e participativa que busque uma ação transformadora no cotidiano
escolar na busca pela melhoria da qualidade de ensino visando à formação
plena do indivíduo, capaz de participar eficientemente na sociedade e na vida
produtiva.
10
CAPÍTULO I
GESTÃO DEMOCRÁTICA – O QUE É?
A palavra gestão provém do verbo latino gero, gessi, gestum, gerere
e significa levar para si, carregar chamar a si, executar, exercer, gerar.
Para Augusto Cury (2005, p.01):
Trata-se de algo que implica o sujeito. Isto pode ser visto em um dos
objetivos derivado deste verbo. Trata-se do gestário, ou seja,
gestação, isto é, o ato pelo qual se traz em si e dentro de si algo novo,
diferente: um novo ente. Ora, o termo gestão tem sua raiz etimológica
em ger que significa fazer brotar, germinar, fazer nascer. Da mesma
raiz provém o termo genitora, genitor, gérmen. A questão implica um
ou mais interlocutores com os quais se dialoga pela arte de interrogar
e pela paciência em buscar respostas que possam auxiliar no governo
e da educação, segundo a justiça. Nessa perspectiva, a gestão
implica diálogo como forma superior de encontro das pessoas e
solução de conflitos.
No contexto escolar, para definir a palavra gestão, é necessário fazer
uma associação ao fortalecimento da democracia no processo pedagógico, à
participação consciente de todos na tomada de decisões e dialogicidade ,
mediante um compromisso coletivo com resultados educacionais cada vez
mais efetivos, o que nos leva a uma reflexão de como a participação acontece
no seio da escola, no seu cotidiano, nas relações que se estabelecem e como
se estrutura a co-responsabilidae e as relações de poder. Esta reflexão quanto
à participação exige novas formas de organização e efetivação das ações, que
estabeleçam vínculos de comprometimento que todos devem ter.
Ao cultivar uma relação harmoniosa, a escola propicia o bem-estar da
comunidade e induz a construção de um processo dinâmico, onde se
valorizam normas de convivência, limites individuais e coletivos. Na gestão
11
democrática desenvolve-se a cultura da liberdade , estabelece-se o bom senso
para assim ocorrer a descentralização e distribuição de poder, direciona-se
estratégias para garantir uma educação mais qualitativa, que tem como foco a
aprendizagem.
A gestão democrática está caracterizada pelo reconhecimento da
importância da participação consciente e esclarecida das pessoas nas
decisões sobre a orientação e planejamento do seu trabalho. A tomada
decisão é uma ação política ,que é de grande importância para a participação
de todos os atores envolvidos na escola e comunidade e a criação de um
sistema hegemônico, constituindo assim uma consciência crítica, que não
acontece de forma espontânea e sim, a partir de uma ação organizada,
portanto, a gestão é vista como um novo modo de pensar , intelectualmente
como deve ser a vida prática. Sendo as ações resultantes das relações sociais,
caracterizadas por divergências de opiniões que envolvem as relações sociais,
não é possível aceitar que essas organizações sejam administradas dentro de
uma visão definida como administração científica, onde a organização de
pessoas que nelas atuam, são consideradas como componentes de uma
máquina manejada e controlada de fora para dentro.
A LDB 9394\96 estabelece a democratização da gestão escolar:
Art.14 – os sistemas de ensino definirão as normas da
gestão democrática do ensino público na educação básica , de acordo
com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I
–
participação
dos
profissionais
da
educação na
elaboração do projeto pedagógico da escola;
II- participação das comunidades escolar e local em
conselhos escolares ou equivalentes.
O conceito de gestão está diretamente imbricado ao de administração.
Portanto, o artigo em questão mostra que estamos diante de um elemento da
abordagem do campo da administração da educação , em seus diversos níveis
de entendimento. Pressupõe a tomada de decisão no processo educacional,
com o propósito final que é a melhoria da qualidade de ensino.
Alguns exemplos da efetivação da gestão democrática na educação
são:
12
•
governo escolar descentralizado e colegiado;
•
autonomia financeira e pedagógica;
•
Participação de diferentes segmentos na escolha da direção:
professores,
alunos,
pais
ou
responsáveis, funcionários,
representantes da comunidade.
A Constituição promulgada em 1988 é o principal fundamento da
gestão democrática do ensino público, pois além de prevê-la expressamente
no artigo 206, institui a “democracia participativa” e possibilita o exercício
“direto” do poder (ART.1º), e o “regime de colaboração” entre a União, Distrito
Federal, Estados e Municípios (Art. 211).
A gestão democrática do ensino público tem sido um dos desafios
desde sempre, pensando que este modelo de gestão está relacionada a
construção da cidadania que inclui: a participação, construção compartilhada
dos níveis de decisão e posicionamento crítico em contraposição a idéia de
subalternidade, pois este é o valor que nos faz construir e buscar uma escola
democrática , uma escola-cidadã que nada tem a ver com o modelo
burocrático, tradicional, tecnicista e excludente que, ainda prevalece. Na
gestão democrática, a ideologia da burocracia, que tem como eixo a hierarquia
autoritária, é substituída pela construção da vontade comum de todos os
envolvidos no processo de aprendizagem, pela composição de um projeto
político-pedagógico que a caracteriza singularmente, na sua execução,
acompanhamento e avaliação, por todos os participantes .
A formulação coletiva deste modelo de gestão parte de uma filosofia
pedagógica referenciada à realidade social mais ampla, passando pelo entorno
da escola, até adentrar o contexto imediato. São cenários articulados para esta
definição do projeto político-pedagógico. Os atores/profissionais da educação
precisam ter competência técnico-legal, política e humana, condição que vai
assegurar uma adequada percepção da realidade concreta e, portanto,
trabalharem por uma gestão democrática negociada e compartilhada. Vê-se
que o modelo de gestão tão citado nestas linhas permite a ultrapassagem de
práticas sociais alicerçadas na exclusão, na discriminação, na separação social
que inviabilizam a construção histórico-social dos sujeitos, portanto, a
13
ingerência
destruidora
político-partidária
dos
interesses
na
gestão
educacionais
escolar
é
voltados
anti-democrática
para
a
e
construção
democrática da cidadania.
A participação dos professores e especialistas na elaboração da
proposta pedagógica da escola e a reunião participativa em colegiados
diretivos escolares funcionam como bases da concretude do estabelecimento
da gestão democrática no âmbito escolar. Nestas perspectivas, as decisões
centralizadas no diretor cedem lugar a um processo de resgate da efetiva
função social da escola, através de um trabalho de construção coletiva entre
os todos os agentes da escola, e destes, com a comunidade.
Atualmente vem se discutindo a eleição para diretores como umas das
modalidades mais aceitas na gestão democrática, mesmo causando grandes
polêmicas. A defesa dessa idéia está vinculada à retomada das conquistas das
decisões que implicarão no futuro da escola.
A eleição apresenta-se de formas variadas que vão desde a
delimitação do colégio eleitoral – que pode ser restrito apenas a comunidade
escolar ou à sua totalidade: pais, professores, alunos e funcionários e até
mesmo o andamento do processo eleitoral de forma transparente como a data,
o horário, o local e a valorização operacional dos votos de participação de
todos os envolvidos. Mesmo as eleições se apresentarem como um legítimo
canal de democratização da escola, e não o único, é necessário levar em
conta as limitações do sistema representativo, muitas vezes carregados de
interesses antagônicos. Apesar de este ser uma modalidade importante não
garante por si só a democratização, porém, é o mais importante instrumento
que associado a outros permite o exercício da ação democrática. É necessário
enfatizar que aliado à eleição é fundamental a forma de escolha e o exercício
da função. Assim, a forma de provimento do cargo pode não definir o tipo de
gestão, mas o curso desta. Portanto a eleição neste contexto destaca-se
como um instrumento a ser associado a outros na democratização das
relações escolares.
É essencial repensar os modelos de gestão vigentes, a noção de
democratização, bem como aperfeiçoar os mecanismos de participação
14
vigentes. E como foi visto, a eleição é um importante mecanismo no processo
de gestão democrática, mas ainda
não é suficiente, outros processos e
mecanismos devem ser vivenciados pela escola, entre eles, o Conselho
Escolar. Portanto, a garantia de consolidação das eleições diretas para
diretores deve estar articulada a outros mecanismos de participação, como o
Conselho Escolar, pois, pensar na democratização da escola implica definir
qual a função social da escola, para quê ela serve e suas funções básicas.
Estas reflexões devem ser o princípio da ação dos diferentes segmentos da
escola no processo de escolha do dirigente escolar e na sua participação ativa
nos Conselhos Escolares.
1.1 - O Conselho Escolar como elemento da gestão democrática
Por se tratar de um órgão colegiado, normalmente é formado por
todos os segmentos da comunidade escolar: pais, alunos, professores, direção
e demais funcionários. Através dele, todas as pessoas ligadas à escola podem
se fazer representar e decidir sobre aspectos administrativos, financeiros e
pedagógicos, tornando este colegiado não só um canal de participação, mas
também um instrumento de gestão da própria escola.
Na década de 1980, com a chamada transição democrática, brasileira
delineou um novo quadro de mobilização e organização social, que provocou
mudanças nas relações de poder em todas as áreas, inclusive na educação.
Tais mudanças exigiram o redimensionamento de toda a comunidade escolar,
nos processos de tomada de decisões, tornando-se assim, o principal
elemento de democratização no espaço escolar.
A educação escolar constitui um dos instrumentos de consecução de
uma sociedade democrática, na medida em que universaliza o saber
sistematizado, fundamental para o exercício da cidadania. Tendo como
princípio o desenvolvimento de uma concepção de educação que tem como
objetivo não apenas a integração do educando na sociedade, mas a sua
15
formação integral como cidadão e agente transformador do processo contínuo
capaz de possibilitar-lhe o desenvolvimento de sua criatividade e de sua
capacidade crítica que o leve a participar ativamente do processo sociopolíticocultural-educacional.
A partir dessas concepções, as metas, estratégias e relações nas
escolas deverão ser repensadas, na busca da democratização do ensino, n
sentido da socialização das decisões caracterizadas pelo pluralismo de idéias
em nível cultural e político.
Para tanto, a criação do Conselho Escolar torna-se fundamental, pois
o processo de discussão nas comunidades escolares implanta a ação conjunta
com a co-responsabilidade de todos no processo educativo. É através deste
mecanismo de ação coletiva que serão canalizados de forma efetiva os
esforços da comunidade escolar em direção à renovação da escola, na busca
da melhoria do ensino e de uma sociedade humana e mais democrática.
Por meio dessa modalidade de administração participativa, ocorre a
extinção do autoritarismo centralizado, a eliminação da diferença
entre
dirigentes e dirigidos, pois é possível a participação efetiva dos diferentes
segmentos na tomada de decisões , alcançando assim o fortalecimento do
líder da escola em relação às normas emanadas dos órgãos administrativos
centrais.
De fato a participação é um direito de todos que fazem parte de uma
sociedade democrática, não se pode falar democracia sem associá-la
participação. A participação produz visões compartilhadas por vários
segmentos internos e externos comunidade escolar, assim também como
promove as divisões de responsabilidades, enriquece os processos de busca
coletiva de soluções de problemas que surgem na escola e nas suas relações
com a comunidade.
Em relação à escola, ela contribui para a democratização das relações
de poder no seu interior e, conseqüentemente, para a melhoria da qualidade
de ensino. Todos os segmentos da comunidade podem compreender melhor o
funcionamento da escola, conhecer com mais profundidade todos os que nela
16
estudam e trabalham, intensificar o seu envolvimento com ela e, assim,
acompanhar a educação ali oferecida.
A comunidade precisa entender que a participação pode ser
interpretada de formas diferentes, mas são voltadas para os processos de
aprendizagem, até mesmo mudanças culturais, visando às novas demandas
que a escola enfrenta no contexto de uma sociedade que se transforma a todo
o instante mediatizada pela democracia.
Como afirma Libâneo (2007, P.328)
A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática,
possibilitando o envolvimento de todos os integrantes da escola no
processo de tomada de decisões da escola e no funcionamento da
organização escolar.
Para Celso Vallin “1ser democrático é respeitar os ritmos, as
dificuldades, a linguagem de cada um em suas diferenças. As propostas não
podem ser impostas. Precisam ser construídas e reconstruídas com as
pessoas envolvidas.”
Nesse sentido, a gestão democrática faz parte da própria natureza do
ato pedagógico. Ela se fundamenta numa concepção democrática da
educação, contra uma concepção centralizadora e autoritária.
1
VALLIN, Celso. Poder e Democracia na Escola. Artigo Publicado no curso de Gestão Escolar e
Tecnologia (2004).
17
CAPÍTULO II
A CONSTRUÇÃO DE GESTÃO DEMOCRÁTICA NO
ÂMBITO ESCOLAR
A gestão é um processo de partilha, o contrário de gerenciamento,
cujas exigências se vinculam à necessidade da interpenetração entre a
dimensão pedagógica e política e as questões administrativas da escola.,
assim,
os antigos fundamentos de administração educacional, tornam-se
insuficientes para orientar o trabalho do gestor que busca a participação de
todos na escola.
Partindo desta concepção, a organização
e a gestão da escola
precisam ser refletidas em relação ao comprometimento dos agentes que nela
atuam. É um processo que demanda tempo, pois implica em mudanças
culturais, administrativas, políticas e pedagógicas. Assim, a realidade de
tentativas de um trabalho participativo, democrático e dialógico perpassa por
um histórico de resistências, omissões e falta de comprometimento,
principalmente por docentes.
Para Luck (2002, p.14), “a gestão escolar promove a redistribuição
das responsabilidades que objetivam intensifica a legitimidade do sistema
escolar”.
É preciso conhecer como essa redistribuição acontece, em que
perspectiva esse comprometimento existe na escola, esta é a reflexão que se
propõe.
A gestão democrática pressupõe a participação das decisões e na
execução das ações relativas ao projeto escolar; mas, no cotidiano escolar , a
participação ainda é amarrada, pois ainda vê-se diretores e coordenadores em
18
busca da participação dos professores, sem sucesso, visto que, a passividade
de muitos é revelada nas ações cotidianas da escola.
As práticas educativas tornam a escola uma comunidade de
aprendizagem, uma comunidade democrática, que favorece o ensino e a
reflexão, valoriza os elementos internos do processo educativo, tendo
consciência de que cada elemento possui uma parcela de responsabilidade ,
individual e na implicação do processo coletivo.
É
relevante
notar
que
a
gestão
participativa
demanda
responsabilidades, além da opinião, demanda comprometimento, que se
traduz na ação dos envolvidos no processo pedagógico, com foco nos
objetivos, valores, princípios e estratégias de desenvolvimento.
Historicamente, a educação foi organizada de forma que a participação
dos docentes na área administrativa e de tomada de decisões fosse mínima,
acontecia que as decisões eram tomadas em gabinetes e executadas no
ambiente escolar.
Podemos perceber que atualmente, a formação permanente do
profissional é muito importante em relação à participação na gestão escolar,
pois se discute muito, na própria escola, sobre gestão e participação, porém,
ainda
encontramos
resistência,
quanto
à
necessidade
de
formação
permanente e do engajamento à participação efetiva.
De acordo com Cury (2005, p.3) “a gestão democrática da educação é,
ao mesmo tempo, transparência e impessoalidade, autonomia e participação,
liderança e trabalho coletivo, representatividade e competência.”
Cabe lembrar que toda pessoa tem poder de influenciar no contexto ao
qual faz parte, exercendo-o, independentemente da consciência desse fato s
da direção e intenção de sua atividade. Mas a falta de consciência dessa
interferência resulta da falta de consciência do poder de participação que tem:
e daí decorrem resultados negativos para a organização e para as próprias
pessoas que constituem o ambiente escolar. Faltas, omissões, incompetência
são aspectos que exercem esse poder negativo. Assim, a participação é
caracterizada por mobilização efetiva dos esforços individuais para superar
19
atitudes de acomodação, alienação, comportamentos individualistas e
estimular o trabalho em equipe.
Nesse contexto, cabe ao gestor a abertura para participar e enfrentar o
processo histórico alienante. Em complementação, cabe aos envolvidos a
intencionalidade, a disposição à partilha, ao despir-se do “eu” para incorporar
o nós. Assim, extingui-se o autoritarismo centralizado, a eliminação das
diferenças entre os dirigentes e dirigidos e dá lugar à participação dos
diferentes atores na tomada de decisões, alcançando assim, o fortalecimento
de líder da escola. No entanto, é preciso também, assumir o sucesso ou
fracasso da equipe, o positivo e o negativo, e a partir daí crescer de forma
conjunta.
2.1 – A Gestão Participativa – Todos são responsáveis pela
melhoria da qualidade de ensino.
A direção e a coordenação fazem parte da tarefa de agrupamento no
que tange a gestão. A gestão corresponde a todas as atividades de
coordenação e de acompanhamento do trabalho de pessoas, pois envolve o
cumprimento das atribuições de cada membro da equipe, a realização do
trabalho em equipe, a manutenção do clima de trabalho e a avaliação do
desempenho. Esta definição não só aplica-se aos dirigentes escolares, mas
também aos professores, em sala de aula ou quando investidos de
responsabilidades na organização escolar.
Dirigir e coordenar implica em coordenar ações responsáveis voltadas
para objetivos coletivamente estabelecidos. Ao gestor cabe uma visão
sistêmica, é necessário que ele tenha a percepção da realidade do seu
contexto, ou melhor, uma perspectiva da totalidade.
Ao fechar-se apenas em sala de aula, o docente não interage, não
conhece ou não quer se envolver nos problemas da escola. É preciso
conhecer, compreender, analisar e problematizar o contexto escolar, dando
ênfase no comprometimento docente na organização e na gestão como
20
processo através de discussões de como acontece o planejamento
e a
organização dos atores na dinâmica da participação.
O planejamento é o ato que resulta em um instrumento, mostrando a
direção a seguir, que permite , mediante o diagnóstico,conhecer o contexto
escolar e local, para enfim definir os objetivos, as metas, as estratégias, os
recursos de intervenção e a modalidade avaliativa, ou seja, ele traça um norte
para o trabalho.
Na gestão escolar, ao elaborar o Projeto Político-Pedagógico,
teoricamente, a comunidade escolar consolida esta afirmação, porém em
algumas escolas, o projeto tende a ficar apenas no papel, pois poucos
profissionais procuram atingir os objetivos e outros se esquivam de mais
serviço. Para tanto, a formação continuada significa mais serviço, relatórios,
diários,ficha de observação de alunos, planejamento e acompanhamento
pedagógico.
As propostas têm que ser construídas e reconstruídas com as pessoas
envolvidas e para isso é necessário aprofundamento teórico para que a prática
escolar seja consolidada na fundamentação e principalmente na autonomia,
no que tange á autonomia, a mesma não pode ser delegada e sim
conquistada.
Uma das crenças mais insipiente é a de que a habilitação profissional é
a chave de entrada no mercado de trabalho, portanto, essa formação
continuada é desnecessária, assim, existe a crença de que o profissional está
pronto e acabado, não necessita da formação e daí surgem resistências: há a
resistência
ao
interdisciplinares,
planejamento,
á
avaliação
ao
uso
das
institucional,
tecnologias,
à
aos
auto-avaliação
projetos
,
e
,
conseqüentemente, a participação fica no âmbito do “não quero dar opinião.”
O resgate desse sujeito que não quer ou não está
habituado a
participar, a ponto de preferir receber coisas prontas ao invés de construí-las,
é ainda hoje umas das grandes dificuldades e desafios nas comunidades
escolares. A grande transformação dessas atitudes de não participação são as
ações. Vasconcelos (2002, p.28) diz que “o que transforma a realidade são
21
ações e que o querer é condição necessária, mas não o suficiente para alterar
o real.”
Não se pode negar a importância das ações, mas não de qualquer
ação, pois todas devem ter uma finalidade diante dos objetivos pretendidos,
correlacionados entre si. Portanto, vem ao nosso entendimento que devem ser
abolidas
das práticas educativas, as ações
repetitivas, tradicionais ou
aleatórias, nas quais o aluno não representa fator determinante, afastando o
processo educacional de qualidade pretendida.
É inegável a necessidade de mudança, mas também inegáveis as
inúmeras resistências no estabelecimento do novo paradigma de gestão
democrática, pois esse novo paradigma de gestão pressupõe que o
entendimento de que os objetivos educacionais, em seu sentido amplo,
dependem da combinação e emprego adequados da energia dinâmica das
relações interpessoais que ocorrem no contexto da organização escolar, com
objetivos educacionais definidos, entendidos e assumidos por seus membros,
com empenho coletivo visando a sua realização, umas das causas
é a
tendência natural da reprodução das ações que se sustenta pela ação alienada
dos homens presentes e atuantes. Deve-se portanto, fazer um referencial , a
partir de um diagnóstico analisado e com as devidas tomadas de decisões
Entendemos que a prática participativa
faz da escola, uma
comunidade de aprendizagem, democrática, na medida em que a escola é um
ambiente social, formada por pessoas diferentes, com pensamentos e opiniões
diferentes. Mas é importante ressaltar que na escola democrática ninguém faz
o que quer e sim o que é bom para todos. Em fim , todos se preocupam com a
melhoria da qualidade do ensino, pois a participação é um meio de alcançar os
objetivos esperados resultantes de uma importante combinação entre a
participação e ação.
Portanto, a escola somente será fortalecida na melhoria da qualidade
de ensino quando o resultado for a soma dos esforços e houver a divisão de
responsabilidades, isto significa mais pessoas participando nas tomadas de
decisões e consequentemente, colhendo resultados, como afirma Paro,
(2005,p.19):
22
O que não se pode é tomar os determinantes estruturais como
desculpa para não se fazer nada, esperando-se que a sociedade se
transforme para depois transformar a escola. Sem a transformação na
prática das pessoas não há sociedade que se transforme de maneira
consciente e duradoura. É aí, na prática escolar cotidiana que
precisam ser enfrentados os determinantes mais imediatos do
autoritarismo enquanto manifestação, num espaço restrito, dos
determinantes estruturais mais amplos da sociedade.
2.2 – O Projeto Político Pedagógico – um instrumento de gestão
democrática.
Partindo de uma pergunta insistente no âmbito escolar: qual é o papel
do Projeto Político Pedagógico na escola? Esta pergunta é de extrema
importância, pois nos leva a refletir sobre os caminhos possíveis à educação,
garantidos pela Constituição Federal de 1988 (Art. 206, Inciso VI) e pela
LDB/96.
As recentes reformas operadas no sistema educacional brasileiro
trouxeram para o centro das preocupações dos educadores, entre outros, dois
temas que têm sido alvo de discussões, debates e estudos dos profissionais
de educação, tanto daqueles que efetivamente militam nas práticas educativas
no interior das escolas dos que sustentam a definição de políticas nos órgãos
dos sistemas administrativos centrais da educação,como daqueles que
exercitam a produção de conhecimentos nos centros de pesquisa e nas
universidades. É a gestão dos processos educativos e da construção do
projeto político-pedagógico da escola,como forma de garantir a melhoria da
qualidade de ensino.
2
Como afirma Hora “elaborar o projeto político-pedagógico de uma
escola é mobilizar toda a comunidade escolar em torno de um grande
movimento que vise à transformação global da escola: um trabalho que
2
Hora, Dinair Leal da. Gestão democrática na escola:Artes e ofícios da participação coletiva – Campinas,
SP: Papirus, 1994. – (coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).
23
identifique as condições reais da escola e, também, as condições ideais de
trabalho para todos”.
O princípio fundamental dessa ação está relacionado às práticas
educativas que ampliem, aprofundem e dão consistência à real compreensão
de que a construção do projeto político-pedagógico só poderá acontecer no
seu significado legítimo e pleno se estiver baseado no contexto da gestão
democrática. Pois assim, apenas o exercício democrático na gestão da escola
possibilitará a vivência de um projeto pedagógico-político, criativo, consistente
e coerente com a formação crítica, construtiva e inclusiva de homens e
mulheres.
O
Projeto
político-pedagógico
na
escola
é
necessário
independentemente de qualquer decisão política ou exigência legal, uma vez
que, a proposta pedagógica é o norte da escola, que define os caminhos que
uma determinada comunidade busca para si e para quem está ao seu redor,
por isso, o projeto da escola também é político. É sempre um projeto
inconcluso, uma etapa em direção a uma finalidade.
A LDB é uma lei que tem como característica principal a flexibilidade,
por meio da qual proporciona autonomia às escolas, cabendo aos gestores
escolares estabelecerem as diretrizes das ações, a partir do planejamento e
elaboração coletiva do PPP e da descentralização de ações, bem como
promovem articulações entre o pedagógico e o político, o financeiro e o
administrativo.
A autonomia e a gestão democrática da escola fazem parte da própria
natureza do ato pedagógico, sendo assim, a gestão democrática da escola é,
portanto, uma exigência de seu projeto político – pedagógico; não se entende
uma escola sem autonomia, autonomia para exercer o seu projeto e autonomia
para executa-lo.
3
Ressalta Danilo Gandin “acredito que todas as ações desencadeadas
no âmbito escolar, com origem centrada em objetivos pedagógicos, são
fundamentais - quando o pedagógico é o foco, as ações se justificam de forma
24
irrefutável. A participação do ponto de vista metodológico é condizente com a
visão de sociedade onde exista justiça social, com espaços para que todos
falem.”
Há inúmeras ações educativas desencadeadas por um PPP podem
ser inúmeras, mas todas precisam ter o mesmo foco ou a mesma diretriz de
pensamento. Dessa forma, a escola poderá agir como um todo, capaz de
“fugir” das identidades e ações perpetuadas e institucionalizadas através de
um princípio histórico, norteados pela exclusão e que nada tem a ver com os
princípios constitucionais fundamentados na democracia e igualdade.
Não podemos imaginar que o PPP é um elemento mágico que
soluciona todos os problemas das escolas, sua eficácia e operacionalização
estão relacionadas ao comprometimento dos seus agentes que, por sua vez,
se relaciona à importância dada à participação no momento de sua construção.
A participação de todos na construção do PPP está de encontro com a
visão de uma educação democrática, que de tão importante está relacionada à
melhoria das condições de vida de todos. A sociedade
é coletiva e está
presente em todos nós.
3
GANDIN, Danilo. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras instituições, grupos
e movimentos dos campos cultural, social, político,religioso e governamental. Petrópolis, RJ:Vozes,
1994.
25
CAPÍTULO 3 – CONCEITOS DE LIDERANÇA
Liderança é um conceito muito complexo que abrange um conjunto de
comportamentos, atitudes e ações voltadas para influenciar pessoas e produzir
resultados, levando sempre em consideração a dinâmica das organizações
sociais e do relacionamento interpessoal e intergrupal no seu contexto para
superar ambigüidades, contradições, tensões, dilemas que necessitam ser
mediados a luz de objetivos organizacionais elevados.
É importante ressaltar que liderar não é uma tarefa simples, muito pelo
contrário, a liderança exige paciência, disciplina, humildade, respeito e
compromisso, na medida em que a todo o momento estão implicadas relações
humanas, composto de colaboradores dos mais diferentes tipos, pensando
assim, pode-se definir a liderança como processo de dirigir e influenciar as
atividades relacionadas às tarefas dos membros de um grupo. Mas existem
implicações que são importante nesta definição e são elas:
•
1ª) A liderança envolve outras pessoas, sendo assim, onde
houver mais de uma pessoa, haverá a necessidade da figura de
um líder, que contribuirá na organização de um trabalho, tarefa ou
até mesmo no convívio familiar.
•
2ª) A liderança envolve uma distribuição desigual de poder entre
os líderes e os demais membros do grupo. Portanto, a
distribuição de poder dentro de uma empresa é sem dúvida sua
ponte de crescimento.
•
3ª) A liderança é a capacidade de usar diferentes formas de
poder para influenciar de vários modos seus seguidores. Pode
até faltar recursos, mas não pode faltar a criatividade para crialos.
Partindo das afirmações
acima descritas, a liderança é exercício
adequado da função de um líder, mas o que é ser um líder? Um líder é o
indivíduo que exercita sua capacidade de persuasão, argumentação e carisma.
26
O líder é uma figura que mesmo não estando presente , ele é percebido como
se estivesse, e sempre lembrado pela inovação e liderança.
A maior função de um líder é gerar novas idéias e coloca-las em prática.
Ele deve liderar e quem sabe até, inspirar, ele é o termômetro do grupo, isto é,
indica o estado atual, das condições físicas, morais e espirituais dos seus
comandados. Reflete a situação do momento do grupo.
Nas tradicionais estruturas hierarquizadas, ainda existentes, mesmo
com os esforços em muda-las, a liderança estaria exclusivamente associada à
ocupação de um cargo. A liderança seria explicitada no cargo da autoridade
correspondente, a partir dessa visão, a ocupação é o que determinaria a
liderança e não a competência necessária para ocupa-lo. Nesse caso, os
chefes e dirigentes seriam líderes e os demais participantes da organização, os
seguidores. Dentro da complexidade que é comum nessas organizações,
teriam níveis diferentes e hierarquizados de liderança, de acordo com os níveis
de chefia e de responsabilidade. Vê-se que nessa estrutura de liderança, a
ocupação do cargo ou responsabilidade formal por funções permite a
necessária institucionalização da liderança e supera a sua eventualidade e
informalidade, de resultados, que, por muitas das vezes são passageiros e
com bases não muito sólidas, mas que ao mesmo tempo, legitima e organiza o
exercício de um determinado poder de influência.
Porém, podemos concluir que, quando uma pessoa promove a
influência sobre o desempenho de outra(s) tendo como meio o seu cargo
como fator de influência, não é considerado com um fator de liderança, uma
vez que, esse desempenho tenderia estar mais associado à ideia de controle e
manipulação, ou a punição e a premiação, que à motivação e conscientização,
que são elementos fundamentais da liderança. Percebe-se que o controle se
torna negativo, quando associado a tais idéias, mas é possível haver liderança
com controle, quando as pessoas envolvidas na ação são também envolvidas
na análise do desempenho e decisões a respeito dele, desta forma, são
capazes de exercer a autonomia necessária, sem que haja a diminuição do
potencial criativo de todos os envolvidos no processo educacional.
Nesta
estrutura organizacional, a respectiva liderança, está cercada de iniciativa e
27
criatividade, assim também como a emergência de comportamento de
liderança que se expressam de forma natural, onde emergem diferentes
talentos, ou seja, todos têm a chance de mostrar o que possuem de melhor,
condições necessárias num contexto organizacional dinâmico e flexível que
deve ser a escola, em sua integração necessária com a sociedade.
Mesmo com um grande número de aceitação da importância da
liderança no ambiente de trabalho, ainda há pessoas que não vêem com bons
olhos a figura do líder, isto porque, há uma falta de conhecimento de alguns
profissionais sobre o que vem a ser a liderança, que ao desempenharem o seu
papel de líder, acabam abusando de seu poder ao confundi-lo com
autoritarismo e não como autoridade como deveria ser, pois, como já vimos,
liderar é conduzir, é motivar os liderados para que contribuam voluntariamente
a fim de alcançar os objetivos em prol de um grupo ou organização.
É preciso deixar claro que há uma diferença entre poder e liderança.
Não é líder quem se impõe pela força e poder, mas quem usa o poder da
liderança, ou seja, o poder de persuasão e a capacidade de influenciar,
sabendo mostrar como um guia o caminho. É incrível que, em pleno século
XXI ainda existam pessoas que confundem liderança com uso arbitrário do
poder, são estruturas burocratizadas, “um modelo caduco” que tendem a se
transformar e desaparecer, tendo em vista a sua inaptidão frente às novas
mudanças do mundo atual.
Numa abordagem de gestão democrática nos leva a refletir sobre como
se estabelecem os canais efetivos de participação nas relações de poder que
existem no interior da escola.
As relações de poder muitas das vezes são carregadas de sentimentos
negativos e no ambiente escolar não é diferente, há um grande bloqueio por
parte da comunidade escolar, entendendo-o como forma de repressão. Esses
sentimentos devem ser transformados em ações dinâmicas e compartilhadas
para garantir o funcionamento e a autonomia da escola, como defende Paro:
“Mas, se a transformação da autoridade no interior da escola
for entendida como uma quimera, se a participação efetiva das
camadas trabalhadoras no destino da educação escolar for uma
utopia no sentido apenas de um sonho irrealizável, e não no sentido
28
que falamos a escola como algo que possa contribuir para a
transformação social e, definitivamente,devemos deixar cair as
máscaras e as ilusões, ou então cruzar os braços e esperar
passivamente que
os grupos dominantes, por meio de suas
“reformas” e “acomodações” de interesses, continuem nos fazendo
engolir as soluções paliativas dos que os mantêm permanentemente
no poder ( PARO,2005, p.14) .”
Nas estruturas democráticas, as decisões são tomadas com a
participação dos membros da organização, de forma compartilhada, é a
liderança compartilhada. Uma liderança distribuída, mesmo sendo orientada
pelo responsável pela organização.
Nessas estruturas é possível perceber
também a distribuição de responsabilidades e não a transferência de
responsabilidades,
como
vemos
ainda
em
algumas
estruturas
não
democratizadas.
O importante é perceber dentro desse contexto da relação entre
liderança e poder, o conceito de gestão democrática e participativa. A
liderança na escola deve acontecer de forma distribuída entre as pessoas que
fazem parte do ambiente educacional, portanto, uma descentralização do
poder.
O diretor da escola, o vice-diretor, o supervisor pedagógico e o
orientador educacional , assim como os demais membros de equipe de gestão
escolar, desempenham um papel que tem como característica principal a
liderança e coliderança , que é de natureza da sua função. É importante
ressaltar que todo o trabalho em educação, devido a sua natureza formadora,
implica ação de liderança, que segundo Luck
4
”liderança é a capacidade de
influenciar positivamente pessoas, para que, em conjunto, aprendam,
construam conhecimento, desenvolvam competências, realizem projetos,
melhoria em alguma condição, e até mesmo divirtam-se juntas de modo
construtivo, desenvolvendo inteligências social e emocional.”
29
3.1 – Competências para o exercício da liderança
Partindo da concepção de que a liderança não é inata e que ela
corresponde a um conjunto de características que são desenvolvidas ao longo
da vida , mediante a vivência de processos sociais e a orientação intencional
para o desenvolvimento de certos conhecimentos, habilidades e atitudes
compatíveis com a prática, é importante salientar que ninguém se torna líder
por simples vontade, mas, pelo exercício consciente e intencional de
responsabilidades que engloba outras pessoas.
Para desempenhar funções educacionais e de gestão é necessário
desenvolvimento de habilidades e atitudes de liderança, através da prática
intencional e contínua das habilidades e atitudes correspondentes. Para esse
desenvolvimento, é importante salientar a associação às dimensões que estão
fundamentadas nos quatro pilares da educação para o século XXI: aprender a
conhecer, aprender a ser, aprender a fazer e aprender a conviver (DELORS,
1999).
Esse desenvolvimento é conseqüência da ação orientada para a
construção e conhecimentos e a aquisição de habilidades e atitudes,
resultantes de leituras, de observações em experiências e de reflexões pelas
quais compreende a si mesmo(a) e suas competências pessoais em relação
aos resultados de sua atuação.
Sendo a educação um trabalho social, qualquer trabalho na escola deve
ser considerado, segundo essa dimensão, de liderança como um processo
imanente. Portanto, o sucesso de todos e de cada um está vinculado a essa
competência de liderança dos participantes da comunidade escolar.
O desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes, está
baseado em um esforço individual, pois, cada pessoa, pode assumir a
responsabilidade pessoal e melhorar o seu desempenho, mas, é também
coletivo, pela realização de oficinas, estudos em grupo, trocas de experiências
e de experimentação, seguidas de reflexão e feedback.
4
Luck, Heloísal. Liderança em gestão escolar/Heloísa Luck. 6.ed. – Petrópolis, RJ:Vozes, 2010. – (Série
Cadernos de Gestão;)
30
Alguns princípios são fundamentais para o desenvolvimento de
competências de liderança:
•
Conhecer suas forças pessoais e as maximizar, conhecer suas
fraquezas e limitações e supera-las;
•
Conhecer os fatores e princípios da liderança e desenvolver
conhecimentos, habilidades e atitudes para o seu exercício;
•
Conhecer a natureza humana e desenvolver uma sensibilidade e
aceitação para as suas contradições, assim como as habilidades
para lidar com ela;
•
Conhecer a natureza do seu trabalho, compreender os seus
múltiplos
desdobramentos
e
desenvolver
o
domínio
dos
fundamentos, métodos e técnicas necessárias para essa atuação
profissional;
•
Conhecer a escola como uma organização social e compreender
a sua cultura, em seus desdobramentos, possibilidades e
limitações a serem superadas;
•
Desenvolver
habilidades
de
comunicação,
relacionamento
interpessoal, gestão de conflitos e desenvolvimento de equipe.
3.2- Gestão Democrática e Liderança – o novo papel do Diretor
Escolar
A principal atividade de um gestor ou líder é a de conduzir pessoas, com
o próprio nome indica e para isso ele tem que saber lidar com elas e conseguir
os melhores resultados. Portanto, ele nunca deve esquecer que as pessoas
são, o principal alvo de uma organização : o seu mais importante recurso,
melhor dizendo, elas são o capital intelectual, o mais importante acervo de
uma empresa moderna e no ambiente educacional, isto não é diferente.
No ambiente escolar, o diretor, também chamado de gestor, é o líder da
instituição e como líder deve estar preocupado com a qualidade de ensino.
31
A gestão escolar e a liderança têm muito em comum, promovem
impactos na escola , na medida em que, as ações que são exercidas pela
liderança na escola visam garantir a sua efetividade na oferta de um ensino de
qualidade e aprendizagens significativas para seus alunos, pois, liderança
corresponde a um conjunto de ações, atitudes e comportamentos assumidos
por uma pessoa, para influenciar o desempenho de alguém, visando a
realização de objetivos organizacionais. Corresponde à capacidade de
influenciar pessoas individualmente ou em grupo, de modo que ajam voltadas
para a realização de uma tarefa, a efetivação de um resultado, ou o
cumprimento de objetivos determinados, de modo voluntário e motivado, a
partir do reconhecimento de que fazem parte de uma equipe e que
compartilham em comum responsabilidades sociais a que devem atender.5
Dessa forma, os conceitos de liderança e gestão se complementam e
até mesmo se confundem, pois apresentam vários elementos importantes e
básicos, no que se refere à dimensão humana do trabalho e a sua mobilização.
Daí, o exercício da gestão pressupõe liderança, porque não é possível fazer
gestão sem exercer a liderança. Assim afirma Luck (2007), “a gestão surge em
superação à administração, a partir do reconhecimento da dinâmica humana
nas organizações sociais e da superação do enfoque mecanicista.”
A partir do pressuposto de que a liderança corresponde a um processo
de gestão de pessoas, na gestão escolar também envolve o trabalho com
outras dimensões, como, a gestão administrativa, gestão de currículos, gestão
de resultados, gestão de materiais, etc (mesmo que todas dependam do
trabalho efetivo das pessoas), mas a atenção de que gestão e liderança não
são
termos sinônimos
e sim, complementares devido a uma certa
sobreposição de significados e papéis.
A qualidade de educação é o objetivo do diretor escolar, porque
subtende-se que um gestor é professor, e este no papel de gestor e deve dar
importância extrema à formação profissional da sua equipe. Mas alguns
teóricos da administração geral deixam claro que o entendimento de gestão,
passava pela centralização de uma pessoa ou de um grupo. Percebia a noção
5
Ibdem, p. 95.
32
de hierarquia neste modelo: um manda, o outro obedece. Já no âmbito de uma
gestão escolar se limitava a receber as diretrizes do órgão maior, implanta-las
e fazer com que os funcionários, professores e alunos as cumprissem.
Portanto, o gestor não tinha planos para a escola. Bastasse que sua função
fosse cumprida: controlar os acontecimentos e punir o profissional que não
concordasse com o determinado.
A tomada decisão é o primeiro passo no centro de organização e do
processo de administração, assim como as demais funções da administração:
o planejamento, a estrutura organizacional, a direção, a avaliação. Neste
sentido a gestão é a atividade pela qual são mobilizados meios e
procedimentos para atingir os objetivos da organização, que envolve os
aspectos gerenciais e técnico-administrativos e a direção é o principal atributo
da gestão, onde é canalizado o trabalho conjunto das pessoas para orienta-las
a alcançar os objetivos.
A educação e mais precisamente, a gestão necessitam de reflexões
sobre seus aspectos teóricos – práticos para viabilizar uma práxis e uma
cultura democrática. Na medida em que, promover uma democratização nas
relações escolares, de forma a modificar as estruturas de poder, implica entre
outras coisas, promover mudanças na gestão da escola. No entanto, para que
haja essa mudança, é preciso compreender os conceitos de democracia e
suas práticas no interior da escola, afim de que se estabeleça um processo de
gestão vinculada aos objetivos pedagógicos, políticos e culturais da
comunidade escolar.
Desenvolver uma gestão escolar democrática e participativa não é uma
tarefa simples, visto que existem regiões onde as interferências políticas são
muito presentes, o que dificultam a autonomia da escola. Como afirma
Vasconcellos (2002):
“O entendimento de autonomia na educação pública é
sempre relativa, pois em nome da organização, os Sistemas
Educacionais ditam diretrizes. Mas o papel do gestor nesse processo
é fundamental, visto que, ele não é aquela figura centralizadora e
sim um ponto de ligação no processo decisório,
exige-se dele
33
necessidades posturais: a de se cumprir um projeto de trabalho, a fim
de qualificar suas ações e a de se capacitar, buscar, crescer, se
fortalecer, de maneira qualificada e produtiva, fator que contribui para
evitar a prática autoritária, que possui raízes de insegurança , a falta
de fundamentação de argumentos, em que o indivíduo recorre ao
poder para agredir ou tentar calar o outro.”
O papel do gestor nesse processo é fundamental, visto que, ele não é
aquela figura centralizadora e sim um ponto de ligação no processo decisório,
pois, uma escola dinâmica e democrática, que tem como objetivo oferecer uma
educação de qualidade, deve ser bem administrada e procurar suprir a
demanda da comunidade e sobretudo, precisa de uma proposta pedagógica
séria, condizente com a sua filosofia, sem separação entre teoria e prática.
É importante destacar um papel especial do diretor escolar na
orientação e promoção do processo de ensino-aprendizagem na sala de aula,
pois é o espaço em que o aluno passa a maior parte do tempo escolar, e onde
é feita a orientação básica sobre o que aprende e com aprende. Portanto ,
chega-se a conclusão de que pouco o diretor pode fazer para que a escola
promova a melhoria da aprendizagem dos alunos, senão mediante a atuação
da liderança realizada a partir do conhecimento de cada um dos seus espaços
e processos. Deixar de faze-lo significa deixar de cumprir o que é mais
importante da gestão escolar, que é a sua função e fim: contribuir para a
melhoria da aprendizagem dos alunos, ou, seja uma educação de qualidade.
Umas das abordagens sobre a liderança é a de que ela está
intimamente ligada ao conhecimento, então, não se pode pensar em um líder
que ano conheça o trabalho dos liderados, que não conheça suas práticas e a
partir desse conhecimento procure promover a melhoria de sua instituição de
forma contínua. Assim, a presença do diretor ou gestor, dentro da sala de aula,
observando o desenvolvimento da classe e verificando como os alunos reagem
às orientações dadas pelo professor torna-se fundamental. Ele deve faze-lo,
considerando que uma aula é também um processo de liderança do professor
com os seus alunos.
34
Portanto, um gestor faz a diferença em uma escola, seja para o bem ou
para o mal. A liderança educacional não é algo como um dom, é uma
habilidade que pode ser desenvolvida e exercitada a cada dia por qualquer
profissional da educação. É necessário que o gestor deixe de ser apenas
gestor por ocupação de cargo e se tornar um líder capaz de inspirar confiança
em sua equipe e mudar a escola.
O gestor-líder está em contato permanente com os docentes, deve ser
fonte de inspiração, incentivo e apoio técnico, estimular a criatividade, de forma
a estabelecer padrões, assessorar, confrontar, corrigir
e valorizar o
desempenho dos profissionais. Sempre procura colocar as pessoas sem
primeiro plano, ao atuar como líder educacional, influencia o comportamento
profissional dos educadores. Ele constrói um sonho e faz com que sua equipe
embarque nele, para tanto, mobiliza a equipe para embarcar com ele no
projeto da escola e o torna concreto na sua efetivação. Faz com que sua
equipe sinta que tem o poder, tornem-se autônomos para realizar e
transformar. Como líder, não lastima ou culpa o mundo, ele incentiva a equipe
a descobrir o que é possível fazer para seguir em frente.
O gestor- líder transforma a escola em oficina de trabalho, organiza
espaços escolares para reuniões semanais ou quinzenais para debates,
estudos pedagógicos. É visto todos os dias por professores, alunos e pais. É
capaz de trazer à tona o potencial de cada pessoa ou instituição e cria um
ambiente propício a aprendizagem, ele percorre as dependências da escola,
assiste às aulas e, ao mesmo tempo, monitora as ações desenvolvidas em
reuniões com professores, alunos, pais e funcionários.
A educação de qualidade é o resultado da formação constante dos
profissionais e auto-formação, é necessário que o gestor seja e esteja gestor
por capacidade profissional e não para ocupação de cargo por imposição
política.
Atualmente vê-se na gestão democrática como uma das melhores,
quiçá , a melhor forma de organização educacional, na medida em que explora
a participação, democratiza seu ambiente e revela todos os seus aspectos
subjetivos.
35
A gestão democrática e liderança estão associadas à inovação e à
mudança e não à conservação e reprodução, por isso que as habilidades de
liderança se assentam sobre o desenvolvimento, pelo gestor, não só de uma
aceitação ativa de mudança, mas também, de uma vivência da mudança como
um modo de ser próprio. Para a promoção de mudanças, há a necessidade
de articular o passado com as melhores perspectivas de futuro, de superar as
inadequações do passado e ao mesmo tempo enfrentar os medos e as
inseguranças diante dos novos desafios.
36
CONCLUSÃO
O objetivo deste trabalho foi mostrar que na gestão democrática, a
liderança é um fator crucial para o desenvolvimento da qualidade e melhorar a
aprendizagem. Assim também como nenhuma escola existe sem que haja nela
a figura de um líder que exerça uma liderança efetiva, mobilizando
e
coordenando o talento humano, coletivamente organizado, de forma que as
pessoas em equipe possam promover resultados desejados.
O gestor ou diretor escolar deve estar ciente de que ele é a figura de
liderança na escola, mas, o
exercício dessa liderança não é apenas da
direção da escola, mas também nos demais níveis e âmbitos de gestão
escolar, de forma que engloba toda a instituição escolar, pois, a educação por
sua natureza complexa, necessita de um trabalho em equipe, colaborativo e
integrado,. Este exercício de gestão democrática ou compartilhada é a melhor
forma para se chegar a um processo de ensino aprendizagem de qualidade.
O direto escolar
é o responsável por estabelecer
e promover a
execução de políticas e procedimentos para o funcionamento da escolar,
assim como supervisionar e apoiar as equipe de trabalho, principalmente os
professores,
através
do
acompanhamento
entre
professores,
alunos,
funcionários, pais e comunidade, assim, estará garantindo um ambiente
propício à formação e a aprendizagem dos alunos e também à administração
de recursos físicos, materiais e patrimoniais.
Todo esse trabalho precisa de um conjunto mínimo de competências
que permitam ao diretor garantir o exercício de suas responsabilidades
funcionais e sociais. Construir competências para a realização do seu trabalho,
desenvolvê-las ao coloca-las em prática é condição básica para o exercício
efetivo das funções do diretor.
Ao assumir a função de diretor escolar, este deve refletir na importância
em desenvolver as competências inerentes a tão importante papel social. É um
desafio contínuo que todos os diretores enfrentam.
37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1- BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil - Promulgada em
05 de Outubro de 1988: atualizada até a Ementa Constitucional nº 20, de 1512-1988. 21. Ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
2- CARNEIRO, Moaci Alves . LDB fácil: Leitura Crítico-compreensiva, artigo a
artigo / Moaci Alves Carneiro, 17. ed. Atualizada e ampliada – Petrópolis, RJ:
Vozes, 2010.
3- DELLORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir. 3. ed. São
Paulo: Cortez/Unesco/ MEC, 1999.
4- GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José E.(Orgs.) Autonomia da Escola:
princípios e propostas – 5.ed. – São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire.,
2002. – (Guia da escola Cidadã; v.1)
5- HORA, Dinair Leal da. Gestão democrática na escola: Artes e ofício da
participação coletiva/ Dinair Leal da Hora – Campinas, SP: Papirus, 1994.(Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).
6- LUCK, Heloísa. Liderança em gestão escolar / Heloísa Luck. 6. ed –
Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. – (Série Cadernos de Gestão ; 4)
7- LUCK, Heloísa; SIQUEIRA, Kátia; GIRGILING, Robert
. A escola
participativa: o gestor escolar. Petrópolis: Vozes, 2005.
8- PERRENOUD, Philippe. As Competências para ensinar no século XXI: a
formação dos professores e o desafio da avaliação / Philippe Perrenoud;
Thurler,
Gather Mônica; MACEDO, Lino de; MACHADO, Nilson José e
ALLESSANDRINI, Cristina Dias; trad. Cláudia Schilling e Fátima Murad. –
Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.
9- www.portalgestao.com.br
38
BIBLIOGRAFIA CITADA
1- CURY, Carlos Roberto Jamil. Gestão Democrática dos sistemas Públicos e
Ensino. In: OLIVEIRA, Maria Auxiliadora Monteiro (Org.). Gestão Escolar
Novos Olhares, Novas abordagens. Petrópolis: Vozes, 2005.
2- GANDIN, Danilo. A prática do planejamento participativo: na educação e em
outras instituições, grupos e movimentos dos campos cultural, social, político e
religioso e governamental. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
1- LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João F.de; TOSCHI, Mirza S.Educação
Escolar: políticas, estruturas e organização. São Paulo: Cortez, 2007.
PARO. Vítor Henrique. Gestão Democrática na Escola Pública. 3.ed.São
Paulo, Ática, 2005.
2- VALLIN, Celso. Poder e Democracia na escola. Artigo publicado no Curso
de Gestão Escolar e Tecnologia (2004);
3- VASCONELLOS, Celso S. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto
político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002.
39
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
METODOLOGIA
6
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO 1
GESTÃO DEMOCRÁTICA – O QUE É?
10
1.1- O Conselho Escolar como elemento da gestão democrática
14
CAPÍTULO 2
A CONSTRUÇÃO DE GESTÃO DEMOCRÁTICA NO ÂMBITO ESCOLAR.
17
2.1 – A gestão participativa – Todos são responsáveis na melhoria da
qualidade de ensino
19
2.2 – O Projeto Político Pedagógico – um instrumento de gestão democrática
22
CAPÍTULO 3 – A LIDERANÇA E SEUS CONCEITOS.
25
3.1 – Competências para o exercício da liderança
29
3.2 – Gestão Democrática e Liderança – O Novo Papel do Diretor Escolar.
30
40
CONCLUSÃO
36
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
37
BIBLIOGRAFIA CITADA
38
ÍNDICE
39 e 40.
FOLHA DE AVALIAÇÃO
41
41
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição – Instituto A Vez do Mestre.
Título da Monografia : Gestão Democrática e Liderança – o novo papel do
diretor escolar.
Autor: Edilma da Silva Farias.
Data de entrega: 30/07/2011.
Avaliada por:
Conceito:
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