Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO DESENVOLVIMENTO AFETIVO SOCIAL NAS SÉRIES INICIAIS. Autor: Rosilda Oliveira da Silva Orientador Prof. MSc: Ronaldo Pacheco de Oliveira Filho 1 Brasília - DF 2011 ROSILDA OLIVEIRA DA SILVA A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO DESENVOLVIMENTO AFETIVO SOCIAL NAS SÉRIES INICIAIS. Artigo apresentado ao curso de Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de licenciatura em Educação Física. Orientador (a): Prof. MSc: Ronaldo Pacheco de Oliveira Filho. Brasília 2011 2 Artigo de autoria de Rosilda Oliveira da Silva, intitulada “A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO DESENVOLVIMENTO AFETIVO SOCIAL NAS SÉRIES INICIAIS”, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciatura em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, em 19/11/2011, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada. Prof. MSc. Ronaldo Pacheco de Oliveira Filho Orientador Prof. Waldir Delgado Assad Avaliador Brasília 2011 3 ROSILDA OLIVEIRA DA SILVA A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO DESENVOLVIMENTO AFETIVO SOCIAL NAS SÉRIES INICIAIS. RESUMO: O objetivo desse trabalho é analisar a influência da educação física escolar no desenvolvimento afetivo-social da criança nos anos iniciais do ensino fundamental. Para isto foi elaborado um questionário contendo seis questões fechadas. A amostra utilizada foi composta por 12 professores da Escola Classe nº 02 da Candangolândia/ Brasília-DF. A partir dos dados analisados nessa pesquisa, conclui-se que a educação física é muito importante no desenvolvimento afetivo/social das crianças de série iniciais, no entanto os professores se contradizem entre os objetivos e as ações prática. Na questão 3 eles afirmam que a formação motora é mais importante, no entanto nas questões 5 e 6 privilegiam a questão sócio-afetiva. Esta incoerência mostrada nos dados obtidos nas questões 3,5 e 6 demonstrou que está existindo uma intenção socio-afetiva, porém sem estratégia e intervenções já que atuam utilizando “aulas livres”. Talvez os professores não estejam preparados ou não tenham um conhecimento específico dos conteúdos ou de como ministrar as aulas de educação física nas séries iniciais. Sendo assim, os resultados deste estudo, sugerem que os profissionais da área de Educação Física Escolar tenham em suas diretrizes, ações que possibilitem trabalhar mais o lado afetivo social das crianças de séries iniciais, através de atividades com intencionalidade pedagógica, motivantes e criativas que permitam o desenvolvimento adequado desta dimensão. Palavras Chaves: Afetividade e Educação Física, Educação Física Escolar, Educação Física e Afetivo/Social. 4 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO DESENVOLVIMENTO AFETIVO SOCIAL NAS SÉRIES INICIAIS 1- INTRODUÇÃO: A educação física pode abordar aspectos fundamentais para o desenvolvimento do aluno, tais como a formação de atitudes, cooperação, socialização e afetividade. Desde bem pequena a criança vai aprendendo a socializar com o mundo que a cerca, através das relações cotidianas, dos brinquedos, jogos e brincadeiras. Com isso aprende a lidar com sentimentos que nem sempre são agradáveis, desenvolvendo aos poucos habilidades de como lidar com sentimentos negativos. O jogo ajuda no desenvolvimento corporal e mental de uma criança. Na escola, "não é possível separar adaptação de jogo, pois enquanto brinca a criança pensa incessamente" (FREIRE, 2002, p.118). Na educação escolar, o jogo é proposto como uma forma de ensinar conteúdos às crianças, o jogo se trata de um instrumento pedagógico, um meio de ensino. Através dos jogos e brincadeiras a criança entra em contato com o mundo real, numa vertente imaginária, associando suas vivências aos problemas envolvidos durante os mesmos. A gama de valores que podem ser trabalhados durante os jogos e brincadeiras é bem ampla. Brincando e jogando, a criança terá oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a sua futura atuação profissional e social, tais afetividade, o hábito de permanecer concentrada e outras habilidades perceptuais e/ou psicomotoras, pois brincando, a criança torna-se operativa (AGUIAR, 1998). Para Freire e Scaglia (2003), é necessário respeitar as particularidades específicas de cada faixa etária, tratar a criança da forma que ela é. Podem entrar aspectos como confiança em si e no outro; tolerância, para aceitar as diferenças e respeitar o outro como ele é e não como quer que seja; humildade, esperando sua vez e aceitando suas derrotas e perdas; honestidade, confiança em si e nos outros; generosidade e solidariedade, através do respeito e do afeto das pessoas de seu convívio; cuidado, lidando com crianças mais novas ou com crianças especiais; respeito, através da valorização de suas atitudes, o que tem de bom para oferecer, o que tem em comum com os outros integrantes do grupo; flexibilidades, através da relação conseguem mesmo, sabendo ver e ouvir os outros; criatividade, lidando com novas experiências e vivências, observando exemplos; organização, observando a organização do espaço em que vive; liderança, mantendo atitudes de dinamismo, que entusiasmem os outros 5 companheiros; laboralidade, gostar do que faz e assumir novos objetivos e desafios. De acordo com Platão, a criança aprende através de jogos: se "ensina(va) matemática às crianças em forma de jogo e preconizava que os primeiros anos das crianças deveriam ser ocupados com os jogos educativos" (AGUIAR, 1998, p.36). A importância da criança aprender com o lúdico é muito bem focado por outros autores, sendo um deles Silva (2005; 2006), que afirma: "A importância dos jogos no desenvolvimento da criança tem que ser enfatizados" (SILVA, 2005, p. 22). É através destes momentos que a Educação Física pode trazer benefícios a estas crianças; uma vez que possibilita o desenvolvimento de habilidades e oportunidade para o aprendizado. Froebel apud AGUIAR (1998, p.36) foi o primeiro pedagogo a "incluir o jogo no sistema educativo, acreditava que a personalidade da criança pode ser aperfeiçoada e enriquecida pelo brinquedo". Segundo SILVA 2008, a brincadeira e o jogo são privilegiados instrumentos para a evolução afetiva/psicologia e social de uma criança. De acordo com Freud (citado por SILVA, 2008), O jogo pode assumir um efeito catártico, ou seja, através dele a criança pode resolver conflitos pessoais tornando a brincadeira uma via de escape das tensões que acontecimentos da vida real geram nela. Garaigordobil (citado por SILVA 2008) lista uma séria de contribuições do jogo/brincadeira para o desenvolvimento afetivo social da criança: A brincadeira é um instrumento de socialização por excelência; em resumo aprende-se viver em comunidade. Através da brincadeira descobre-se a vida social dos adultos e as regras que regem estas relações; Ela entra em contato com o mundo real, numa vertente imaginária, associando suas vivências aos problemas envolvidos durante os mesmos. A brincadeira favorece a superação do egocentrismo; desenvolve a autonomia dos indivíduos, propiciando a eles refletir sobre algo, assimilar e questionar este conjunto de regras e normas, para permitir que tenham consciência de uma série de comportamentos adequados para crescer em sociedade. A brincadeira fomenta a cooperação e a interação entre iguais; fazem-se amizades, aprende-se o funcionamento do poder. Através da brincadeira é educado o autodomínio e a vontade; conhece-se o que significa a competência, desenvolvem-se habilidades. 6 A brincadeira educa atitudes e valores; indivíduo pode expressar seus valores mais relevantes através de atitudes que se diferenciam de acordo com a personalidade de cada um e também variam de acordo com aspectos afetivos, conduta, cognitivo e social. A brincadeira fomenta o desenvolvimento da consciência pessoal, o que facilita a convivência. “O importante é entendermos que, do ponto de vista da criança, o jogo é a única possibilidade de desenvolvimento, pois é brincando que a criança constrói conhecimentos que vão lhe permitir constituir-se como sujeito responsável pela conquista de sua autonomia” (BOATO, (2006, p. 116)). Segundo Boato, (2006, p.116), as crianças que iniciam a sua vida escolar passam por mudanças significativas em seu processo de desenvolvimento, caracterizadas por aquisições de importantes habilidades cognitivas, sócio-afetivas e motoras que são consideradas cruciais para a construção de sua identidade e de sua autonomia. Neste momento, o adulto torna-se referência essencial, capaz de possibilitar a esta criança, experiência significativas que venham a consolidar esse processo de amadurecimento. Boato (2006, p. 116) acredita que, “quanto maior for à multiplicidade de experiências oportunizadas a criança, dentro de um ambiente seguro e bem estruturado, melhores serão suas condições de vir a ser um cidadão emancipado, crítico, criativo e transformador atuante em seu contexto sociocultural e histórico”. “Relembrando que, segundo Wallon, embora os conjuntos motores, afetivos e cognitivos tenham identidades estrutural e funcional diferenciadas, estão tão integradas que cada um é parte constitutiva dos outros. Qualquer atividade motora tem ressonâncias afetivas e cognitivas; toda disposição afetiva tem ressonâncias motoras e cognitivas; toda operação mental tem ressonâncias afetivas e motoras; e todas elas têm um impacto no quarto conjunto, que é a pessoa, a qual, ao mesmo tempo que garante essa integração, é resultado dela”. (ALMEIDA & MAHONEY, 2007, p.72) Para Rodrigues (2008) “O processo de ensino e aprendizagem tem por finalidade e essência formar seres humanos íntegros. Nesse sentido, o processo avaliativo deve favorecer a expressão do aluno, para que ele possa transformar o meio que vive e construir seu destino. Para tanto, o professor deve favorecer a autonomia e a reflexão do aluno para que ele seja um ser pensante e crítico, não sendo simplesmente um mero coadjuvante na construção da sociedade na qual faz parte”. 7 Na concepção de Capelatto (citado por RODRIGUES E VIANA, 2008) “a afetividade é a dinâmica mais profunda e complexa de que o ser humano pode participar”. O autor ainda complementa afirmando que a afetividade é a mistura de todos esses sentimentos e aprender a cuidar adequadamente de todas essas emoções é que vai proporcionar ao sujeito uma vida emocional plena e equilibrada. De acordo com Rodrigues e Viana (2008), A escola é um ambiente facilitador de bons relacionamentos e consequentemente promotora do sucesso de aprendizagem. Para Delval (citado por RODRIGUES E VIANA, 2008) a escola possibilita que a criança interaja com outra criança, “essa interação é muito importante para o desenvolvimento infantil, pois promove a cooperação, a possibilidade de colocar-se no ponto de vista do outro”, a criança aprende muito com a interação com outras crianças e com os adultos (os professores). Para haver uma boa interação, é necessária a união de dois pólos (professor e aluno), e são justamente estes dois componentes que definirão o ambiente deste relacionamento. Segundo Rodrigues e Viana (2008) toda criança desde o início de seu desenvolvimento sofre influência do meio onde estão inseridos, mas em especial de três instituições ou grupos sociais que são: a família, a igreja e a escola. Para Delval (citado por RODRIGUES E VIANA, 2008), desde o princípio a criança aprende através da observação de indivíduos mais velhos, podendo ser seus pais, professores outra pessoa. Essa característica de aprendermos e ensinar de maneira sistêmica e exclusiva do ser humano, o que o torna-nos seres sociais. Esse atributo nos permite apropriarmos de conhecimento de gerações anteriores e não iniciarmos do zero. Compactuando com essa ideologia Freire e Scaglia (citado por RODRIGUES E VIANA, 2008) “aprender seria a condição fundamental para a vida. Considerando que o meio em que vivemos não é natural, mas cultural, e que a cultura humana se altera a cada instante, precisamos, dar conta de viver nele e aprender permanentemente”. De acordo com Mattos e Neira (citado por RODRIGUES E VIANA, 2008) defendem uma educação pelo movimento, desta forma integram-se os fenômenos motores, intelectuais e afetivos. Uma forma diferente de se ver o movimento, não mais uma ação harmoniosa com sincronismo entre músculos, tendões e nervos, mas também e principalmente pensar e sentir o movimento com o “coração e a cabeça”. Nessa maneira de se entender a educação e o corpo como objeto educável, o movimento passa a ser pensando, estudado refletido e planejado, deixa de ser apenas uma ação realizada 8 sem fundamentação. Movimento se constitui a forma fundamental de expressão e as mais utilizadas pelas crianças nas séries inicias. A partir das afirmações constantes neste estudo, este trabalho analisou a influência da educação física escolar no desenvolvimento afetivo-social da criança nos anos iniciais do ensino fundamental. 2- METODOLOGIA: Amostra: A coleta de dados foi feita através da apresentação de um questionário a 12 professores da Escola Classe nº 02 da Candangolândia/ Brasília-DF, para identificar a importância das aulas de educação física no desenvolvimento afetivo-social entre crianças dos anos iniciais do ensino fundamental. Os dados foram coletados no mês de outubro de 2011. Instrumento e Procedimentos: Foi aplicado um questionário, elaborado baseado neste trabalho. O questionário elaborado contém seis questões fechadas, que serão analisadas de forma quantitativa. A coleta de dados foi realizada nas aulas de Educação Física no período matutino e vespertino. Os questionários foram entregues e recolhidos pelo pesquisador. Teve caráter particular sendo vedada a exposição e represálias externas em relação às respostas dos professores, ou seja, apenas o pesquisador teve conhecimento sobre quem respondeu aos questionários. 9 3-ANÁLISE E RESULTADOS: Com base no questionário aplicado, houve a preocupação em corroborar com as discussões em torno da importância da afetividade no processo de socialização, cooperação, formação de atitudes e aprendizagem de crianças nas séries iniciais. As informações buscadas atrelam questões sociais, econômicas e culturais, tendo como objetivo compreender melhor o ambiente cognitivo e afetivo das crianças. Para a discussão dos dados, buscou-se abordar questões que viessem a corroborar diretamente com o tema. Questão 1- Intensidade com qual trabalha os seguintes elementos afetivos: Intensidade Item 0 1 2 3 4 5 8,33% 16,67% 75% Cooperação - - - - - - - 50% 50% - - - - 16,67% 83,33% - - 8,33% 16,67% 66,67% - - - - 25% 75% - - - - 8,33% 91,67% - - - - 8,33% 91,67% Confiança em si e nos outros. Tolerância Humildade 8,33% Honestidade Aceitação dos outros Respeito Tabela1- Em relação aos itens abordados nessa primeira questão nota-se que os professores expressam trabalhar todos estes aspectos sendo que a aceitação dos outros e o respeito tiveram a maior incidência de respostas e demonstram ser à base do trabalho afetivo. O item tolerância (83,33%) vem em seguida com um percentual relevante, o que está coerente com a aceitação do outro e o respeito, demonstrando que é importante tolerar as diferenças seja ela qual for e respeitar de forma coerente dentro dos limites. 10 Nos tópicos cooperação 75% e honestidade 75% obtiveram o mesmo percentual. Os demais tópicos humildade 66,67% e confiança em si e nos outros 50% vem em percentuais menores, porém mostram suas importâncias dentro da formação afetivo/social e motora das crianças, concordando assim com SILVA (2008). Segundo este autor, a brincadeira e o jogo são privilegiados instrumentos para a evolução afetiva/psicologia e social de uma criança. De acordo com Freud (citado por SILVA, 2008), O jogo pode assumir um efeito catártico, ou seja, através dele a criança pode resolver conflitos pessoais tornando a brincadeira uma via de escape das tensões que acontecimentos da vida real geram nela. Questão 2- Tipos de atividades que favorecem o desenvolvimento da afetividade nas aulas de educação física: Prioridade Item 1 2 3 58,33% 33,33% 8,33% 12,5% 25% 62,5% 25% 37,5% 37,5% 25% 37,5% 37,5% Brincadeiras livres Brincadeiras direcionadas pelo professor Jogos populares Jogos adaptados Tabela 2- Em relação a estes itens relativos aos tipos de atividades que favorecem o desenvolvimento da afetividade o que obteve maior porcentagem em ordem de prioridade foi às brincadeiras livres com 58,33%, contrariando assim o pensamento de alguns autores. Para Delval (citado por RODRIGUES E VIANA, 2008) a escola possibilita que a criança interaja com outra criança, “essa interação é muito importante para o desenvolvimento infantil, pois promove a cooperação, a possibilidade de colocar-se no ponto de vista do outro”, a criança aprende muito com a interação com outras crianças e com os adultos (os professores). Para haver uma boa interação, é necessária a união de dois pólos (professor e aluno), e são justamente estes dois componentes que definirão o ambiente deste relacionamento. Como a maior incidência de prioridade 1 se deu a brincadeiras livres, a participação do professor e o 11 desenvolvimento do objetivo de atividade fica restrito, o que muitas vezes pode alterar o desenvolvimento da afetividade. Questão 3- O que é considerado mais importante para o desenvolvimento dos alunos de séries iniciais nas aulas de educação física: Importância Item 0 1 - - - 2 3 4 - 8,33% 8,33% - - 8,33% 8,33% - - 25% 8,33% 8,33% - - - - 41,67% - - - - 8,33% - - - 5 Formação de atitudes 83,33% Cooperação 83,33% Formação esportiva 58,33% Afetividade 58,33% Formação motora 91,67% Raciocínio lógico 8,33% 25% 66,67% Tabela 3- Em relação aos itens abordados nessa terceira questão nota-se que os professores considera todos estes aspectos muito importantes, sendo que a formação motora apresenta um maior percentual (91,67%) e cooperação e formação de atitudes teve percentuais iguais com 83,33%. O item raciocínio lógico (66,67%) vem em seguida com um percentual relevante. Os demais itens formação esportiva e afetividade com 58,33%. Assim sendo, os dados apontam que o mais importante de ser trabalhado nas series iniciais é a formação motora quando na verdade, segundo os autores a afetividade e cooperação devem ter prioridade. Na concepção de Capelatto (citado por RODRIGUES E VIANA, 2008) “a afetividade é a dinâmica mais profunda e complexa de que o ser humano pode participar”. O autor ainda complementa afirmando que a afetividade é a mistura de todos esses sentimentos e aprender a cuidar adequadamente de todas essas emoções é que vai proporcionar ao sujeito uma vida emocional plena e equilibrada. 12 Questão 4- Contribuições para desenvolvimento afetivo/social das crianças. Importância O Item jogo/Brincadeira importante é 1 2 3 4 5 18,18% 9,09% 18,18% 18,18% 20% 10% 30% 20% 16,67% 58,33% - - 33,33% 25% 22,22% - um instrumento de 36,36% socialização. O Jogo/Brincadeira fortalece a elaboração da criatividade e 20% raciocínio lógico. O Jogo/Brincadeira favorece a suspensão do egocentrismo. O Jogo/Brincadeira 25% fomenta a cooperação e a interação entre 16,67% 8,33% 16,67% - 22,22% 44,44% - 66,67% 33,33% iguais. Através do educados o jogo/brincadeira autodomínio e a 11,11% vontade. A brincadeira desenvolvimento pessoal, o fomenta o da consciência que facilita - a convivência. Tabela 4- Em relação a estes itens relativos a contribuições para desenvolvimento afetivo/social das crianças, o item que obteve maior percentual concordando com a idéia do autor, Garaigordobil (citado por SILVA 2008) é a questão o jogo/Brincadeira é um importante instrumento de socialização com 36,36%, como contribuição prioritária no desenvolvimento infantil. Não há como contestar as contribuições do jogo, porém nesta questão fica evidente a importância social do jogo. 13 Questão 5- O que é mais trabalhado em relação às habilidades dos alunos. Habilidades Item 1 2 3 Habilidades cognitivas 8,33% 16,67% 75% 58,33% 25% 16,67% 33,33% 58,33% 8,33% Habilidades sócio-afetivas Habilidades motoras Tabela 5- Em relação aos itens abordados nessa quinta questão nota-se que os professores expressam trabalhar todos estes aspectos sendo que em questão de prioridades as habilidades sócias-afetivas teve uma maior incidência de respostas e demonstra ser a base do trabalho afetivo. O item habilidade motora (58,33%) vem em seguida com um percentual relevante, o que está coerente com a formação das habilidades sócias-afetivas, demonstrando que a formação motora das crianças desenvolve conforme a socialização e a afetividade delas no meio em que vive. E por ultimo o tópico habilidades cognitivas (75%) vem em questão de prioridade por ultimo com o percentual mais alto, porém mostram suas importâncias dentro da formação afetivo/social e motora das crianças. Concordando assim com o autor. Segundo Boato, (2006, p.116), as crianças que iniciam a sua vida escolar passam por mudanças significativas em seu processo de desenvolvimento, caracterizadas por aquisições de importantes habilidades cognitivas, sócio-afetivas e motoras que são consideradas cruciais para a construção de sua identidade e de sua autonomia. Neste momento, o adulto torna-se referência essencial, capaz de possibilitar a esta criança, experiência significativas que venham a consolidar esse processo de amadurecimento. É importante notar que os resultados indicados nessa questão contrariam o apontado na questão 3. Isso demonstra uma incoerência entre objetivo e ação prática dos professores. 14 Questão 6- A influência no desenvolvimento afetivo/social das crianças de seres iniciais. Importância 1 2 3 4 33,33% 8,33% 16,67% 25% 41,67% 25% 16,67% 33,33% 41,67% 25% 16,67% 16,67% Item Jogos que possibilitem o reconhecimento de si mesmo e de suas possibilidades de 41,67% desenvolvimento. Jogos que possibilitem a identificação da capacidade de movimento com os materiais 8,33% para jogar, seja em ambiente natural, seja em ambiente construído pelo homem. Jogos que explorem a motricidade e grossa por meio da expressão de desenho, mímicas e 8,33% pintura. Dinâmica em grupo que possibilitem a criação de jogos, definindo coletivamente os 41,67% objetos e as regras. Tabela 6- Em relação aos itens abordados nessa sexta questão nota-se que os professores consideram que o que mais influencia no desenvolvimento afetivo/social são os Jogos que possibilitem o reconhecimento de si mesmo e de suas possibilidades de desenvolvimento, e a Dinâmica em grupo que possibilitem a criação de jogos, definindo coletivamente os objetos e as regras, com 41,67% tiveram a maior incidência de escolha em questão de importância e demonstram ser à base do trabalho afetivo. Os demais itens vêm com um percentual bem menor. Estas duas indicações apontam para aspectos sócio-afetivos. E novamente a questão 3 contraria esta informação, pois na 3 os professores afirmam considerar mais importante a formação motora. 15 4- CONCLUSÃO: A partir dos dados analisados nessa pesquisa, conclui-se que a educação física é muito importante no desenvolvimento afetivo/social das crianças de série iniciais, no entanto os professores se contradizem entre os objetivos e as ações prática. Na questão 3 eles afirmam que a formação motora é mais importante, no entanto nas questões 5 e 6 privilegiam a questão sócio-afetiva. Esta incoerência mostrada nos dados obtidos nas questões 3,5 e 6 demonstrou que está existindo uma intenção socio-afetiva, porém sem estratégia e intervenções já que atuam utilizando “aulas livres”. Talvez os professores não estejam preparados ou não tenham um conhecimento específico dos conteúdos ou de como ministrar as aulas de educação física nas séries iniciais. Sendo assim, os resultados deste estudo, sugerem que os profissionais da área de Educação Física Escolar tenham em suas diretrizes, ações que possibilitem trabalhar mais o lado afetivo social das crianças de séries iniciais, através de atividades com intencionalidade pedagógica, motivantes e criativas que permitam o desenvolvimento adequado desta dimensão. 16 REFERÊNCIAS: ALMEIDA E MAHONEY, Afetividade e Aprendizagem; contribuições de Henri Wallon. São Paulo: Edições Loyola, 2007. BOATO, Introdução à Educação Psicomotora: a vez e a voz do corpo na escola. 2 ed. / Elvio Marcos Boato – Brasília: Hildebrando Editor e Autores Associados, 2006. AGUIAR, J.S. Jogos para o ensino de conceitos. Campinas: Papirus, 1998, p.33-40. FREIRE, J.B. Educação de Corpo Inteiro: teoria e prática da educação física. 4ºed. São Paulo: Scipione, 2002. NEIRA, M.G. Educação Física - Desenvolvendo Competências. 2ºed. São Paulo: Phorte, 2006. RODRIGUES CAE, Avaliação na Educação Física escolar. http://www.efdeportes.com/revista digital • Año 13 • N° 127 | Buenos Aires, Diciembre de 2008. 23/05/2011 às 23h54min. RODRIGUES E VIANA, Afetividade na relação professor-aluno. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 153, Febrero de 2011. http://www.efdeportes.com/ 23/05/2011às 23h43min. SILVA RODRIGO, A educação física e o jogo na educação infantil. http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 121 - Junio de 2008. 15/03/2011 às 16h 27min. 17 QUESTIONÁRIO 1. Nas suas aulas, qual a intensidade em que você trabalha os seguintes elementos afetivos: ESCALA A. Cooperação 0 1 2 3 4 5 B. Confiança em si e nos outros 0 1 2 3 4 5 C. Tolerância 0 1 2 3 4 5 D. Humildade 0 1 E. Honestidade 0 1 2 3 4 5 F. Aceitação de outro 0 1 2 3 4 5 G. Respeito 0 1 2 3 4 5 2. Que tipos de atividades você acredita que favorecem o desenvolvimento 2 3 4 5 da afetividade nas aulas de educação física. (Marque em ordem de prioridade de 1 a 3). A. ( ) Brincadeiras livres B. ( ) Brincadeiras direcionada pelo professor C. ( ) Jogos populares D. ( ) Jogos adaptados 3. O que você considera mais importante para o desenvolvimento dos alunos de séries iniciais nas aulas de Educação Física. ESCALA A. Formação de atitudes 0 1 2 3 4 5 B. Cooperação 0 1 2 3 4 5 C. Formação esportiva 0 1 2 3 4 5 D. Afetividade 0 1 2 3 4 5 E. Formação motora 0 1 2 3 4 5 F. Raciocínio lógico 0 1 2 3 4 5 4. No jogo/brincadeira há uma série de contribuições para o desenvolvimento afetivo/social das crianças. Marque em ordem de 1 a 5 os que você julgar mais importante: 18 A. ( B. ( ) O jogo/brincadeira é um importante instrumento de socialização; ) O jogo/brincadeira fortalece a elaboração da criatividade e raciocínio lógico; C. ( ) O jogo/brincadeira favorece a superação do egocentrismo; D. ( ) O jogo/brincadeira fomenta a cooperação e a interação entre iguais; E. ( ) Através do jogo/brincadeira são educados o autodomínio e a vontade; F. ( ) A brincadeira fomenta o desenvolvimento da consciência pessoal, o que facilita a convivência. 5. As crianças quando iniciam a sua vida escolar passam por mudanças significativas em seu processo de desenvolvimento, que são consideradas cruciais para a construção de sua identidade e de sua autonomia. Nas suas aulas de Educação Física o que é mais trabalhado em relação às habilidades dos alunos: (Marque em ordem de prioridade de 1 a 3). A. ( ) Habilidades cognitivas; B. ( ) Habilidades sócias afetivas; C. ( ) Habilidades motoras. 6. De que forma os jogos/brincadeiras, em suas dimensões pode influenciar no desenvolvimento afetivo/social das crianças de series iniciais? (Coloque em ordem de 1 a 4 de acordo com o grau de sua importância): A. ( ) Jogos que possibilitem o reconhecimento de si mesmo e de suas possiblidades de desenvolvimento; B. ( ) Jogos que possibilitem a identificação da capacidade de movimento com os materiais para jogar, seja em ambiente natural, seja em ambiente construído pelo homem; C. ( ) Jogos que explorem a motricidade por meio da expressão de desenho, mímica e pintura; D. ( ) Dinâmicas em grupo que possibilitem a criação de jogos, definindo coletivamente os objetivos e as regras. 19