Universidade Federal do Rio de Janeiro
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Faculdade de Educação
Pós-Graduação Lato Sensu
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
EM DOCÊNCIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
NATASHA PITANGUY DE ABRANTES
TRANSITANDO ENTRE OS CONTEXTOS REAIS E SIMULADOS: A
BRINCADEIRA COMO EXPERIÊNCIA DE CULTURA E EXPERIÊNCIA DE/COM A
LINGUAGEM ESCRITA
ABRIL
2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
NATASHA PITANGUY DE ABRANTES
TRANSITANDO ENTRE OS CONTEXTOS REAIS E SIMULADOS: A
BRINCADEIRA COMO EXPERIÊNCIA DE CULTURA E EXPERIÊNCIA DE/COM A
LINGUAGEM ESCRITA
Monografia
apresentada
ao
Curso
de
Especialização em Docência da Educação Infantil
da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
requisito para conclusão de curso de PósGraduação Lato Sensu.
Orientador(a): Profª Ms. BRUNA MOLISANI FERREIRA ALVES
RIO DE JANEIRO
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Faculdade de Educação
Pós-Graduação Lato Sensu
Curso de Especialização em Docência na Educação Infantil
2014
NATASHA PITANGUY DE ABRANTES
TRANSITANDO ENTRE OS CONTEXTOS REAIS E SIMULADOS: A
BRINCADEIRA COMO EXPERIÊNCIA DE CULTURA E EXPERIÊNCIA DE/COM A
LINGUAGEM ESCRITA
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Grau conferido:
BANCA EXAMINADORA
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PROF. TITULAÇÃO NOME INSTITUIÇÃO
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PROF. TITULAÇÃO NOME INSTITUIÇÃO
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PROF. TITULAÇÃO NOME INSTITUIÇÃO
Dedico este trabalho ao grupo de crianças que
teceu junto comigo esta história,
me convidando a olhar, de uma outra forma,
o cotidiano da Educação Infantil.
Cotidiano constituído de olhares,
movimentos, vozes, e saberes.
AGRADECIMENTOS
Agradeço àqueles que, com carinho e companheirismo, teceram de alguma forma, junto comigo,
esta história de muitas histórias:
A Deus por seu cuidado e amor especiais.
Às crianças por me mostrarem dia a dia como olhar o mundo de outra forma nesta tessitura com
parceria.
Aos meus pais, em memória, que mesmo ausentes estarão sempre presentes.
Aos meus amigos e familiares, e em especial à Patrícia, Jaqueline, minha madrinha e meu irmão
pelo carinho sincero e pelas conversas.
À minha doce e presente professora e orientadora Bruna, pelos valiosos momentos de diálogo
tecidos a partir da proposta desta escrita monográfica.
À professora Ludmila, pelos maravilhosos momentos de formação continuada compartilhados no
EPELLE, momentos de troca entre alunas-professoras-pesquisadoras e formadoras a partir das
práticas escolares e das discussões acadêmicas.
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água, pedra, sapo.
Entendo bem o sotaque das águas.
Dou respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
“O apanhador de desperdícios, IX”, MANOEL DE BARROS, 2003, P.37
RESUMO
Este trabalho tem como foco central a discussão sobre as interações entre as crianças bem
pequenas e a linguagem escrita. Para tanto, me utilizei de registros de cenas de brincadeiras em
que observei as crianças do grupo compondo os enredos destas brincadeiras com práticas de
leitura e escrita e fazendo uso dos gêneros discursivos em uma ação que transita entre o real e o
simulado. As tessituras feitas aqui, a partir das cenas de brincadeira, dialogaram com uma
determinada concepção de criança (CORSARO, 2011) compreendida como um sujeito histórico,
social e atuante em seus processos de aprendizagem; de brincadeira (BORBA, 2012;
VIGOTSKI, 2010) como uma das formas principais da criança agir, se expressar no mundo e
criar mundos; e de linguagem (BAKHTIN, 2003; VYGOTSKY, 1995) como capacidade humana
de criação de significados, construção de história social e expressão da singularidade. Neste
diálogo, procurei tecer discussões a partir da concepção de brincadeira enquanto experiência de
cultura, compreendendo a linguagem escrita em sintonia com a cultura. Nesta relação brincadeira
e experiência de/com linguagem escrita desenvolvi este trabalho monográfico apostando em um
diálogo entre o real e o fantasioso a partir da relação entre brincadeira e experiência ao observar
no cotidiano as crianças trazendo práticas diversas de leitura e de escrita para compor o enredo
de suas brincadeiras demonstrando que vivenciam experiências com a linguagem escrita em
diversos espaços e que buscam compreendê-la e significá-la nesta ação de autoria que transita
entre o real e o simulado.
Palavras-Chave: Linguagem escrita; Brincadeira; Práticas de leitura e escrita na Educação
Infantil; Infância
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
“Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer”: tecendo e contando histórias no
diálogo com outras histórias.........................................................................................................09
CAPÍTULO 1
Um diálogo de muitas tessituras: algumas considerações sobre linguagem e infância
1.1 (Re) pensando a linguagem: a linguagem em sua relação com a criação de significados e com
a tessitura de histórias coletivas e individuais ..............................................................................16
1.2 (Re) pensando a concepção de infância e criança: a brincadeira como forma privilegiada da
criança experimentar o mundo e criar mundos ............................................................................ 20
CAPÍTULO 2
Um diálogo de muitas tessituras: a vivacidade dos gêneros e seus suportes no cotidiano da
Educação Infantil
2.1 Espaço sentido, espaço vivido: o espaço que se revela como lugar de... experiências de
autoria com a linguagem escrita .................................................................................................. 25
2.2 O espaço escolar e a manutenção da sua realidade: um novo olhar ao observar este espaço
pela voz e olhar das crianças nas brincadeiras de faz de conta .....................................................33
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................... 43
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