UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CURSO DE MEDICINA Profa. Dra. KÁTIA ANDRADE Médica Intensivista pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) Nutróloga pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e especialista em Nutrição Parenteral e Enteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE) Geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) FUNÇÃO VISUOESPACIAL PRAXIA APRAXIA Desordem na realização de algum gesto ou ato motor previamente aprendido, na ausência de anormalidades sensoriais ou motoras. FUNÇÃO EXECUTIVA LINGUAGEM AFASIA MEMÓRIA Registro - Armazenamento Recuperação GNOSIA Percepção ANOSOGNOSIA INCAPACIDADE COGNITIVA Dependência nas atividades de vida diária: instrumentais e/ou básicas DELIRIUM DEPRESSÃO DEMÊNCIA ESQUECIMENTO “Lapsos de memória” Ausência de déficit cognitivo Percepção mais aguçada Baixo potencial cognitivo Transtorno Cognitivo Leve INCAPACIDADE COGNITIVA Envelhecimento:??? LENTIFICAÇÃO DOS PROCESSOS COGNITIVOS Delirium Demência Redução da Atenção Comprometimento da Memória de Trabalho Maior dificuldade no resgaste das informações aprendidas Redução da memória prospectiva Depressão ÍNDICE DE KATZ (Auto-Cuidado) ATIVIDADES DE KATZ, S. et al. Studies of illness in the aged. The index of ADL: a standardized measure of biological and psychosocial function. JAMA, v. 185, p.94-99, 1963 ÍNDICE DE PFEFFER (AVD´s Instrumentais) VIDA DIÁRIA PFEFFER, R.I. et al. Measurement of functional activities in older adults in the community. Journal of Gerontology, v. 37, p. 323-329, 1982. BEHAVIOR NPI: INVENTARIO NEUROPSIQUIATRICO CUMMINGS, J.L. et al. The neuropsychiatry inventory: Comprehensive assessment of psychopathology in dementia. Neurology, v.44,p. 2308-2314, 1994 (COMPORTAMENTO) MINI-MENTAL DE FOLSTEIN FOLSTEIN ,.F., FOLSTEIN S.E., McHUGH P.R. “Mini-mental state”. A practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician. J Psychiatr Res, v.12, p.189-198, 1975; BERTOLUCCI P.H.F. et al. O mini-exame do estado mental em um população geral. Impacto da escolaridade. Arq Neuropsiquiatr, v. 52, p.1-7, 1994. BRUCKI et al. Sugestão para o uso do Mini-Exame do Estado Mental no Brasil. Arq Neuropsiquiatr, v. 61, p. 777-781 , 2003. RECONHECIMENTO DE FIGURAS NITRINI R. et al. Testes neuropsicológicos de aplicação simples para o diagnóstico de demência. Arq Neuropsiquiatr, v. 52, p.457-465, 1994. COGNIÇÃO Memória, Linguagem, Função ecutiva, Gnosia, Praxia, Habilidade visuo-espacial LISTA DE PALAVRAS DO CERAD MORRIS J.C. et al. The Consortion to Establish a Registry for Alzheimer´s Disease (CERAD). Neurology, v.39, p.1159-1165, 1989; BERTOLUCCI P.H.F. et al. Desempenho da população brasileira na bateria neuropsicológica do Consortion to Establish a Registry for Alzheimer´s Disease (CERAD). Rev Psiq Clin, v.25, p.80-83, 1998 FLUENCIA VERBAL BRUCKI S.M.D. et al. Dados normativos para o Teste de Fluência Verbal (categorias animais), em nosso meio. Arq Neuropsiquiatr, v. 55, p.156-161, 1997. TESTE DO RELOGIO SHULMAN K.I. Clock-drawing: is it the ideal cognitive screening test? Int J Geriat Psychiatr, v.15, p.548-561, 2000. C.D.R. (Clinical Dementia Rating) MORRIS, J.C. The Clinical Dementia Rating: Current version and scoring rules. Neurology, v. 43, p.2412-2414, 1993 Escala Isquêmica de HACHISNKI HACHISNKI V.C, et al. Multi-infart dementia. Arch Neurol, v.32, p.632-637, 1975; LOEB C., MEYER J.S. Vascular dementia: still a debatable entity? J Neurol Sci, v.143, p.31-40, 1996 CRITÉRIOS DE DEPRESSÃO SEGUNDO DSM-IV Mini-Mental de Folstein (1975), adaptado por Brucki et al (2003) Pontuação Orientação Temporal Dê um ponto para cada ítem Orientação Espacial Dê um ponto para cada ítem Registro Atenção e Cálculo Dê 1 ponto para cada acerto. Considere a tarefa com melhor aproveitamento Memória de Evocação Nomear Dois Objetos Repetir Comando de Estágios Dê 1 ponto para cada ação correta Escrever uma Frase Completa Ler e Executar Copiar Diagrama Ano Mês Dia do mês Dia da semana Semestre/Hora aproximada Estado Cidade Bairro ou nome de rua próxima Local geral: que local é este aqui (apontando ao redor num sentido mais amplo: hospital, casa de repouso, própria casa) Andar ou local específico: em que local nós estamos (consultório,dormitório, sala, apontando para o chão) Repetir: GELO, LEÃO e PLANTA Subtrair 100 – 7 = 93 – 7 = 86 – 7 = 79 – 7 = 72 – 7 = 65 Soletrar inversamente a palavra MUNDO=ODNUM Quais os três objetos perguntados anteriormente? Relógio e caneta “NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ” “Apanhe esta folha de papel com a mão direita, dobre-a ao meio e coloque-a no chão” “Escreva alguma frase que tenha começo, meio e fim” FECHE SEUS OLHOS Copiar dois pentágonos com interseção PONTUAÇÃO FINAL (escore = 0 a 30 pontos) 5 5 3 5 5 3 2 1 3 1 1 1 30 Score Folstein 8 anos de escolaridade Sensibilidade Especificidade 24 87% 82% Analfabetos 1 a 8 anos incompletos 8 anos 13 18 26 82,4% 97,5% 75,6% 96,6% 80% 95,6% Bertolucci et al, 1998 (CERAD) Escolaridade média: 6,9 anos 26 95% 69% Comentários Bertolucci, 1994 Almeida, 1998 Analfabetos Idosos escolarizados 20 24 80% 71% 78% 75% Caramelli et al, 1999 Analfabetos 18 93,5% 79,7% Herrera et al, 2002 (Catanduva) Analfabeto 1-3 anos 4-7 anos 7 anos 19 23 24 28 Brucki et al, 2003 Analfabetos 1 a 4 anos 5 a 9 anos 9 a 11 anos 11 anos 20 25 26,5 28 29 Não houve delimitação dos níveis de corte,pois estes podem ser diferentes dependendo da doença de base. Por exemplo, pacientes parkinsonianos apresentarão maior comprometimento na função executiva (7 seriado), no desenho e na repetição. Na doença de Alzheimer, o comprometimento inicial pode ocorrer somente na evocação.Como o Mini-Mental foi descrito para detectar declínio cognitivo, diferentes perfis existirão dependendo da doença. Reconhecimento de Figuras Percepção Visual e Nomeação Mostre a folha contendo as 10 figuras e pergunte: “que figuras são estas?” Percepção visual correta: ...........................................................................( 9 ) Nomeação correta: .....................................................................................( 9 ) Memória Incidental:.....................................................................................( 5 ) Memória Imediata 1 e 2 :.............................................................................( 6 ) Recordação após 5 minutos.................................................................... ( 5 ) Teste do Relógio 0 Inabilidade absoluta de representar o relógio; 1 O desenho tem algo a ver com o relógio mas com desorganização visuo-espacial grave; 2 Desorganização visuo-espacial moderada que leva a uma marcação de hora incorreta, perseveração, confusão esquerda-direita, números faltando, números repetidos, sem ponteiros, com ponteiro em excesso; 3 Distribuição visuo-espacial correta com marcação errada da hora; 4 Pequenos erros espaciais com dígitos e hora corretos; 5 Relógio perfeito, sem erros “Este círculo é um relógio. Desenhe todos números, marcando 11 horas e 10 minutos.” Índice de Pfeffer Avaliação das Atividades de Vida Diária, segundo Pfeffer 0. Normal 1. Faz, com dificuldade 2. Necessita de ajuda 3. Não é capaz 0. Nunca o fez, mas poderia fazê-lo 1. Nunca o fez e agora teria dificuldade 0 Ele (Ela) é capaz de preparar uma comida? Ele (Ela) manuseia seu próprio dinheiro? Ele (Ela) é capaz de manusear seus próprios remédios? Ele (Ela)é capaz de comprar roupas, comida, coisas para casa sozinho? Ele (Ela) é capaz de esquentar a água para o café e apagar o fogo? Ele (Ela) é capaz de manter-se em dia com as atualidades, com os acontecimentos da comunidade ou da vizinhança? Ele (Ela) é capaz de prestar atenção, entender e discutir um programa de rádio ou televisão, um jornal ou uma revista? Ele (Ela) é capaz de lembrar-se de compromissos, acontecimentos, familiares, feriados? Ele (Ela) é capaz de passear pela vizinhança e encontrar o caminho de volta para casa? Ele (Ela) é pode ser deixado (a) em casa sozinho (a) de forma segura? 0. Normal 1. Sim, com precauções 2. Sim, por curtos períodos 3. Não poderia 0. Nunca ficou, mas poderia ficar agora 1. Nunca ficou e agora teria dificuldade PONTUAÇÃO ( 0 a 30) Ponto de corte > 5 1 2 3 0 1 Clinical Dementia Rating - CDR COMPROMETIMENTO FUNCIONAL Função MEMÓRIA Nenhum 0 AVDI’S OU ASSUNTOS COMUNITÁRIAS AVDI’S DOMICILIARES (TAREFAS DOMÉSTICAS) Moderado 2 Grave 3 Perda moderada da memória para eventos recentes, interferindo com as atividades do cotidiano. Perda grave da memória. Perda grave da memória. Apenas Apenas material resquícios de memória estão altamente conhecido presentes. continua preservado. Informações novas são rapidamente perdidas. Completamente orientado Completamente orientado, exceto pela presença de discretas dificuldades nas relações temporais Dificuldade moderada nas relações temporais. Orientado no espaço. Pode apresentar desorientação geográfica. Dificuldade grave nas Orientado somente quanto à pessoa. relações temporais. Usualmente desorientado no espaço. Resolve problemas do diaa-dia e lida bem com negócios e finanças. Julgamento é bom em relação ao seu perfomance anterior Comprometimento discreto na Dificuldade moderada na capacidade de resolução de resolução de problemas, problemas, similaridades e similaridades e diferenças. diferenças Juízo social usualmente mantido Comprometimento grave Completamente incapaz de emitir na resolução de julgamento e resolver problemas. problemas, similaridades e diferenças. Julgamento social usualmente comprometido. Independente para os Compromentimento níveis usuais de trabalho, houver compras, negócios e assuntos financeiros, trabalho voluntário e participação em grupos sociais. leve, se Incapaz de funcionar independentemente, embora ainda consiga realizar algumas. Apresenta-se normal no contato casual ou superficial Completamente incapaz de funcionar adequadamente fora do domicílio, apesar de não aparentar. Vida doméstica, hobbies e Compromentimento interesses intelectuais houver preservados leve, se Comprometimento leve mas já estabelecido. Incapaz de realizar tarefas, hobbies ou atividades mais difíceis. Apenas tarefas simples Completamente incapaz estão preservadas. Interesses bastante restritos. Independente no auto-cuidado AVD’S BÁSICAS Leve 1 Não há perda de memória Esquecimento leve mas ou esquecimento leve e consistente. Esquecimento inconstante “benigno”. Recordação parcial dos eventos. ORIENTAÇÃO JULGAMENTO E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS Questionável 0,5 Necessita ocasional de Completamente incapaz de funcionar adequadamente fora do domicílio. Aparenta estar muito comprometido para tais funções. ajuda Requer assistência para Requer assistência completa vestir-se, higiene pessoal cuidado pessoal. Presença e cuidado pessoal incontinência. no de Inventário Neuropsiquiátrico - NPI INVENTÁRIO NEUROPSIQUIÁTRICO (NPI – CUMMINGS et al., 1994 Intensidade: 1 = leve; 2 = moderado; 3 = grave; Freqüência: 1 = ocasionalmente, menos de uma vez por semana; 2 = pouco freqüentemente, cerca de uma vez por semana; 3 = freqüentemente, várias vezes por semana, mas não todo dia; 4 = Muito freqüentemente, uma ou mais vezes por dia ou continuamente SIM Intensidade SINTOMATOLOGIA Delusão: idéias de cunho persecutório, de furto ou infidelidade. Alucinações: visuais/ auditivas/ táteis/ olfativas Agitação,inquietude, agressividade Disforia: baixa de humor, tristeza Ansiedade Euforia Apatia: comportamento passivo, falta de iniciativa, Desinibição Irritabilidade/Labilidade emocional Atividade motora aberrante: perambulação,... NÃO 1 2 3 Freqüência 1 2 3 4 HUMOR DEPRESSÃO DEPRESSÃO (DSM IV-TR) American Psychiatric Association A. No mínimo cinco dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de 2 semanas e representam uma alteração a partir do funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda do interesse ou prazer. Nota: Não incluir sintomas nitidamente devidos a uma condição médica geral ou alucinações ou delírios incongruentes com o humor. B. Os sintomas não satisfazem os critérios para um Episódio Misto; C. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo; D. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de um substância (p.ex., droga de abuso ou medicamento) ou de uma condição médica geral (p.ex., hipotireoidismo); E. Os sintomas não são mais bem explicados por luto, ou seja, após a perda de um ente querido, os sintomas persistem por mais de 2 meses ou são caracterizados por acentuado prejuízo funcional, preocupação mórbida com desvalia, ideação suicica, sintomas psicóticos ou retardo psicomotor. Sintomas Maiores de Depressão, segundo o DSM-IV: INTERESSE OU PRAZER ACENTUADAMENTE DIMINUÍDOS............................Sim HUMOR DEPRIMIDO (SENTE-SE TRISTE OU VAZIO) ...................................... Sim Não Não Perda ou ganho significativo de peso, ou diminuição ou aumento do apetite........ Sim Insônia ou hipersonia ........................................................................................... Sim Não Agitação ou retardo psicomotor.............................................................................Sim Fadiga ou perda de energia...................................................................................Sim Não Não Não Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada.............................. Sim Não Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se.............................................. Sim Não Pensamento recorrentes de morte, ideação suicida recorrente............................Sim Não Duração da sintomatologia: A sintomatologia trouxe alteração do seu funcionamento anterior.........................Sim Não PREVALÊNCIA: Idosos vivendo na comunidade: 8-15% Consultório/Ambulatório: 12-36% Hospitais: 20-30% Instituições de longa permanência: 30-40% "A Depressão Maior é, atualmente, a principal causa de INCAPACIDADE no mundo e vem se constituindo em verdadeira "epidemia silenciosa" , cuja importância na morbi-mortalidade geral se equivalerão aos observados nas doenças cardiovasculares, nas próximas décadas. “ "A repercussão da depressão no BEM ESTAR GERAL e no FUNCIONAMENTO GLOBAL do paciente é equivalente ou maior àquele observado nas doenças crônicas debilitantes clássicas como hipertensão arterial, diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, insuficiência coronariana, artrite, lombalgia crônica, DPOC e doenças gastro-intestinais. " Escala Geriátrica de Depressão (GDS-15 e GDS-5) ( Para cada questão, escolha a opção que mais se assemelha ao que você está sentindo nas últimas semanas) Validação: Almeida O.P. Arq Neuropsiquiat,v.57,p.421-426, 1999. Você está basicamente satisfeito com sua vida?..................................................... Sim NÃO Você se aborrece com freqüência?......................................................................... SIM Não Você se sente um inútil nas atuais circunstâncias?................................................ SIM Não Você prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas?........................................ SIM Não Você sente que sua situação não tem saída?.........................................................SIM Não Você tem medo que algum mal vá lhe acontecer? .................................................. .SIM Não Você acha que sua situação é sem esperanças?.......................................................SIM Não Você acha maravilhoso estar vivo?........................................................................... Sim NÃO Você sente que sua vida está vazia?......................................................................... SIM Não Você sente que a maioria das pessoas está melhor que você?.................................SIM Não Você se sente com mais problemas de memória do que a maioria?......................... SIM Não Você deixou muitos de seus interesses e atividades? .............................................. SIM Não Você se sente de bom humor a maior parte do tempo?............................................ Sim NÃO Você se sente cheio de energia?............................................................................... Sim NÃO Você se sente feliz a maior parte do tempo?............................................................. Sim NÃO Ponto de corte Almeida-Almeida, 1999 (GDS-15) Hoyl et al, 1999 (GDS-5) Sensibilidade Especificidade VPP VPN 6 90,9% 64,5% 73,2% 86,9% 2 97% 85% 85% 97% VPP: valor preditivo positico VPN: valor preditivo negatico ESQUECIMENTO “Lapsos de memória” Ausência de déficit cognitivo Percepção mais aguçada Baixo potencial cognitivo Transtorno Cognitivo Leve INCAPACIDADE COGNITIVA TRANSTORNO COGNITIVO LEVE Os critérios (Mayo Clinic group: PETERSON RS et al, 1999 - Arch Neurol) diagnósticos para o transtorno cognitivo leve (amnéstico) são: Presença de esquecimento, confirmada pelos familiares; Comprometimento anormal da memória; Preservação das funções cognitivas globais: (CDR 0,5 e Mini-Mental 24); Prejuízo mínimo ou ausente das atividades instrumentais de vida diária; Ausência de critérios para incapacidade cognitiva (demência). Prevalência variável: 3 a 20% DEMÊNCIA (DSM IV-TR) American Psychiatric Association Desenvolvimento de múltiplos déficits cognitivos manifestados tanto por (1) quanto por (2): (1) Comprometimento da memória (capacidade prejudicada de aprender novas informações ou recordar informações anteriormente aprendidas); (2) Uma (ou mais) das seguintes perturbações cognitivas: (a) afasia (pertubação da linguagem); (b) apraxia (capacidade prejudicada de executar atividades motoras, apesar do funcionamento motor intacto); (c) agnosia (incapacidade de reconhecer ou identificar objetos, apesar do funcionamento sensorial intacto); (d) pertubação do funcionamento executivo (i.é., planejamento, organização, seqüenciamento, abstração); Os déficits cognitivos nos critérios (1) e (2) causam comprometimento significativo do funcionamento social ou ocupacional e representam um declínio significativo em relação a um nível anteriormente superior de funcionamento. Os déficits não ocorrem exclusivamente durante o curso de um delirium. A perturbação não é mais bem explicada pela presença de um outro transtorno do Eixo I (p. ex., Transtorno Depressivo Maior, Esquizofrenia). DELIRIUM (DSM IV-TR) American Psychiatric Association A. Perturbação da consciência (i.é., redução da clareza da consciência em relação ao ambiente), com redução da capacidade de focalizar, manter ou direcionar a atenção. B. Uma alteração na cognição (tal como déficit de memória, desorientação, pertubação da linguagem) ou desenvolvimento de uma perturbação da percepção que não é mais bem explicada por uma demência preexistente, estabelecida ou em evolução. C. A perturbação desenvolve-se ao longo de um curto período de tempo (geralmente em horas ou dias), com tendência a flutuações no decorrer do dia. D. Existem evidências, a partir do histórico, do exame físico ou de achados laboratoriais, de que a perturbação é causada por conseqüências fisiológicas diretas de uma condição médica geral. DELIRIUM DEMÊNCIA DEPRESSÃO INÍCIO Agudo, freqüentemente noturno Insidioso Variável, recente EVOLUÇÃO Flutuante, com intervalos lúcidos Lentamente progressiva Leve variação diurna diurnos, piora à noite DURAÇÃO Horas a semanas Meses a anos CONSCIÊNCIA Reduzida Usualmente preservada Geralmente intacta ATENÇÃO Hipoalerta ou hiperalerta, Usualmente normal Leve redução da atenção Freqüentemente alterado Normal Alteração da memória imediata e Alteração da memória recente e Pode estar alterada recente, com inatenção remota Ilusões e alucinações Presentes em fases moderadas a Ausentes, exceto na (usualmente visuais) comuns avançadas depressão psicótica LINGUAGEM Incoerente, hesitante, lenta ou Dificuldade em achar as palavras Normal (FALA) rápida CICLO SONO- Sempre Freqüentemente sono Insônia terminal Desatento (focalizar, sustentar e desviar a atenção), flutuação durante o dia ORIENTAÇÃO Usualmente alterado para tempo, tendência a confundir pessoas e locais MEMÓRIA PERCEPÇÃO fragmentado VIGÍLIA DOENÇA OU DROGAS Uma ou ambas presentes Freqüentemente ausente Ausentes (depressão secundária INCAPACIDADE COGNITIVA Dependência nas atividades de vida diária: instrumentais e/ou básicas DELIRIUM + DEMÊNCIA + DEPRESSÃO Pseudo-demência Pseudo-depressão Depressão na demência de Alzheimer: 22,5 a 54,5% Depressão como fator de risco para DA SINAIS DE ALERTA SINAIS DE ALERTA SINAIS DE ALERTA Abordagem Diagnóstica da Síndrome Demencial Síndrome Demencial REVERSÍVEL < 5% Causas Estruturais: Hidrocefalia de pressão normal Hematoma subdural Neoplasia TCE Irreversível > 95% Causas Metabólicas: Drogas: álcool, psicotrópicos Hipotireoidismo, Deficiência de vitamina B12, Insuficiência renal e hepática, Hipercalcemia... Abordagem Diagnóstica da Síndrome Demencial Síndrome Demencial Reversível IRREVERSÍVEL Demência de Alzheimer DEMÊNCIA NÃO- ALZHEIMER 50% a 60% Início súbito Deterioração em degraus Distúrbio de marcha precoce Escala isquêmica de Hachinski Flutuação proeminente Alucinação Precoce Apatia profunda Afasia precoce Parkinsonismo precoce Comportamento anti-social Hipersensibilidade a neurolépticos Desinibição precoce Hipersexualidade Abordagem Diagnóstica da Síndrome Demencial Síndrome Demencial DEMÊNCIA NÃO ALZHEIMER Demência VASCULAR Início súbito Deterioração em degraus Distúrbio de marcha precoce Escala isquêmica de HACHINSKI Demência por CORPOS DE LEWY Flutuação proeminente Alucinação Precoce Demência FRONTO-TEMPORAL Apatia profunda Afasia precoce Parkinsonismo precoce Comportamento anti-social Hipersensibilidade a neurolépticos Desinibição precoce Hipersexualidade Abordagem Diagnóstica da Síndrome Demencial Síndrome Demencial Irreversível Reversível Demência de Alzheimer Demência Não- Alzheimer 50% a 60% Critérios de NINCDS-ADRDA McKHAN et al, 1984 Provável Possível Definitiva DEMÊNCIA DE ALZHEIMER PROVÁVEL Os critérios diagnósticos incluem: Presença de demência estabelecida pelo exame clínico e confirmada por testes cognitivos, como o Mini-Mental; Déficit de duas ou mais funções cognitivas; Piora progressiva da memória e de outra função cognitiva; Ausência de distúrbio do nível de consciência; Início entre os 40 e 90 anos de idade, mas mais freqüentemente após os 65 anos; Ausência de distúrbios sistêmicos e/ou outra doença do SNC que possam acarretar déficit cognitivo progressivo. O diagnóstico é apoiado por: Deterioração progressiva das funções cognitivas como linguagem (afasia), habilidades motoras (apraxias) e percepção (agnosias); Prejuízo nas atividades de vida diária (AVD´S), associado a alterações comportamentais; História familiar de “demência”, particularmente se confirmada por exame anátomo-patológico; Exames complementares normais (EEG,TCC,RM) ou com alterações inespecíficas (ex.: EEG com lentificação, TCC com atrofia difusa); Evidência documentada de progressão da atrofia cerebral; Abordagem Diagnóstica da Síndrome Demencial DEMÊNCIA DE ALZHEIMER PROVÁVEL Outros achados clínicos consistentes com provável DA, após exclusão de outras causas de demência: Platô no curso da doença; Sintomas associados de depressão, insônia, incontinência, ilusões, surtos de descontrole (verbal, emocional ou físico), mudanças no comportamento sexual e perda de peso; Aparecimento de outros alterações neurológicas em fase avançada da doença (alterações motoras como aumento do tônus muscular, alterações da marcha, entre outras); Convulsões nas fases avançadas; TC normal para a idade. Abordagem Diagnóstica da Síndrome Demencial DEMÊNCIA DE ALZHEIMER POSSÍVEL Feito com base na síndrome demencial, na ausência de outras alterações neurológicas, psiquiátricas ou sistêmicas, suficientes para produzir demência mesmo que em presença de variações de apresentação do início ou do curso clínico; Pode ser feito na presença de uma segunda alteração sistêmica ou cerebral suficiente para produzir demência, mas não considerada causa de quadro demencial presente; Pode ser usada em investigações, quando um único e gradual déficit cogntivo severo é documentado na ausência de outras causas identificáveis. Abordagem Diagnóstica da Síndrome Demencial DEMÊNCIA DE ALZHEIMER DEFINITIVA Preenchimento dos critérios de provável DA, associado a comprovação histopatológica de tecido cerebral, por biópsia ou autópsia Abordagem Terapêutica Específica DEMÊNCIA Anticolinesterásicos: DE Rivastigmina, Donepezil, Galantamina ALZHEIMER Memantina Vitamina E Controle dos fatores de risco cardiovasculares VASCULAR Anti-agregantes plaquetários ou anticoagulantes DEMÊNCIA Anticolinesterásicos NÃO- Memantina ALZHEIMER CORPOS DE LEWY Anticolinesterásicos Cuidado com neurolépticos FRONTO-TEMPORAL Tratamento sintomático MEMANTINA BENEFICIA DOENTES DE ALZHEIMER NAS FASES MODERADA A SEVERA NEUROPLASTICIDADE As funções nervosas superiores constituem um conjunto de funções integradas que nos permitem comunicar através de símbolos, representar o Mundo, aprender, processar, guardar e transmitir vários tipos de informação. Possibilitamnos criar, tomar decisões, conferem-nos uma enorme variedade e flexibilidade de comportamentos. Permitem-nos ter CONSCIÊNCIA de nós próprios. A consciência é a capacidade de nos darmos conta de nós próprios, da nossa atividade mental, que descreve a relação entre o organismo e objetos ou acontecimentos e os comportamentos correspondentes. Podemos considerar a neuróbica como uma forma de neuroterapia preventiva. Mecanismos da neuroplasticidade 1. Neuroplasticidade do desenvolvimento: compreende vários e complexos estágios e realiza-se ao longo da vida dos neurônios a fim de permitir o natural desenvolvimento do cérebro 2. Neuroplasticidade dependente da experiência: surge especialmente com novas experiências, desafios e aprendizagem. Dá-se então a chamada expansão do mapa, isto é, a cada nova aprendizagem, o cérebro reorganiza-se, expande as suas conexões neurais (de neurônio) e modifica as capacidades, ampliando-as e fixando-as na memória do indivíduo 3. Neuroplasticidade após lesão cerebral: embora haja limites, as capacidades de auto-reparação nos tecidos que permanecerem intactos após um dano no cérebro, podem ser assumidas pelas células vizinhas. Existem diferentes formas de autoreparação 4. Neurogênese: trata-se do nascimento de novos neurônios no cérebro. Nos cérebros adultos há apenas duas áreas em que novos neurônios podem nascer ao longo da vida e situam-se em zonas remotas DICAS PARA MELHORAR A MEMÓRIA