POLÍTICA DE INVESTIMENTOS 2014 As Diretrizes de Investimento Adotadas pelo Fundo de Previdência Social do Município de Goianésia 1. Introdução Atendendo à Resolução CMN nº. 3922, de 25 de novembro de 2010 o Fundo de Previdência Social do Município de Goianésia, apresenta a versão de sua Política de Investimentos para o ano de 2014, devidamente aprovada pelo órgão superior de supervisão e deliberação. Trata-se de uma formalidade legal que fundamenta e norteia todo o processo de tomada de decisão relativa aos investimentos do Instituto de Previdência utilizada como instrumento necessário para garantir a consistência da gestão dos recursos no decorrer do tempo e visar à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro e atuarial entre os seus ativos e passivos. Algumas medidas fundamentam a confecção desta Política, sendo que a principal a ser adotada para que se trabalhe com parâmetros consistentes refere-se à análise do fluxo atuarial da entidade, ou seja, o fluxo de caixa do passivo, levando-se em consideração as reservas técnicas atuariais (ativos) e as reservas matemáticas (passivo) projetadas pelo cálculo atuarial. 2. Da Política de Investimentos 2.1 – Objetivo A Política Anual de Investimento do Município de Goianésia tem como objetivo estabelecer as diretrizes das aplicações dos recursos previdenciários, com a finalidade de prover recursos, exclusivamente, para o pagamento dos benefícios de aposentadoria, reserva remunerada, reforma e pensão aos beneficiários da previdência municipal, visando garantir que a rentabilidade dos ativos seja compatível com a meta atuarial estabelecida, tendo, conjuntamente, segurança e liquidez necessárias ao bom funcionamento de um regime previdenciário. 2.2 - Importância A política de Investimento é um instrumento que proporciona à Diretoria e aos demais setores envolvidos na gestão dos recursos uma melhor definição das diretrizes básicas, dos limites de risco a que serão expostos os investimentos. É um instrumento de planejamento para que o RPPS identifique e defina suas necessidades e seus requisitos, quanto à busca da maximização da rentabilidade de seus ativos na busca de constituir reservas suficientes para o pagamento do seu passivo atuarial, considerando os fatores de riscos, segurança, solvência, liquidez e transparência de seus investimentos. Buscando também estabelecer os limites legais e operacionais para uma adequada alocação dos ativos, traçando uma estratégia de investimento, não só focada no curto e médio prazo, mas, principalmente no longo prazo. 2.3 - Vigência Esta política de investimento entra em vigor no dia 01/01/2014 e encerra-se no dia 31/12/2014. Revisões extraordinárias ao período legal deverão ser realizadas, desde que justificada e aprovada pelo Conselho de Previdência, em virtude de alterações na legislação que rege a aplicação dos recursos dos RPPS, ou em decorrência da necessidade de ajustes perante o comportamento/conjuntura do mercado e/ou quando se apresentar o interesse da preservação dos ativos financeiros do Instituto. 2.4 - Da Aprovação A política anual de investimentos dos recursos do regime próprio de previdência social e suas revisões foram aprovadas pelo Conselho de Previdência, antes de sua implementação. 2.5 - Meta Atuarial A alocação deverá ser efetuada considerando a projeção atuarial vigente, respeitando o prazo médio da carteira e vislumbrando a relação de ativo e passivo da carteira e a evolução de seu saldo para os próximos anos. Para o cumprimento da TMA é necessário uma alocação otimizada respeitando as limitações da carteira frente a percentuais de alocação, volatilidade, riscos e rentabilidade de acordo com processos estocásticos aplicados e modelo de Markowitz de Fronteira Eficiente considerando melhores produtos em sua relação risco x retorno. A estratégia da Política de investimentos, com base no cenário macroeconômico, foi estruturada de modo que os retornos, no mínimo, alcancem, e se possível, superem as necessidades demonstradas pelo cálculo atuarial do ano anterior. 3. Da Gestão do RPPS 3.1 - Modelo de Gestão O Fundo de Previdência Social do Município de Goianésia implementou o modelo de gestão própria, de acordo com o Art. 15º da resolução 3992/10 CMN de seus recursos e a estratégia converge com os limites de alocação de recursos, partindo da premissa da diversificação mas também adequando às limitações dos artigos 7º, 8º e 9º da Resolução 3922/10 CMN. 3.2 - Controle de Risco O RPPS fará o controle de riscos dos investimentos através do acompanhamento dos riscos de mercado, de liquidez, de crédito e de descasamento entre o retorno dos ativos e da meta atuarial. As modalidades de risco e a forma de acompanhamento necessário ao bom desempenho deste planejamento são: Risco de Mercado: Está relacionado com os papéis que compõem os diversos fundos, aos quais os recursos serão investidos. Corresponde a incerteza em relação ao resultado de um investimento financeiro ou de uma carteira de investimento, em decorrência de mudanças futuras na condição de mercado, tais como os preços de um ativo, taxas de juros, volatilidade de mercado e liquidez. Risco de Crédito: é a perda econômica potencial que uma empresa pode sofrer se a outra parte não honrar as obrigações assumidas no prazo contratualmente estabelecido. Para medir a credibilidade das empresas com base em ratings de crédito, são utilizadas as agências classificadoras de risco, devidamente autorizadas a operar no Brasil. Risco Liquidez: O risco de liquidez relaciona-se com o descasamento de fluxos financeiros de ativos e passivos e seus reflexos sobre a capacidade financeira da instituição em obter ativos e honrar suas obrigações. O risco de liquidez é avaliado de forma semelhante ao risco de mercado, observando os diferentes impactos em moedas e cenários macroeconômicos e de stress que possam alterar a disponibilidade/custos de recursos no mercado financeiro. Risco de Descasamento: Para que os retornos esperados se concretizem é necessário o acompanhamento do desempenho dos fundos selecionados. Esse acompanhamento é feito através da medição dos resultados, utilizando vários indicadores de risco que determinam o grau de divergência entre o retorno dos investimentos do RPPS e a variação da meta atuarial. Os desvios detectados deverão ser informados, a fim de serem avaliadas e corrigidas pela diretoria. 4. Estratégia de alocações de recurso 4.1 – Histórico 2013 O ano de 2013 foi totalmente atípico no mercado brasileiro, a inflação que chegou a 6,7% em junho, fechou o ano em 5,91%, acima das projeções do mercado e da meta do Banco Central de reduzir a inflação em relação ao ano anterior. A SELIC, que iniciou o ano em 7,25% se manteve até abril e terminou o ano em 10%, após sucessivos aumentos nas reuniões do COPOM durante o ano. Após medidas de incentivo à economia na segunda metade de 2012 por conta do baixo crescimento do país no ano, a inflação começou a pressionar o governo a elevar a SELIC. Por conta disso, a partir de abril de 2013, o Banco Central começou uma jornada de elevação da SELIC. Esta ação ajudou a controlar a inflação que, mesmo alta, ainda se encontra dentro da meta. O PIB Brasileiro projetado para 2013 é de 2,48% - bem acima de 2012 (0,9%), mas muito aquém de 2010 (7,5%). O fator de maior relevância neste ano que afetou a economia Brasileira e Mundial foi a retomada da economia Norte Americana que, desde maio, veio apresentando indicadores positivos nas áreas de Produção Industrial, queda na taxa de desemprego e inflação estável. Desta forma, o mercado começou a precificar o início da redução dos incentivos à economia Norte Americana, que só veio a ocorrer em dezembro, com uma redução de 10bilhões de dólares, após dados consistentes aguardados durante todo o ano. Este foco da recuperação Norte Americana fez o mundo voltar suas atenções aos Estados Unidos, iniciando um movimento de retirada de investimentos dos países emergentes e voltando para a economia mais forte do mundo saindo da crise. Com isso, a moeda Brasileira sofreu uma forte desvalorização em relação ao dólar neste ano de 2013, valendo R$ 2,35, uma alta de 15,63% em relação a 2012, sendo considerado o melhor investimento do ano. Outros investimentos não foram satisfatórios quanto o dólar. O Ibovespa fechou o ano em queda de 17,05% com forte queda das Blue Chips e os fundos IMA-B sofreram com queda de 10,04% pela saída de investidores e a alta na taxa SELIC. Segue abaixo o relatório econômico do Instituto em 2013. 4.2 - Cenário Macroeconômico 2014 Após um ano de incertezas quanto à economia em 2013, o ano de 2014 será um pouco mais previsível que o ano anterior. Em 2014, o mercado precifica a SELIC entre 10,25% e 10,50% ao ano, ao contrário de 2013 que, ao iniciar o ano, a forte inflação registrada no mês de janeiro (0,86%) desestabilizou a estratégia do governo de incentivo à economia com a queda dos juros iniciada em 2012. Para 2014, a inflação deve permanecer alta, próximo dos 6%, mas ainda dentro da meta estipulada pelo Banco Central de 4,5% com margem de +/- 2%. O ano que vem será um ano de muita atividade na economia brasileira com dois eventos importantes, que são a Copa do Mundo de Futebol em junho e julho e as eleições presidenciais em outubro, no qual a presidente Dilma Rousseff concorrerá à reeleição perpetuando o PT por mais quatro anos de mandato. Apesar de ser um ano de menores incertezas, não significa que será um ano fácil ou até mesmo um ano bom. As previsões para o Brasil em 2014 não são nada animadoras, a preocupação de investidores estrangeiros é crescente e isso vem sido demonstrado com o fluxo negativo de dólares no ano de 2013 que fechou em -12,2 bilhões de dólares, sendo 9 bilhões apenas no mês de dezembro, quando se deu a notícia do início da redução dos estímulos Norte Americanos. A dúvida em relação à capacidade do Brasil conseguir pagar suas dívidas também é crescente e já se especula uma redução do rating do país para o ano que vem, podendo, até mesmo, ser realizado antes das eleições em outubro. Diante deste cenário de alta inflação, altos juros, baixo crescimento, menor entrada de dinheiro, o país se torna menos competitivo, gerando menos riquezas e aumentando o custo de vida da população, podendo entrar em crise nos próximos anos caso este quadro não se reverta. Para tanto, 2014, ao contrário deste ano, investimentos em CDI serão mais atrativos por pagarem rendimentos acima de 10% ao ano, portanto, a estratégia de alocação da carteira do instituto será de aumentar a concentração em fundos que acompanham o CDI para ter rentabilidades próximas da meta atuarial, reduzindo risco, reduzindo volatilidade e aumentando a previsibilidade do retorno financeiro. 4.3 - Do Segmento e Limites de Aplicação A resolução nº 3.922/10 do CMN permite a aplicação dos recursos em três seguimentos: Renda Fixa, Renda Variável e Imóvel. O quadro abaixo apresenta as modalidades e os limites permitidos pela resolução nº 3.922/10 para os investimentos do Fundo de Previdência Social do Município de Goianésia. Alocação dos Recursos, conforme Resolução 3.922/10 Segmento Limites 100% 100% 15% 80% 30% 20% 15% 5% 5% 30% 20% 15% 5% 5% 5% Descrição do Investimento Títulos do Tesouro Nacional (TTN) Fundo de Investimentos (FI) Exclusivo em TTN com parâmetro ANBIMA Operações Compromissadas FI Referenciado Renda Fixa (RF) com Parâmetro ANBIMA FI Referenciado Renda Fixa (RF) Renda Fixa Poupança Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios Aberto (FIDC Aberto) Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios Fechado (FIDC Fechado) FI Referenciado Renda Fixa Crédito Privado FI Referenciado Ações Ibovespa, IBX, IBrx50 FI Índice Referenciado em Ações FI Ações Renda Variável FI Multimercado Aberto FI Participações FI Imobiliário Art. 9º: As aplicações no segmento de imóveis serão efetuadas Imóveis Sem Limites exclusivamente com os imóveis vinculados por lei ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) Além disto, citam-se: 1) o Art. 13º - As aplicações em cotas de um mesmo fundo de investimento ou fundo de investimento em cotas de fundos de investimento a que se referem o art. 7º, inciso III e IV e art. 8º, inciso I, não podem exceder a 20% (vinte por cento) das aplicações dos recursos do regime próprio de previdência social; 2) o Art. 14º - O total das aplicações dos recursos do regime próprio de previdência social em um mesmo fundo de investimento deverá representar, no máximo, 25% (vinte por cento) do patrimônio líquido do fundo; 4.4 - Objetivos da Gestão da Alocação A gestão da alocação entre os Segmentos tem o objetivo de garantir o equilíbrio de longo prazo entre os ativos e as obrigações do RPPS, através da superação da taxa da meta atuarial (TMA). Além disso, ela complementa a alocação estratégica, fazendo as alterações necessárias para adaptar o posicionamento dos ativos às mudanças no mercado financeiro. A aplicação dos recursos do RPPS será realizada considerando os Critérios de Gestão de Investimento estabelecidos pelo mesmo. 4.4.1 - Diretrizes para o segmento de Aplicação a) Segmento de Renda Fixa • Benchmark: indicadores ANBIMA e CDI • Tipo de Gestão: acompanhar ou superar o benchmark para igualar ou superar a Meta Atuarial b) Segmento de Renda Variável • Benchmark: índice de ações BOVESPA ou no mínimo IPCA + 6%. • Tipo de Gestão: acompanhar ou superar o benchmark no longo prazo, bem como igualar ou superar a Meta Atuarial Para o segmento de renda variável o RPPS espera ter rentabilidade próxima ao índice e acima da Meta Atuarial no longo prazo. Caso o benchmark escolhido não atenda mais os objetivos de rentabilidade estabelecidos, ou se as condições advindas do mercado interno ou externo não proporcionam mais investimentos neste tipo de segmento, a diretoria executiva, deverá tomar as medidas cabíveis. 4.4.2 - Faixas de Alocação de Recursos Os limites propostos para o ano de 2014 estão estabelecidos no quadro ‘Alocação de Recursos, conforme resolução 3.922/10’ no tópico 4.3 e buscam atender os objetivos e ao equilíbrio financeiro e atuarial. É deixada a alocação máxima em todos os ativos para que o Instituto tenha a opção, ao decorrer do ano, de mudar a estratégia de investimentos conforme a variação da economia. Ressaltamos que, conforme as oportunidades de mercado, o RPPS poderá alterar os limites percentuais estabelecidos, desde que devidamente aprovado pelo Conselho de Previdência. 4.4.3 - Distribuição de Recursos por Instituição Financeira Define-se por prudência a não concentração em poucos gestores de recursos pelo princípio da concorrência entre os mesmos, e consequentemente, ganhos na relação risco e retorno. 5. Diretrizes para Gestão dos Investimentos A definição estratégica da alocação de recursos nos segmentos acima identificados foi feita com base nas expectativas de retorno de cada segmento de ativos para os próximos 12 meses, em cenários alternativos. Os cenários de investimento foram traçados a partir das perspectivas para o quadro nacional e internacional, da análise do panorama político e da visão para a condução da política econômica e do comportamento das principais variáveis econômicas. Para as estratégias de curto prazo, a análise se concentrou na aversão a risco do RPPS, em eventos específicos do quadro político e nas projeções para inflação, taxa de juros, atividade econômica e contas externas. A visão de médio prazo procurou dar maior peso às perspectivas para o crescimento da economia brasileira e mundial, para a situação geopolítica global, para a estabilidade do cenário político e para a solidez na condução da política econômica. Dadas tais expectativas de retorno dos diversos ativos em cada um dos cenários alternativos, a variável chave para a decisão de alocação é a probabilidade de satisfação da meta atuarial no período de 12 meses, aliada à avaliação qualitativa do cenário de curto prazo. 6. Vedações Conforme o art. 23 da resolução 3.922/10 do CMN é vedado aos regimes próprios de previdência social: I - aplicar recursos na aquisição de cotas de fundo de investimento cuja atuação em mercados de derivativos gere exposição superior a uma vez o respectivo patrimônio líquido; II - aplicar recursos na aquisição de cotas de fundo de investimento cujas carteiras contenham títulos que ente federativo figure como devedor ou preste fiança, aval, aceite ou coobrigação sob qualquer outra forma; III - aplicar recursos na aquisição de cotas de fundo de investimento em direitos creditórios não padronizados; IV - praticar as operações denominadas day-trade, assim consideradas aquelas iniciadas e encerradas no mesmo dia, independentemente de o regime próprio possuir estoque ou posição anterior do mesmo ativo, quando se tratar de negociações de títulos públicos federais realizadas diretamente pelo regime próprio de previdência social; e V - atuar em modalidades operacionais ou negociar com duplicatas, títulos de crédito ou outros ativos que não os previstos nesta Resolução. 7. Disposições Gerais A presente política de investimento mantém o perfil conservador do RPPS em seus investimentos e considera como melhor opção a diversificação da carteira e a distribuição dos investimentos levando em consideração a relação risco e retorno. Sua aplicação é consistente com a preservação e a ampliação dos recursos previdenciários, por meio de um processo de investimento prudente e consistente com os objetivos, políticas e estratégias de longo prazo. As aplicações que não estiverem claramente definidas neste documento e, que estiverem de acordo com as diretrizes de investimento e em conformidade com a legislação aplicável em vigor, deverão ser levadas ao Conselho Previdência para avaliação e autorização. A política de investimento do RPPS foi aprovada através da Ata de Reunião do Conselho de Previdência e Diretoria Executiva em 16 de Dezembro 2013. ____________________________________________ DIEGO SIQUEIRA SANTOS TRINUS CAPITAL CONSULTORIA DE INVESTIMENTOS CONSULTOR CVM – ATO DECLARATÓRIO 11.187 DE 23/07/2010.