Distúrbios Mineral e
Ósseo da Doença
Renal Crônica
(DMO-DRC)
Andréia Gama – CDR RJ
OBJETIVOS



Revisar a nova definição e terminologia das alterações mineral e
óssea na Doença Renal Crônica (DRC)
Reconhecer a importância do diagnóstico e tratamento precoces das
alterações do metabolismo mineral e ósseo nos estágios iniciais da
DRC
Revisar as diretrizes do K/DOQI/diretrizes brasileiras para tratar as
alterações do metabolismo ósseo
DESAFIOS



Nefropediatra deve acompanhar crianças desde estágios iniciais da
DRC
Algoritmos complexos de tratamento
Aderência ao tratamento – “assintomático”

Osteodistrofia Renal x DMO-DRC
TERMINOLOGIA
Para avaliar e tratar corretamente pacientes com
DRC  considerar todos os componentes da doença:
alterações clínicas, bioquímicas e ósseas – calcificações
extra-ósseas

Osteodistrofia Renal
• Termo anteriormente utilizado para descrever doença
óssea na DRC
• Morfologia óssea → alterações na remodelação e
arquitetura ósseas de pacientes com DRC
diagnosticadas através de biópsia óssea

Distúrbios mineral e ósseo da DRC (DMO –
DRC) - Kidney Disease: Improving Global
Outcomes (KDIGO - set/2006)  distúrbio sistêmico
X esqueleto
DEFINIÇÃO DMO-DRC


Alterações sistêmicas do metabolismo
mineral e ósseo em pacientes com DRC
Manifesta-se por uma ou mais complicações
• Alterações na homeostase do Ca, P, PTH ou
metabolismo da Vit D

Desempenham papel importante na fisiopatologia da
DMO-DRC
• Alterações na remodelação, mineralização,
volume, crescimento e resistência ósseos
• Calcificações vasculares e de outros tecidos
DMO - DRC
IMPORTÂNCIA

Pode se desenvolver nos estágios iniciais da perda
da função renal
RFG ↓ 50% valor normal → + metade pacientes apresentam
histologia óssea alterada



Assintomáticos até grave e incapacitante dor óssea,
fraturas recorrentes e falência de crescimento
Uma das principais causas de baixa estatura na
criança com DRC (tratamento conservador e
dialítico)
Manifestações sistêmicas com alta morbimortalidade
DMO - DRC

Metabolismo ósseo envolve homeostase:
•
•
•
•
Cálcio (Ca)
Fósforo (P)
Vitamina D
Paratormônio (PTH)
Intimamente relacionado à função renal

Rins → papel central no equilíbrio mineral e
ósseo
• Regulam metabolismo Ca, P


Reabsorção de Ca
Excreção de P
• Produção de Vitamina D (1,25-di-hidroxivitamina D3
ou calcitriol)  estimulada pelo PTH, HipoCa e ↓
ingesta P na dieta
25-hidroxivitamina D3 (metabólito hepático) → 1-alfa-hidroxilase →
1,25-diidroxivitamina D3 (metabólito mais ativo da Vit. D)
• Participam do catabolismo do PTH
DMO - DRC

Vitamina D
• Estimula a absorção intestinal de cálcio
• Fator inibitório da síntese e secreção de PTH (inibe
RNAm do pré-pró-PTH)

Cálcio
• Fator inibitório da síntese e secreção de PTH
Vit. D e Ca agem na glândula paratireóide através de
seus receptores específicos
DMO - DRC

Fósforo
• Estimula a produção de PTH diretamente

Mecanismo pós-transcripcional
• Estimula a produção de PTH indiretamente



Inibindo a produção renal de Vit. D
Interação fisicoquímica com Ca
PTH
• Principal função: manter a calcemia



Reabsorção óssea
Ativação da 1-alfa-hidroxilase
Reabsorção renal de cálcio
Fisiopatologia da DMO-DRC
↓ função renal
‹ excreção
renal de P
Redução da
massa renal
Inibição da
atividade
da 1-alfahidroxilase
retenção de P
‹ absorção
intestinal
de Ca
Déficit de vit D
(↓prod 1,25)
HipoCa
HiperP
interação
fisicoquimica
↓expressão
receptor Vit D
nas paratireoides
↑PTH
função paratireoide alterada/hiperplasia
HIPERPARATIROIDISMO SECUNDÁRIO
HiperP
Fisiopatologia da DMO-DRC
HipoCa e HiperP crônicas
Estímulo para hiperplasia das paratireoides
Caracterizam-se por reduzida expressão de receptores de Ca e Vit D
Ficam menos responsivas à ↑ Ca e Vit D
PIORA HPERPARATIROIDISMO SECUNDÁRIO
osteodistrofia
fraturas
calcificação
doença cardiovascular
morbimortalidade
CLASSIFICAÇÃO DMO-DRC


Osso → tecido altamente dinâmico – sofre
constante formação e reabsorção ósseas
 remodelação
Taxa de formação óssea:
• Doença óssea de alta remodelação (níveis elevados
de PTH)


Hiperparatireoidismo Secundário – Osteíte fibrosa
Doença mista (intermediária)
• Doença óssea de baixa remodelação (níveis normais
ou baixos de PTH)


Osteomalácia
Doença óssea adinâmica
CLASSIFICAÇÃO DMO-DRC

Osteite Fibrosa
• mais comum, ↑ remodelação óssea, ↑ formação e reabsorção óssea
além de fibrose medular

Doença Adinâmica
• mais comum em pacientes sem HPT Secundário (paratiroidectomia
química ou não) “super-tratados” com Ca ou Vit. D, mais com DP,
defeito na formação óssea associada a ↓ remodelação óssea

Doença Mista
• combinação de alta taxa de remodelação e defeito na mineralização
óssea

Osteomalácia
• acúmulo de matriz óssea desmineralizada, ↓ prevalência com o desuso
dos quelantes de P contendo alumínio
Padrão específico da lesão pode variar:
• Durante evolução da doença renal crônica
• Como consequência das terapêuticas utilizadas
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Avaliação do metabolismo mineral
• Crianças e adolescentes estágios 2 a 5 da DRC 
Ca, P, FA, PTHi, pH e bicarbonato (HCO3) ou reserva
alcalina (CO2T)
Pacientes com tubulopatias no estágio 1 da DRC  avaliação do metabolismo
mineral 1x/ano
As medidas devem ser mais frequëntes em pacientes em tratamento dos
distúrbios minerais, tx renal ou recebendo rhGH
K-DOQI
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Avaliação do metabolismo mineral
Relação entre PTHi
sérico e RFG
Atenção para RFG
<60ml/min/1,73m2
K-DOQI
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Níveis séricos de Ca e P
• Pacientes com DRC estágios 1 a 4
(evidência)

Ca e P séricos devem ser mantidos dentro
dos limites normais para idade
K-DOQI
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Níveis séricos de Ca e P
• Pacientes com DRC estágio 5 incluindo
tratados com DP e HD (evidência)

Níveis de Ca total entre 8,8 a 9,7mg/dl

Níveis de P 3,3-5,5mg/dl (adolescentes) e 46mg/dl (1 a 12 anos)
• HiperP comum em TFG<60ml/min/1,73m2 e pacientes em diálise crônica
(evidência)
• HipoP como em tubulopatias perdedoras de P (cistinose, sínd de Fanconi)
Modificação dieta/suplementação oral de fosfato
(evidência)
K-DOQI
DIRETRIZES PARA DMO - DRC
Níveis séricos de Ca e P - Ca x P
• Pacientes com DRC estágio 3-5



Dose total de Ca elementar (quelante P+Ca dietético) = até
2x RDI Ca p/ idade (2,5g/dia)
Ca X P até 55mg/dl  adolesc > 12 anos
CaX P e até 65mg/dl  crianças menores
K-DOQI
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Controle dietético do fósforo na DRC
(evidência)
PTH↑ p/ estágio DRC
P normal p/ idade
↓ ingesta P de acordo RDI p/ idade
Após restrição P da dieta
P↑ p/ idade
↓ ingesta P 80% RDI p/ idade
P sérico 3/3m estágio 3-4 DRC
P sérico 1x/mês estágio 5 DRC
Evitar P ↓ valor p/ idade
K-DOQI
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Uso de quelantes de P na DRC

Pacientes com estágio 2-4 DRC
• Quelantes P são indicados quando P ↑ apesar da restrição dietética
• Quelantes de P c/ Ca  terapia inicial – preferível sol CaCO3 10%
em lactentes

Pacientes com estágio 5 DRC
• Quelantes P são indicados quando P ↑ apesar da restrição dietética
• Quelantes P c/ Ca  terapia inicial em lactentes e cças jovens
• Quelantes P não c/ Ca, s/ metal  terapia inicial em cças > e
adolescentes
• Se paciente em diálise persiste com P↑ após quelante P  alterar
dose diálise (ex. DP: ↑volume, TP, e/ou n° trocas; HD: ↑n° sessões
e/ou tempo diálise até diálise diária diurna ou noturna)
Dose inicial quelante P c/ Ca  50mg/kg/dia
Dose cloridrato sevelamer 100-200mg/kg/dia
K-DOQI
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Uso de quelantes de P na DRC


Dose de quelante P c/ Ca deve ser ↓ pacientes em tratamento
dialítico (2 dosagens consecutivas): (evidência)
• Ca sérico corrigido >10,2mg/dl
• PTH <150pg/ml
Adolescentes com P sérico >7mg/dl e Ca X P >70mg/dl quelantes
P c/ alumínio até 4-6 semanas – 1 curso só  outro quelante P
(evidência)
•

Evitar produtos c/ citrato  absorção e toxicidade alumínio (evidência)
Criança  contraindicado uso de quelante à base alumínio
K-DOQI
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Uso de quelantes de P na DRC
K-DOQI
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Uso de quelantes de P na DRC
K-DOQI
DIRETRIZES PARA DMO - DRC
Pacientes com DRC estágio 5
Nível sérico de Ca
Ca total >10,2mg/dl
Suspender quelante
de P c/ Ca
Ca total <8,8mg/dl
Suspender vit D até
Ca total normal (8,89,5mg/dl)
e/ou
Tratamento Hipocalcemia
Considerar quelante
s/ Ca,s/ metalcloridrato sevelamer
e/ou
Se Ca >10,2mg/dl
Administração oral sais de Ca:
carbonato e acetato VO,
gluconato e cloreto Na
EV(evidência)
Calcitrol (evidência)
↓ Ca da solução de
diálise (3-4 sem)
K-DOQI
DIRETRIZES PARA DMO - DRC
P normal para a idade
Ingestão de P de
acordo RDI
(Evidência)
PTHi↑ para estágio
da DRC
P ↑para a idade
↓ ingesta P 80%
RDI
estágio 2-4 DRC P 3/3m
estágio 5 DRC P 1x/m
Evitar HipoP
hiperP mantida
Quelantes P c/
Ca terapia
inicial(50mg/kg/d
ou acordo com
idade)
Lactentes:
preferível solução
CaCO3 10%
DRC estágio 2 a 4
Adolescentes com
P>7mg/dl e
CaxP>70mg/dl
Quelante à base alumínio
por curto tempo (4 sem)
Crianças é
CONTRAINDICADO
Quelantes P
(evidência)
DRC estágio 5
Quelante P c/
Ca e quelante
P s/ metal
Lactentes e
cças <
quelantes c/
Ca
K-DOQI
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Estágios 2 a 4 DRC
PTHi ↑ com Ca e P adequados
Estágios 2 a 4 6/6m
monitorar 25(OH)D
Estágio 5 3/3m
25(OH)D <30ng/ml
iniciar suplem vit D2
(ergocalciferol ou
colecalciferol)
monitorar Vit D/Ca/P após 1 m
e 3/3m
se Ca total >10,2mg/dl
se P ↑ limites p/ idade
restrição P na dieta
ou iniciar
susp vitD2 e outras
formas vitD
se persiste P ↑ e
25(OH)D <30ng/ml
se persiste P ↑ e
25(OH)D normal
suspender vitD
iniciar quelante P/
↑dose
Após reposição com 25(OH)D,
manter suplementação e dosar
nível sérico 1x/ano
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Estágios 2 a 4 DRC
PTHi ↑ com Ca e P adequados
25(OH)D >30ng/ml
monitorar 25(OH)D
PTHi ↑ p/ estágio DRC
Ca e P sérico 1x/mês
reposição calcitriol
se
(dose inicialníveis PTHi)
Ca >10,2mg/dl
e P ↑ p/ idade
PTHi 3/3m
Suspender calcitriol
até Ca <9,8mg/dl
(voltar com dose
anterior) e se P↑
iniciar ou ↑dose
quelante de P ou
↑dose de diálise
PTHi ↓ normal
PTHi normal
PTHi não ↓30%
em 3m e Ca/P
normais
Ca total <10mg/dl
P< limite sup para idade
Suspender temporaria/
calcitriol
Reiniciar calcitriol
com 50% dose
anterior
↑50% dose calcitriol
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Estágios 5 DRC
PTHi ≥300pg/ml
Iniciar esterol vit D ativa
(calcitriol) para ↓PTHi
200-300pg/ml
Se PTHi não ↓ + 30%
após 3 m tratamento e Ca
/ P normais
↑50% dose inicial
calcitriol
Ca e P séricos 1x/mês por
3 meses e após 3/3meses
PTHi 3/3meses
Administração intermitente de
calcitriol VO ou EV é + efetiva para ↓
PTH que doses diárias
Considerar paratireoidectomia
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Concentração de Ca no dialisato


Pacientes que recebem quelante P c/ Ca 
concentração Ca dialisato 2,5mEq/l
Pacientes que não recebem quelante P c/ Ca 
concentração Ca dialisato 2,5-3,0mEq/l de
acordo:
• Cálcio sérico
• Necessidade de terapia com vit D ativa
K-DOQI
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Acidose Metabólica

Estágios 1-5 DRC
• Níveis séricos de HCO3 ou CO2 total devem ser monitorados
com intervalos variados dependendo do estágio DRC




Estágios 1 e 2: cada 12 meses
Estágio 3: cada 6 meses
Estágios 4 e 5: cada 3 meses
Estágio 5 com diálise: 1x/mês
• CO2T cças <2anos: ≥20mEq/l – CO2T cças >2anos: ≥22mEq/l
• Pode ser corrigida:



Otimizando tratamento dialítico (DP ou HD)
Usando dialisato com bicarbonato
Administrando HCO3 VO – 2 a 3mEq/kg/dia e ↑ se necessário
K-DOQI
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Avaliação do crescimento e recomendações para
uso rhGH



Monitorização taxa de crescimento com medida da altura (cm) e
determinado escore Z para altura (3/3m nos estágios 2 e 3 e 1x/m
nos estágios 4 e 5 DRC
Antes início tratamento com rhGH: corrigir aporte
protéicoenergético, acidose metabólica, hiperP e o HPS e crianças
devem ter Rx quadril e idade óssea
Considerar tratamento:
•
•
•
•
Cças >2anos com E/I ↓ 2,0DP
Velocidade crescimento para idade cronológica ↓ 2,0DP
Potencial crescimento documentado pela presença epífises abertas
Ausência de contraindicações para uso rhGH
 PTH >2x limite superior para estágios2-4 DRC ou 1,5x para estágio
5 (diálise)
 P é > 1,5x limite superior para idade
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Tratamento da Doença Óssea na DRC

Doença óssea de alta remodelação:
hiperparatiroidismo
• PTH >70pg/ml (estágio 2-3 DRC) ou >110pg/ml (estágio 4 DRC)



Aporte dietético de Ca e P deve ser modificada
Insuficiência ou deficiência de vit D deve ser corrigida
Se PTH mantém-se ↑ após 3 meses de intervenção dietética
• Pacientes devem ser tratados com calcitriol ou 1-alfa-vitamina D2 para
prevenir ou amenizar doença óssea de alta remodelação
• PTH >300pg/ml (estágio 5 DRC)

Além da alteração da oferta dietética P, calcitriol ou 1-alfa-vit D2 deve
ser usado para reverter fraturas ósseas do HPT
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Tratamento da Doença Óssea na DRC

Osteomalácia - prevenção
• Devido toxicidade alumínio nos pacientes em diálise 

Manter concentração alumínio no dialisado até 10µg/L
Evitar uso oral de compostos de alumínio
• Devido deficiência de vit D

Diretrizes para deficiência de vit D
• Devido hipoP


Sais de fosfato neutro
Deve ser considerado também terapia com vit D ativa
DIRETRIZES PARA DMO – DRC
Tratamento da Doença Óssea na DRC

Doença óssea Adinâmica – estágio 5 DRC (não
relacionada ao alumínio)
• Determinada pela biópsia óssea ou sugerida por PTH
<150pg/ml –Tratamento deve visar ↑PTH para
restabelecer a remodelação óssea
•
•
•
•
Suspender análogos vit D ativada e/ou
↓ ou suspender quelantes P c/ Ca e/ou
↓ concentração Ca no dialisado e/ou
Iniciar quelante P s/ Ca - s/ metal
DIRETRIZES PARA DMO – DRC

Indicações de paratiroidectomia
• HPT severo: PTH >1000pg/ml mantido e
deformidades ósseas incapacitantes associadas a
hiperCa e/ou hiperP refratárias ao tratamento

Doença Óssea no Tx renal
• Níveis séricos de Ca, P, CO2 total e PTH devem ser
monitorizados
DIRETRIZES PARA DMO – DRC

Indicação de biópsia óssea
• O diagnóstico da doença óssea deve ser feito pela biópsia
óssea obtida na crista ilíaca seguida de análise
histomorfométrica
• Pode estar indicada

Estágio 5 DRC
• Fraturas sem ou com mínimo trauma
• Suspeita de doença óssea pelo alumínio (clínica e exposição ao
alumínio)
• Persistente hipercalcemia com PTH 400-600pg/ml

Estágios 1 a 4 quando suspeitar de osteomalácia
Obrigado
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Distúrbio Mineral e Ósseo da Doença Renal Crônica (DMO-DRC)