Divulgação científica e práticas
educativas
conceitos básicos da análise de discurso francesa e
caracteriza o discurso de divulgação científica na
escola em suas formas de mediação em práticas
Gisnaldo Amorim Pinto (org.)
Curitiba: Editora CRV
2010
Por Guaracira Gouvêa
O
livro
Divulgação
educativas, apresentando suas potencialidades. No
capítulo dois – A noção de textualização para pensar
os textos e as práticas de leituras da ciência na
Científica
e
Práticas
Educativas, organizado por Gisnaldo Amorim Pinto,
publicado pela Editora CRV, 2010, apresenta um
conjunto de textos, produzidos por pesquisadores
brasileiros de diversas instituições, que versam
sobre a divulgação científica, caracterizando-a como
um gênero discursivo e problematizando as
diferentes formas de sua apresentação (jornais,
revistas, filmes de ficção e exposições), bem como
as relações com práticas educativas em contextos
formais e não formais de educação.
O livro está composto por 10 capítulos, sendo
os três primeiros referentes a estudos, apoiados na
perspectiva da análise de discurso francesa, que
abordam
a
divulgação
científica
como
recurso
didático.
O primeiro capítulo deste conjunto – O
texto de divulgação científica como recurso didático
na mediação do discurso escolar relativo à Ciência,
de Maria José P. M. de Almeida, discorre sobre
escola,
Henrique
César
da
Silva
elabora
uma
discussão acerca da leitura de textos de divulgação
científica em práticas escolares. Para este autor
ensinar a ler a ciência e os discursos sobre a
ciência, como os de divulgação científica, vão além
dos aspectos linguisticos e sim é preciso perceber o
discurso
da
ciência
e
sobre
a
ciência
como
pertencente a uma rede social. Tatiana Galieta
Nascimento e Suzani Cassiani, no capítulo três –
Funcionamento de textos de divulgação científica na
formação
abordam
inicial
como
de
se
professores
processam
as
de
ciências,
formas
de
apropriação de textos de divulgação científica por
estudantes de licenciatura em biologia em contexto
de práticas de ensino de ciências, durante sua
formação inicial. Para essas autoras emergem, no
contexto do uso dos textos de divulgação científica,
diferentes formas de leitura e de uso nos processos
de ensino.
1
Os quarto e quinto capítulos apresentam e
para análise de exposições nos museus de ciência,
discutem as possibilidades do uso do gênero de
capítulo seis, Djana Contier e Martha Marandino
ficção
As
articulam os referenciais do movimento educacional
análises e discussão sobre quatro capítulos do livro
denominado Ciência, Tecnologia e Sociedade – CTS
de ficção científica Contato de Carl Sagan, são
com os da comunicação publica da ciência e da
apresentadas por Gisnaldo Amorim Pinto, no quarto
controvérsia
capítulo
conflitos
enfoquem questionam a visão tradicional da ciência
humanos no ensino de ciências – o caso de Contato,
e o papel público diante das questões de C&T, ainda
Carl Sagan. O autor considera que essas reflexões
consideram que esta articulação é um recurso para
poderiam
da
serem analisadas exposições que de alguma forma
formação da alfabetização científica dos estudantes.
abordam as relações entre ciência, tecnologia e
Luis Paulo Piassi, no quinto capítulo - Ficção
sociedade.
científica nas aulas de física, realiza um exercício de
instituições patrimoniais é o texto de Silvana Sousa
diferenciação entre a ficção científica e a ficção de
do Nascimento, do capítulo sete, onde esta autora
divulgação científica por meio da leitura de contos
estabelece os museus de ciências como mediadores
de ficção científica em aulas de física, considera que
da aprendizagem e elabora objetivos educativos que
a ficção científica é um discurso sobre a ciência que
podem orientar a organização de exposições.
científica
–
na
Inserção
contribuir
educação
de
para
em
análises
a
ciências.
dos
humanização
segue lógica diferente de todas as outras formas de
divulgação científica.
científica.
A
Para
divulgação
as
das
autoras
ciências
esses
e
as
No capítulo 8 – Mídia, Educação Científica e
Cidadania: a experiência das revistas Eureca e ABC
As exposições em museus de ciência são
das Águas de Graça Caldas, estão problematizadas
abordadas nos sexto e sétimo capítulos como ação
as formas de divulgação científica, principalmente
de divulgação científica para aprender ciência e
como ação para explicitar concepções de ciência,
quando o público é formado por crianças e por meio
da análise de duas experiências de produção de
tecnologia e sociedade. Em Ciência – Tecnologia –
revistas destaca a importância da participação das
Sociedade,
crianças
comunicação
pública
da
ciência,
controvérsia científica: aproximação de referenciais
nesta
Entretenimento
elaboração.
e
Mediação:
No
capítulo
9
representações
–
da
2
ciência e da escola em desenhos animados, de
como referência para todos que se interessam pela
Denise da Costa Oliveira Siqueira, também está
educação
abordada a questão da divulgação científica para
professores de ciências que buscam melhorar suas
crianças e esta é realizada por meio da discussão da
práticas de ensinar.
científica
e
particularmente
para
os
representação da ciência e da escola em desenhos
animados da TV, produzidos para iniciar as crianças
Referências
em conceitos científicos, bem como dos processos
de
produção
de
sentidos
pelas
crianças
que
assistem esses desenhos animados.
PINTO,
Gisnaldo,
Amorim.
(Org).
Científica e Práticas Educativas.
Catarina Capella Silva, autora do texto O
Divulgação
1 Ed. Curitiba:
Editora CRV, 2010. 209p.
Mundo Científico ao Alcance de Todos: a revista
Ciência Popular e a divulgação científica no Brasil
Sobre o autor
(1948-1960), do capítulo 10, enfoca a importância
da
compreensão
de
Guaracira Gouvêa – Programa de Pós-Graduação
para
em Educação do CCH/UNIRIO e Programa de Pós-
compreender a relação entre ciência e sociedade.
Graduação em Educação em Ciências e Saúde do
divulgação
de
histórica
dos
conhecimentos
mecanismos
como
fator
Para tal, estuda o perfil editorial da revista Ciência
Popular e como esta se configurou como um
NUTES/UFRJ.
periódico de divulgação científica.
Esta publicação tem o mérito de abordar o
tema da divulgação científica em suas diversas
formas de expressão e público, a problematiza
como elemento fundamental da educação científica
da população e relata experiências de uso de
materiais de divulgação científica em contextos de
sala de aula. Nesse sentido, esta obra se configura
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Divulgação científica e práticas educativas - Ciência em Tela