Embora a maioria da compras ainda se dê pelos
canais tradicionais, o comércio eletrônico
continua a crescer rapidamente e a transformar a
maneira das empresas fazer negócios.
Comércio eletrônico diz respeito às transações
comerciais realizadas digitalmente entre as
organizações e indivíduos ou entre 2 ou mais
organizações. Refere-se ao uso da Internet ou da
Web para conduzir negócios.
Começou em 1995, quando um dos primeiros
portais, o Netscape.com, aceitou os primeiros
anúncios de grandes corporações e popularizou a
ideia de que a Web poderia ser usada como uma
nova mídia para publicidade e vendas. Na época,
ninguém vislumbrava a curva de crescimento
exponencial que as vendas no varejo eletrônico
experimentariam, vindo a triplicar e dobrar nos
anos seguintes. Apenas a partir de 2006 o
comércio eletrônico de varejo desacelerou para
uma taxa anual de crescimento de 25%.
A exemplo de outras inovações comerciais como
o telefone, o rádio e a tv, o crescimento muito
rápido em seus primeiros anos criou uma bolha
no mercado de ações. E, como todas as bolhas,
ela explodiu em março de 2001. O valor de
mercado das ações relacionadas despencou mais
de 90%, e muitas pessoas acharam que o
crescimento do e-commerce estagnaria, o nº de
clientes cairia e o público da Internet em si
atingiria um platô.
Um grande nº de empresas de e-commerce faliu
durante esse processo. Mas para muitas outras,
como Amazon, eBay, Expedia e Google, os
resultados foram mais positivos: faturamentos
recordes modelos de negócios azeitados e
lucrativos e preços de ações em elevação. Em
2006, o faturamento do e-commerce voltou a
experimentar um sólido crescimento.
A revolução do e-commerce está apenas
começando. À medida que novos produtos e
serviços forem oferecidos on-line e a
telecomunicação social residencial de banda
larga se tornar mais popular, indivíduos e
empresas usarão cada vez mais a Internet para
conduzir negócios. Mais setores serão
transformados pelo comércio eletrônico,
incluindo reservas de viagem, entretenimento,
notícias, software, educação e finanças.
Por que o e-commerce vem crescendo tão
rapidamente? Por que existem cursos
universitários de e-commerce? A resposta reside
na natureza singular da Internet e da Web. Suas
tecnologias são muito mais versáteis e poderosas
que as revoluções tecnológicas precedentes.
Vejamos algumas de suas características:
Está disponível em todos os lugares e em todo o
momento. Não se limita a um ponto temporal e
um ponto geográfico.
Isso reduz custos de transação, isto é, custos de
participar do mercado. Para fazer uma transação
comercial, já não é necessário gastar tempo ou
dinheiro deslocando-se até o mercado, e é
preciso muito menos esforço mental para fechar
uma compra.
Permite que transações comerciais atravessem
fronteiras culturais e nacionais de maneira
muito mais conveniente e com melhor relação
custo-benefício do que ocorre no comércio
tradicional. Em conseqüência, o tamanho do
mercado potencial para os agentes do ecommerce é praticamente igual ao tamanho da
população mundial on-line: 900 milhões de
pessoas em 2005. (Se cresceu como o previsto,
agora está com 2 bilhões e 250 milhões).
Em contrapartida, a maior parte do comércio
tradicional é local ou regional – envolve
vendedores locais ou nacionais com lojas de
alcance local. Emissoras de rádio e tv e jornais,
por exemplo, são em sua maioria instituições
locais e regionais com redes nacionais limitadas,
mas poderosas, que podem atrair o público
nacional, mas não facilmente atravessar as
fronteiras nacionais para atingir o público
global.
Seus padrões técnicos são universais. São
compartilhados por todas as nações ao redor do
mundo e permitem que qualquer computador se
conecte com qualquer outro, independentemente
da plataforma tecnológica que cada um utilize.
Em contrapartida, a maior parte das tecnologias
do comércio tradicional difere de um país para
outro. Os padrões de rádio, tv e de telefonia móvel
variam mundo afora.
Isso reduz bastante os custos de entrada no
mercado, isto é, o custo em que os
comerciantes incorrem simplesmente para
levar suas mercadorias ao mercado. Ao mesmo
tempo, para os consumidores, padrões
universais reduzem os custos de busca, ou seja,
o esforço necessário para encontrar produtos
adequados.
O conceito de riqueza, quando aplicado à
informação, refere-se à complexidade e ao
comércio de uma mensagem. Mercados
tradicionais, forças de vendas nacionais e
pequenas lojas de varejo oferecem um
atendimento rico, pois são capazes de atender
pessoalmente, face a face, usando sinais visuais
e sua intuição ao fazer uma venda. A riqueza
dos mercados tradicionais faz deles ambientes
de vendas ou comerciais poderosos.
Diferentemente de qualquer tecnologia do séc.
XX, com exceção do telefone, as tecnologias do
e-commerce são interativas, o que significa que
permitem a comunicação de mão dupla entre
vendedor e consumidor. A tv, não pode
facilmente fazer perguntas aos espectadores,
ou ter diálogos com eles, nem pode pedir que
insiram informações em um formulário.
E todas essas atividades são possíveis em um
site de comércio eletrônico. A interatividade
permite que um vendedor on-line atraia o
consumidor mais ou menos como faria numa
experiência face a face – mas em escala global,
massificada.
A Internet e a Web aumentaram incrivelmente
a quantidade e a qualidade total da informação
disponível para todos os participantes do
mercado, tanto consumidores quanto
vendedores. As tecnologias de e-commerce
reduzem os custos necessários para coletar,
armazenar, processar e transmitir informações,
aumentando ao mesmo tempo a atualidade,
precisão e oportunidade dessas informações.
Torna os preços mais transparentes, devido à
facilidade com que os consumidores podem
descobrir a variação do preços.
Os vendedores também se beneficiam da
tecnologia, descobrindo muito mais sobre os
clientes, permitindo segmentar o mercado
em grupos que estejam dispostos a pagar
preços diferentes, podendo assim praticar a
discriminação de preços. Ex.: pacotes de
férias exóticos.
Os vendedores podem direcionar suas
mensagens de marketing a indivíduos
específicos, ajustando-as segundo o nome, os
interesses e o histórico de compras da pessoa.
Também permite a customização, isto é,
mudar o produto ou serviço fornecido com
base nas preferências do usuário ou em seu
comp0rtamento passado.
Dada a natureza interativa da tecnologia do ecommerce, é possível reunir ainda mais
informações sobre o consumidor no momento
de compra. Com o aumento da densidade da
informação, o resultado é um nível de
personalização e customização impensável com
as tecnologias de comércio preexistentes.
Ex.: O Wall Street Journal Online lhe permite
selecionar o tipo de notícias que quer ver
primeiro e lhe dá a possibilidade de ser alertado
na ocorrência de determinados fatos.
Existe uma conexão entre informação e negócios:
os modelos de negócios referentes a localização,
tempo e receita baseiam-se, em alguma medida,
no custo e distribuição de informações. A Internet
vem criando um market-place digital em que
milhões de pessoas são capazes de trocar imensas
quantidades de informação de maneira direta,
instantânea e gratuita. Em conseqüência, a
Internet vem alterando a maneira como as
empresas conduzem seus negócios.
A Internet diminui a assimetria de informação,
que existe quando um participante da transação
tem mais informação relevante à transação do
que a outra. Essa informação pode determinar o
seu poder de barganha relativo. Como nos
mercados digitais consumidores e fornecedores
podem ver os preços cobrados pelas
mercadorias, dizemos que tais mercados são
mais transparentes do que os tradicionais.
Ex.: Venda de automóveis.
São tão flexíveis e eficientes porque operam
com custos de busca e transação reduzidos.
Desintermediação: também abrem muitas
oportunidades para vender diretamente ao
cliente do varejo, driblando intermediários
como distribuidores ou lojas de varejo. Isso
pode reduzir significativamente os custos de
transação, e as empresas podem conseguir
lucros mais altos, mesmo cobrando preços
mais baixos.
São mercadorias que podem ser fornecidas por
meio de uma rede digital. Faixas de música,
vídeos, softwares, jornais, revistas e livros
podem ser transmitidos, armazenados e vendido
como produtos digitais. Na atualidade, a maioria
desses produtos é vendida como produtos
físicos. Mas a Internet oferece a possibilidade de
fornecer todos esses produtos sob demanda,
como produtos digitais.
Em geral, o custo de produzir outra unidade de
uma mercadoria digital é praticamente zero
(não custa nada fazer uma cópia de um arquivo
musical). No entanto, o custo de produzir a
primeira unidade original é relativamente alto
– corresponde praticamente ao custo total do
produto, pois os outros custos envolvidos, de
estoque e distribuição, são poucos. Os custos
de fornecimento pela Internet são muito
baixos; os custos de marketing são iguais do
mercado tradicional.
O impacto da Internet no mercado dessas
categorias é revolucionário. As empresas que
dependem de produtos físicos, como livrarias,
enfrentam a possibilidade de vendas declinantes
e até mesmo da extinção de seus negócios (se
não aderirem ao mercado digital). Jornais e
revistas estão perdendo leitores para a Internet e
vendo anunciantes irem embora. A indústria
fonográfica está perdendo vendas para a
pirataria por Internet e as lojas de CDs fechando
as portas, assim como video-locadoras.
O resultado final dessas mudanças na economia
da informação é uma revolução no comércio,
com muitos novos modelos de negócios
aparecendo e velhos modelos inviabilizando-se.
Os mais importantes modelos emergentes
usam a Internet para agregar valor extra a
produtos e serviços existentes ou para prover as
fundações de novos produtos e serviços, como
comunidades virtuais.
Alguns desses novos modelos de negócios tiram
proveito dos abundantes recursos de
comunicação da Internet, como fóruns de leilão
on-line (Ex.: eBay), comunidades on-line, nas
quais pessoas com interesses semelhantes
situadas em localidades diferentes podem trocar
ideias, etc. Algumas dessas comunidades estão
servindo como fundações para novas empresas.
Os membros podem montar suas próprias
páginas Web, participar de grupos de discussão
on-line e associar-se a clubes on-line com
pessoas que tenham os mesmos pontos de vista.
Uma importante fonte de receita para essas
comunidades é oferecer a clientes corporativos
meios para atingir clientes-alvo, com a colocação
de banners de propaganda ou anúncios pop-up
em seus sites. O banner é ligado ao site do
anunciante, de modo que, quando alguém clica
sobre ele, é transportado a esse site.
O pop-up funciona de maneira inversa: eles
automaticamente se abrem quando um usuário
acessa um site específico, e o usuário precisa clicar
no anúncio para fazê-lo desaparecer.
Os sites de redes sociais são comunidades on-line
cada vez mais populares. Montar uma rede social
é uma prática de expandir o círculo de contatos
profissionais ou sociais fazendo conexões pessoais
ou profissionais mútuas, permitindo que elas
pesquisem entre os amigos, indicações de vendas,
dicas de emprego, etc.
Ex.: A LinkedIn é uma rede de negócios
fundada lançada em 2003. É comparável a
redes de relacionamentos, e é
principalmente utilizada por profissionais.
Já possui mais de 100 milhões de usuários.
Atualmente está sendo usada por algumas
empresas para recrutamento.
A possibilidade de oferecer mercadorias
digitais e conteúdo digital pela Web vem
criando nova alternativas à imprensa
tradicional e à mídia radiofônica e televisiva.
Existem sites que exibem versões digitais de
publicações impressas, como jornais e
revistas.
Alguns sites dos mais populares oferecem
entretenimento no formato digital. Jogos online, incluindo versões Web de jogos de
tabuleiro, jogos de cartas e videogames
atraem um número enorme de participantes.
As emissoras de tv oferecem vídeos pela
Internet, clipes do noticiário e excertos de
outros programas, incluindo antecipações de
programas futuros e entrevistas com atores.
Alguns sites cobram pelo conteúdo de
entretenimento. Com as conexões de banda
larga, no futuro os sites poderão exibir
programas de tv e filmes inteiros.
Você também pode ouvir pela Web algumas de
suas estações de rádio favoritas. Como o sinal é
transmitido pela própria Web, é possível
acessar emissoras de qualquer parte do mundo.
Muito de nós usamos a Web para ouvir e baixar
músicas. Embora uma parcela dessas músicas
seja gratuita alguns sites estão gerando receita
com a cobrança de cada canção ou álbum
baixado a partir de seus sites.
Podcasting é uma nova forma de fornecimento
de conteúdo digital, um método para transmitir
áudio pela Internet. Com ele, os assinantes
podem baixar arquivos de áudio em seus
computadores pessoais ou reprodutores de
música portáteis. O podcasting permite que
produtores independentes divulguem seu
próprio conteúdo de áudio e, ao mesmo tempo,
dá aos programas de rádio tradicionais uma
nova possibilidade de distribuição.
Os recursos de informação da Web são tão
vastos e ricos que surgiram modelos de
negócios para auxiliar pessoas e empresas a
localizar informações com maior eficiência, os
portais. Eles são uma interface Web para
apresentar informações personalizadas e
integradas provenientes de inúmeras fontes.
Como modelo de negócios de e-commerce, um
portal é um supersite que oferece um ponto de
entrada abrangente para uma gigantesca
variedade de recursos e serviços na Internet.
Download

Comércio eletrônico e Internet