QUALIDADE NO ENSINO DE ADMINISTRAÇÃO É EDUCAR PARA UMA VIDA DE QUALIDADE AUTOR SILVESTRE PRADO DE SOUZA NETO Mestre em Administração de Empresas pela UFPB Doutorando na FEA – USP End.: Rua Jaranataia n ° 67 - Bairro Araújo – Campo Grande INSTITUIÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS INTRODUÇÃO No domingo, dia 11 de julho, o jornal "O GLOBO" publicou um artigo com alguns dos resultados de um estudo recente do Instituto Internacional de Gerenciamento, de Genebra, discutindo como se preparar para o mercado de trabalho do ano 2000. O título escolhido pelo jornalista foi "CULTURA, BASE DO PROFISSIONAL DO FUTURO", e no primeiro parágrafo apresentou uma inferência ou conclusão interessante: "no ano 2000 pelo menos 30% da atual geração de jovens estarão trabalhando em atividades ainda não conhecidas". Embora Walter Mondale, um conhecido político americano, tenha dito acertadamente que "quem pensa que sabe o que vai acontecer, é porque deve estar muito mal informado", podemos supor racionalmente que previsões como esta sejam uma boa representação da realidade possível. Se podemos acreditar nesses exercícios de futurologia, os quais incluem os CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO, entre outros, como dos mais adequados para preparar os jovens executivos do início do próximo milênio, então, é urgente a necessidade de adaptação dos referidos cursos, cumículos e faculdades do Brasil para este desafio gigante. Este trabalho apresenta alguns princípios básicos para a Gestão da Qualidade adaptados para as Escolas de Administração, e apresenta os resultados obtidos entre os anos de 1990 e 1992 com seis turmas diferentes do Curso de Administração da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro que passaram por uma experiência em aprendizagem não diretiva, usando como base a motivação para uma Filosofia de Qualidade de Vida, com resultados surpreendentes e animadores. A solução ideal para preparar os administração atuais, conforme salienta o excelência empresarial e Qualidade Total, ponto de apoio para a criatividade, e competitivas. futuros empresários, bem como organizar e modernizar os cursos de próprio trabalho do Instituto de Genebra, passa pelos programas de os quais tornarão as escolas bons locais para o desenvolvimento e seus alunos e graduados executivos aptos a produzir vantagens PRINCÍPIOS BÁSICOS Os modelos de TQC (Total Quality Control) e TQM ( Total Quality Manegement) conhecidos e em implantação no Brasil, particularmente os difundidos pela fundação Christiano Ottoni, da UFMG, e FAAP, em São Paulo, baseiam-se nos catorze pontos da Filosofia de W. Edwards Deming, e costumam ser chamados de "modelo japonês de qualidade". Todos têm em comum alguns princípios básicos em que se fundamentam, e que são analisados de formas diversas por cada um dos autores que tratam a respeito. Não sendo adequado discutí-los todos, seria interessante ressaltar alguns mais importantes ou urgentes, particularmente os que têm relação direta com a educação e o ensino de Administração. Para entende-los, no entanto, é conveniente ressaltar uma definição de qualidade baseado nos depoimentos dos autores mais conhecidos. Definição de QUALIDADE Para um gerente ou administrador de produção, qualidade é "conformidade com especificações", ou padronização [BRAVO, 1984]. Para o pessoal de marketing, qualidade é atender às necessidades dos clientes, ou "adequação ao uso" [JURAN, 1990]. Para um empreendedor criativo, qualidade é uma filosofia de vida, é uma nova religião, como diz Deming [1990]. Qualidade numa visão integrada, nas palavras de James Teboul [199l], professor do INSEAD, França, deve ser um "quê" de sedução, que se conforma às especificações, maximizando o atendimento ao cliente tanto na hora da compra como durante o uso, e minimizando as falhas, de modo a conquistar mercados pelo uso racional de vantagens competitivas. A partir desta ótica, podemos discutir oito dos princípios mais relevantes, e que mais dizem respeito aos problemas relacionados ao Curso de Administração, particularmente o da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. PRIMEIRO PRINCÍPIO: PRODUZIR É FORNECER PRODUTOS E SERVIÇOS QUE ATENDAM CONCRETAMENTE AS NECESSIDADES DOS CLIENTES. Praticamente todos os autores concordam que este é o primeiro e o mais importante princípio dos Programas de Qualidade Total. Está expresso nas definições e é bastante difundido entre as empresas. Talvez um dos maiores problemas da escola seja definir quem é o seu principal cliente, bem como o seu produto característico. A Universidade atua em três áreas distintas: ensino, pesquisa e extensão. Cada um de seus Departamentos desenvolve programas e projetos nas três áreas citadas. Quando faz pesquisa, o departamento ou seus docentes deixam claro o produto obtido quando apresentam comunicações e trabalhos em congressos científicos, ou publicam ensaios e artigos com os resultados alcançados nas revistas especializadas. O cliente costuma ser óbvio nas pesquisas práticas e indefinido nas pesquisas básicas ou teóricas Mas, em todos os casos, ele existe e é conhecido do pesquisador. Quando desenvolve projetos de extensão, cada docente costuma definir de antemão o que é o produto que pretende, e a quem se destina. O público alvo é escolhido e os resultados são antecipados. O problema maior só aparece quando se discute a questão do ENSINO, área que envolve os cursos de graduação e pós-graduação. Temos de um lado, um cliente bem definido: ALUNO MATRICULADO, que deseja receber instrução e, em muitos casos, paga por ela, e o produto que lhe é oferecido: AULAS E CURSOS. Sob outro ponto de visto, simultâneo ao primeiro, temos também o "produto" que sai da Universidade: o GRADUADO, que recebe o diploma por ter atendido aos requisitos que o qualificam, sendo cliente a SOCIEDADE que recebe o profissional supostamente preparado para entrar no mercado de trabalho. A Universidade, por associação, os cursos de administração são organizações complexas, como já foi extensamente debatido. Não podendo abordar todos os pontos das questão, parece-me conveniente discutir o problema do cliente SOCIEDADE, pois abrange os demais numa hierarquia de interferência e importância relativa. Cada Curso e cada Universidade deve discutir seus objetivos partindo do conhecimento da região em que estão inseridos. Precisam conhecer os anseios e expectativas de desenvolvimento da região, gerando a demanda de profissionais, e os meios para absorvê-los no mercado de trabalho anual e futuro. O profissional de administração inserido neste contexto surge como o elemento base para o desenvolvimento econômico desta região, pois estará apto a profissionalizar e modernizar as empresas onde atuar. Por outro lado, os cursos precisam ser capazes de preparar estes dirigentes, os quais muitas vezes terão como desafio a criação de novas áreas de trabalho e pesquisa. Como sugerem os resultados do trabalho do Instituto Internacional de Gerenciamento, a CULTURA geral e a especialização em programas de qualidade são as ferramentas básicas desse novo gerente e empreendedor. Atender a esta demanda deve ser a preocupação principal em cada curso de nosso país. SEGUNDO PRINCÍPIO: IDENTIFICAR OS PROBLEMAS MAIOR PRIORIDADE. MAIS CRÍTICOS E SOLUCIONÁ-LOS PELO CRITÉRIO DE Joseph M. Juran [1990] popularizou na década de 50 o princípio de Pareto. Utilizar esta ferramenta simples permite sucesso muitas vezes imprevisível por ser facilmente adaptável a qualquer situação ou empreendimento. Menosprezar uma ferramenta pela sua simplicidade não é sinal de inteligência. Da mesma forma, Deming tem sido duramente criticado pela simplicidade de suas idéias nada originais, mas o sucesso japonês é sua melhor resposta não expressa pessoalmente. Os cursos de administração não só deveriam popularizar o uso destes mecanismos, por exemplo, através da disciplina "Estatís tica aplicada à Administração", que não existe em certas faculdades, como a UFRRJ, assim como no levantamento de idéias para debate, visando atualizar os currículos e programas, além de discutir permanentemente em todos os níveis os objetivos e planos para atingí-los. TERCEIRO PRINCÍPIO: FALAR, RACIOCINAR E DECIDIR COM BASE EM FATOS E NÃO NA INTUIÇÃO, EXPERIÊNCIA E CORAGEM. Muitas vezes, docentes e alunos se acomodam e passam a um comportamento dito burocrático, deixando de manter um contato permanente com as empresas da região de sua escola, pelos mais diversos motivos. Para se ter sempre presente fatos vividos e atuais que permitam discutir e planejar mais concretamente, um programa integrado de estágios deve ser desenvolvido de modo que as empresas tenham recursos humanos bem preparados para injetar "sangue novo" em suas fileiras, ao mesmo tempo em que a Universidade leva seus alunos a treinar e praticar teorias e modelos aprendidos de antemão. Esta constante troca de informações, objetivos e expectativas permitirá desenvolver um profissional apto a embarcar no mercado de trabalho atendendo às necessidades do cliente: sociedade e do cliente: aluno, permitindo o uso intensivo de fatos concretos e deixando o acaso para situações fortuitas não controláveis, as quais tendem ao desaparecimento completo numa parceria assim bem desenvolvida. A arte e a intuição serão levadas em conta na medida em que possam ser controladas e utilizadas de maneira razoável ou racional. QUARTO PRINCÍPIO: GERENCIAR A EMPRESA AO LONGO DO PROCESSO. QUANDO O MAU RESULTADO OCORRE A AÇÃO É TARDIA A escola de administração tem como cliente, embora não claramente identificado, as empresas da sua região de influência Desenvolver parceria com este cliente: empresa para quem fornecemos graduados, permitirá desenvolver parceria com o outro cliente: o aluno. Este último fornece a principal matéria-prima para o nosso produto (o graduado) e é, ao mesmo tempo, o principal cliente da escola de um modo geral. Ao longo do processo de formação o aluno será educado para aprender a pensar, e a "pensar grande". Disciplinas que desenvolvem o senso crítico e despertam a criatividade como “jogos de empresa”, “processo decisório”, entre outras devem ser inseridas como fundamentais para um curso moderno de adminis tração, cujo objetivo deve ser preparar pessoas a criar novas áreas de atuação e atividades ainda desconhecidas no momento. Isto é possível quando ensinamos a pensar e a criar. Por outro lado, a didática para ensino de adultos, ou ANDRAGOGIA, deve ser explorada ao máximo, evitando cursos repetitivos e primários que agridem a inteligência do aluno e menosprezam seu potencial, levando ao desânimo precoce. Particularmente as avaliações precisam ser revistas, eliminando-se provas e testes formais, implantando um sistema de participação como base para as verificações de resultados. Deming [1989] alerta para a inoperância dos programas de avaliação de desempenho, e sugere que sejam substituídos por liderança e participação. Nada mais acertado para a escola de administração. Esta nova modalidade de avaliação levará ao fortalecimento da responsabilidade do aluno, bem como permitirá descobrir e analisar pessoas mais criativas e futuros profissionais mais ou menos promissores. Esta descoberta permitirá identificar e preparar os alunos comuns ou os menos treinados, para dar-lhes ferramentas que os tornem capazes de desenvolver vantagens competitivas próprias, sendo tão competitivos quanto for necessário. QUINTO PRINCÍPIO: O CLIENTE É O REI. NÃO PERMITIR A VENDA DE PRODUTOS DEFEITUOSOS. Temos hoje conhecimento de muitos estudos e publicações sobre o padrão dos cursos e Universidades brasileiros. Algumas Universidades são chamadas de "ilhas de excelência", outras não são tão bem conceituadas. Todos pretendem atingir os graus mais elevados nas classificações mais conhecidas mesmo quando não são as mais confiáveis do ponto de vista acadêmico. Porém graduar-se em qualquer das escolas mais bem conceituadas não confere ao indivíduo nenhuma segurança ou certeza de melhor colocação nem melhor desempenho. Conhecendo as necessidades do mercado que se busca atender, e adaptando-se os currículos e programas para esta demanda, os cursos de administração estarão preparando, com maior grau de segurança, profissionais aptos a servir os clientes e participar do desenvolvimento regional, ao mesmo tempo em que se empenham na busca da realização pessoal, pois são também clientes e precisam ser atendidos em suas necessidades. Neste perfeito entrosamento estaremos nos encaminhando para um "produto" com cada vez menos defeitos e, talvez, imune a "devoluções". SEXTO PRINCÍPIO: NUNCA PERMITIR QUE O MESMO PROBLEMA SE REPITA PELA MESMA CAUSA. Todo este ideal de educação e formação profissional será possível apenas se os administradores dos cursos em pauta também tiverem aprendido a desenvolver qualidade total em seus empreendimentos e em suas próprias vidas. Nas Universidades em geral e, em particular, nas Instituições Federais de Ensino Superior, já existe uma estrutura que permite este desenvolvimento. As decisões e o planejamento são realizados dentro de Órgãos Colegiados. Os representantes que compõem os colegiados dos Cursos devem avaliar e discutir os problemas, suas causas e os objetivos do curso, unindo o Princípio de Pareto, ou outras ferramentas simples como fluxogramas, gráficos de causa e efeito (espinha de peixe) e outros. O mesmo se dará em todos os níveis e órgãos colegiados necessários. A participação e o consenso são os pontos básicos dessa estrutura, permitindo, portanto, o uso intensivo e imediato dos princípios da Qualidade Total (TQM ou TQC). Com uma pesquisa sobre as necessidades da região onde atua a Instituição, e quais setores deverá atender, o colegiado poderá, então, estabelecer metas e priorizar programas, disciplinas e outras ferramentas usadas na formação do graduado. Esta é a técnica que permitirá analisar os problemas e suas causas, evitando que se repitam pelo mesmo motivo. SÉTIMO PRINCÍPIO: RESPEITAR OS EMPREGADOS COMO SERES HUMANOS INDEPENDENTES. Os Órgãos Colegiados existentes nas IFES são institutos ideais para a prática da democracia e respeito mútuo. Algumas atitudes e práticas inadequadas podem e devem ser substituídas. Embora o ser humano sofra influências constantes do meio ambiente, das pessoas, das coisas e situações em que se envolva, a prática da tomada de decisão em grupo, o compartilhamento da responsabilidade e o desenvolvimento pessoal obtido daí, levará ao respeito mútuo cada indivíduo que participe do grupo e se envolva verdadeiramente. Acreditar que é possível e sonhar com a obtenção deste ideal deve ser o primeiro passo para que os indivíduos se conscientizem da prioridade deste programa cujo resultado final, ainda que de longo prazo, será: pessoas realizadas e desenvolvimento regional. OITAVO PRINCÍPIO: DEFINIR E GARANTIR A EXECUÇÃO DA VISÃO E ESTRATÉGIA DA ALTA DIREÇÃO DA EMPRESA Já em 1972, BENNIS, um dos inovadores das teorias modernas de Administração, preconizava as seguintes mudanças: - um novo conceito de homem (decorrente de um conhecimento maior de sua complexidade). - um novo conceito de poder (baseado em colaboração, equipe e diálogo). - um novo conceito de valores organizacionais. Deming [1990], com sua "Filosofia da Qualidade" ampliou estes conceitos abrindo a discussão do "saber profundo" como sistema. Que melhor local haveria para desenvolver o saber profundo que a Universidade, onde as pessoas mais bem preparadas estariam debatendo e discutindo a formação e preparação dos quadros para dirigir as empresas e os governos? E que melhor lugar na Universidade do que os Cursos de Administração, onde se aprende exatamente a dirigir, decidir e criar? UMA EXPERIÊNCIA NA UFRRJ Entre os anos de 1990 e 1992, foi realizada uma experiência com alunos do Curso de Administração da UFRRJ, com a introdução de algumas técnicas de Gestão Participativa e Qualidade Total em duas disciplinas, IH 108 - ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL II e IH 142 - TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES. Inicialmente foi ministrado, a cada uma das turmas, um curso de Extensão com 20 horas de duração sobre o Método do Dr Deming, com seus 14 pontos e o despertar para a Criatividade, usando o texto básico do Deming Method Consulting Group (1989). Os alunos aprenderam os princípios básicos dos Programas de Qualidade Total e visitaram a COSIGUA, siderúrgica do Grupo Gerdau, localizada no Município de Itaguaí, vizinha à Universidade Rural. Nesta empresa está sendo implantado um Programa de Qualidade Total com assessoria da Fundação Christiano Ottoni e do Professor Vicente Falconi Campos, da UFMG, desde o início de 1990. A seguir, os alunos matriculados nas disciplinas citadas foram submetidos a um "contrato" de aprendizagem, onde o professor servia apenas de auxílio para os debates introduzidos pelo livro "TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES" de Cyro Bernardes, ou "RECURSOS HUMANOS", Edição compacta, de Idalberto Chiavenatto. Cada aluno se comprometeu a assistir a 100% das aulas e participar ativamente dos debates, tendo se preparado previamente seguindo os capítulos do livro escolhido, e usando em sala de aula as perguntas e casos do livro de exercícios que acompanha o livro-texto de Cyro Bernardes e os casos do livro de Chiavenatto. Após cada Unidade era realizada uma avaliação individual com o preenchimento de um formulário de avaliação desenvolvido pelos próprios participantes no primeiro dia de aula, com o auxílio dos princípios da Administração Participativa apresentados em um filme da Enciclopédia BARSA. Todos ficaram bastante animados com a possibilidade de vivenciar uma nova e motivante forma de aprendizagem, mas, sem excessão, descumpriram o contrato inicial, faltando a pelo menos uma aula. Cerca de 20% dos alunos atingiram um número de faltas superior aos 25% permitidos pela Coordenação do Curso e deveriam, em tese, ter sido "reprovados por falta", o que não ocorreu porque o professor se comprometeu a não reprovar nenhum aluno se o grupo o considerasse apto à aprovação. Nas datas previstas para as avaliações individuais ocorreu uma das maiores surpresas da experiência, em todas as seis turmas que participaram ao longo de rtês anos, as notas se concentram nos conceitos "C" e "D", com uma autocrítica bastante realista, pois todos "confessaram" ter deixado de ler alguns dos capítulos, participando das discussões sem uma preparação prévia, ou faltando a alguma das sessões. Por outro lado, os debates foram sempre animados e concorridos, provavelmente devido aos temas bastante intuitivos, na sua maioria, inclusive com a participação efetiva dos mais tímidos e retraídos, que se disseram bastante a vontade com a utilização deste método de ensino. Exceto pelas faltas de um número muito grande de alunos, o resultado foi considerado muito positivo. CONCLUSÕES E SUGESTÕES Os oito princípios listados não esgotam o assunto, embora representem a quase totalidade dos itens que se adaptam às Instituições de Ensino. Servem para despertar o debate e pretendem alertar para a necessidade de discussão e introdução do assunto nos Cursos de forma a oficializar um dos temas mais modernos e, sem dúvida, necessários para o administrador dos anos 90. Esta é, pois, a primeira sugestão: INTRODUZIR A DISCIPLINA "ADMINISTRAÇÃO DA QUALIDADE TOTAL" no primeiro semestre dos cursos de administração, com o objetivo de despertar o aluno para sua conscientização no sentido de entender que qualidade se faz em conjunt o e com uma atitude voltada para o melhoramento contínuo. Ao mesmo tempo, o tema seria ampliado com o debate de COMO ESTUDAR, área carente para toda a juventude ingressante nas universidades. Seriam apresentados os MÉTODOS DE CASO e JOGOS DE EMPRESA, métodos típicos de ensino de administração, e essenciais para o desenvolvimento de todo o curso. A segunda sugestão é introduzir debates com os docentes dos Departamentos de Administração para despertar nos mesmos a conscientização para com os programas de excelência e Qualidade Total existentes no momento, buscando uma fórmula de avaliação integrada, que respeite os critérios exigidos pelo Conselho Federal de Educação ao mesmo tempo em que introduza técnicas mais modernas de avaliação de desempenho. Uma Reunião semestral de Avaliação do Curso, com a participação direta ou indireta dos discentes, complementaria esta forma de atualizar os cursos e reciclar docentes. Joelmir Beting em sua coluna diária do jornal "O GLOBO", em abril de 1992 afirmou que. "o verdadeiro perigo amarelo reside no fato de que no Japão os professores ensinam e os alunos estudam". Se cada Curso e Universidade buscar sua melhor forma de atualização do Curso, adaptando-o às necessidades locais e regionais, de acordo com o interesse de empresas e programas de desenvolvimento existentes, preparando alunos e professores para a busca da excelência individual e coletiva, nossas escolas poderão atingir os objetivos requeridos pelos desafios dos anos 90: Qualidade é uma questão de desempenho superior. BIBLIOGRAFIA BRAVO, Paulo Carneiro - ELEMENTOS DO CONTROLE ESTATÍSTICO DE QUALIDADE, Anais do VI Encontro Nacional de Probabilidade e Estatística, 1984. DEMING, Edwards W., QUALIDADE, A REVOLUÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO, São Paulo, MacGraw-Hill, 1989. DEMING METHOD CONSULTING GROUP, Managerial Applications Seminar Training Manual - The Deming Philosophy: A Holistic Aproach for Management; North Miami Beach, FL, USA, 1989. JURAN, Joseph M. - " JURAN, PLANEJANDO PARA A QUALIDADE, São Paulo, MacGraw-Hill, 1991. TEBOUL, James, GERENCIANDO A DINÂMICA DA QUALIDADE, Rio de Janeiro, Qualitymark Editora, 1991.