UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS COMPONENTE CURRICULAR: TEORIA POLÍTICA PROFESSOR: Drº. DEJALMA CREMONESE ALUNA: SIMONE DE SOUZA CARVALHO TRABALHO Ubaíra, abril de 2008 O CONCEITO DA PALAVRA TRABALHO, DIFERENCIA-SE, SEGUNDO ALGUNS AUTORES, É NECESSÁRIO, ENTRETANTO, CONTEXTUALIZÁ-LO NO TEMPO E NO ESPAÇO. Para Marx (1932), a primeira atitude histórica dos indivíduos, em relação aos animais, não é o fato de pensar, mas o de produzirem seus meios de sobrevivência. Antunes (2005) aponta que desde o mundo antigo e sua filosofia, o trabalho vem sendo compreendido como expressão de ida e degradação, criação e infelicidade, atividade vital e escravidão, felicidade social e servidão. Albornoz (2002), na linguagem cotidiana a palavra trabalho tem muitos significados embora pareça compreensível, como uma das formas elementares da ação dos homens, o seu conteúdo oscila. As vezes lembra dor, tortura, suor do rosto, fadiga. Noutras mais que aflição e fardo, designa a operação humana de transformação da matéria natural em objeto de cultura. Dessa forma portanto, podemos relacionar o trabalho como o elo de ligação entre o homem e o meio, entre o homem e a natureza, entre o homem e a sociedade. Trabalho como elo entre, a natureza a sociedade, o meio e o homem. NATUREZA SOCIEDADE MEIO TRABALHO HOMEM (...) Eu vi a mulher preparando outra pessoa ... A gestação compreendida nos versos de Caetano Veloso nos remete a uma forma de trabalho: • A mulher que prepara um novo ser; • Que deixa um legado; • Que lhe remete a uma realização Seja na gestação, no nascimento ou no ato de amamentar, o trabalho está presente... Na palavra trabalho pode está implícito dois significados: • 1º FRUTO DE UMA AÇÃO QUER FÍSICA OU INTECTUAL QUE RESULTE EM UM LEGADO, QUE GERE UM RECONHECIMENTO SOCIAL E ULTRAPASSE O TEMPO DA EXISTÊNCIA DE SEU “AUTOR” . EX.: UMA OBRA DE ARTE, UM LIVRO, UMA DESCOBERTA CIENTÍFICA • 2º A AÇÃO ROTINEIRA E REPETITIVA, QUE DÁ AO TRABALHO A SUA CONOTAÇÃO DE LABOR, DE CANSAÇO, COMO AQUELE QUE TIRA A LIBERDADE, QUE CONSOME QUEM PRATICA. Ex.: Trabalhadores da linha de montagem das fábricas. O QUE É TRIPALIUM? Na nossa língua a palavra trabalho se origina do latim tripalium. Segundo Albornoz (2002), tripalium é o instrumento feito de três paus aguçados, algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro, no qual os agricultores bateriam o trigo, as espigas de milho, o linho, para rasgá-los e esfiapá-los. Essa conotação dada ao trabalho foi utilizada até início do século XV. Depois ele passa do sentido de sofrer, para sentido de laborar, obrar. MAS SEJA O TRABALHO DENOTANDO SOFRIMENTO, SEJA DE LABOR DENOTANDO ESFORÇO, A VERDADE É QUE NOS NOSSOS DIAS, ELE É SINÔNIMO MUITAS VEZES DE TORTURA, SOBRETUDO SE ANALISARMOS A EXPLORAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA. ESSA EXPLORAÇÃO NOS REMETE AO CONCEITO DE MAIS-VALIA, DESENVOLVIDO POR MARX, ONDE O TRABALHADOR VENDE SUA FORÇA DE TRABALHO, POR UM VALOR BEM AQUÉM DAQUILO QUE É PRODUZIDO COM ESTE TRABALHO, A DIFERENÇA, OU SEJA, O QUE VALE A MAIS É “SUBTRAÍDO” DO TRABALHADOR, PASSANDO ÀS MÃOS DO DONOS DOS MEIOS DE PRODUÇÃO. DIFERENÇA ENTRE TRABALHO FÍSICO E TRABALHO INTELECTUAL • TRABALHO FÍSICO – AQUELE QUE É VISÍVEL, PAUPÁVEL. • TRABALHO INTELECTUAL, É AQUELE QUE PROJETA UM DETERMINADO FIM. TRABALHO FÍSICO E INTECTUAL TRABALHO INTELECTUAL TRABALHO FÍSICO FIM ESPERADO PROJETO, VISUALIZAÇÃO DO QUE SE DESEJA REALIZAÇÃO DO PROJETO O QUE SE FOI PROJETADO, PENSADO. EXEMPLO DE TRABALHO INTECTUAL E FÍSICO • NA CONSTRUÇÃO CIVIL, OS ENGENHEIROS PROJETAM (TRABALHO INTELECTUAL); OS PEDREIROS EXECUTAM (TRABALHO FÍSICO). A PONTE OU O PRÉDIO SÃO EXEMPLOS DO FIM DESEJADO ALBORNOZ (2002), AFIRMA QUE NATUREZA E INVENSÃO SE ENTRELAÇAM NO TRABALHO HUMANO, EM NÍVEIS DIVERSOS, DA AÇÃO MAIS MECÂNICA E NATURAL À MAIS CONTROLADA E CONSCIENTE. NATUREZA E CULTURA SE ENCONTRAM NO LABOR DO PARTO... NO CULTIVO DO CAMPO, NA MODELAGEM DA ARGILA, NA INVENÇÃO DA ELETRICIDADE ... COMO NA PRODUÇÃO DE VITAMINAS EM COMPRIMIDOS, NA MONTAGEM DE CÉREBROS ELETRÔNICOS E NO ENVIO DE ASTRONAUTAS À LUA. A ORIGEM E A EVOLUÇÃO DO TRABALHO NA HISTÓRIA NATUREZA COLHE O QUE ESTAR NA NATUREZA AGRICULTURA PREPARA A TERRA, PLANTA, CULTIVA O ALIMENTO INDUSTRIALIZAÇÃO TRANSFORMA A MATÉRIA-PRIMA E PREOCUPA-SE COM A ACUMULAÇÃO DE RIQUEZA, ALÉM DA SUBSISTÊNCIA ALÉM DA INDUSTRIALIZAÇÃO NO ORGANOGRAMA ACIMA O TRABALHO PASSA POR UM ALARGAMENTO DOS SETORES, OU SEJA, NÃO APENAS A INDÚSTRIA, FORMAS COMO O TERCEIRO SETOR E O TRABALHO INFORMAL TAMBÉM SÃO RECONHECIDAS. O TRABALHO MUITAS VEZES PERDE SUA ESSÊNCIA E SE TRANSFORMA NO EMPREGO. POR EXEMPLO, DIZER QUE NÃO TEM EMPREGO PARA MÉDICOS NO INTERIOR DO PAÍS NÃO SIGNIFICA DIZER QUE NÃO TENHA TRABALHO, AFINAL EXISTEM PESSOAS DOENTES E CARENTES QUE PRECISAM DOS SERVIÇOS MÉDICOS TERAPÊUTICOS OU PREVENTIVOS. PARA WEBER, O TRABALHO VOCACIONAL É COMO DEVER DE AMOR AO PRÓXIMO, UMA DÍVIDA DE GRATIDÃO À GRAÇA DE DEUS (...) NÃO SENDO DO AGRADO DE DEUS QUE ELE SEJA REALIZADO COM RELUTÂNCIA . O CRISTÃO DEVE MOSTRAR-SE INDUSTRIOSO EM SEU TRABALHO SECULAR. (WEBER apud QUINTANEIRO, 2002) MAS O QUE ACONTECE NÃO É VOCAÇÃO, MAS UM ESTRANHAMENTO, UM FETICHE DO TRABALHO REALIZADO; PORTANTO O HOMEM AO VER O FRUTO DO SEU TRABALHO COMO ALGO QUE NÃO LHE PERTENCE, COMO ALGO ESTRANHADO, SURGE COMO RESULTADO DESTE TRABALHO, NA SOCIEDADE CAPITALISTA A DESREALIZAÇÃO DO SER SOCIAL. PORTANTO, PODEMOS DIZER QUE, SE POR UM LADO, O TRABALHO É UMA ATIVIDADE HUMANA CENTRAL NA HISTÓRIA HUMANA, EM SEU PROCESSO DE SOCIABILIDADE, POSTERIORMENTE, COM O ADVENTO DO CAPITALISMO, DEUSE UMA TRANSFORMAÇÃO ESSENCIAL QUE O ALTEROU E O COMPLEXIFICOU. (HELLER apud ANTUNES) É INTERESSANTE CONTUDO, A VOLTA AO TRABALHO NO SIGNIFICADO MAIS ABUNDANTE DO TERMO, ONDE TRABALHO E PRAZER POSSAM ENTRELAÇAR-SE FAZENDO DO INDIVÍDUO UM SER HUMNAO QUE SE REALIZE ATRAVÉS DE SUA AÇÃO DESEMPENHADA COMO CONDIÇÃO PRIMORDIAL DE SUA EXISTÊNCIA. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBORNOZ, Suzana. O que é trabalho. Coleção Primeiros Passos. Editora Brasiliense. São Paulo, 2005. ANTUNES, Ricardo Luís Coltro. O caracol e sua concha ensaios sofre a morfologia do trabalho. Boitempo Editorial. São Paulo, 2005. http://images.google.com.br MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemão, São Paulo. Ed. Martin Claret, 2005. Quintaneiro, Tânia;BArobosa, Maria Lígia de Oliveira; OLIVEIRA, Márcia Gardênia Monteiro de. Um Toque de Clássicos. Ed. UFMG, Belo Horizonte, 2002. 2ª ed. Ver. Ampl.