logia. O autor questionou os estudantes a respeito da oclusão de seus pais e irmãos, e relatou que se a mãe era afetada, 18% de seus filhos também o eram. Se o pai era afetado, 31% de seus filhos eram prognatas. Se nenhum dos pais apresentavam a característica, 4% das crianças eram afetadas. IWAGAKI também observou que 13% das famílias com uma criança prognata, apresentava um dos pais afetados e que 14% de seus irmãos tinham prognatismo. Na família onde não apresentava criança com prognatismo, somente 2% de seus pais eram afetados. Em casos onde um estudante não apresentasse prognatismo, somente 3% de seus irmãos eram afetados. IWAGAKI concluiu que a característica é familiar e provavelmente de caráter recessivo. Outras pesquisas sugerem que fatores ambientais possam estar envolvidos no desenvolvimento da Classe III esquelética8. • Componentes Estruturais da Classe III A despeito de muitos estudos com amostras de Classe III, poucas informações definem os componentes estruturais desta má-oclusão e algumas investigações sugerem que vários tipos de padrões de combinação esquelética podem compor indivíduos com Classe III4,7,20. SANBORN (1955)20, analisou as diferenças entre os padrões esqueléticos faciais Classe III e oclusão normal, numa amostra de 42 adultos Classe III, e 35 com oclusão normal. Após a realização das análises cefalométricas os casos Classe III foram divididos em quatro grupos, onde o Grupo A constituía-se de jovens com maxila dentro dos limites normais de protrusão e uma mandíbula prognata; o Grupo B apresentava maxila retruída e a mandíbula dentro dos limites normais de prognatismo; o Grupo C era constituído de jovens com maxila e a mandíbula dentro dos limites normais de prognatismo, e o último Grupo D apresentavam a maxila retruída e a mandíbula protruída. O autor observou que o grupo A, representou 45,24% (19 casos). O grupo B representou, 33,33% das Classe III (14 casos). O grupo C, apresentou 4 casos Classe III, ou 9,5% do total das Classe III. No último grupo (D), observou também 4 casos Classe III com a mesma porcentagem do grupo C, ou seja, 9,5% apresentavam uma combinação de retrusão maxilar e protrusão mandibular. DIETRICH (1970)3, encontrou que 37,5% de sua amostra com dentadura permanente e Classe III, apresentavam retrusão maxilar sem prognatismo mandibular, 31% possuíam protrusão mandibular com a maxila normal, e 24% tinham tanto mandíbula quanto a maxila dentro de um limite normal. Também observou 6% com retrusão tanto mandibular quanto maxilar, e 1,5% com retrusão maxilar combinada com protrusão mandibular. JACOBSON et al (1974)11, relatou as diferenças sexuais e cronológicas da Classe III em amostras de crianças e adultos. Num total de 149 indivíduos, o grupo adulto compreendia 32 homens e 34 mulheres e o grupo de crianças 30 meninos e 53 meninas (média de idade de 6 a 16 anos). A amostra foi dividida nos seguintes grupos: o grupo A constituía-se de maxila normal e mandíbula protruída; o grupo B maxila retruída e mandíbula normal; o grupo C maxila e mandíbula normais; grupo D com maxila retruída e mandíbula protruída; o grupo E apresentava maxila e mandíbula protruída; o grupo F maxila e mandíbula retruída; e o último grupo E maxila normal e mandíbula retruída. Para a amostra de adultos, os resultados demonstraram que o grupo A (maxila normal e mandíbula protruída), compreendeu a porcentagem mais ampla de má-oclusão Classe III, isto é, 40,63% e 55,89% em homens e mulheres respectivamente. Em ambos os sexos, o grupo B (maxila retruída e mandíbula normal), compreendeu a segunda maior porcentagem de casos Classe III, isto é, 28,15% em homens e 23,53% em mulheres. A maior di- ferença entre os sexos ocorreu no grupo C (maxila e mandíbula normais). Em homens a incidência foi de 21,87% enquanto que em mulheres a incidência é consideravelmente menor (5,88%). Os grupos D à G combinados representaram menos do que 15% do total de amostra de má-oclusão Classe III em ambos os sexos. Na amostra de crianças a porcentagem de incidência dos grupos é diferente para os de adultos. O maior grupo infantil foi o Grupo C, onde a maxila e mandíbula estão normais. ELLIS e MCNAMARA (1984)4, avaliaram os vários componentes da Classe III em 302 pacientes adultos, e concluíram que a má-oclusão Classe III não é uma entidade clínica isolada. Seus resultados indicaram que um componente dentário ou esquelético isoladamente nem sempre contribuem para a produção da Classe III no adulto, mas podem resultar de numerosas combinações dos componentes esqueléticos. Um achado interessante neste estudo foi a grande prevalência de retrusão maxilar esquelética. Em 65% do total da amostra exibiram uma maxila retrusiva. Esta retrusão maxilar estava associada com protrusão mandibular esquelética em 30,1%, e em 19,5% dos casos essa retrusão maxilar estava associada com uma posição mandibular normal. Nos trabalhos em adultos de SANBORN 20, DIETRICH 3, e 11 JACOBSON et al, as porcentagens de retrusão maxilar pura foram respectivamente de 33,3%, 36,7% e 25,7%. A combinação de retrusão maxilar esquelética e protrusão mandibular foi a combinação mais frequente de anomalias esqueléticas encontrada no estudo de ELLIS e MACNAMARA, representando 30,1% da amostra. Isto entra em contraste com os resultados de SANBORN20, que encontrou esta combinação em somente 9,5% de sua amostra.: DIETRICH3 que encontrou somente 01 caso (1,5%) desta combinação; e JACOBSON et al.11, encontrou somente 6% desta combinação na sua amostra. Ainda no estudo de ELLIS e Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 47 MCNAMARA a combinação de protrusão maxilar e mandibular esquelética representou 15% do total da amostra. Vários autores tem demonstrado diminuição da distância selanásio na população Classe III11,20. Isto causaria um aumento nas leituras dos ângulos craniomaxilar (SNA) e craniomandibular (ângulo do plano facial). Então, a protrusão da maxila e da mandíbula pode ser somente relativa, apresentando-se na realidade em uma posição normal. GUYER et al7, compararam telerradiografias de 32 jovens Classe I, com 144 jovens apresentando Classe III (com idades entre 5 e 15 anos). Constataram que os jovens com Classe III não exibiam sempre o mesmo padrão facial, ou seja, esta má-oclusão podia se apresentar com retrusão maxilar em 25% dos casos, com protrusão mandibular em 18,7% e uma combinação de ambos em 22,2%. Os autores ressaltaram que 41% dos casos de Classe III envolviam um aumento de altura facial anteroinferior. Os demais aspectos que caracterizaram a Classe III, foram a maior dimensão da base posterior do crânio o aumento do ângulo do plano mandibular, abertura do ângulo goníaco, maior comprimento mandibular, retrusão dos incisivos inferiores e protrusão dos incisivos superiores. FERRARI JR; SILVA FILHO5 com o propósito de caracterizar morfologicamente a Classe III, na fase da dentadura mista, avaliaram os dados cefalométricos e clínicos de uma amostra de 26 pacientes com Classe III, comparandoos com os de 52 jovens com oclusão normal da região de Bauru. Constataram uma freqüente deficiência maxilar no contexto estrutural da Classe III, associada ao prognatismo mandibular. SUE et al23, utilizando a análise de Ricketts encontraram que 62% da sua amostra Classe III envolviam retrusão maxilar. • Tratamento contemporâneo da classe III A correção da má-oclusão Classe III esquelética é um dos maiores de- safios enfrentados na prática ortodôntica diária. Embora o seu tratamento date desde o ano de 1800, muitos clínicos continuam evitando a intervenção precoce, pois acreditam que essa má-oclusão seja causada por um crescimento excessivo da mandíbula e não acreditam que seja possível controlar o crescimento mandibular29. Entretanto, um diagnóstico precoce da Classe III, possibilita um tratamento ortopédico que, alterar o crescimento e desenvolvimento da maxila e da mandíbula. Estas alterações são possíveis já que a Classe III não se encontra totalmente definida e consolidada nos jovens7,29. Porém, a detecção precoce mediante análises cefalométricas nem sempre é possível, apesar dos valores cefalométricos fornecerem uma importante informação com relação ao envolvimento de componentes esqueléticos e dentários na má-oclusão. Infelizmente, os valores cefalométricos muitas vezes são duvidosos numa criança, onde os componentes esqueléticos estão pouco evidentes não permitindo uma precisa identificação de um elemento principal responsável pela condição de Classe III. Devido à grande variabilidade das análises cefalométricas, outros fatores podem também ser considerados para a elaboração do plano de tratamento de um paciente Classe III. Assim, a avaliação clínica é um diferencial para as decisões do tratamento, e se concentram no perfil facial do paciente. O exame clínico é completado pelo exame dos modelos e das fotografias extra e intrabucais. Apesar do diagnóstico precoce, os resultados podem ser comprometidos pela falta de cooperação do paciente, por serem os aparelhos ortopédicos muitas vezes considerados desconfortáveis ou antiestéticos29. Um outro fator que poderia influenciar no sucesso do tratamento, seria a falta de experiência no manejo da Classe III por parte de alguns ortodontistas e clínicos, já que a Classe III re- presenta em média 5% da população16. Por esta razão, muitos profissionais consideram como possíveis soluções para estes casos a cirurgia ortognática e freqüentemente o tratamento ortodôntico com compensações dentárias. Isto seria realizado pela proclinação dos incisivos superiores e retração do segmento anterior inferior. Os elásticos de Classe III também são frequentemente utilizados em combinação com a extração dos primeiros pré-molares inferiores29. SPERRY22, relata que as compensações podem resultar num aumento da recessão gengival e mobilidade dentária no segmento anterior, além de comprometer em muitos casos a estética facial. Com relação ao tratamento interceptor da Classe III, TANNE27 acredita ser possível retardar ou redirecionar o crescimento da mandíbula, por meio de aparelhos extrabucais aplicados no arco dentário inferior, aparelhos ortopédicos funcionais e mentoneiras. A terapia com mentoneira tem sido comumente utilizada e amplamente reconhecida como um método para a correção da Classe III na fase em que a mandíbula ainda se encontra em crescimento29. Nos últimos 20 anos, vários estudos experimentais e clínicos, relataram que a força aplicada pela mentoneira provoca inúmeros efeitos ortopédicos: (1) redirecionamento do crescimento mandibular, (2) reposicionamento posterior da mandíbula, (3) retardo do crescimento mandibular, e (4) remodelação da mandíbula11. Segundo GRABER6, estes efeitos podem induzir mudanças esqueléticas permanentes e podem alterar o perfil prognata esquelético, particularmente quando aplicados em idades precoces. Porém, pouco é conhecido se a melhora no perfil esquelético pode ser mantido até que o crescimento craniofacial seja completado. SUGAWARA24 num estudo longitudinal avaliou 63 meninas japonesas com má-oclusão Classe III esquelética, com idades de 7, 9, 11, 14 e 17 anos, tratados com mentoneira. Con- Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 48 cluiu que, em média, a mentoneira raramente altera as características do prognatismo herdadas da Classe III após o crescimento. Isto demonstra a dificuldade de se obter um perfil favorável com a terapia ortopédica utilizando mentoneira em pacientes com protrusão mandibular severa. Não devemos portanto superestimar os efeitos da mentoneira, devendo ela ser aplicada dentro de certas limitações. Proposição Diante de uma escassez de dados envolvendo a Classe III em jovens bra- sileiros descendentes de japoneses, nos propusemos a avaliar as telerradiografias de jovens xantodermas da região de Maringá com Classe III e Classe I. Materiais e Métodos A amostra deste estudo foi proveniente de quatro escolas da colônia de língua japonesa (Acema, Nishi, Alvorada, Luzamor) e uma escola de 1º e 2º graus (Escola São Francisco Xavier) da cidade de Maringá. Ao todo 340 crianças foram examinadas, das quais 18 apresentaram Classe III, entretanto, apenas 12 se dispuseram a realizar TABELA 1 Distribuição entre os gêneros e idade dos grupos Classe I e Classe III. Grupo 6-9 anos n M F Média idade GRUPO I Classe I 12 7 5 7a 7m GRUPO II Classe III 12 8 4 8 anos as tomadas radiográficas. Ainda foram selecionadas ao acaso mais 12 com Classe I. No total 24 telerradiografias de jovens xantodermas da cidade de Maringá, com idade entre 6 e 10 anos de idade, foram obtidos e divididos em dois grupos: Grupo 1 (12) apresentando má-oclusão Classe I, e Grupo 2 (12) com padrão facial Classe III. No Grupo 1, 7 eram do gênero masculino e 5 do gênero feminino, e a média de idade foi de 7 anos e 7 meses. (TAB.1). No Grupo 2, 8 crianças eram do gênero masculino e 4 do gênero feminino, com média de idade de 8 anos e 2 meses. (TAB.1) Os critérios para inclusão no grupo 2 foi a presença de mordida cruzada anterior, mordida topo-a-topo e/ou uma relação de molar e de canino Classe III. (FIG. 1) FIGURA 1- Fotos intrabucais de um jovem da amostra com Classe III. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 49 As telerradiografias foram obtidas de um único Centro de Documentação Ortodôntica, mediante a utilização de um aparelho de raio X SIEMENS, ORTHOPHOS CD, com fator de amplificação 5% segundo o fabricante. A partir das telerradiografias, foram obtidos os desenhos anatômicos, mediante o auxílio de um negatoscópio, papel de acetato 17,5 X 17,5mm e lapiseira com grafite 0,5mm. Cada radiografia foi avaliada por dois examinadores calibrados, para verificar a precisão das medidas. As grandezas cefalométricas utilizadas envolveram medidas lineares e angulares. Inicialmente, as medidas cefalométricas de ambos os gêneros dos grupos Classe I e III foram submetidos ao teste t de Student para determinar a diferença entre os gêneros. Numa segunda avaliação, observou-se pelo Teste t de Student as diferenças existentes entre as amostras de Classe I e III. Para todos os testes estatísticos foi considerado um nível de significância de 5% (p < 0,05). As grandezas cefalométricas utilizadas nesta avaliação foram: (conforme FIG. 2) SNA, SNB, ANB , SN.GoGn, 1.PP, IMPA, Ba.SN, S-N, ArGo.Gn, Co-A, Co-Gn, AFAI. N S Po Co Or Ar ENA Ba ENP A Go B P M e Gn FIGURA 2 - Pontos cefalométricos e linhas de referência utilizadas para obtenção das grandezas. Resultados A comparação prévia entre as grandezas, para cada gênero, mediante aplicação do teste “t” de Student demonstrou diferenças estatisticamente significantes para as medidas: S-N, Co-A (TAB. 2 e 3) e CoGn apenas no grupo Classe I. O comprimento da base do crânio (S - N) foi similar em ambos os grupos, e não houve diferença significante no ângulo da base craniana (Ba - SN). Com relação aos valores médios de SNA, a amostra de Classe III exibiu TABELA 2 Comparações entre as médias e desvios padrão para os grupos masculino e feminino com Classe I. Grandeza Significância SNA Masculino _ (n=7) X (D.P.) 82.9286 (3,9) Feminino _ (n=5) X(D.P.) 81.6000 (2.90) 0.268 N.S SNB 79.9286 (3.36) 77.2000 (1.64) 0.063 N.S ANB 3.0000 (3.35) 4.3000 (2.41) 0.239 N.S 33.0714 (2.33) 35.0000 (1.87) 0.079 N.S 109.0000 (11.62) 104.2000 (11.00) 0.243 N.S 88.9286 (4.58) 91.2000 (2.77) 0.175 N.S 129.7143 (6.75) 132.0000 (3.80) 0.256 N.S 66.7857 (2.58) 63.2000 (1.64) 0.010 * 127.4786 (3.6) 124.7000 (3.56) 0.111 N.S * SN.GoGn 1.PP IMPA Ba.SN S-N ArGo.GN Co-A Co-Gn AFAI “p” 83.8571 (3.23) 80.8000 (1.64) 0.041 106.5714 (5.71) 101.2000 (3.19) 0.044 * 61.5714 (5.12) 62.0000 (1.41) 0.430 N.S N.S - Não significante * - significante (p<0,05) Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 50 uma maxila mais retrusiva do que o grupo Classe I, embora não significante estatisticamente. A posição retrusiva da maxila no grupo Classe III foi confirmada pela média do ângulo ANB que foi de aproximadamente 0º (.125) e na Classe I o valor médio do ANB estavam dentro da normalidade para idade (3,5º). O comprimento efetivo da maxila (Co - A) no grupo Classe III, apresentou valores significantemente menores, tornando notória retrusão maxilar esquelética. Com relação à altura facial anterior inferior (AFAI), os valores foram similares em ambos os grupos, bem como não foram observadas diferenças significan- tes na divergência facial (SNGoGn). Nas relações dentoalveolares, foram utilizadas duas medidas: 1.PP e IMPA. Tanto na Classe I como na Classe III os valores médios do incisivo superior e inferior foram considerados aceitáveis, não sendo observado compensações dentárias significantes estatisticamente na amostra Classe III. Discussão Por muito tempo a má-oclusão Classe III e o prognatismo mandibular foram relacionados como sendo sinônimos, ou seja um indivíduo que apresentava uma má-oclusão Classe III de Angle era diagnosticado como sendo portador de um prognatismo mandibular. Esta definição caracteriza a mandíbula como sendo o componente esquelético diretamente envolvido no desenvolvimento da anomalia craniofacial. Porém, ao diagnosticarmos uma má-oclusão Classe III, devemos considerar para o seu tratamento ortodôntico as posições verticais e ânteroposterior dos componentes faciais, assim como as relações dentárias, de maneira a tratar a deficiência ou excesso onde ela se encontrar. Da mesma maneira que os métodos de diagnóstico se aprimoraram, as investigações cefalométricas comprovaram que muitos indivíduos que apresentavam a má-oclusão Classe III, não estabeleciam apenas o envolvi- TABELA 3 Comparações entre as médias e desvios padrão entre os grupos masculino e feminino com Classe III. Grandeza Significância SNA Masculino _ (n=8) X (D.P.) 79.7500 (3.67) Feminino _ (n=4) X (D.P.) 81.5000 (2.38) -0.857 N.S SNB 80.1875 (3.43) 80.2500 (2.21) -0.032 N.S ANB -0.4375 (1.42) 1.2500 (2.87) -0.139 N.S SN.GoGn 32.7500 (5.3) 32.7500 (3.20) 0.000 N.S 106.2500 (6.09) 107.5000 (6.80) -0.323 N.S 88.9375 (3.84) 91.2500 (6.5) -0.787 N.S 129.5625 (6.78) 126.5000 (6.9) -0.732 N.S 66.6250 (2.56) 64.8750 (1.18) 1.277 N.S ArGo.GN 126.5000 (4.24) 126.5000 (1.73) 0.000 N.S Co-A 83.03750 (2.925) 78.5000 (4.04) 0.927 N.S Co-Gn 107.8750 (5.08) 103.5000 (7.60) 1.120 N.S 62.1250 (2.47) 59.5000 (8.34) 0.854 N.S 1.PP IMPA Ba.SN S-N AFAI “p” N.S - Não Significante * - Significante (p < 0,05) TABELA 4 Comparações entre as médias e desvios padrão entre os Grupos com Classe I e com Classe III. Grandeza Classe Classe_III Significância “p” _ I (n=12) X (D.P.) (n=12) X (D.P.) SNA 82.375 (3.44) 80.333 (3.29) 0.077 N.S SNB ANB SN.GoGn 1.PP IMPA Ba.SN S-N ArGo.GN Co-A Co-Gn AFAI 78.792 (3.02) 80.208 (2.97) 0.123 N.S 3.542 (2.95) 0.125 (2.05) 0.0016 * 33.875 (2.28) 32.750 (4.54) 0.225 N.S 107.000 (11.13) 106.666 (6.05) 0.464 N.S 89.875 (3.95) 89.708 (4.71) 0.463 N.S 130.667 (5.62) 128.542 (6.69) 0.204 N.S 65.292 (2.83) 66.042 (2.30) 0.242 N.S 126.292 (3.69) 126.500 (3.50) 0.444 N.S 82.583 (3.03) 79.750 (3.28) 0.019 * 104.333 (5.40) 106.417 (6.06) 0.191 N.S 61.750 (3.88) 61.250 (4.95) 0.393 N.S N.S - Não Significante * - Significante (p < 0,05) Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 51 mento da mandíbula (SANBORN20, 1955. DIETRICH3, 1970, JACOBSON14 et al 1974, ELLIS e MCNAMARA4, 1984, GUYER7 et al, 1986). Estes estudos comprovam que a má-oclusão Classe III pode ocorrer com várias combinações de variações dentárias e esqueléticas dentro do complexo craniofacial. ELLIS e MCNAMARA (1984)4, avaliando 302 indivíduos adultos Classe III, relataram que a retrusão maxilar associada com protrusão mandibular foi a combinação mais freqüente (30,1%). A retrusão maxilar com a mandíbula posicionada normalmente, foi encontrada em 19,5% da amostra, e a protrusão mandibular com uma maxila posicionada normalmente em 19,1%. Estes resultados estão de acordo com nossos dados e com os de GUYER et al (1986)7, que comparando 32 jovens Classe I, com 144 jovens apresentando Classe III, com idades entre 5 e 15 anos, constataram retrusão maxilar simples com 25% dos casos; a protrusão mandibular pura foi encontrada em 18,7% e a combinação de ambos em 22,2% da amostra. A presente pesquisa, ao estudar os componentes esqueléticos da má-oclusão Classe III, reafirma que nem sempre a mandíbula é o principal elemento estrutural no desenvolvimento da Classe III. O resultado mais interessante foi a prevalência da retrusão maxilar esquelética, o que foi coerente com os estudos em adultos de SANBORN (1955)19, JACOBSON et al (1974)14, e ELLIS e MCNAMARA (1984)4. Porém, no trabalho de Jacobson et al (1974)14 em crianças, encontraram apenas 8% de retrusão maxilar. Assim como no trabalho de SANBORN (1955)20, GUYER et al (1986)7, a média de SNA, mostrou valores menores no grupo Classe III. Outro dado significante foi com relação ao ângulo ANB, que apresentou valores próximos a 0º devido à retrusão maxilar (SNA), ao contrário do trabalho de JACOBSON et al (1974)14 em que os valores de ANB diminuídos foram devido à mandíbula ser mais prognática, e base craniana anterior mais curta. GUYER et al (1986)7 relatou valores negativos de ANB na amostra Classe III. A má-oclusão Classe III não indica nenhum padrão de divergência facial esquelético típico. Os casos desta amostra, não apresentaram alterações significantes na altura facial anterior inferior, ao contrário de GUYER et al (1986)7 que relatou 41% do total da amostra (59 entre 144) com altura facial inferior longa; e ELLIS e MCNAMARA (1984), relataram que a maioria da amostra exibiram uma AFAI excessiva. Diversos autores se referiram somente ao uso de mentoneira para restringir o crescimento mandibular, e não levantaram a hipótese de terapia com protração maxilar como um método de tratamento viável. Contudo, nossos resultados, e de estudos recentes demonstram que a maioria das Classe III apresentam uma retrusão maxilar4,7. Nesses casos, a terapia mais indicada seria a utilização de uma máscara para protração maxilar, precedida de expansão rápida da maxila. A eficiência da máscara facial como recurso ortopédico depende do potencial e da direção de crescimento e cooperação do paciente13. A idade para se iniciar o tratamento com máscara facial é variável, mas frequentemente está relacionada com as fases de desenvolvimento dentário, podendo iniciar-se aos 4 anos de idade8,29. Uma observação importante é iniciar o tratamento antes do surto de crescimento pubertário, aproveitando ao máximo o seu potencial, já que o término do crescimento da maxila é mais precoce do que o da mandíbula5. Os efeitos da terapia com máscara facial produzem uma rotação da maxila no sentido ântero-superior e uma extrusão dos molares superiores, provocando uma rotação da mandíbula para trás, aumentando a altura facial ântero-inferior e conseqüente abertura da mordida (TURLEY, 198829 MARTINS, 1994)13. Por este motivo, ela estaria contra-indicada em pacientes com padrão de crescimento vertical, quando utilizado isoladamente28. Na presença da Classe III, padrão vertical e/ou mordida aberta, uma das opções de tratamento seria a utilização de um Bite Block com parafuso expansor associado a um arco progênico. Um dos efeitos do Bite Block, em pacientes Classe III com deficiência maxilar, é o aumento do deslocamento para frente do complexo maxilar14. Com a associação do Bite Block a um parafuso expansor e o arco progênico teríamos respostas nas três dimensões: ântero-posterior, vertical e transversal25, 28. A seleção da estratégia de tratamento da Classe III, baseia-se na natureza específica da discrepância esquelética e/ou dentoalveolar1, que será determinada por um bom diagnóstico cefalométrico e principalmente facial. Conclusões Após a comparação cefalométrica entre jovens xantodermas em Classe I e Classe III pudemos constatar que: • A posição maxilar ântero-posterior fornecida pelo ângulo SNA, demonstrou retrusão maxilar no grupo Classe III, embora não estatisticamente diferente do grupo Classe I. • O comprimento efetivo da maxila no Grupo com Classe III (Co - A) foi significantemente menor, quando comparado ao grupo Classe I. • A relação intermaxilar (ANB) apresentou-se significantemente menor no grupo Classe III, confirmando a discrepância entre as bases apicais. • Embora houvesse uma tendência para menor ângulo da base do crânio no grupo Classe III, não houve diferença estatiscamente significante. • Os incisivos superiores e inferiores não apresentaram compensações dentárias significantemente diferentes entre os grupos. • a AFAI mostrou-se semelhante entre os grupos Classe I e III. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 52 Abstract The purpose of this study was to avaliate wich structural components were implicated in the young people with Class III maloclusion from Maringá - PR. The sample consisted in young japaneses subjects, aging 6 to 10 years aproximately, divided in two groups: Class I and Class III. The cephalometric measurements were rated by Student’s “t” test, where was determinated the sexual dismorphism in each group and the differences between them. The study’s results showed values of ANB and maxilar effective lenght (Co-A) significance in the Class III group, and between sex, determining a maxilar skelletal retrusion. The conclusion of study was that, not always, the mandible is the main involved structural component in the production of Class III, but that great part of this malocclusion presents maxilar involvement. Uniterms: Class III malocclusion; Maxillary retrusion; Cephalometrics. Referências Bibliográficas 01 - ANGLE, E. H., Classification of malocclusion. Dent Cosmos Cosmos, v.41, n.2, p.248-64, Feb. 1899. 02 - BROADBENT, B. H. A new x-ray technique and its application to orthodontic. Angle Orthod Orthod, v.1, p.45-66, Apr. 1931. 03 - DIETRICH, U. C. Morphological variability of skeletal Class III relationship as revealed by cephalometric analysis. Trans Eur Orthod Soc Soc, p.131-143, 1970. 04 - ELLIS, E., MCNAMARA, J. A. Components of adult class III malocclusion. J Oral Maxilofac Surg Surg, v.42, n.5, p.295-305, May 1984. 05 - FERRARI, F. M. J., SILVA FILHO, O. G. Má-oclusão Classe III na dentadura mista : considerações morfológicas. Bauru, 1991. Monografia (Residência) - HPRLLP, Universidade de São Paulo. 06 - GRABER, L. W. Chin Cup therapy for mandibular prognathism. Am J Orthod Dentofacial Orthop Orthop, v.72, p.23-41, 1977. 07 - GUYER, E. C.; ELLIS, E. E.; MCNAMARA, J. A.; BEHRENTS, R.G. Components of Class III Malocclusion in Juveniles and Adolescents. Angle Orthod Orthod, p.730, Jan. 1986. 08 - HICKMAM, J. H. Maxillary protraction therapy: diagnostic and treatment. J Clin Orthod Orthod, v.25, n.2, p.102-13, Feb. 1991. 09 - HOFRATH, H. Die bedeutung der röntgenfean - und abstandsauf nahme für die diagnostik der kieferanomalien. Fortsher Orthod Orthod, v.1, p.232-53, Apr. / Jul. 1931. 10 - ISHII, H. et al. Treatment effect of combined maxillary protraction and chincap appliance in severe skeletal class III cases. Am J Orthod Dentofacial Orthop Orthop, v.92, n.4, p.304-12, Oct. 1987. 11 - JACOBSON, A. et al. Mandibular prognathism. Am J Orthod Dentofacial Orthop Orthop, v.66, n.2, p.141-71, Aug. 1974. 12 - LITTON, S. F. et al. A genetic study of class III malocclusion. Am J Orthod Dentofacial Orthop Orthop, v.58, n.6, p.565-77. Dec. 1970. 13 - MARTINS, D. R. et al. Tratamento da má-oclusão de Classe III com máscara de protração maxilar (tração reversa). Odontomaster. Ortodontia Ortodontia, v.1, n.1, p.1-31, 1994. 14 - MCNAMARA JR, J. A. An experimental study of induced vertical dimension in the growing face. Am J Orthod Dentofacial Orthop Orthop, v.71, n.4, p.382-395. Apr. 1977. 15 - MCNAMARA, J. A.; BRUDON, W.L. Tratamiento de la maloclusión Classe III. In: Tratamiento ortodóncico y ortopédico em la dentición mixta mixta, ann arbor, 1995. Cap.6, p.121-133. 16 - MILLS, L. F. Epidemiologic studies of occlusion IV : the prevalence of malocclusion in a population of 1.455 school children. J Dent Res Res, v.45, p.332-336. 1966. 17 - MITANI, H.; SATO, K. J. Growth of mandibular prognathism after pubertal growth peak. Am J Orthod Dentofacial Orthop Orthop, v.104, n.4, p.330336, Oct. 1983. 18 - PROFFIT, W. R. Maloclusão e deformidade dentofacial na sociedade contemporânea. In : Ortodontia Contemporânea Contemporânea. São Paulo : Pancast, 1991. 19 - RAMOS, A.L.; BASSO, P.; PERIN, ê ncia N.R. Assist Assistê o rtodôntico preven tiva -preven em escolares de Porto Rico-PR Rico-PR. Projeto Institucional da UEM. Maringá, 1998. 20 - SANBORN, R. T. Differences between the facial skeletal patterns of class III malocclusion and normal occlusion. Angle Orthodont Orthodont, v.25, n.4, p.208-222, Oct. 1955. 21 - SILVA FILHO, O. G. et al. Prevalência de oclusão normal e má-oclusão em escolares da cidade de Bauru São Paulo. Parte I. Relação Sagital. Rev Odont USP USP, v.4, n.2, p.130-7, abr. / jun. 1990. 22 - SPERRY, T. P. The role of dental compensation in the orthodontic treatment of mandibular prognsthism. Angle Orthod Orthod, v.47, p.293-99, 1977. 23 - SUE, G.; CHACONAG, S. J.; TURLEY, P. K.; ITOH, I. Indication of skeletal Class III growth. Int Dent Res Res, v.66, p.348, 1987. (Special issue). 24 - SUGAWARA, J. et al. Long-term effects of chin cup therapy on skeletal profile in mandibular prognathism. Am J Orthod Orthod, v.28, p.127-33. 1990. 25 - SUGUINO, R. et al. Utilização e confecção do “Bite Block”. Rev Dental Press Ortod e Ortop Maxilar Maxilar, v.2, n.1, p.89-116. jan. / fev. 1997. 26 - TAKAHASHI, T. Prevalência da oclusão normal e m a loclusão em mestiços mestiços. Londrina, 1975. 105p. Tese (Doutorado em Ciências Ortodontia) - Faculdade de Odontologia de Londrina, Universidade Estadual de Londrina. 27 - TANNE et al. Effects on directions of maxillary protraction forces on biomechanical changes in craniofacial complex. Eur J Orthod Orthod. v.11, n.4, p.382-91, May 1988. 28 - TERADA, H. et al. Utilização do aparelho progênico para correção das mordidas cruzadas anteriores. Rev Dental Press Ortod e Ortop Maxialar Maxialar, v.2, n.2, p.87105. mar. / abr. 1997. 29 - TURLEY, P. K. Orthopedic correction of Class III malocclusion with palatal expansion and custom protraction Headagear. J Clin Orthod, v.22, n.5, p.314-25, May 1988. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 53 <faltando> Artigo de Ortopedia Avaliação Quantitativa e Qualitativa do Crescimento Craniofacial em Crianças até os Seis Anos de Idade Quantitative and Qualitative Evaluation of Six Years Old Children Craniofacial Growth Resumo Marcos Nadler Gribel O estudo do Crescimento e Desenvolvimento craniofacial sempre foi uma preocupação na Ortopedia Funcional dos Maxilares. DAVID HAMILTON demonstra que, entre os Ortodontistas e Ortopedistas Dentofaciais americanos, 86% acreditam ser prioritário o seu estudo1. A presente investigação tem por objetivo avaliar, quantitativa e qualitativamente, o crescimento craniofacial em crianças e pré-adolescentes, comparando-os com adultos jovens, em séries longitudinais de acompanhamento de crescimento. Os resultados sugerem um crescimento facial muito significativo, em termos absolutos e relativos, até os seis anos de idade, e também no primeiro ano de vida, o que vem somar mais um aspecto importante à necessidade de intervenções cada vez mais precoces no tratamento e prevenção de má-oclusões com participação de componente esquelético. crescimento e o desenvolvimento no âmbito do Sistema Estomatognático (S.E.). Por isto, é fundamental investigar o crescimento craniofacial, para dele tirar o maior número possível de subsídios que venham facilitar, acelerar e permitir a prevenção e correção das alterações de forma e função do S.E. Em 1993, SNODELL, NANDA e CURRIER2 publicaram um artigo demonstrando a importância do crescimento craniofacial até os 6 anos de idade. Concluíram, a partir da observações dos dados obtidos na série longitudinal da Universidade do Colorado, que várias regiões da face de uma criança, apresentam, aos 6 anos de idade, cerca de 80% (oitenta por cento) de suas dimensões transversais de adulto. Posteriormente, um grupo de brasileiros3 do Rio Grande do Sul, publicou um artigo baseado em dados obtidos a partir da série longitudinal de Burlington, e chegaram a conclusões semelhantes. Introdução A Ortopedia Funcional dos Maxilares (OFM) busca, entre outras coisas, através da estimulação adequada, orientar o Unitermos: Crescimento craniofacial; Ortopedia Funcional dos Maxilares; Tratamento muito precoce. Objetivo Avaliar, em três séries longitudinais de acompanhamento de crescimento cra- Marcos Nadler Gribel - Especialista em Ortodontia pelo Conselho Federal de Odontologia em Belo Horizonte/MG (1986). Consultório em Belo Horizonte, desde 1979. - Professor Assistente do Curso de Residência em Ortopedia Funcional dos Maxilares da Universidade Camilo Castelo Branco - São Paulo - SP (1987-1991). - Fundador e Presidente da Academia Brasileira de Fisiopatologia Cranio-Oro-Cervical (1993/1994). - Representante da ILADC no International Liasion das Academias Mundiais de Dores Faciais. (96/99). - Membro da New York Academy of Sciences. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 55 niofacial disponíveis na literatura4,5,6, diferentes daquelas investigadas anteriormente, os aspectos quantitativo e qualitativo do crescimento, com enfoque principal nas dimensões sagitais de base craniana, maxila e mandíbula, comparado-as nas diferentes faixas etárias. Materiais e Métodos ta. As medidas obtidas nestas investigações, ao longo da infância e adolescência, foram comparadas com as medidas de adultos, para os mesmos parâmetros avaliados. Neste artigo serão abordados apenas os levantamentos e medições sagitais (anteroposteriores), ligados à base craniana, Foi feito levantamento de dados (medições lineares sagitais, verticais e transversais) obtidos em três séries longitudinais4,5,6 de acompanhamento de crescimento de indivíduos, observados desde 1 ano4, 4 anos5 e 6 anos6 de idade até o início da fase adul- TABELA I Variação dos 3 parâmetros (N-S, ENA-ENP e Ar-Gn, em milímetros) em função da idade (anos). Dados a partir de BROADBENT4. Idades 1 ano 3 anos 6 anos 9 anos 12 anos 18 anos N-S 55,0 61,1 64,7 67,2 69,6 72,8 mm ENA-ENP 38,8 43,2 47,0 50,2 53,0 56,8 mm Ar-Gn 71,0 81,5 90,0 97,0 103,0 115,0 mm GRÁFICO I Medidas em milímetros para cada parâmetro avaliado, nas 6 idades relacionadas. Dados a partir de BROADBENT4 . 120 M i l í m e t r o s 100 1 ano 3 anos 6 anos 9 anos 12 anos 18 anos 80 60 40 20 0 FIGURA 1 - Crânio com as distâncias N-S, ENA-ENP e Ar-Gn N-S ENA-ENP Ar-Gn TABELA II Variação dos 3 parâmetros (N-S, ENA-ENP e Cd-Gn, em milímetros) em função da idade (anos). Dados a partir de BATHIA e LEIGHTON5 Idades 4 anos 6 anos 9 anos 12 anos 18 anos N-S 60,5 62,4 65,1 67,0 71,4 mm ENA-ENP 42,5 44,5 46,8 49,0 53,5 mm Cd-Gn 86,3 91,9 98,9 104,9 118,9 mm GRÁFICO II Medidas em milímetros para cada parâmetro avaliado, nas 5 idades relacionadas, para meninos. Dados a partir de BATHIA e LEIGHTON5 . FIGURA 2 - Crânio com as distâncias N-S, ENA-ENP e Cd-Gn. 120 M i 100 l í 80 m e 60 t 40 r o 20 s 0 4 ano 6 anos 9 anos 12anos 18 anos N-S ENA-ENP Cd-Gn Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 56 maxila e mandíbula. Nos Standards de BOLTON4, foram selecionadas as medidas lineares entre Násio (N) e Sela (S), para representar o comprimento sagital da base craniana anterior. Para representar sagitalmente a maxila, foi selecionada a distância ENA-ENP (espinha na- sal anterior à espinha nasal posterior). Para a mandíbula, levou-se em conta a distância Articular-Gnátio (Ar-Gn) (FIG. 1). A TAB. I apresenta os valores para as distintas idades, obtidos a partir dos dados publicados4 (tabelas e cefalogramas). O GRAF. I ilustra os achados. TABELA III Variação dos 3 parâmetros (N-S, ENA-ENP e Cd-Gn, em milímetros) em função da idade (anos). Dados a partir de MARTINS6 . Idades 6 anos 9anos 12 anos 18 anos N-S 66,0 67,5 71,8 76,5 mm ENA-ENP 46,9 48,4 50,7 55,8 mm Cd-Gn 99,3 107,2 115,5 128,6 mm GRÁFICO III Medidas em milímetros para cada parâmetro avaliado, nas 4 idades relacionadas, para meninos. Dados a partir de MARTINS6. M i l í m e t r o s 140 120 100 6 anos 9 anos 12 anos 18 anos 80 60 40 20 0 N-S ENA-ENP Cd-Gn TABELA IV Comparação percentual do crescimento entre cada idade e os 18 anos, (18 anos = 100%) para os parâmetros observados, a partir dos dados de BROADBENT 4 . Valores expressos em porcentagem. 1 anos 3 anos 6 anos 9 anos 12 anos 18 anos N-S 75,5 83,9 88,8 92,3 95,6 100% ENA-ENP 68,3 76 82,7 88,3 93,3 100% Ar-Gn 61,7 70,8 78,2 84,3 89,6 100% Idades GRÁFICO IV Comparação percentual do crescimento entre cada idade e os 18 anos, (18 anos = 100%) para os parâmetros observados. Dados a partir de BROADBENT4. P o r c e n t a g e m 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 ano 3 anos 6 anos 9 anos 12 anos 18 anos N-S ENA-ENP Ar-Gn No grupo de indivíduos acompanhados na série longitudinal do King´s College School of Medicine and Dentistry5, os levantamentos foram iniciados por BATHIA e LEIGHTON, a partir dos 4 anos de idade. Foram selecionadas as medidas lineares entre Násio (N) e Sela (S), para representar o comprimento sagital da base craniana anterior. Para representar sagitalmente a maxila, foi selecionada a distância ENA-ENP (espinha nasal anterior à espinha nasal posterior). Para a mandíbula, levou-se em conta a distância Condílio-Gnátio (Cd-Gn) (FIG. 2). A TAB. II apresenta os valores para as distintas idades, obtidos a partir dos dados publicados5 para meninos, dos 4 aos 18 anos de idade. O GRAF. II ilustra os achados. Recentemente, um grupo de investigadores brasileiros, publicou os dados de um grupo de indivíduos, leucodermas brasileiros, na série longitudinal da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo6. Os levantamentos foram iniciados a partir dos 6 anos de idade. A partir dessa base de dados, foram selecionadas as medidas lineares entre Násio (N) e Sela (S), para representar o comprimento sagital da base craniana anterior. Para representar sagitalmente a maxila, foi selecionada a distância ENA-ENP (espinha nasal anterior à espinha nasal posterior). Para a mandíbula, levou-se em conta a distância Condílio-Gnátio (Cd-Gn) (FIG.2). A TAB. III apresenta os valores para as distintas idades, obtidos a partir dos dados publicados6, para meninos, dos 6 aos 18 anos de idade. O GRAF. III ilustra os achados. Os gráficos IV, V e VI e as tabelas IV, V, e VI, apresentam os dados de cada uma das três séries anteriores, vistas agora em termos percentuais comparativos entre cada idade considerada e a idade adulta, 18 anos (18 anos corresponde a 100%). Observase nos três gráficos e tabelas comportamento muito similar, para os três parâmetros avaliados nesta investigação, a partir das três bases de dados distintas. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 57 TABELA V Comparação percentual do crescimento entre cada idade e os 18 anos,(18 anos = 100%) para os parâmetros observados, a partir dos dados de BATHIA e LEIGHTON5. Idades 4 anos 6 anos 9 anos 12 anos 18 anos 100% N-S 84,8 87,3 91,2 93,8 ENA-ENP 79,4 83,2 87 91,6 100% Cd-Gn 72,5 77,3 83,2 88,2 100% GRÁFICO V Comparação percentual do crescimento entre cada idade e os 18 anos, (18 anos = 100%) para os parâmetros observados, a partir dos dados de BATHIA e LEIGHTON5. P o r c e n t a g e m 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 4 anos 6 anos 9 anos 12 anos 18 anos N-S ENA-ENP Cd-Gn TABELA VI Comparação percentual do crescimento entre cada idade e os 18 anos, (18 anos = 100%) para os parâmetros observados. Dados a partir de MARTINS6 . 6 anos 9 anos 12 anos 18 anos N-S 86,3 88,2 93,9 100% ENA-ENP 84,1 86,3 90,9 100% Cd-Gn 77,2 83,4 89,8 100% Idades GRÁFICO VI Comparação percentual do crescimento entre cada idade e os 18 anos, (18 anos = 100%) para os parâmetros observados. Dados a partir de MARTINS6 . P o r c e n t a g e m 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 6 anos 9 anos 12 anos 18 anos N-S Discussão Comparando as TAB. I, II e III e examinando os GRAF. I II e III, observase que, pelo menos 86% das dimensões sagitais antero-posteriores da Base Craniana de um adulto, repre- ENA-ENP Cd-Gn sentada pela distância NS, já estão presentes em crianças aos 6 anos de idade; pelo menos 82% das dimensões sagitais antero-posteriores da Maxila de um adulto, representada por ENA-ENP, já estão presentes em crianças aos 6 anos de idade; e que, pelo menos 77% do comprimento diagonal da mandíbula de um adulto já está presente em crianças na mesma faixa etária. Estas dados corroboram os achados, observações e Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 58 As TAB. VII, VII, IX e X, e os GRAF. VII, VII, IX e X, mostram as variações do crescimento craniofacial, comparando as variações entre cada uma das faixas etárias estudadas na série Standards de Bolton, em termos absolutos e proporcionais. TABELA VII Variação dos 3 parâmetros (N-S, ENA-ENP e Ar-Gn), em milímetros, nos intervalos assinalados. Dados a partir de BROADBENT4. Faixas 1 a 3 anos 3 a 6 anos 6 a 9 anos 9 a 12 anos 12 a 18 anos N-S 6,1 3,6 2,5 2,4 ENA-ENP 4,4 3,8 3,2 2,8 3,8 mm 10,5 8,5 7,0 6,0 12,0 mm Ar-Gn 3,2 mm GRÁFICO VII Variação dos 3 parâmetros (N-S, ENA-ENP e Ar-Gn), em milímetros, nos intervalos assinalados. Dados a partir de BROADBENT4. 12 M 10 i l 8 í m 6 e t 4 r o 2 s 0 1a3 3a6 6a9 9 a 12 12 a 18 N-S ENA-ENP Ar-Gn TABELA VIII Variação dos 3 parâmetros (N-S, ENA-ENP e Ar-Gn), em porcentagem, nos intervalos assinalados. Dados a partir de BROADBENT4. Faixas 1 a 3 anos 3 a 6 anos 6 a 9 anos 9 a 12 anos 12 a 18 anos 5,9 3,9 3,6 11,3 8,8 6,8 5,6 7,2 % 14,8 10,4 7,8 6,2 11,7 % N-S 11,1 ENA-ENP Ar-Gn 4,6 % GRÁFICO VIII Variação dos 3 parâmetros (N-S, ENA-ENP e Ar-Gn), em porcentagem, nos intervalos assinalados. Dados a partir de BROADBENT4. 16 P 14 o r 12 c 10 e 8 n t 6 a g 4 e 2 m 0 1a3 3a6 6a9 9 a 12 12 a 18 N-S conclusões de outras investigações2,3, ou seja, do ponto de vista quantitativo, o crescimento na infância, até os seis de idade, é extremamente importante. Analisando a TAB. IV, observa-se ENA-ENP Ar-Gn que já no primeiro ano de vida há também um crescimento significativo – mais da metade das dimensões dos adultos de 18 anos de idade - para os três parâmetros avaliados. 75,5% das dimensões finais da base crania- na (N-S) estão estabelecidos nesta época; 68,3% da maxila (ENA-ENP); 61,7% da mandíbula (Ar-Gn). As TAB. VII, VIII e IX e os respectivos gráficos, mostram um outro aspecto importante, ou seja, a variação Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, n.4 - JUL./AGO. - 1999 59