INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS Incremento do crescimento facial e seus efeitos no tratamento da maloclusão de Classe II divisão 1ª. RENATO MAROCOLO DE OLIVEIRA BARBOSA Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Ortodontia do ICS – FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO ANÁPOLIS, como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Especialista. Anápolis, 2011 INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS Incremento do crescimento facial e seus efeitos no tratamento da maloclusão de Classe II divisão 1ª. RENATO MAROCOLO DE OLIVEIRA BARBOSA Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Ortodontia do ICS – FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO ANÁPOLIS, como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Especialista. ORIENTADOR: Prof. Fernando S. Buranello Anápolis, 2011 ii “O mais importante da vida não é a situação em que estamos, mas a direção para a qual nos movemos”. Oliver Wendell Holmes iii AGRADECIMENTOS A Deus por sua presença constante em nossas vidas, e por tornar tudo possível. Ao Prof. Ms. Dr. Rui David Paro Cambauva Coordenador do Curso de Especialização, pela contribuição no desenvolvimento deste trabalho, e pela atenção e dedicação fornecida durante o Curso. Ao Prof. Ms. Fernando Stefanato Buranello Pela segura orientação e atenção fornecida no desenvolvimento deste trabalho, e durante o Curso. A Profa. Ms. Adriana Lopes de Oliveira Cambauva Pela atenção e dedicação fornecida durante o Curso. Ao Prof.Ms. Dr. Cláudio de Gois Nery Pela atenção fornecida durante o Curso. iv DEDICATÓRIA Aos meus pais, Valter Barbosa (in memorian) e Cleis de Oliveira Barbosa por todo amor, carinho, educação e incentivo em mim depositado durante minha formação pessoal e profissional. v SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ...…………………...................................................................................... vii LISTA DE ABREVIATURAS…………………… ....................................................................... viii RESUMO……………………………………………………………………………........................... ix SUMMARY………………..................……………………………………………………................. x 1. INTRODUÇÃO……………………………………………………………………………................ 11 2. PROPOSIÇÃO ........................................................................................................................ 14 3. RETROSPECTIVA DA LITERATURA……………………........................................................ 15 3.1 Crescimento facial e seus fundamentos...................…………….............................. 15 3.2 Tratamento da maloclusão de Classe II divisão 1ª em pacientes em crescimento com uso de aparelho extrabucal.......................................................................................................... 28 3.3 Tratamento da maloclusão de Classe II divisão 1ª em pacientes em crescimento com uso de aparelhos funcionais ........................................................................................................ 51 4. DISCUSSÃO…………………………………………………….................................................... 71 7. CONCLUSÃO…………………....……………………………..…………….................................. 80 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ……………………………………….….................................. 82 vi LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Traçados compostos dos seis estágios de maturação das vértebras cervicais............................................................................................................. 21 vii LISTA DE ABREVIATURAS AEB – Aparelho extrabucal. ANB – Medida cefalométrica angular: ponto A, Násio, ponto B. CS1 – Primeiro estágio de maturação das vértebras cervicais. CS2 – Segundo estágio de maturação das vértebras cervicais. CS3 – Terceiro estágio de maturação das vértebras cervicais. CS4 – Quarto estágio de maturação das vértebras cervicais. CS5 – Quinto estágio de maturação das vértebras cervicais. CS6 – Sexto estágio de maturação das vértebras cervicais. FR-2 – Aparelho Fränkel 2. SNA – Medida cefalométrica angular: Sela, Násio, ponto A. SNB – Medida cefalométrica angular: Sela, Násio, ponto B. SMI – Índice de maturação esqueletal. T1 – Tempo 1. T2 – Tempo 2. T3 – Tempo 3 . T4 – Tempo 4. T5 – Tempo 5. T6 – Tempo 6. viii RESUMO O potencial de crescimento em indivíduos portadores de maloclusão de Classe II divisão 1ª é um tema de bastante interesse na prática ortodôntica, devido ao fato desta maloclusão constituir um percentual significativo dos tratamentos. A inter-relação maxilomandibular é muito variável e se deve ao aumento de volume diferencial, caracterizado por alterações progressivas da forma e proporções ósseas. Esta diversidade morfológica resulta das diferentes velocidades e direções de crescimento, por unidade de tempo. È importante para o profissional, ao planejar seu tratamento, fazê-lo coincidir com os períodos de crescimento mais favoráveis. Baseado nos detalhes da morfologia esquelética em desarmonia do paciente, o tratamento precoce da maloclusão de Classe II visa uma alteração espacial e morfológica das bases ósseas, restringindo o crescimento da maxila, ou redirecionando seu crescimento, liberando o potencial de crescimento da mandíbula. A questão mais crítica dos métodos de tratamento tem sido a real capacidade de afetar o crescimento facial, não podendo prever precisamente até que ponto se pode restringir ou redirecionar o crescimento, pois cada indivíduo possui tendências de crescimento intrínsecas próprias. A alegação de que os aparelhos funcionais podem estimular o crescimento mandibular moldou a natureza do debate sobre a interação entre o tratamento e crescimento. Com isso, se torna de suma importância o ortodontista ter um detalhado conhecimento do crescimento craniofacial para um perfeito diagnóstico, correto prognóstico e acertado plano de tratamento, selecionando o momento ideal durante o desenvolvimento para este tipo de tratamento. Este trabalho tem como objetivo avaliar a contribuição do crescimento no tratamento da maloclusão de Classe II divisão 1ª, com o uso de aparelho extrabucal ou aparelhos funcionais, ressaltando a melhor época para estes tratamentos. E concluiu que o tratamento da maloclusão de Classe II divisão 1ª em pacientes em crescimento utilizando aparelho extrabucal é basicamente focado na restrição do crescimento anterior da maxila, com a liberação do crescimento intrínsico mandibular. Os aparelhos funcionais estimulam discretamente o crescimento mandibular, porém este incremento não é clinicamente significativo para o tratamento. O melhor momento para o tratamento desta maloclusão é quando se consegue aproveitar o maior potencial de crescimento do paciente, ou seja, durante o surto de crescimento. ix SUMMARY The growth potential in individuals with malocclusion Class II division 1 is a topic of great interest in the orthodontic practice, due to the fact that this malocclusion constitute a significant percentage of the treatments. The maxillomandibular interrelationship varies widely and is due to increased volume differential, characterized by progressive changes of bone shape and proportions. This morphological diversity results from different speeds and directions of growth per unit of time. It is important for the professional, to plan your treatment, make it coincide with periods of more favorable growth. Based on the details of skeletal morphology in disharmony of the patient, early treatment of Class II malocclusion refers to a spatial and morphological changes of the bone bases, restricts the growth of the maxilla, or redirecting their growth, releasing the growth potential of the mandible. The most critical issue of treatment methods has been the real ability to affect facial growth, and can not predict precisely how far one can restrict or redirect growth, because each individual has its own intrinsic growth trends. The claim that functional appliances can stimulate mandibular growth shaped the nature of the debate about the interaction between treatment and growth. Thus, it becomes extremely important to the orthodontist to have a detailed knowledge of craniofacial growth for optimal diagnosis, prognosis and hit the correct treatment plan, selecting the right time during development for this type of treatment. This study aims to evaluate the contribution of growth in the treatment of malocclusion Class II division 1, with the use of headgear or functional appliances, highlighting the best time for these treatments. He concluded that the treatment of malocclusion Class II division 1 in growing patients using headgear is primarily focused on curbing the growth of the maxilla, with the release of intrinsic mandibular growth. Functional appliances stimulate mandibular growth slightly, but this increase is not clinically significant for treatment. The best time to treat this malocclusion is when you can enjoy the highest growth potential of the patient, ie, during the boom. x 11 1- INTRODUÇÃO O crescimento e desenvolvimento craniofacil é um assunto que vem sendo estudado há muitos anos pela ortodontia. A compreensão destes eventos se faz essecialmente necessário, devido ao fato de que com a ocorrência de desarmonias no processo de crescimento e desenvolvimento, pode se originar alguma maloclusão. Moyers (1991) definiu o crescimento como o aumento de tamanho, a mudança de proporção e a complexidade progressiva, determinado pela genética e influenciado por fatores ambientais. No crescimento normal e harmonioso dos ossos da face, a mandíbula cresce mais e por mais tempo do que a maxila, reduzindo a convexidade facial sem alterar a configuração facial e a relação interarcos (BJORK 1969). O potencial de crescimento em indivíduos portadores de maloclusão de Classe II divisão 1ª é um tema de bastante interesse na prática ortodôntica, por esta maloclusão constituir um percentual significativo dos tratamentos. De acordo com Ast et al. (1965), dos 1.413 escolares americanos com idades entre 15 e 18 anos avaliados, 23,8% eram portadores de maloclusão de Classe II, dados semelhantes ao trabalho de Almeida-Pedrim et al. (2008), onde avaliaram a prevalência dessa maloclusão em jovens de 6 a 12 anos de idade na cidade de Miranda/MS, encontrando 25% destes sendo portadores de maloclusão de Classe II divisão 1ª. Já Freitas (2002), demonstrou uma prevalência de 55% dos pacientes que procuram o tratamento ortodôntico. 12 Esta maloclusão é caracterizada por uma discrepância dentária ânteroposterior, com a dentição mandibular ´´distal´´ em relação à maxilar, com sobressaliencia excessiva e provável mordida profunda. A Classe II não possui uma morfologia única, podendo ser causada por displasia óssea (retrusão mandibular, protusão maxilar ou combinação de ambas), movimento anterior do arco superior, ou combinação de fatores esqueléticos e dentais (Moyers, 1991). Alguns estudos (McNamara Jr, 1981; Pancherz 1997; Stahl et al. 2008) relataram que esta discrepância é causada principalmente pela retrusão mandibular, enquanto outros trabalhos demonstraram a protusão maxilar como principal causa da maloclusão (Gesch, 2000; Rothstein & Yoon-Tarlie 2000). Existem diversas condutas terapêuticas para a maloclusão de Classe II divisão 1ª, dependendo da idade, do estágio maturacional, do comprometimento esqueletal, estético e oclusal do paciente. Estes tratamentos variam desde a ortopedia com aparelhos funcionais ou com tração extrabucal, em pacientes em crescimento, a tratamentos com aparelhos fixos, extrações dentárias ou até mesmo cirurgia ortognática. O tratamento precoce objetiva um relacionamento mais favorável entre as bases ósseas antes da irrupção da dentição permanente se completar, minimizando assim os movimentos dentários. Porém muitos profissionais não consideram o crescimento em seus planos de tratamento, podendo ser este um dos fatores que contribuem para o insucesso de alguns tratamentos. A inter-relação maxilomandibular é muito variável e se deve ao aumento de volume diferencial, caracterizado por alterações progressivas de forma e proporções ósseas. Esta diversidade morfológica resulta das diferentes 13 velocidades e direções de crescimento por unidade de tempo. È importante para o profissional, ao planejar seu tratamento, fazê-lo coincidir com os períodos de crescimento mais favoráveis (Vellini, 2004). Várias estratégias de tratamento utilizam o incremento do crescimento para a correção de diversas maloclusões. Baseado nos detalhes da morfologia esquelética em desarmonia do paciente, o tratamento da maloclusão de Classe II visa uma alteração espacial e morfológica das bases ósseas, restringindo o crescimento da maxila, ou redirecionando seu crescimento, liberando o potencial de crescimento da mandíbula. A questão mais crítica dos métodos de tratamento tem sido a real capacidade de afetar o crescimento facial, não podendo prever precisamente até que ponto se pode restringir ou redirecionar o crescimento, pois cada indivíduo possui tendências de crescimento intrínsecas próprias. A alegação de que os aparelhos funcionais podem estimular o crescimento mandibular moldou a natureza do debate sobre a interação entre tratamento e crescimento. Com isso, se torna de suma importância o ortodontista ter um detalhado conhecimento do crescimento craniofacial para um perfeito diagnóstico, correto prognóstico e acertado plano de tratamento, selecionando o momento ideal durante o desenvolvimento para este tipo de tratamento (Ghafari, 1998). Perante estas observações, o objetivo deste trabalho é avaliar a contribuição do crescimento no tratamento da maloclusão de Classe II divisão 1ª, com o uso de aparelho extrabucal ou aparelhos funcionais, ressaltando a melhor época para estes tratamentos. 14 2- PROPOSIÇÃO Este trabalho tem como objetivo: 1. Avaliar a contribuição do crescimento no tratamento da maloclusão de Classe II divisão 1ª, com o uso de aparelho extrabucal; 2. Avaliar a contribuição do crescimento no tratamento da maloclusão de Classe II divisão 1ª, com o uso de aparelhos funcionais, e; 3. Ressaltar a melhor época para estes tratamentos. 15 3 - RETROSPECTIVA DA LITERATURA 3.1- Crescimento facial e seus fundamentos Enlow (1993) relatou que o arco maxilar alonga-se horizontalmente em direção posterior, sendo um crescimento por deposição e reabsorção. Conforme a tuberosidade maxilar cresce e se alonga posteriormente, toda a maxila é simultaneamente transportada anteriormente. Ocorre também, no sentido vertical, uma combinação de reabsorção na face superior do palato e deposição na face inferior, produzindo um movimento de crescimento para baixo de todo o palato. Já a mandíbula não é considerada como um elemento funcional único; ela tem duas partes principais, o corpo e o ramo. O arco mandibular ósseo se relaciona especificamente com o arco maxilar ósseo; ou seja, o corpo mandibular é contraparte estrutural do corpo da maxila. O corpo mandibular se alonga para se igualar com o crescimento da maxila, e faz isso pelo remodelamento do ramo. Toda a mandíbula é deslocada anteriormente, assim como a maxila é transportada anteriormente enquanto simultaneamente cresce na região posterior. Para isto, o côndilo e a parede posterior do ramo crescem posteriormente. O deslocamento anterior de toda a mandíbula equivale à quantidade de deslocamento anterior da maxila. Isso localiza o arco mandibular numa posição correta em relação ao arco maxilar acima dele. O aumento das dimensões da fossa craniana média também tem um efeito de deslocamento anterior na maxila e mandíbula, porém maior na maxila. 16 Langlade (1993) relatou que o crescimento da maxila faz-se, sagitalmente, de modo sutural ao nível da sutura palatina e por aposição ao nível da tuberosidade. Cefalometricamente, a maxila tem um crescimento para baixo e para frente, com o plano palatino baixando paralelamente a si próprio e o ângulo BásioNásio.Ponto A permanecendo constante. Rakosi (1999) relatou que a remodelação maxilar envolve a deposição óssea na parede posterior da tuberosidade maxilar, resultando em um alongamento posterior do arco maxilar. Este alongamento reflete com o deslocamento primário do maxilar que anterioriza diretamente a mesma quantidade de alongamento posterior. Devido ao crescimento da fossa média, o maxilar, a base craniana anterior, a testa e o osso zigomático são deslocados em uma direção anterior. Esse processo leva ao deslocamento secundário do maxilar, sendo deslocado passivamente devido à expansão da fossa craniana média, sem que o processo de crescimento do maxilar seja diretamente envolvido. Ao contrário do que se afirmava anteriormente, os côndilos não governam o crescimento inteiro da mandíbula. Eles não são um tipo de ´´ centro de controle´´ direto sobre os centros de crescimento, mas funcionam apenas localmente. O significado da camada cartilaginosa do côndilo é que, devido à sua articulação com a base do crânio, forças compressivas são criadas, e a cartilagem é um tipo de tecido que se adapta à pressão. O deslocamento para baixo e para frente da mandíbula é um aspecto importante no processo de crescimento. O alongamento da mandíbula em direção ao ramo é possível porque a superfície anterior do ramo é remodelada por reabsorção dentro do corpo mandibular alongado. Simultaneamente, a mandíbula inteira desloca-se anteriormente por 17 uma quantidade igual à do deslocamento maxilar. As secções posteriores do ramo e os côndilos crescem posterior, e diagonalmente para cima e para trás e aumentam em altura, mantendo velocidade com o deslocamento mandibular. Isso significa que a mandíbula não somente se desloca para frente, como também para baixo. O crescimento da base craniana média também leva ao deslocamento secundário da mandíbula similar ao do maxilar. Como a expansão da fossa craniana média é na sua maior parte para frente, e o aumento é localizado anterior aos côndilos e ao ramo, o deslocamento secundário não desloca a mandíbula para frente tanto quanto o maxilar. Esse desequilíbrio é causado pelo crescimento horizontal do ramo que leva a uma relação anatômica correta entre o arco maxilar e mandibular. Com isso, o ramo é considerado o equivalente de crescimento da fossa craniana média. Vellini (2004) citou que o crescimento da maxila se realiza em modelo intramembranoso por aposição e reabsorção em quase toda sua extensão e por proliferação do tecido conjuntivo sutural nos pontos em que este osso se conecta com peças vizinhas. A principal área ou centro de crescimento da maxila situa-se na região do túber. Deve-se ponderar que, em vista de suas conexões com a base do crânio, o desenvolvimento desta, que é de origem cartilaginosa, influencia diretamente no posicionamento espacial da face média e mandíbula. Além disso, tudo faz crer que o septo nasal cartilagíneo serve de orientador no crescimento para baixo e para diante do complexo maxilar. A maxila tem um trajeto predominante de crescimento para trás e para cima, porém seu deslizamento se faz para frente e para baixo. A mandíbula é um osso de origem membranosa, sendo que na região de côndilo, apófise coronóide e provavelmente 18 também ângulo mandibular, forma-se tecido cartilaginoso cuja ossificação exercerá importante papel no crescimento mandibular. Portanto, a proliferação do tecido cartilagíneo da cabeça da mandíbula, a aposição e reabsorção superficial no corpo e ramo ascendente se constituem no complexo mecanismo de crescimento deste osso. É evidente um crescimento ósseo periosteal nas superfícies deste osso, remodelando-o e provocando os movimentos de deslizamento e deslocamento. Ela tem como resultado um movimento com direção para baixo e para frente. Variações na direção do crescimento facial têm sido analisadas através da cefalometria, por superposições sucessivas indicando um crescimento orientado para baixo e para frente. Esta tendência é o resultado do crescimento da maxila e mandíbula em direção posterior com a correspondente reposição do osso no sentido anterior. Gesch (2000) analisou mudanças relacionadas ao crescimento em indivíduos portadores de maloclusão de Classe II divisão 1ª não tratados ortodonticamente, por meio de uma amostra composta por 40 pacientes não tratadas com maloclusão Classe II, divisão 1ª, sendo 27 pertencentes ao gênero feminino e 13 ao masculino, sem apinhamento acentuado, falhas, mordida aberta ou sobremordida exagerada com contato gengival e ausência congênita, com excessão ao terceiros molares. A extensão da disto-oclusão excedeu a largura de um quarto pré-molar associado com protrusão dos incisivos superiores, examinados cefalometricamente em dois diferentes tempos. A idade média do grupo total foi de 10,1 anos no primeiro exame e 12,0 anos no segundo. O período médio de observação foi de 1,9 anos. A amostra foi subdividida em função do género e em 2 grupos de idade. Demonstraram que com o ângulo ANB 19 inalterado e o aumento na proeminência do queixo, ambos os maxilares desenvolveram ligeiramente para anterior. A redução do ângulo entre os planos palatino e mandibular, e do ângulo goníaco foi acompanhada por rotação anterior da mandíbula. A média do índice da altura facial anterior foi aumentada. A relação entre a altura facial anterior foi em grande parte neutra. Ela foi associada tanto com uma relação neutra ou um excesso vertical de ambos os maxilares. Metade dos indivíduos apresentaram um tipo facial ortognático e um terço deles em um tipo facial retrognático. A causa mais freqüente de uma relação distal foi um desarmônico deslocamento maxilar para anterior. Em apenas 25% dos casos foi apenas a mandíbula em relação distal. Ambas bases ósseas causaram a relação distal em 15% dos casos. E concluíram com base nos resultados encontrados que a posição anterior da maxila na maloclusão de Classe II divisão 1ª requer o uso de métodos de tratamento ortodôntico exercendo um efeito inibidor do crescimento da maxila. O desenvolvimento da Classe II/1ª não tratadas apresentado neste estudo permite a comparação diferenciada com estudos sobre diversos métodos de tratamento desta maloclusão. Wilhelm et al. (2001) compararam o crescimento longitudinal da base craniana em relação ao tamanho, forma e posição em indivíduos Classe I e Classe II esqueletal por meio de estudo de telerradiografias laterais de 43 pacientes, realizadas em três momentos, no primeiro mês de vida, aos 2 anos e aos 14, sendo 22 pertecentes ao grupo Classe I (overjet entre 1 e 3 mm e ângulo ANB entre 1º e 3º) e 21 ao grupo Classe II (overjet entre 5 e 10mm e ângulo ANB entre 5° e 8°). Os traçados foram relizados por um mesmo observador e retraçados após duas semanas, sendo realizadas sete medidas da base craniana 20 (seis lineares e uma angular). Todas essas medidas foram analisadas simultanemente com o uso de uma mutivariável fatorial ANOVA (MANOVA). Demonstraram que o crescimeto ocorreu em todas as variáveis entre as três idades avaliadas, com grande incremento entre um mês e dois anos. Contudo nenhum efeito significante no padrão esqueletal foi encontrado entre Classe I e Classe II. E concluíram com base nos resultados encontrados que a base craniana cresceu similarmente nos indivíduos Classe I e II, e o ângulo da base craniana não é significantemente mais obtuso nos indivíduos Classe II. Bishara (2006) avaliou as características, desenvolvimento, etiologia e considerações gerais do tratamento das maloclusões de Classe II por meio de revisão de literaura, e concluiu que as maloclusões de Classe II podem ser compostas por uma discrepância esquelética ântero-posterior entre maxila e mandíbula, muitas vezes com retrusão mandibular, porém a maxila pode também ser protrusiva. Essas relações são sobrepostas em uma variação igualmente ampla no padrão facial vertical que varia entre aumentado, normal ou diminuído, das alturas facial antero-inferior e total; os padrões de crescimento incremental nos indivíduos Classe II não diferem em magnitude dos padrões normais de crescimento. Faces normais com oclusão dentária normal parecem ter uma combinação de unidades esqueléticas que são bem relacionados umas as outras. Por outro lado, uma discrepância esquelética pode ser o resultado de ter unidades esqueléticas semelhantes que possuem um relacionamento menos favorável umas com as outras. A possível etiologia, a severidade, o potencial de crescimento, a variabilidade individual, a biomecânica utilizada, a cooperação do paciente e do plano de contenção são algumas das variáveis que poderiam 21 influenciar o resultados do tratamento em pacientes com má oclusão de Classe II. No entanto, é consensual que o ortodontista deve tentar reconhecer, diagnosticar e tratar estes casos durante o período de crescimento para obtenção de melhores resultados. Correção ântero-posterior e vertical das discrepâncias dentárias e esqueléticas é preconizado para a maioria dos pacientes na dentição mista tardia ou início da adolescência. Isto pode simplificar o tratamento geral, aproveitando do paciente o seu potencial de crescimento e cooperação no uso aparelhos extrabucais. O tratamento é projetado para redirecionar o crescimento da maxila e para permitir a mandíbula expressar seu potencial máximo de crescimento. Gomes & Lima (2006) avaliaram o crescimento mandibular de acordo com o método de Fishman, por meio de uma amostra composta por 85 indivíduos, com idades entre 9 e 18 anos, selecionados dos arquivos do Departamento de Ortodontia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Os pacientes foram avaliados em dois momentos: T1 através de telerradiografias laterais e radiografias de mão e punho, em T2 através de telerradiografias laterais. O intervalo entre T1 e T2 foi de cinco a 24 meses. Os indivíduos apresentavam padrão esqueletal de Classe I ou Classe II e foram divididos em três grupos de acordo com o método de Fishman: grupo I na fase de aceleração da velocidade de crescimento; grupo II no pico de velocidade de crescimento; e grupo III na fase de desaceleração de velocidade de crescimento. Os cefalogramas foram traçados manualmente e os pontos cefalométricos digitalizados pelo software DentoFacial Planner Plus 2.0. A quantidade de crescimento absoluto foi ajustada para obter uma taxa de crescimento anual (mm /ano). A taxa anual de crescimento foi comparada entre os sexos, entre indivíduos 22 com padrões esqueletais Classe I ou II, e entre os três grupos. Demonstraram que a taxa de crescimento na puberdade foi de 2,16mm para o comprimento do corpo mandibular, 3,16mm para a altura do ramo, e 4,31mm para o comprimento mandibular. A maior velocidade de crescimento mandibular de duas das três medidas (comprimento do corpo mandibular e no comprimento mandibular) ocorreu no grupo II, embora a quantidade não foi estatisticamente diferente dos outros grupos. Os resultados também não apresentaram diferenças significativas entre sexo, e padrão esqueletal. E concluíram com base nos resultados encontrados que existe uma grande variação no crescimento mandibular linear individual. Gu & McNamara Jr (2007) avaliaram as mudanças do crescimento mandibular utilizando sobreposições cefalométricas com implantes metálicos localizados na mandíbula durante os seis estágios de maturação das vértebras cervicais (CS1 a CS6), por meio de uma amostra constituída de 20 registros cefalométricos dos 36 indivíduos inclusos no estudo original com implantes de Mathews & Ware (sendo 13 do gênero feminino e 7 do masculino), em que nenhum indivíduo apresentou tratamento ortodôntico prévio na mandíbula, 15 possuíam relação molar de Classe I e cinco de Classe II. Os traçados cefalométricos foram realizados por um investigador e verificados por outro. Demonstraram que o maior aumento no comprimento mandibular ocorreu durante o intervalo de CS3 a CS4, com um aumento médio de 4,1 mm, e durante o intervalo CS5 a CS6 o menor aumento foi observado, com média de 1,3 mm. Comprimento do ramo e do corpo mandibular aumentou de forma constante a partir de CS1 a CS6, ambos apresentando a maior mudança durante o intervalo 23 de crescimento CS3 a CS4 (2,1mm e 2,8mm, respectivamente). Medidas da altura facial superior e ântero-inferior aumentaram de forma semelhante durante os seis estágios, mais uma vez, os maiores aumentos ocorreram entre CS3 a CS4. A maior média no aumento da quantidade de aposição óssea no côndilo ocorreu durante os estágios CS3-CS4, com 4,2mm. Durante o último intervalo de crescimento estudado (CS5 a CS6), a aposição óssea no côndilo diminuiu para 2,2mm, quase a metade do que foi observado durante CS3 a CS4. A deposição óssea mais pronunciada na região superior do côndilo foi observada durante o intervalo de CS4 para CS5, com um valor médio de 3,7mm. Deposição na região posterior do côndilo permaneceu relativamente constante durante os cinco intervalos estudados, com um pouco mais observados de CS2 para CS3, sendo o valor médio de 1,7mm. FIG 1. E concluíram com base nos resultados encontrados que o aumento máximo de comprimento mandibular, juntamente com maior aposição óssea no côndilo foi observado durante o intervalo CS3 CS4; rotação mandibular para frente ocorreu, devido ao maior crescimento mandibular posterior que anterior; remodelação mandibular e rotação condilar continuaram durante um período relativamente longo de tempo, mesmo depois que o pico de crescimento mandibular ocorreu. 24 Figura 1 - Traçados compostos das seis fases de maturação das vértebras cervicais. Sobreposição sobre os implantes de tântalo. Nota-se que o maior incremento do crescimento condilar ocorreu entre os estádios CS3 e CS4. Nota-se também o movimento para cima e para frente do molar e principalmente o movimento para frente do incisivo. Fonte: GU, MCNAMARA JR 2007. p.591. Stahl et al. (2008) compararam as alterações no crescimento craniofacial em indivíduos não tratados com Classe II divisão 1ª com os indivíduos de oclusão normal (Classe I), a partir da pré-puberdade através dos estágios de desenvolvimento definido por um indicador biológico de maturidade esquelética individual (método de maturação vertebral cervical), por meio de uma amostra composta por 17 indivíduos, sendo 11 do gênero masculino e 6 do feminino, portadores de maloclusão Classe II divisão 1ª, e o grupo controle também composto por 17 indivíduos Classe II, sendo 13 do gênero masculino e 4 do feminino. Telerradiografias laterais de boa qualidade em intervalos de seis meses consecutivos de desenvolvimento (T1 a T6) correspondente aos seis estágios de 25 maturação vertebral cervical (CS1-CS6) foram avaliados. CS1 e CS2 ocorrem antes do pico de crescimento puberal. O pico de crescimento do esqueleto está entre CS3 e CS4. A desaceleração no crescimento craniofacial ocorre durante o intervalo pós-puberdade, a partir CS4 a CS6. Indivíduos com Classe II divisão 1ª foram diagnosticados de acordo com os seguintes sinais em T1: relação molar de Classe II em meia cúspide ou cúspide inteira, excessiva sobressaliência (4mm) e ângulo ANB superior a 3º. Cefalogramas foram traçados por um investigador e verificada a localização dos pontos, contornos anatômicos, e sobreposições de rastreamento por outro. Quaisquer divergências foram resolvidas retraçando o marco ou a estrutura, a contento de ambos observadores. A análise cefalométrica foi personalizada contendo medições das análises Steiner, Jacobson, Ricketts, e McNamara - gerando 33 variáveis (11 angulares e 22 lineares) para cada rastreamento. Demonstraram que na comparação dos formulários em T1 entre a Classe II e Classe I, a deflexão da base craniana foi significativamente maior em indivíduos portadores de Classe II, no início do período de observação. Não foram diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos com relação à medidas esqueléticas e dentoalveolares maxilares. Não foram encontradas diferenças significativas para dimensões mandíbulares. A mandíbula foi significativamente retruída na Classe II, quando relacionada com a base anterior do crânio. Essa diferença também foi refletida pela significativa maior discrepância sagital intermaxilar na amostra de Classe II. Não houve diferença significativa para as relações esqueléticas verticais. Os incisivos inferiores foram significativamente retruídos no grupo de Classe II quando comparado com o Classe I. Na comparação em T6 entre a Classe II e Classe I, não foi encontrada diferença significativa entre a deflexão da base craniana no final do período de 26 observação. Todas as diferenças que foram estatisticamente significativas em T1 também eram em T6 com 2 diferenças significativas: o comprimento mandibular total foi significativamente menor no final do período de observação no grupo Classe II do que no Classe I; e os incisivos superiores foram mais protuídos na Classe II. Na comparação das alterações entre as fases (T2-T1, T3-T2, T4-T3, T5-T4, T6-T5) dos grupos Classe II e Classe I nenhuma diferença significativa foi encontrada entre T1 e T2. Na transição de T2 a T3, uma diferença significativa no diferencial maxilomandibular foi encontrado no grupo Classe II. Uma redução significativamente menor no ângulo goníaco foi observada nos indivíduos classe II do que nos indivíduos Classe I. Entre T3 e T4, que corresponde ao surto de crescimento puberal, um aumento significativamente menor no total do comprimento mandíbular tornou-se evidente no grupo de Classe II. Uma inclinação significativa vestibular dos incisivos inferiores em relação ao plano mandibular também foi encontrada no grupo de Classe II. Na comparação das mudanças gerais (T6-T1) entre as amostras Classe II e Classe I, o conjunto das alterações (CS1-CS6) mostraram um aumento significativamente menor no comprimento mandibular total e na altura do ramo mandibular na Classe II. E concluíram com base nos resultados encontrados que os padrões de crescimento craniofacial em indivíduos com Classe II não tratado, essencialmente, são semelhantes aos dos indivíduos não tratados com oclusão normal, com exceção do aumento significativamente menor no comprimento mandibular. A deficiência do crescimento na mandíbula em indivíduos Classe II é significativa no pico de crescimento (CS3, CS4), e é mantida na pós-puberdade (CS6). Estes resultados mostram que a desarmonia dentoesqueletal de Classe II não tem uma tendência 27 a auto-corrigir com o crescimento, em associação com a piora da deficiência em dimensões inferiores. Vásquez et al. (2009) descreveram as alterações no crescimento craniofacial de indivíduos com maloclusão de Classe II esquelética associada com protrusão maxilar no período de crescimento circumpubertal, por meio de registros de 25 indivíduos portadores de maloclusão de Classe II não tratados, e 25 indivíduos não tratados com oclusão normal (Classe I), (sendo 14 do gênero masculino e 11 do feminino em cada grupo) foram selecionados a partir dos registros longitudinal da Universidade de Michigan de Estudo de Crescimento. Todos os indivíduos Classe II tiveram protrusão maxilar. As medições foram feitas em telerradiografias lateral e póstero-anterior, e em modelos de gesso, em dois momentos. A primeira observação (T1), foi durante a fase de crescimento prépuberdade (estágio de maturação das vértebras cervicas de CS1 para CS3). A segunda observação (T2), foi durante o a fase pós-puberdade (CS4 para CS6). Foram feitas as seguintes comparações: Classe I com Classe II em T1 e em T2, e alterações no crescimento na Classe I em relação a Classe II. Demonstraram que nenhuma das características dentofaciais estudadas mostraram alguma diferença estatisticamente significante quando comparadas as alterações com crescimento entre os grupos Classe II e Calsse I. E concluíram com base nos resultados encontrados que as características dentofaciais da maloclusão de Classe II associados com protrusão maxilar esquelética são mantidos durante o período circumpubertal, e que as alterações com o crescimento neste tipo de desarmonia de Classe II são semelhantes aos de indivíduos com oclusão normal. 28 3.2 – Tratamento da maloclusão de Classe II divisão 1ª em pacientes em crescimento com uso de aparelho extrabucal. Cangialosi et al. (1988) avaliaram cefalometricamente os efeitos do tratamento da Classe II divisão 1ª com a terapia Edgewise sem extração combinada com a força extrabucal cervical por meio de uma amostra composta por 43 indivíduos, sendo 30 pertencentes ao gênero feminino, com idades médias de 10 anos e 4 meses, e 13 ao masculino, com idades médias de 12 anos e 2 meses. Todos pacientes apresentavam relação canino de Classe II, relação de molar variando de Classe II completa à meia Classe II, overjet médio de 7,0mm e o ângulo ANB médio de 4,9°. Telerradiografias laterais com seus devidos traçados cefalométricos foram realizadas antes e após o tratamento. O tempo médio de tratamento foi de dois anos e oito meses, e todos pacientes foram tratados com a terapia Edgewise sem extrações associado com força extrabucal cervical, e elásticos intermaxilares ao final do tratamento. Uma análise estatística foi aplicada aos dados. A diferença entre as medidas iniciais e finais para cada paciente foi computadorizada. Posteriormente, a diferença média de cada variável, o desvio padrão, o erro padrão e o erro da média foram calculados. Para avaliar a comparação das mudanças entre a medida inicial e final, o teste T de Student foi utilizado. Demonstraram que ocorreu uma diminuição significativa no ângulo SNA, podendo esta mudança ser causada pela retração do ponto A ou inibição de crescimento anterior da maxila, contribuindo para reduçãodo ângulo ANB. E concluíram com base nos resultados encontrados que o crescimento anterior da maxila foi inibida e a mandíbula foi permitida crescer para baixo e para a frente, 29 reduzindo efetivamente a discrepância maxilo-mandibular; a diminuição do ângulo SNA contribuiu para a redução da discrepância ANB; a inclinação descendente da parte anterior do palato foi observada, o que aumentou a altura facial posterior. Mair & Hunter (1992) examinaram o modo em que o tratamento convencional de Classe II sem extrações afeta a direção de crescimento da mandíbula durante o tratamento, avaliaram até que ponto a direção do crescimento durante o tratamento é previsível a partir de medidas esqueléticas padrões, por meio de uma amostra composta por 26 indivíduos, sendo 19 pertencentes ao gênero masculino e 7 ao feminino, portadores de maloclusão de Classe II divisão 1ª, overjet maior do que 5mm, tratados sem extrações utilizando aparelho fixo e aparelho extrabucal ajustados com 400 a 600 gramas de força por lado, e os pacientes orientados a utiliza-los de 12 a 14 horas por dia . Um grupo controle composto por 15 indivíduos ,sendo 11 pertencentes ao gênero masculino e 4 ao feminino, também portadores de maloclusão de Classe II divisão 1ª. Telerradiografias laterais foram realizadas em três momentos: T1 ao início do tratamento, T2 final do tratamento ativo e T3 dois anos após concluído o tratamento, e no grupo controle as telerrradiografias foram realizadas com idades aproximadas ao grupo tratados nos três momentos. As telerradiografias foram digitalizadas e suas respectivas análises realizadas. Demonstraram que a direção de crescimento mandibular foi interpretado como o movimento do ponto gnátio em relação à linha SN quando traçados sucessivos foram sobrepostas na linha SN em S. Em média, a direção do crescimento mandibular apareceu mais verticalmente durante o tratamento, já no pós-tratamento foi geralmente mais horizontal do que durante o tratamento, mas foi também extremamente variável. A 30 inclinação do ramo mandibular foi, aparentemente, um importante indicador de como o crescimento mandibular responderá a mecânica de tratamento da Classe II. E concluíram com base nos resultados encontrados que o crescimento mandibular foi mais vertical para o grupo tratado do que o grupo controle durante o período de tratamento. No pós-tratamento a direção de crescimento foi, em geral mais horizontal do que durante o tratamento, mas a intensidade do o vetor horizontal foi extremamente variável. No que diz respeito à previsão da direção de crescimento mandibular em resposta a mecânica de tratamento convencional da Classe II, das 13 medidas cefalométricas estudadas, apenas o ângulo articular, goníaco, goníaco superior foram significativamente correlacionados com o a direção de crescimento mandibular durante o tratamento. A inclinação do ramo mandibular parece ser importante na determinação de como o ponto mentual vai responder ao tratamento. No entanto, a grande maioria da variação da direção do crescimento mandibular durante o tratamento permaneceu inexplicado pela estrutura pré-tratamento. Kopecky & Fishman (1993) determinaram um período de maturação esqueletal, quando a tração maxilar extrabucal cervical pode ser perfeitamente utilizada para a movimentação ortopédica, por meio de uma amostra constituída de 41 pacientes, sendo 17 pertencentes ao gênero marculino e 24 ao feminino, com idades entre 9 e 17 anos. Todos possuiam uma série longitudinal de telerradiografias laterais juntamente com radiografias carpais, sendo realizadas antes, durante e depois do tratamento com a tração maxilar extrabucal cervical. Os indivíduos eram portadores de maloclusão de Classe II, divisão 1ª com prognatismo do terço médio da face. Os primeiros molares superiores foram 31 bandados e foi utilizado o aparelho extrabucal cervical tipo Kloehn. O tempo médio de tratamento com o extrabucal foi de 1,7 anos. Os traçados cefalométricos foram realizados, e digitalizados e aos registros de cada paciente foi atribuído uma idade de maturação esquelal de acordo a metodologia estabelecida pela Fishman. As alterações esqueléticas e dentárias atribuídas ao tratamento extrabucal cervical foram relacionadas com os diferentes períodos de maturação para a avaliação do melhor momento para este tipo de tratamento. Demonstraram que a maior redução da convexidade ocorreu durante o pico de velocidade de crescimento associado ao índice de maturação esqueletal (SMI) 4 – 7. E concluíram com base nos resultados encontrados que o melhor momento para este tratamento é entre os estágios maturacionais SMI 4 – 7, período de alta velocidade de crescimento. O segundo momento para este tratamento é durante o período de aceleração da velocidade de crescimento, entre os estágios SMI 1 – 3, e o pior momento é durante o período de desaceleração da velocidade de crescimento, entre os estágios SMI 8 – 11. Pouquissima variabilidade existe entre os sexos quando fatores de crescimento estão relacionadas a nível maturacional. Tulloch et al. (1997) avaliaram os métodos que permitem a avaliação estatística dos efeitos esqueletais do crescimento de duas abordagens diferentes de modificações do crescimento em indivíduos portadores de maloclusão de Classe II, comparando com mudanças em um grupo controle sem tratamento, por meio de 166 indivíduos com idade média de 9,4 anos selecionados pelos seguintes critérios: possuir overjet maior ou igual à 7mm, todos incisivos superiores e primeiros molares erupcionados, todos dentes permanentes em desenvolvimento confirmado por radiografia panorâmica, estarem um ano antes 32 do pico de velocidade de crescimento confirmado por radiografia de mão e punho. Os critérios de exclusão foram os seguintes: possuir alguma síndrome ou defeito congênito, marcante assimetria facial, extrema desproporção vertical, não ter recebido nenhum tratamento ortodôntico anterior. Telerradiografias laterais foram realizadas com suas respectivas análises cefalométricas antes e após 15 meses de tratamento. Estes pacientes foram divididos aleatoriamente em três grupos: um com o tratamento precoce realizado com aparelho extrabucal com tração cervical (ajustado com força de oito a dez onças), composto por 52 pacientes, sendo 31 pertencentes ao gênero masculino e 21 ao feminino; outro com bionator, constituído por 53 pacientes, 30 pertencentes ao gênero masculino e 23 ao feminino; e um grupo controle sem tratamento precoce, formado por 61 indivíduos, 35 do gênero masculino e 26 do masculino. Estes tratamentos precoces tiveram duração de 15 meses. Demonstraram através da comparação entre os grupos, o tratamento precoce reduziu a gravidade da discrepância esquelética da Classe II, independente do aparelho utilizado. O grupo AEB mostrou uma restrição do avanço maxilar quando comparado com os demais grupos, enquanto que o grupo tratado com aparelho funcional mostrou um aumento no posicionamento anterior da mandíbula com um aumento do comprimento mandibular. Apesar de não haver nenhum artifício específico para reduzir a sobressaliência nesta fase do tratamento,o overjet médio foi reduzido no tratamento dos dois grupos, embora não no grupo controle. A variabilidade das respostas individuais é freqüentemente obscurecida por um foco na mudança das médias, e foi notado que, apesar das diferenças médias estatisticamente significativas, houve grande variação dentro todos os três grupos. E concluíram com base nos resultados encontrados que as crianças com malooclusão de 33 Classe II experimentaram uma variação considerável no crescimento durante o período da pré-adolescencia, com e sem tratamento. O tratamento precoce tanto com aparelho extrabucal como a terapia com aparelho funcional pode reduzir a gravidade de um padrão esquelético de Classe II. Com qualquer uma das abordagens, há uma chance de cerca de 75% de melhoria no relacionamento dos maxilares. Em média, o AEB produz a maior mudança na maxila, enquanto o uso de aparelhos funcionais produz maior mudança mandibular, mas há variações consideráveis dos efeitos em ambas terapias. Se essas alterações precoces serão mantidas e farão diferença nos pacientes, posteriores gerenciamentos e resultados do tratamento ainda serão avaliados. Tulloch et al.(1997) avaliaram o tratamento precoce e tardio da maloclusão de Classe II e analisaram a condição inicial, a idade ou maturidade do paciente ao início do tratamento, o seu padrão de crescimento e cooperação como possíveis influências sobre o resultado do tratamento, por meio de um ensaio clínico inicialmente realizado na Universidade da Carolina do Norte, onde foram avaliados 166 indivíduos com idade média de 9,4 anos selecionados pelos seguintes critérios: possuir overjet maior ou igual à 7 mm, todos incisivos superiores e primeiros molares erupcionados, todos dentes permanentes em desenvolvimento confirmado por radiografia panorâmica, estarem um ano antes do pico de velocidade de crescimento confirmado por radiografia de mão e punho. Os critérios de exclusão foram os seguintes: possuir alguma síndrome ou defeito congênito, marcante assimetria facial, extrema desproporção vertical, não ter recebido nenhum tratamento ortodôntico anterior. Telerradiografias laterais foram realizadas com suas respectivas análises cefalométricas antes e após 15 meses 34 de tratamento. Estes pacientes foram divididos aleatoriamente em três grupos: um com o tratamento precoce realizado com aparelho extrabucal com tração cervical (ajustado com força de oito a dez onças), composto por 52 pacientes, sendo 31 pertencentes ao gênero masculino e 21 ao feminino; outro com bionator, constituído por 53 pacientes, 30 pertencentes ao gênero masculino e 23 ao feminino; e um grupo controle sem tratamento precoce, formado por 61 indivíduos, 35 do gênero masculino e 26 do masculino. Foi observada uma redução da discrepância maxilar, diminuição correspondente no overjet e correção da relação molar. Para os fins do presente estudo, foram divididos a mudança no ângulo ANB durante a fase 1, que vão desde altamente favorável à desfavorável. A mudança no ângulo ANB foi expressa como a variação anualizada para ajustar para pequenas diferenças de período de tempo entre os cefalogramas inicial e final da primeira fase do tratamento de cada criança. Apenas uma medida de sucesso do tratamento foi escolhido para evitar o aumento da probabilidade de falsos resultados positivos que ocorre quando muitas medidas cefalométricas, que contêm informações em sobreposições, são utilizadas. Embora muitos fatores têm sido sugeridos para influenciar a magnitude da resposta ao tratamento inicial, optaram por concentrar na gravidade da condição inicial do paciente, idade e maturidade física no início do tratamento, o padrão de crescimento, e cooperação ou conformidade com o tratamento. Demonstraram que em relação à resposta ao tratamento as mudanças apresentaram significativas diferenças , embora pequenas, entre os três grupos. No entanto, a concentração de variação média tende a mascarar a variabilidade na resposta ao tratamento. Observaram o alto percentual de indivíduos nos dois grupos de tratamento (aproximadamente 80%) que tiveram mudanças favoráveis 35 ou muito favoráveis nas relações esqueléticas dos maxilares durante este tempo. O grau de severidade inicial da classe II não está associado de qualquer forma linear com a magnitude da resposta ao tratamento ou com as mudanças verificadas nos pacientes não tratados durante o curto período do estudo. A idade e a maturidade também não demonstrou estatisticamente nenhuma influência na magnitude da resposta ao tratamento. Curiosamente, o padrão de crescimento experimentado durante a fase 1, não mostrou nenhuma relação linear com alterações no ângulo ANB em pacientes tratados ou não. Quando as associações estatísticas foram analisadas entre mudança na relação do esqueleto e da cooperação medido como um registro do número médio de horas por dia, ou o número médio de horas por dia durante o intervalo entre as visitas, os coeficientes foram grandes, mas não estatisticamente significativos.E concluíram com base nos resultados encontrados que existe uma grande variação na resposta nas modificações de crescimento no tratamento precoce da Classe II. Aproximadamente 75% das crianças submetidas ao tratamento precoce com AEB ou com o bionator, experimentaaram uma redução favorável ou altamente favorável da discrepância esquelética. Esta resposta ao tratamento inicial é significativamente diferente do crescimento experimentado por crianças com maloclusão de Classe II similar não tratadas. Não houve relação estatisticamente significativa determinada entre a magnitude da resposta ao tratamento e a gravidade do problema esqueletal inicial, a idade / maturidade dos pacientes no início do tratamento, seu padrão de crescimento antes ou durante o tratamento, ou a sua cooperação medido como horas de uso ou conformidade geral. 36 Bishara (1998) avaliou as mudanças no comprimento mandibular e a relação com a base craniana, bem como as relações maxilo-mandibulares em indivíduos portadores de maloclusão de Classe II da dentição decídua a mista, e também avaliou os efeitos do tratamento ortodôntico, com e sem extrações de primeiros pré-molares, com base nessas relações, por meio de uma amostra constituída por 75 indivíduos, sendo 30 portadores de maloclusão de Classe II divisão 1ª, sendo 15 pertencentes ao gênero feminino e 15 ao masculino, sem tratamento ortodôntico anterior, e 35 portadores de Classe I, sendo 15 do gênero feminino e 20 do masculino, retirada do Estudo de Crescimento Facial da Universidade de Iowa. Cefalogramas laterais foram realizados em três estágios de desenvolvimento dentário: na dentição decídua, na dentição mista (primeiros molares e maioria dos incisivos erupcionados), e dentição permanente. Outra amostra composta por 91 pacientes, sendo 44 (21 do gênero masculino e 23 do feminino) foi tratada com extrações de quatro pré-molares, e 47 (20 do gênero masculino e 27 do feminino) foram tratados sem extração. O processo de seleção desta amostra foi baseado nos seguintes critérios: todos os casos foram originalmente diagnosticados como Classe II/1ª; todos os pacientes receberam tratamento ortodôntico geral envolvendo aparelho fixo edgewise, força extrabucal, e mecânica de Classe II; a seleção dos pacientes foi limitada a pessoas em crescimento. nenhum dos pacientes apresentava anomalias congênitas, significativa assimetrias faciais, ou dentes ausentes congenitamente; registros pré-tratamento e, pelo menos, dois anos pós ortodontia estiveram disponíveis. Demonstraram que das cinco medições na comparação mandibular, duas foram significativamente diferentes entre os grupos da Classe II/1ª e normal. Comprimento mandibular foi significativamente menor na Classe II/1ª nas fases 37 iniciais de desenvolvimento, tanto em indivíduo do sexo masculino e feminino. No entanto, as diferenças não foram significativos na fase posterior de desenvolvimento. A mudança total no comprimento mandibular não foi significativamente diferente entre os dois grupos. A magnitude geral das curvas de comprimento mandibular foi significativamente maior nos indivíduos normais do que nos Classe II/1ª. Em indivíduos do sexo feminino, o ângulo da convexidade esquelética na Fase I e o ângulo ANB no sexo masculino na Fase III foram maiores nos indivíduos Classe II/1ª do que em indivíduos normais. Na comparação dos indivíduos Classe II tratados com indivíduos não tratados observou-se que nos indivíduos do sexo masculino ocorreu uma redução significativa no ANB e NAPog em todos os três grupos, mas esta redução foi significativamente maior no grupo Classe II com extrações do que no correspondente sem extrações. O overjet e overbite diminuíram significativamente em ambos os grupos tratados durante o período de observação. O grupo com oclusão normal demonstrou pouca ou nenhuma alteração nesses parâmetros. E concluíram com base nos resultados encontrados que houve poucas diferenças consistentes entre os grupos de Classe II/1ª não tratada e indivíduos com oclusão normal em comparações transversais. As diferenças no comprimento mandibular e posição foram mais evidentes nas fases iniciais de desenvolvimento do que nas fases posteriores. A comparação longitudinal dos perfis de crescimento indicaram que as tendências de crescimento são essencialmente semelhantes entre os indivíduos Classe II/1ª não tratados e indivíduos com oclusão normal com relação aos diferentes parâmetros comparados. As comparações de magnitude de crescimento indicaram a presença de maior convexidade facial esquelética no grupo de Classe II/1ª não tratada, 38 acompanhada por uma tendência mais retruída da mandíbula. As comparações entre os grupos tratados de Classe II/1ª e indivíduos normais indicaram que o prétratamento da maloclusão de Classe II/1ª foram associados a uma maior sobressaliência, sobremordida profunda, e maior ângulo ANB. Depois de um período de 5 anos de tratamento e observação, houve uma normalização geral das relações esqueléticas no tratamento dos indivíduos Classe II/1ª, tanto para os grupos extração e sem extrações, em comparação com indivíduos normais. Os efeitos foram mais pronunciados no grupo com extrações. Ghafari et al. (1998) avaliaram o tratamento precoce da maloclusão de Classe II divisão 1ª e compararam os tratamentos com tração extrabucal e aparelhos funcionais por meio de uma amostra consistiuda de 63 indivíduos, com idades entre sete e 13 anos, portadores de maloclusão Classe II, Divisão 1ª bilateral, ângulo ANB mínimo de 4,5°, sem tratamento ortodôntico prévio, e espera residencial estabilidade de três anos. A idade cronológica das crianças variou de 7 anos e 2 meses a 13 anos e 4 meses. Foram realizadas telerradiografias laterais antes e após o tratamento. A idade óssea foi a base da classificação entre os dois grupos etários, definidos com base na comparação de radiografias carpais de acordo com Greulich e Pyle: do início para o meio da infância ( menor de 10 anos nos indivíduos pertencentes ao gênero feminino, menor ou igual a 10,5 anos ao masculino) e no final da infância (maior ou igual a 10 anos nos indivíduos pertencentes ao gênero feminino, maior ou igual a 10,5 anos ao masculino). O nível de severidade da maloclusão foi definida pela discrepância cefalométrica medida pelo ângulo ANB como baixa (ANB de 4,5° a 6,5°) ou alta (maior ou igual a 6,6°). Dentro de cada grupo de gravidade, as crianças foram atribuídos ao 39 acaso para o tratamento com extrabucal (n = 41) ou Fränkel (n = 43). O AEB de tração reta foi utilizado para minimizar os efeitos extrusivos normalmente obtidos com um AEB cervical (tração baixa), e ainda assim manter o potencial para um movimento mais distal do que com um AEB de tração alta. Uma força de distalização média de 14 a 16 onças de cada lado foi utilizadas, sendo orientado seu uso por 14 horas diárias. Para o aparelho funcional Fränkel foi orientado o uso por 16 horas diárias. Demonstraram que a discrepância sagital entre os maxilares foi reduzida com ambos os aparelhos. No entanto, a redução do ângulo ANB foi quase duas vezes maior com o AEB após terapia do que com aparelhos funcionais. A contribuição de cada uma das bases ósseas para esta redução mostra a diferença entre os grupos aparelho. O extrabucal afetou significativamente a maxila, com a redução do ângulo SNA, já o FR II resultou em uma posição mais anterior da mandíbula, como demonstrado pelo aumento no ângulo SNB. Os efeitos dos aparelhos na posição dos incisivos superiores também diferiu, o FR II levou a uma retroinclinação destes dentes, enquanto o AEB teve um efeito oposto. Ambos os métodos de tratamento resultou em uma vestibularização dos incisivos inferiores, mas a quantidade de vestibularização destes dentes pelo regulador de função foi mais que o dobro em relação ao extrabucal. As medições do comprimento mandibular não demonstrou diferenças estatisticamente significativas entre o AEB e o Fränkel II. A diferença média entre essas mudanças ao longo do período de dois anos de tratamento precoce foi de 0,46mm. E concluíram com base nos resultados encontrados que tanto o extrabucal como o regulador de função são eficientes na correção da maloclusão de Classe II divisão 1ª em crianças na pré-puberdade. O comum modo de ação desses aparelhos é a possibilidade de gerar crescimento diferencial entre os 40 maxilares. A extensão e a natureza desse efeito, bem como outras respostas esqueléticas e oclusais, diferem. Em média, o extrabucal tem um efeito distal sobre a maxila e primeiros molares, mas não sobre os incisivos superiores, ja o regulador de função restringe o crescimento da maxila e resulta em retroinclinação dos incisivos superiores, uma posição mais anterior da mandíbula e vestibularização dos incisivos inferiores. O efeito de ambos os aparelhos no comprimento mandibular parece ser, em média, semelhantes. Keeling et al. (1998) examinaram os efeitos esqueléticos e dentários ântero-posterior que ocorre como resultado de um tratamento precoce com o aparelhos extrabucal com plano oclusal e o bionator, bem como as mudanças que ocorrem após a remoção do aparelho antes da segunda fase da terapia com o aparelho completo. Um total de 225 crianças, sendo 87 pertencentes ao gênero feminino e 138 ao gênero masculino, com idades média de 9,6 anos no início do estudo, foram aleatoriamente destribuídos em três grupos: controle (em número de 81), tratados com bionator (em número de 78), e extrabucal com plano oclusal (em número de 90). Telerradiografias foram obtidas inicialmente, depois obtida relação de Classe I molar ou após 2 anos, depois de um período adicional de 6 meses durante o qual os indivíduos tratados foram randomizados para a retenção ou não retenção e depois de um final de 6 meses sem aparelhos. Os pacientes tratados com extrabucal foram orientados a utilizar o aparelho de 14 horas por dia; o aparelho foi utilizado com tração alta ou cervical e ajustado com uma força 16 onças. Os pacientes tratados com bionator foram orientados a utilizarem constantemente o aparelho, removendo apenas para alimentação e higienização. Demonstraram que tanto o grupo tratado com AEB quanto com bionator tiveram 41 correção da relação da Classe II, reduziu overjet e a discrepância das bases ósseas, e provocaram um movimento posterior dos dentes maxilares. As alterações esqueléticas, em grande parte devido ao maior crescimento mandibular em ambos indivíduos tratados, mantiveram-se estáveis um ano após o término do tratamento, mas movimentos dentais recidivaram. E concluíram com base nos resultados que tanto o bionator quanto o AEB com plano oclusal não afetaram o crescimento maxilar durante o tratamento nessas crianças de 9 a 10 anos, e ambos aparelhos aumentaram o crescimento anterior mandibular. Alterações esqueléticas podem ser alcançadas nessa faixa etária e que elas são estáveis. Ulger et al. (2006) avaliaram o controle da dimensão vertical no tratamento de pacientes portadores de maloclusão de Classe II divisão 1ª em crescimento com o uso do aparelho extrabucal cervical, e combinação de extrabucal cervical e arco utilidade inferior, por meio de uma amostra composta por 36 pacientes onde foram realizadas telerradiografias laterais antes e após o tratamento. Os pacientes possuíam maloclusão esqueletal de Classe II divisão 1ª, com base maxilar normal ou tendência de prognatismo maxilar, padrão de crescimento normal ou hiperdivergente, se encontravam no período de pré-puberdade em relação ao surto de crescimento, excessivo overjet, e alinhamento aceitável nos dentes inferiores, e foram divididos em dois grupos. O grupo C, composto por seis pacientes pertencentes ao gênero feminino e seis ao masculino, com idades médias de 8,85 anos, tratados apenas com o extrabucal cervical, por um período médio de 1,43 anos; o grupo UC, composto por sete pacientes pertencentes ao gênero feminino e cinco ao masculino, com idades médias de 9,23 anos, foram 42 tratados com uma combinação de extrabucal com arco utilidade inferior por um período médio de 1,48 anos; e para eliminar os efeitos do crescimento e desenvolvimento sobre as estruturas craniofaciais, um grupo controle, com oito pacientes pertencentes ao gênero feminino e quatro ao masculino, com idades médias de 8,62 anos, foram selecionados com base nos mesmos critérios para observação por um período de 1,42 anos. O arco interno do aparelho foi expandido de 8 a 10mm, e o arco externo foi inclinado para cima de 15° a 20° em relação ao arco interno. Foi utilizada uma força de 450 a 500 gramas e os pacientes foram orientados a utilizar o aparelho de 12 a 14 horas por dia. O arco utilidade inferior foi utilizado de acordo com o recomendado pela técnica bioprogressiva. Para a análise cefalométrica foram realizadas 17 medidas lineares, 14 angulares e 2 proporcionais. Demonstraram que o aparelho extrabucal cervical ortopédico usado com um arco interno expandido e um ângulo de inclinação para cima de 15° a 20° do arco externo, usado de 12 a 14 horas por dia, com uma força de 450 a 500g, mudou a posição maxilar em ambos os grupos em tratamento com rotação no sentido horário; houve um aumento significativo no plano vertical, e a discrepânica sagital diminuiu significativamente, sendo o ponto A movido para baixo e para trás. O uso do extrabucal cervical causou não apenas um aumento na altura facial anterior total, mas também um significiante aumento na altura do ramo mandibular em comparação com o grupo controle. Como altura facial total e do ramo mandibular aumentaram, a orientação do plano mandibular permaneceu relativamente inalterada. Não houve alteração significativa na rotação mandíbular com o uso do extrabucal cervical. Quando os parâmetros esqueléticos foram avaliados, foram encontradas diferenças apenas entre o grupo controle e os grupos de tratamento. Não houve diferença estatística entre os 43 grupos de tratamento. Houve extrusão do molares superiores nos grupos de tratamento quando comparado com o grupo controle, sem diferença estatísticamente significativa entre os grupos de tratamento. O aumento relativo na extrusão do molar foi menor que 1mm, que pode ser considerada clinicamente insignificante. Os molares superiores também foram movimentados para distal com inclinação mesial nos grupos de tratamento. No grupo controle, os molares superiores apresentaram deslocamento mesial de 1,0mm por causa da migração mesial espontânea durante o período de observação. E concluíram com base nos resultados encontrados que os grupos com tratamento apresentaram reduções significativas na protrusão maxilar; o aumento na altura facial anterior apresentaram valores maiores nos grupos de tratamento em relação ao grupo controle; os grupos com tratamento, também apresentaram taxas estatisticamente significativas de aumento da altura do ramo, e como resultado, a direção do planomandibular permaneceu inalterada; tratamento extrabucal cervical causou extrusão do molar superior extrusão menor de 1 mm em comparação com a erupção durante o crescimento e desenvolvimento; aumento da rotação mandíbular não ocorreu em ambos os grupos de tratamento; os molares superiores foram movimentados para distal e inclinados mesialmento em ambos grupos com tratamento; o arco utilidade inferior produziu intrusão, retrusão e inclinação lingual dos incisivo, e os molares inclinaram para distal, sem extrusão. O arco utilidade inferior pareceu não influenciar a resposta de rotação mandibular. Almeida-pedrin et. Al. (2007) investigaram os efeitos em curto prazo do tratamento da maloclusão da Classe II utilizando os aparelhos extrabucal e bionator, comparando com um grupo controle sem tratamento da Classe II, por 44 meio de um grupo experimental composto por 60 indivíduos, com as seguintes características: relação molar distal bilateral maior de meia cúspide, ângulos ANB > 4,5 °, sem tratamento ortodôntico prévio, dividido em dois grupos, um tratado com extrabucal outro com bionator. O grupos tratado com extrabucal, em número de 30 indivíduos, sendo 15 pertencentes ao gênero masculino e 15 ao feminino,com idade média inicial de 10,02 anos e idade média final de 11,80 anos, foram tratados no Departamento de Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo, Brasil, por um período médio de 1,78 anos. Os pacientes do grupo Bionator, formado por 30 pacientes, sendo 15 pertencentes do gênero masculino e 15 ao feminino, com idade média inicial de 10,35 anos e final de 11,87 anos, tratados na mesma faculdade por um período médio de 1,52 anos. A amostra controle também constituiu de 30 indivíduos, 15 pertencentes ao gênero masculino e 15 ao feminino, com idade média inicial de 10,02 anos, e uma idade média final de 11,51 anos, e foram observados por 1,49 anos. As telerradiografias iniciais (T1) dos dois grupos foram obtidas dentro de duas semanas da instalação do aparelho, e as finais, pós-tratamento (T2), foram realizadas quatro semanas após a remoção do aparelho para eliminar a postura mandibular para frente causada pelo aparelho. As telerradiografias laterais para cada paciente em T1 e T2 foram padronizadas quanto ao fator de ampliação (9%), e digitalizadas com o software Dentofacial Planner (versão 7.0, Dentofacial Planner, Toronto, Ontário, Canadá). Os grupos tratados e o grupo controle foram homogêneos em T1 quanto à maturação das vértebras cervicais. O estágio médio de maturação das vértebras cervicais (CVM) em todos os grupos em T1 foi entre os estágios 1 e 2, segundo a classificação de Franchi. Estes estágios representam o momento anterior ao pico de maturidade esquelética. Portanto, 45 ambos os grupos foram adequadamente compensados em idade cronológica e maturação esquelética para uma comparação direta. As amostras tratadas e controle foram comparadas antes do tratamento para determinar suas semelhanças e auxiliar na interpretação dos resultados. A comparação global dos três grupos mostrou um alto nível de similaridade. A análise dos efeitos do tratamento (T2-T1) foi derivada do estudo dos traçados cefalométricos pré e póstratamento. Estes dados foram comparados com os dados correspondentes ao grupo controle. Demonstraram que a maxila dos pacientes tratados com AEB mostrou uma significativa restrição de crescimento anterior. Um aumento estatisticamente significante na protrusão mandibular foi observado em pacientes tratados com o Bionator. Comprimento mandibular efetivo aumentou 3,23mm no grupo controle, 5,29mm no grupo AEB, e 4,15mm no grupo Bionator, mas essas diferenças não foram estatisticamente significativas. Os ângulos ANB nos grupos AEB e bionator foram reduzidos (1,95° e 1,55°, respectivamente), e no grupo controle essa variável permaneceu essencialmente inalterada, uma diferença que foi estatisticamente significativa. Nos grupos tratados os incisivos superiores foram retraídos e verticalizados; e os molares superiores foram distalizados 1,27mm no grupo extra-bucal e mesializados 0,92mm no grupo controle e 0,10mm no bionator. Os incisivos inferiores foram vestibularizados no grupo tratado com bionator, e retroinclinados no tratamento com extra-bucal. Os molares inferiores extruíram e mesializaram significativamente mais nos grupos tratados do que nos controles. E concluíram com base nos resultados encontrados que alterações no crescimento anterior da maxila ocorreram apenas no grupo de tratamento com extrabucal; um aumento estatisticamente significante na protrusão mandíbula foi observado em pacientes tratados com bionator; o 46 aumento do comprimento mandibular foi observado nos grupos tratados em comparação com o grupo controle, apesar de estatisticamente não significativo. Não houve diferença estatisticamente significativa no padrão de crescimento craniofacial ou na altura facial antero-inferior e posterior entre os grupos. O tratamento da Classe II com aparelhos extra-bucal e bionator é mais eficiente em curto prazo, com fortes movimentos dentoalveolares e, menores, mas significantes efeitos esqueléticos. A estabilidade destes resultados devem ser analisados em um estudo de longo prazo. Kirjavainen et al. (2007) avaliaram os efeitos do tratamento precoce com tração extrabucal no perfil facial de crianças portadoras de maloclusão de Classe II divisão 1ª, por meio de uma amostra composta por 40 indivíduos (20 do gênero masculino e 20 do feminino) com idade média de 9,1 anos, portadores de maloclusão de Classe II divisão 1ª de Angle, overjet maior de 2mm, protusão maxilar, onde foram realizadas telerradiografias laterais e modelos de gesso antes a após o tratamento, e o perfil facial foi avaliado pelos cefalogramas. Um grupo controle foi obtido por um corte transversal de 644 alunos de escolas de Helsinki, Finlândia, dos quais 362 do eram do gênero masculino e 282 do feminino. Os indivíduos foram tratados unicamente durante o estudo com a tração extrabucal cervical de Kloehn, com força de 500g por lado. O arco interno do aparelho foi expandido 10 mm e o arco externo inclinado 15° para cima e os pacientes instruídos a usar o aparelho de 12 a 14 horas por dia. O tempo médio de tratamento foi de 1,6 anos. Demonstraram que a relação molar de Classe I foi alcançada em todas as crianças tratadas. Em comparação com os controles, o tratamento restringiu o crescimento do ponto A maxilar para a frente e o ângulo 47 SNA diminuiu 1,4° (+/- 1,2º) por ano. Diminuição do prognatismo maxilar foi associada com a diminuição da convexidade facial, e o ângulo ANB diminuiu em relação aos controles. Protrusão do lábio superior foi reduzida, e o ângulo nasolabial aumentou apesar do aumento da inclinação facial dos incisivos superiores. O tratamento significativamente diminuiu a distância entre os lábios na sua posição relaxada. E concluíram com base nos resultados encontrados que o tratamento com tração extrabucal cervical na correção da maloclusão de Classei II esteve associado com uma diminuição da convexidade facial causada pela restrição do crescimento anterior do ponto A maxilar, enquanto o restante do perfil facial, incluindo a mandíbula, continuam a crescer para frente em uma frequência normal. Bacceti et al. (2009) avaliaram a influência do momento do tratamento da Classe II sem extrações utilizando Aparelho Extra-Bucal (AEB) combinado com aparelhos fixos e elásticos em relação à maturidade esquelética (pré-puberdade, puberdade, e pós-puberdade), avaliada com o método de maturação das vértebras cervicasis (CVM), por meio de uma amostra composta por três grupos de pacientes portadores de maloclusão Classe II Divisão 1ª de Angle. Telerradiografias laterais foram obtidas de todos os indivíduos com a mesma máquina de raios-X antes do tratamento (T1) e com um intervalo médio de seis meses após o tratamento (T2). O primeiro grupo constituído por 23 indivíduos, sendo nove pertencentes ao gênero feminino e 14 ao masculino, começou e terminou o tratamento antes do surto de crescimento puberal: todos apresentaram estágio de maturação das vértebras cervicais (CS) 1 em T1 e CS 3 em T2. O segundo, formado por 24 indivíduos, sendo 13 do gênero feminino e 11 do 48 masculino, recebeu tratamento durante o surto de crescimento puberal: CS 3 em T1 e em T2 CS 5. O terceiro grupo, constituído por 13 indivíduos, sendo sete pertencentes ao gênero feminino e três ao masculino, tratado num estágio de desenvolvimento pós-puberdade: apresentou CS 5 em T1 e em T2 CS 6. A média do intervalo de T1 a T2 foi de aproximadamente 30 meses para todos os pacientes, com uma duração média do tratamento de 24 meses. As características dos pacientes no pré-tratamento foram relação de molar bilateral de Classe II (meia cúspide), overjet excessivo (maior que 5 mm), e ângulo ANB maior que 4°. Estas características coincidiram com as do grupo controle não tratado com maloclusão de Classe II composto por 47 indivíduos, sendo 18 pertencentes ao gênero feminino e 29 ao masculino, também dividido em três grupos: antes do surto de crescimento puberal (17indivíduos), durante o surto de crescimento (17 indivíduos) e após o surto de crescimento (13 indivíduos). Todos pacientes foram tratados consecutivamente pelo mesmo operador com o mesmo protocolo de tratamento: aparelho extrabucal combinados com aparelhos fixos e elásticos de Classe II. Todos os pacientes tratados foram submetidos ao mesmo protocolo de tratamento de Classe II sem extrações. O uso do AEB cervical foi em média 14 horas por dia, durante 12 meses, com tratamento com aparelho fixo. Em pacientes com relações verticais, a tração extrabucal foi mais vertical. O uso do AEB foi seguido por elásticos de Classe II, por um período de 6 a 10 meses, indicados por tempo integral. As telerradiografias foram digitalizadas e realizadas as análises cefalométricas utilizando um software (Viewbox, versão 3.0, dhal Software, Kifissia, Grécia). As análises cefalométricas personalizadas incluíram medidas a partir da análise de Steiner, Jacobson, Ricketts, e McNamara, gerando 33 variáveis, sendo 11 angulares e 22 lineares para cada traçado. Em seguida 49 realizou-se a sobreposição dos cefalogramas. Alguns aspectos metodológicos do presente estudo merecem ser notado. O ortodontista que realizou os tratamentos e os investigadores que traçaram e digitalizaram as telerradiografias laterais dos pacientes em T1 e T2 estava ―cego‖ para os 3 grupos. O ortodontista foi altamente eficiente e bem treinado no protocolo de tratamento utilizado. Os pacientes foram tratados consecutivamente e independente do estádio de maturação esquelética. O sucesso da terapia não foi um fator discriminante para pacientes a serem incluídos no estudo. Cefalogramas e as etapas da CVM foram realizadas por um investigador, e então verificadas por outro. Um total de 42 telerradiografias escolhidas aleatoriamente foi retraçado e redigitalizado para calcular o erro padrão utilizando o método com Dahlberg´s. O erro para medições lineares variaram de 0,2 para 0,8mm, e o erro de medições angulares variaram de 0,4º para 1,6º. As ampliações das radiografias dos pacientes tratados e não tratados foram diferentes, sendo ambas corrigidas para um fator de ampliação de 8%. Demonstraram que com as comparações estatísticas realizadas em T1 nos três grupos tratados e seus respectivos grupos controles não apresentaram diferenças significativas para qualquer medição dento-esqueléticas. A comparação estatística das alterações de T2 para T1 no grupo tratado antes do pico de crescimento puberal com o grupo controle também antes ao pico de crescimento apresentou uma restrição significativa do comprimento do terço médio da face e da posição sagital da maxila. Essas mudanças foram refletidas por um incremento significativo na diferença maxilo-mandibular e uma diminuição do ângulo ANB. A angulação do plano palatino em relação ao plano de Frankfurt foi significativamente maior no grupo tratado antes do pico, levando a uma significativa redução da inclinação do plano palatino para o plano 50 mandibular. Altura facial ântero-inferior foi significativamente maior no grupo tratado. Sobressaliência relacionamento e sobremordida diminuíram molar melhorou significativamente, e o significativamente. Mudanças dento- alveolares significativas no grupo tratado pré-pico puberal constituiu de extrusão dos molares, extrusão e movimento mesial dos molares inferiores e vestibularização dos incisivos inferiores. A comparação estatística das alterações de T2 para T1 no grupo tratado durante o pico de crescimento puberal com o grupo não tratado mostrou um incremento significativo na diferença maxilomandibular. Estas diferenças significativas foram sustentadas por um aumento significativo no comprimento mandibular total. A angulação do plano palatino para o plano de Frankfurt e altura facial ântero-inferior foi significativamente maior no grupo tratado durante o pico de crescimento. Sobressaliência e sobremordida diminuíram significativamente, e o relacionamento molar melhorou significativamente. Mudanças dentoalveolares significativas constituíram de retroinclinação dos incisivos superiores, vestibularização dos incisivos inferiores e movimento mesial e extrusão dos molares inferiores. A comparação estatística das alterações de T2 para T1 no grupo tratado após o pico de crescimento puberal com o grupo controle mostrou apenas significativas mudanças dentoalveolares, com exceção de um aumento maior na altura facial ântero-inferior. Sobressaliência e sobremordida diminuíram significativamente, e a relação molar melhorou significativamente. Outras importantes alterações constituíram por retroinclinação dos incisivos superiores, extrusão dos molares superiores, vestibularização dos incisivos inferiores, e extrusão e mesialização dos molares demonstrou inferiores. diferença A análise das medições dos significativa para tecidos moles não nenhuma variável nos três grupos 51 tratados. E concluíram com base nos resultados encontrados que o tratamento da maloclusão de Classe II, antes ou durante o surto de crescimento puberal induz a mudanças esqueléticas significativamente favoráveis (restrição do avanço da maxila em pacientes pré-puberdade e valorização do crescimento mandibular crescimento em pacientes durante o surto), além de predominantes modificações dentoalveolares. Os pacientes tratados após o surto de crescimento puberal apresentaram apenas significativas alterações dentoalveolares. A maior quantidade de correção da maloclusão dentoesquelética ocorre em pacientes tratados durante o surto de crescimento puberal. 3.3 – Tratamento da maloclusão de Classe II divisão 1ª em pacientes em crescimento com uso de aparelhos funcionais Lai & McNamara (1998) avaliaram as mudanças esqueléticas e dentoalveolares que ocorrem durante o tratamento ortodôntico de duas fases por meio de um estudo cefalométrico de 40 indivíduos (20 do gênero feminino e 20 do masculino) portadores de maloclusão de Classe II divisão 1ª, tratados com o aparelho Herbst com splint acrílico imediatamente seguido por uma segunda fase de terapia com aparelho fixo edgewise pré-ajustado. A idade média no início da terapia Herbst foi de 12,5 ± 0,8 anos para indivíduos do gênero feminino e 13,6 ± 1,2 anos do masculino. Telerradiografias laterais foram realizadas antes e após a terapia com Herbst e após a terapia com aparelho fixo. Dados cefalométricos descritivos foram comparados com os valores normativos de um grupo controle 52 derivados da Universidade de Michigan e Escola Secundária de Estudo de Crescimento. Os valores foram gerados para cada um dos 40 pacientes Herbst com base no gênero, idade inicial, e duração do tratamento. Demonstraram que a correção da Classe II obtida durante a primeira fase do tratamento com aparelho de Herbst foi devido principalmente a um aumento no comprimento mandibular, assim como o movimento distal dos molares superiores e mesialização dos molares e incisivos inferiores. A taxa de crescimento mandibular acelerada observada durante a terapia com Herbst, de 4,7mm no grupo tratado e 2,5mm no controle, foi seguida por uma diminuição da taxa de crescimento durante a terapia com edgewise, que foi inferior aos valores de controle (1,9mm no grupo tratado e 3,1mm no controle). Não houve efeito significativo do tratamento sobre a altura facial ântero-inferior e inclinação do plano mandibular no final de cada fase de tratamento. E concluíram com base nos resultados encontrados que o aumento geral do comprimento mandibular no grupo tratado foi pequeno (em torno de 1mm), mas significativamente maior do que no controle, no entanto, não foi significativamente diferente entre o grupo tratado e o controle no subgrupo feminino. As alterações esqueléticas contribuíram para 55% da correção molar durante a terapia com Herbst, que, no final do tratamento em duas fases representaram 80%. Este aparelho Herbst pode ter um efeito modesto sobre a estimulação do crescimento mandibular, que diminui com o tempo e não afeta significativamente o crescimento vertical da face. A correção dentoalveolar ânteroposterior dentoalveolar durante a fase Edgewise foi significativa. Tulloch et al.(1998) relataram o tratamento da Classe II em duas fases de um estudo clinico randomizado realizado na Universidade da Carolina do Norte, 53 demonstrando questões relacionadas ao momento de tratamento da maloclusão de Classe II. No início deste estudo avaliaram 166 indivíduos com idade média de 9,4 anos selecionados pelos seguintes critérios: possuir overjet maior ou igual a 7 mm, todos incisivos superiores e primeiros molares erupcionados, todos os dentes permanentes em desenvolvimento confirmado por radiografia panorâmica, estarem um ano antes do pico de velocidade de crescimento confirmado por radiografia de mão e punho. Os critérios de exclusão foram os seguintes: possuir alguma síndrome ou defeito congênito, marcante assimetria facial, extrema desproporção vertical, ter recebido tratamento ortodôntico anterior. Telerradiografias laterais foram realizadas com suas respectivas análises cefalométricas antes e após 15 meses de tratamento. Estes pacientes foram divididos aleatoriamente em três grupos: um com o tratamento precoce realizado com aparelho extrabucal com tração cervical (ajustado com força de oito a dez onças), composto por 52 pacientes, sendo 31 pertencentes ao gênero masculino e 21 ao feminino; outro com bionator, constituído por 53 pacientes, 30 pertencentes ao gênero masculino e 23 ao feminino; e um grupo controle sem tratamento precoce, formado por 61 indivíduos, 35 do gênero masculino e 26 do masculino. Dos 166 pacientes que completaram esta primeira fase do estudo, 147 continuou a segunda fase do tratamento. Durante a fase 1, em média, não houve alteração nas relações maxilares de crianças não tratadas, mas 5% apresentaram melhora considerável, e 15% apresentaram piora. Ambos os grupos de tratamento precoce tiveram uma redução significativa na média do ângulo ANB, mais pela mudança nas dimensões maxilar no grupo tratado com AEB, e do crescimento mandibular no grupo tratado com aparelho funcional. Há grandes variações em resposta, porém, apenas 75% das crianças tratadas apresentaram 54 resposta favorável do esqueleto. A falta de resposta favorável não pôde ser explicada pela falta de cooperação por si só. A segunda fase do estudo foi projetado para tratar a pergunta: "Será que a modificação de crescimento precoce pode fazer diferença no tratamento subseqüente? Após a primeira fase, os pacientes foram mantidos em seus grupos até perderem seus dentes decíduos. Os pacientes foram então redistribuidos, desta vez em blocos de oito anos. O protocolo de tratamento durante a segunda fase não foi especificado. Na segunda fase do estudo comparações feitas envolvem benefícios provenientes de pacientes submetidos a tratamento precoce, comparados com aqueles que não fizeram. Demonstraram com os dados preliminares que na segunda fase, em média, o tempo com aparelhos fixos foi menor para as crianças que se submeteram a um tratamento precoce, mas o tempo total de tratamento foi consideravelmente maior se a fase inicial do tratamento for incluída. Só pequenas diferenças foram observadas em relação à posição ântero-posterior dos maxilares entre os grupos no final de tratamento; e as alterações na oclusão dentária, julgado com base no índice PAR, foram semelhantes entre os grupos. Nem a gravidade do problema inicial, nem a duração do tratamento foi correlacionado com o resultado oclusal. O número de pacientes que necessitaram de extração dos dentes permanentes foi maior no grupo tratado precocemente com aparelho funcional do que no AEB ou grupo controle. E concluíram com base nos resultados encontrados que para crianças com moderados a graves problemas de Classe II, o tratamento precoce, seguido posterior tratamento integral, em média, não produziu grandes diferenças nas relações maxilares ou oclusão dentária,comparado com o tratamento tardio de um estágio. A gravidade do problema inicial e do tempo de tratamento, surpreendentemente, não foram 55 influências importantes no resultado final. Variabilidade no padrão de crescimento esquelético parece ser um importante contribuinte para a variabilidade na resposta ao tratamento. Diferenças na cooperação do paciente, competência clínica e, provavelmente outros fatores clínicos(ainda não identificados), também podem afetar os resultados do tratamento. É provável que indicações para o tratamento precoce pode ser refinado no futuro para permitir uma melhor seleção dos pacientes com maior probabilidade de benefícios com este tipo de intervenção. Bremen & Pancherz (2002), avaliaram a eficiência do tratamento de Classe II divisão 1ª em relação ao desenvolvimento dentário, por meio de estudo de 204 pacientes com uma maloclusão de Classe II divisão 1ª, cujo tratamento foi concluído entre 1990 e 1997 no Departamento de Ortodontia da Universidade de Giessen, na Alemanha, preenchendo os seguintes requisitos determinados prétratamento: relação molar distal uni ou bilateral maior que meia cúspide, com segundo molar mandibular decíduo segundo ainda presente; ou relação molar distal uni ou bilateral maior ou igual que meia cúspide, com pré-molares irrompidos e vestibularização de dentes anteriores superiores com overjet maior que 4 mm. Os pacientes foram divididos em três grupos de acordo com o estágio de desenvolvimento dentário no início do tratamento: início da dentição mista (DS 2, incisivos permanentes completamente irrompidos, 54 indivíduos), dentição mista tardia (DS 3, caninos e pré-molares em erupção; em número de 104), e dentição permanente (DS 4, caninos e pré-molares totalmente erupcionados; 46 pacientes). Antes do tratamento, os pacientes tinham entre 5 e 6 anos de idade. Os aparelhos ortodônticos utilizados durante o tratamento ativo foram de quatro 56 tipos: funcionais (com ou sem precedentes de expansão maxilar); combinação de aparelhos funcionais e fixos; Herbst em combinação com aparelhos fixos; e apenas aparelho fixo. A eficiência do tratamento foi definida como uma menor duração do tratamento com um resultado melhor. Demonstraram que a duração do tratamento diminuiu com o avançar do desenvolvimento dental. Os pacientes em DS 2 foram tratados por 57 meses, em DS 3 tratados por 33 meses, e os pacientes do DS 4 foram tratados durante 21 meses. A maioria dos pacientes (44%) foi tratada com uma combinação de aparelhos (funcional / fixo). Com o avançar do desenvolvimento dentário, o percentual de pacientes tratados com aparelhos fixos aumentou. A maioria dos pacientes em DS 4 foram tratados com o Herbst ou aparelhos fixos.Os pacientes tratados exclusivamente com o aparelho Herbst (19 meses) ou aparelho fixos (24 meses) tiveram uma duração média de tratamento mais curto do que os aqueles tratados com aparelhos funcionais (38 meses) ou uma combinação de aparelhos (49 meses). Para uma análise estatística, apenas o grupo em DS 3 teve um número suficiente de indivíduos em cada um dos diferentes aparelhos grupos. E concluíram com base nos resultados encontrados que tanto para a duração como para o resultado, o tratamento Classe II Divisão 1ª foi mais eficiente na dentição permanente do que na dentição mista precoce ou tardia. Além disso, o tratamento com aparelhos fixos foi mais eficiente que o tratamento com aparelhos funcionais. Almeida et al. (2004) avaliaram as mudanças cefalométricas esqueletais e dentoalveolares com o uso aparelho Bionator em indivíduos portadores de maloclusão de Classe II divisão 1ª, por meio de uma amostra composta por 44 pacientes divididos em dois grupos: o grupo controle composto por 22 indivíduos 57 (sendo 11 do gênero masculino e 11 do feminino), com idade inicial média de oito anos e sete meses, observados por um período de 13 meses sem tratamento ortodôntico; e um grupo tratado com Bionator, composto por 22 pacientes (11 do gênero masculino e 11 do feminino) com idade inicial de dez anos e oito meses tratados por um período de 16 meses. Telerradiografias laterais foram obtidas de todos participantes no começo e no fim do tratamento e período de observação. Demonstraram que nenhuma diferença estatisticamente significativa foi observada entre os grupos em relação ao crescimento e posição maxilar. O tamanho da mandíbula foi influenciado positivamente no grupo tratado. O comprimento mandibular aumentou 3,2mm no grupo controle enquanto que no grupo tratado aumentou 4,9mm. A relação maxilomandibular, no grupo experimental, ocorreu uma redução na discrepância sagital da Classe II, enquanto que no grupo controle esta permaneceu basicamente inalterada. A direção do plano mandibular permaneceu inalterada com o tratamento enquanto que o plano palatino rodou significativamente no sentido horário; já no grupo controle o plano palatino rodou no sentido anti-horário. Não ocorreu diferença na altura facial ântero-inferior entre os grupos, porém a altura facial posterior aumentou significativamente no grupo tratado. Nas relações dentárias o tratamento apresentou uma protrusão dos incisivos inferiores assim como uma retrusão e inclinação lingual dos incisivos superiores, e também um aumento significativo da altura dentoalveolar mandibular posterior, sem extrusão dos molares superiores. E concluíram com base nos resultados encontrados que não houve alterações no crescimento para frente da maxila no grupo experimental comparado com o grupo controle. O tratamento com o Bionator produziu um aumento significativo no comprimento mandibular, levando a uma melhora significativa na relação ântero- 58 posterior entre maxila e mandíbula. Não foi encontrada nenhuma diferença estatisticamente significativa no padrão de crescimento facial assim como na altura facial ântero-inferior entre os grupos. Dolce et al. (2005) relataram as alterações esqueléticas do tratamento da maloclusão de Classe II em uma fase e em duas fases, por meio de um ensaio clinico prospectivo randomizado com dois grupos de tratamento e um de observação. Um grupo foi tratado inicialmente com bionator, composto por 86 indivíduos sendo 52 pertencentes ao gênero masculino e 34 ao fiminino com idade média de 9,6 anos; um grupo tratado inicialmente com AEB com plano oclusal composto por 95 indivíduos, sendo 57 pertencentes ao gênero masculino e 38 ao feminino, com idade média de 9,7 anos; e um grupo controle inicial, composto por 80 indivíduos, sendo 51 pertencentes ao gênero masculino e 29 ao feminino. Os critérios de inclusão foram overbite e overjet positivo, dentição mista, relação molar de Classe II bilateral (pelo menos meia cúspide), todos os primeiros molares permanentes, menos de três pré-molares ou caninos permanentes, e boa saúde em geral. Todos possuiam telerradiografias laterias. Para o tratamento da primeira fase, cada indivíduo foi aleatoriamente para um dos 3 grupos: Bionator, AEB ou observação. Após a preira fase de tratamento metades dos indivíduos dos grupos bionator e AEB foram designados aleatoriamente em 6 meses de retenção, que consistia em usar o bionator ou o AEB apenas à noite, seguido por seis meses de não retenção. A outra metade dos indivíduos ficaram sem retenção por um ano. Para todos os indivíduos foi, então, dada o mais adequado tratamento ortodôntico. Ao final da primeira fase foi realizada uma nova documentação ortodôntica para cada paciente e enviado aleatoriamente para 59 ortodontistas selecionados do diretório da Associação Americana de Ortodontistas. Em geral, cada paciente foi examinado por uma média de quatro ortodontistas, e houve 72% de concordância de todo o plano de tratamento que propuseram. Com base nas respostas, um consenso no plano de tratamento foi formulado para o tratamento da segunda fase. Dos 261 indivíduos, sendo 20% do grupo em observação, 12% do AEB com plano oclusal, e 8% do grupo bionator teve alguns dentes pré-molares extraídos. Todas as telerradiografias foram traçadas e digitalizadas. Demonstraram que ao final do tratamento da primeira fase o ângulo SNA diminuiu 0,5° no grupo AEB com plano oclusal, porém recidivou ao seu valor original durante a retenção e observação antes do início do tratamento da segunda fase . No grupos bionator e observação, ocorreu um aumento do ângulo SNA durante a primeira fase até o início da segunda; o ângulo SNB aumentou nos grupos Bionator e observação, enquanto que permaneceu inalterada no extrabucal; ângulo ANB diminuiu nos grupos bionator e a AEB, e manteve-se inalterada no grupo de observação; e o ângulo do plano mandibular aumentou somente no grupo extrabucal com plano oclusal. Até ao final do tratamento ortodôntico completo, as diferenças esqueléticas em todas as medições para todos os três grupos estavam dentro de 1°. Modelos de regressão linear mostraram que, durante a primeira fase, o valor padrão e o grupo de tratamento foram significativos. No entanto, quando todo o período de tratamento foi considerado, grupo de tratamento não teve efeito. E concluíram com base nos resultados encontrados que o tratamento da primeira fase com qualquer um aparelho, bionator ou extrabucal com plano oclusal, resultou em uma diminuição do ângulo ANB. A intervenção precoce não teve efeito sobre o padrão esquelético ao final de todo o tratamento em comparação com tratamento em uma fase na 60 adolescência. Utilizando análise de regressão linear, demonstramos que o grupo de tratamento não teve efeito sobre as grandezas cefalométricas finais. Cozza et al. (2006) avaliaram a eficiência dos aparelhos funcionais no aumento do crescimento mandibular em indivíduos Classe II por meio de revisão sistemática da literatura. A pesquisa abrangeu o período de janeiro de 1966 a Janeiro de 2005. Os seguintes tipos de estudos foram incluídos: estudos clínicos randomizados (RCTs) e prospectivos e retrospectivos ensaios clínicos longitudinais controlados (CCTs) com grupos controles sem tratamento da Classe II. Os estudos deveriam analisar cefalometricamente os efeitos nas dimensões mandibulares com tratamentos funcionais (inclusive comprimento mandibular total medido usando o côndilo) relacionando a grupo controle de Classe II não tratada. Nenhuma restrição foi definida para o tamanho da amostra. Resumos, estudos de laboratório, estudos descritivos, relatos de casos, séries de casos, revisões e artigos de opinião foram excluídos. Após a seleção de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, 22 artigos foram qualificados. Quatro RCTs e 18 CCTs. O padrão de qualidade dessas investigações variou de baixo a média/alta. E concluíram com base nos resultados encontrados que dois terços das amostras em 22 estudos relataram um alongamento complementar clinicamente significativo no comprimento mandibular total, como resultado total do tratamento ativo com aparelhos funcionais; a quantidade de crescimento mandibular complementar em curto prazo parece ser significativamente maior quando o tratamento funcional é realizado no surto de crescimento da adolescência; nenhum dos quatros RCTs relataram um crescimento mandibular complementar clinicamente significativo induzido por aparelhos funcionais. Quando analisado em 61 termos de tempo de tratamento, três dos quatros RTCs descreveram os resultados do tratamento em um estágio pré-pubertal de maturação esqueletal. Hägglund et al. (2008) estudaram os efeitos do tratamento do aparelho Herbst integrado e compararam as alterações esqueléticas, dentais e em tecidos moles com alterações morfológicas de um grupo de indivíduos não tratados com uma oclusão normal, por meio de uma amostra 174 pacientes, com idade média de 14,2 ± 0,96 anos no início do tratamento. Telerradiografias laterais no início e término do tratamento com o Herbst foram realizadas assim como radiografias carpais tomadas no momento da inserção do aparelho de Herbst. Não possuiam ausência de dentes permanentes, antes ou durante o tratamento com Herbst, possuiam ângulo ANB ≥ 4º e overjet ≥ 6mm após nivelamento dos dentes com aparelho fixo. Na análise da maturação esquelética através da radiografias carpais os pacientes se encontravam a partir do início do surto de crescimento. O tempo médio de tratamento com o Herbst foi de 8 meses e 13 dias. Um grupo controle formado por 47 indivíduos pertencentes ao gênero masculino com idades entre 12,5 e 16,2 anos, correspondente aos pacientes pré tratamento com o Herbst integrado, apresentaram ângulo ANB e/ou overjet inferior a 4° e 6mm respectivamente, não tratados ortodonticamente; e outro grupo controle formado por 33 indivíduos selecionados com as mesmas características, porém com idades entre 13,0 e 16,8 anos, correspondendo aos pacientes pós-tratamento. Parâmetros cefalométricos e de tecidos moles foram avaliados e comparados por meio das telerradiografias laterais. Demonstraram que depois de um tempo médio de tratamento de 8 meses e 13 dias, o ângulo ANB no grupo tratado foi significantemente menor do que no grupo controle. No plano vertical, os pacientes 62 tratados apresentaram uma altura facial posterior significativamente maior em relação ao grupo controle pós tratamento. E concluíram com base nos resultados encontrados que uma moderada discrepância esquelética ainda existia depois do tratamento, embora a terapia resultou em um aumento significativo do ângulo SNB e uma diminuição do SNA. A Terapia com o Herbst integrado pareceu produzir uma redução um pouco maior do ângulo SNA do que o tratamento com outros modelos de Herbst. Além disso, a rotação mandíbular posterior, que é um achado comum como uso do Herbst , não foi observado nos pacientes tratados com o Herbst integrado. Martins et al. (2008) avaliaram as alterações dentoalveolares e esqueléticas do tratamento da maloclusão de Classe II com o bionator e AEB esplintado removível por meio de uma amostra constituída por 51 pacientes portadores de maloclusão de Classe II divisão 1ª dividido em três grupos: um composto por 17 indivíduos, sendo oito pertencentes ao gênero masculino e nove ao feminino, tratado com o bionator, outro grupo composto por 17 pacientes, sendo quatro pertencentes ao gênero masculino e 13 ao feminino, tratados com o AEB, e um grupo controle também formado por 17 indivíduos, sendo oito do gênero masculino e nove feminino. Telerradiografias laterais foram realizadas antes e após o tratamento, e seus respectivos traçados realizados utilizando o software Dentofacial Planner Plus. Todos pacientes foram tratados sem extrações e antes do surto de crescimento. O tratamento com o bionator foi instruído o uso por 16 a 18 horas por dia. No tratamento com o AEB foi utilizada tração alta com aproximadamente 300 a 400 gramas de força por lado, sendo instruído o uso de 16 a 18 horas por dia. Demonstraram que ambos os aparelhos melhoram 63 significativamente a relação molar ântero-posterior, principalmente por alterações dentoalveolares, com maior distalização do molar superior no grupo do AEB. O overjet nos grupos tratados também melhorou significativamente comparado com o grupo controles (3,11 e 2,12mm para o bionator e AEB, respectivamente), devido principalmente à retroinclinação dos incisivos superiores (2,2 e 2,38mm para o bionator e AEB, respectivamente). As diferenças entre as correções e modificações dentoalveolares gerais para as relações molares e overjet foram explicadas pelas respostas esqueléticas, com o grupo bionator mostrando um deslocamento mandibular anterior significativamente maior que o grupo AEB. E concluíram com base nos resultados encontrados que ambos aparelhos corrigiram a maloclusão de ClasseII divisão 1ª basicamente por alterações dentoalveolares. Baccetti et al. (2009) compararam os efeitos terapeuticos dentários, esqueléticos e dos tecidos moles, em dois protocolos de tratamento em uma fase da maloclusão de Classe II Divisão 1ª de Angle durante o surto de crescimento puberal, por meio de Uma amostra de 56 indivíduos divididos em dois grupos de 28 indivíduos cada, sendo 14 pertencentes ao gênero feminino e 14 ao masculino, com idades média ao início do tratamento de 13 anos. Os pacientes possuíam maloclusão de Classe II divisão 1ª, overjet > 5°, ângulo ANB > 4° e relação molar de Classe II completa. Todos pacientes iniciaram o tratamento no pico de velocidade em crescimento craniofacial avaliada pelo método de maturação das vértebras cervicais. Um grupo controle também foi formado por 28 indivíduos com idade média de 12,9 anos. Telerradiografias laterais e suas respectivas análises foram realizadas antes e ao final do tratamento. Um grupo foi tratado com 64 extrabucal associado com aparelhos fixos e elásticos, e o outro tratado com Bionator associado com aparelho fixo, ambos sem extrações. No grupo tratado com AEB foi utilizada tração cervical com instrução de uso do aparelho de 14 horas por dia, durante 12 meses, juntamente com o aparelho fixo e posteriormente o uso de elásticos. Os pacientes do grupo tratado com bionator foram instruídos para utilizar o aparelho continuamente, retirando apenas para alimentação e higienização. Demonstraram que a taxa de sucesso (correção completa da maloclusão após o tratamento) foi de 92,8% em ambos os grupos de tratamento. O grupo tratado com Bionator apresentou um aumento significativo na protrusão mandibular. O aumento no comprimento mandibular efetivo foi significativamente maior em ambos os grupos de tratamento quando comparado com as mudanças no crescimento natural da classe II no grupo controle. Melhora significativamente maior na relação sagital maxilomandibular foi encontrada com o Bionator. Retrusão dos incisivos superiores e mesialização dos molares inferiores foram significativos no grupo tratado com extrabucal. O grupo Bionator apresentou movimentos para anterior significativamente maior do ponto B e pogônio teciduais em relação tanto ao grupo AEB quanto ao controle. E concluíram com base nos resultados encontrados que o tratamento da maloclusão Classe II com um protocolo durante o surto de crescimento induz alterações dentoesqueléticas significativamente favoráveis, com alta taixa de sucesso oclusal. Alterações dentoalveolares foram mais pronunciado no grupo tratado com AEB, enquanto modificações mandibulares foram maiores no grupo Bionator. O tratamento com Bionator apresentou impacto mais favorável sobre o avanço do queixo, como mostrado pela análise dos tecidos moles. A indicação clínica para o uso preferencial do protocolo de tratamento para a Classe II com o 65 Bionator no surto de crescimento puberal é um baixo ângulo mandibular e retrusão mandibular antes do tratamento. Frye et al. (2009) avaliaram e compararam os resultados após o tratamento da maloclusão de Classe II esquelética com dois aparelhos fixos funcionais, o Herbst e o aparelho funcional mandibular Advancer, através da avaliação seus efeitos esqueléticos e dentoalveolares e sua repercussão no perfil em relação à idade do paciente. A amostra foi composta por 42 indivíduos com maloclusão esquelética de Classe II, com ângulo ANB maior que 4°. Eles foram divididos em dois grupos, dependendo da idade. Grupo A composto por 21 indivíduos, sendo nove pertencentes ao gênero feminino, com idade inferior aos 12 anos (Idade média de 10 anos 7 meses) e 12 ao gênero masculino com inferior aos 14 anos (idade média 11 anos e 8 meses), representando pacientes antes do pico de crescimento puberal; o grupo B, tambem composto por 21 indivíduos, sendo 12 pertencentes ao gênero feminino com mais de 12 anos (idade média de 17 anos 1 mês) e nove ao gênero masculino com mais de 14 anos de idade (idade média de 18 anos 1 mês), representando pacientes após o pico de crescimento puberal. Foram realizadas telerradiografias laterais antes e após o tratamento. A duração média do tratamento com aparelhos ortodônticos funcionais fixos foi de 7,5 meses (mínimo 5,8 meses, no máximo, 9,2 meses), e 21 pacientes foram tratados com o aparelho mandibular Advancer e 21 com o aparelho Herbst. O estudo longitudinal de crescimento de Bhatia & Leighton em 1993 serviu de grupo controle. Demonstraram que houve uma diminuição no comprimento da maxila e redução do ângulo SNA, porém pequeno demais para ser interpretado como estatisticamente significativo. O avanço do mento foi identificado em todos os 66 pacientes, no entanto, os efeitos sagitais induzidos pelo tratamento não foram estatisticamente significativos. O desenvolvimento para frente da mandíbula foi observado em todos os pacientes, mas só foi estatisticamente significativo nos pacientes mais velhos. Em contrapartida, no grupo A houve um efeito significativo na direção vertical, como resultado de um aumento anterior e posterior da altura facial. No grupo B, apenas o aumento da altura facial posterior foi estatisticamente significativo. Uma redução significativa na convexidade do perfil ósseo foi observada em todos os pacientes, sendo maior nos pacientes mais jovens. E concluíram que apenas leves efeitos esqueléticos sagitais, independentes da idade, foram observados como resultado do tratamento com aparelhos funcionais fixos. Houve um grande aumento na altura facial durante o tratamento em relação ao que seria esperado apenas com o crescimento. Perillo et al.(2010) realizaram uma meta-análise de artigos para verificar as mudanças na mandíbula produzidas pelo aparelho Fränkel-2 (FR-2) durante o tratamento de pacientes em crescimento com maloclusão de Classe II, quando comparados com indivíduos também em crescimento com maloclusão de Classe II não tratados. A literatura de janeiro de 1966 a janeiro de 2009 foi revisada e realizada uma análise da qualidade. Um total de nove artigos foi identificado. A qualidade dos estudos variou de baixo a médio. E concluíram com base nos resultados encontrados que o aparelho FR-2 teve um efeito estatisticamente significativo sobre o crescimento mandibular. Especificamente, ele parecia ter um efeito sobre o comprimento mandibular total, com um impacto clínico de baixo a moderado. A heterogeneidade dos efeitos do FR-2, a qualidade dos estudos, as diferenças de idade, idade óssea, duração do tratamento, e o diagnóstico inicial 67 inconsistente parece superestimar os benefícios do FR-2. Esta investigação também serve para destacar as limitações dos estudos avaliados na terapia com FR-2. Marsico et al.(2011) analisaram os resultados de estudos randomizados controlados encontrados na literatura a respeito da terapia funcional da Classe II para avaliar a eficácia dos aparelhos funcionais sobre o crescimento mandibular. Realizaram um levantamento de artigos publicados até setembro de 2009 sobre os efeitos dos aparelhos funcionais no crescimento mandibular, por meio de diversas bases de dados eletrônicos. Para participar da pesquisa os artigos deveriam seguir os seguintes requisitos: ensaios relacionados com a clinica humana; uma seleção aleatória de amostras; relacionados com aparelhos funcionais no tratamento da má oclusão de Classe II; possuir um grupo controle sem tratamento para comparação; a analise dos efeitos do tratamento não ser confundida com tratamentos adicionais e concomitantes (extra-oral, extrações, ou aparelhos fixos); usar a análise cefalométrica no início do tratamento e apenas após a remoção dos aparelhos funcionais; e as alterações ântero-posterior mandibular sendo medida usando o condilo anatômico. Todos os estudos selecionados foram relacionados à terapia com aparelhos funcionais em crianças durante a dentição de transição do estágio de desenvolvimento, com maloclusão de Classe II. Dos artigos selecionados, as características do presente estudo foram registradas: o tamanho da amostra, tipo de aparelho funcional, sexo e idade, tempo de tratamento ou observação, tempo de uso aparelho diariamente, resultado de medidas cefalométricas e acompanhamento. O aumento efetivo do comprimento mandibular total foi o resultado escolhido para avaliar a eficácia dos 68 diversos aparelhos funcionais. Pontos de referência cefalométricos e medidas lineares do comprimento mandibular total registradas de cada estudo selecionado foram côndilo-pogônio, gnátio-côndilo e linha perpendicular entre pogônio-oclusal e entre côndilo-oclusal. Estudos que utilizaram a articulação foram excluídos por que este ponto não mede o real incremento mandibular. Não foram consideradas medições angulares porque elas não avaliam a eficácia do crescimento mandibular. As diferenças de média e desvio padrão dos resultados foram utilizadas para resumir os dados de cada grupo. Os valores resultantes foram padronizados para uma escala uniforme, com diferença média padronizada e então combinados utilizando modelos de efeitos aleatórios. A significância de eventuais divergências entre as estimativas dos efeitos do tratamento dos ensaios clínicos randomizados foi avaliada com o teste de Cochrane para heterogeneidade e a estatística. A pesquisa eletrônica identificou 1890 artigos, porém apenas três preencheram todos os critérios de elegibilidade e foram selecionados para o estudo. Um artigo com resultados disponíveis, identificado pela procura manual foi selecionado. Foram coletados dados de 338 pacientes (168 tratados e 170 controles) com maloclusão de Classe II, na dentição mista. Dois ensaios incluíram apenas os indivíduos com maloclusão de Classe II severa e sem assimetria facial clinicamente evidente. As amostras foram heterogêneas para os números e as idades dos participantes. A idade média dos dois estudos foi homogênea em 9,57 anos, enquanto os outros relataram idades médias de 8,531 e 11,632 anos. Só os estudos de O'Brien et al. e Tulloch et al. detectaram um nível eficaz de maturidade esquelética através da avaliação da coluna cervical e radiografias carpais, respectivamente. Forte heterogeneidade foi encontrada em tempo de uso diário do aparelho, provavelmente devido aos diferentes aparelhos 69 funcionais testados. Todos os estudos selecionados analisaram um tipo diferente de aparelho funcional (Bionator, Twin Block, Frankel 2, ativador Harvold), mas eles tinham mecanismos similares de ação. Tratamento ou período de observação variou de 15 a 18 meses. Nenhum artigo relatou os resultados em longo prazo. Variabilidade considerável na avaliação dos resultados foi visto porque tipos diferentes de análises cefalométricas foram empregadas pelos investigadores. Todos os estudos avaliaram o mesmo resultado (aumento no comprimento mandibular), mas com medidas variáveis, por isso foi necessário normalizar os valores em uma escala uniforme para combiná-los em uma metaanálise. Todos os valores foram anualizados para comparar diferentes tempos de tratamento. Finalmente, o valor adimensional obtido pelo modelo de efeitos aleatórios foi multiplicado pelo desvio-padrão para encontrar a diferença real do comprimento mandibular. A avaliação da qualidade foi realizada de forma independente e em duplicidade, utilizando formulários impressos em separado pelos revisores, e a concordância foi avaliada através da estatística Kappa. Um acordo substancial foi alcançado entre os revisores, com um escore kappa de 0,75. Os resultados mostraram uma diferença estatisticamente significativa de 1,79 mm de crescimento anual na mandíbula nos grupos de tratamento em relação aos grupos controles. Esta meta-análise mostrou que o tratamento resultou em uma mudança de padrão esquelético, no entanto, este efetivamente pequeno aumento do comprimento mandibular, mesmo que estatisticamente signficante, parecem ser de pouca significância clínica. Estes dados parecem suportar os estudos recentes que o tratamento em duas fases não tem vantagens em relação ao tratamento em uma fase. No entanto, diversos benefícios devem ser atribuídos ao tratamento precoce da má oclusão de Classe II com aparelhos 70 funcionais: a prevenção do trauma nos incisivos superiores associada a um overjet de grande porte, interceptação do desenvolvimento da disfunção, vantagens psicossociais para a criança durante um período formativo importante da vida, duração dentoalveolar estável, correção e melhora do prognóstico e menor tempo de tratamento com aparelhos fixos. Os resultados dos estudos, como sugerido por O'Brien, "só mostram o efeito médio de uma intervenção em pacientes com uma condição média´´. Esta é uma informação útil para a maioria dos clínicos que estão interessados em tratar destes pacientes. "Mas as mudanças dramáticas que ocasionalmente ocorrem dentro das amostras não deve ser ignorado. Para decidir se estes aparelhos são úteis, na verdade, é importante notar que a mistura das divergências de classes II pode ter afetado o resultado do estudo. Estudos classe II devem separar os pacientes em fenótipos hipodivergentes, neutro e hiperdivergentes. Obviamente, seria mais difícil a obtenção de um tamanho de amostra apropriado, mas diferentes padrões de rotação estão associados com fenótipos diferentes e exigem tratamentos diferentes. E concluíram com base nos resultados encontrados que quando o tratamento com aparelho funcional é realizado no início da adolescência, são benéficas as pequenas mudanças nos padrões do esqueleto, mas estas são, provavelmente não muito significativas clinicamente. 71 4- DISCUSSÃO O potencial de crescimento em indivíduos portadores de maloclusão de Classe II divisão 1ª é um tema de bastante interesse na prática ortodôntica, devido ao fato desta maloclusão constituir um percentual significativo dos tratamentos. A compreensão dos processos de crescimento e desenvolmento crânio facial se fazem necessário, devido ao fato de que com a ocorrência de desarmonias nestes processos pode se originar alguma maloclusão. No crescimento normal e harmonioso dos ossos da face, a mandíbula cresce mais e por mais tempo do que a maxila, reduzindo a convexidade facial sem alterar a configuração facial e a relação interarcos (BJORK 1969). Segundo Enlow, 1993; Langlade, 1993; Rakosi, 1999 e Villini, 2004, o crescimento maxilar ocorre por aposição e reabsorção óssea em quase toda sua extensão, principalmente na região do túber, resultando em um alongamento horizontal em direção posterior. O mesmo processo que também ocorre no sentido vertical, resulta em um deslocamento da maxila para baixo e para frente. Enlow, 1993 relatou que a mandíbula se relaciona diretamente com a maxila, sendo que o corpo mandibular se alonga para se igualar com o crescimento da maxila, o que é feito pelo remodelamento do ramo. Toda a mandíbula é deslocada anteriormente, assim como a maxila enquanto simultaneamente crescem na região posterior. Para isto, o côndilo e a parede posterior do ramo crescem posteriormente. O deslocamento anterior de toda a 72 mandíbula equivale à quantidade de deslocamento anterior da maxila. Isso localiza o arco mandibular numa posição correta em relação ao arco maxilar. Rakosi, 1999, relatou que o deslocamento para baixo e para frente da mandíbula é um aspecto importante no processo de crescimento, e que os côndilos mandibulares não governam o crescimento mandibular, mas que sua camada cartilaginosa é um tecido com função adaptativa, devido à pressão exercida na articulação com a base do crânio. O alongamento da mandíbula em direção ao ramo é possível porque a superfície anterior do ramo é remodelada por reabsorção dentro do corpo mandibular alongado. Simultaneamente, a mandíbula inteira desloca-se anteriormente por uma quantidade igual à do deslocamento maxilar. As secções posteriores do ramo e os côndilos crescem posterior, e diagonalmente para cima e para trás e aumentam em altura, mantendo velocidade com o deslocamento mandibular. Isso significa que a mandíbula não somente se desloca para frente, como também para baixo. O crescimento da base craniana média também leva ao deslocamento secundário da mandíbula similar ao do maxilar. A inter-relação maxilomandibular é muito variável e se deve ao aumento de volume diferencial, caracterizado por alterações progressivas da forma e proporções ósseas. Esta diversidade morfológica resulta das diferentes velocidades e direções de crescimento, por unidade de tempo. È importante para o profissional, ao planejar seu tratamento, fazê-lo coincidir com os períodos de crescimento mais favoráveis (Vellini, 2004). Gesch, 2000, em seu estudo que avaliou as mudanças relacionadas ao crescimento em indivíduos portadores de maloclusão de Classe II divisão 1ª, 73 demonstrou que a maioria das desarmonias esqueletais foram relacionadas com uma posição anteriorizada da maxila, 25% da amostra apresentou mandíbula em uma relação mais distal e em 15% ambas as bases ósseas tinham envolvimento na relação distal. Vásquez et al., 2009, observou as alterações no crescimento craniofacial de indivíduos com maloclusão de Classe II esquelética associada com protrusão maxilar no período de crescimento circumpubertal, e comparou com o crescimento de indivíduos Classe I, observou que nenhuma das características dentofaciais estudadas mostraram alguma diferença estatisticamente significante quando comparado as alterações com crescimento entre os grupos Classe II e Classe I, concluindo que as características dentofaciais desta maloclusão são mantidos durante o período circumpubertal, e que as alterações com o crescimento são semelhantes aos de indivíduos com oclusão normal. Segundo Bishara (1998), o comprimento mandibular foi significativamente menor na Classe II divisão 1ª nas fases iniciais de desenvolvimento. No entanto, as diferenças não foram significativos na fase posterior de desenvolvimento. A mudança total no comprimento mandibular não foi significativamente diferente entre os dois grupos. Wilhelm et al., 2001, também observou que a base craniana cresceu similarmente nos indivíduos Classe I e II, e o ângulo da base craniana não é significantemente mais obtuso nos indivíduos Classe II. Alguns autores estudaram o crescimento mandibular e o relacionaram com a maturação esquelética. Gomes & Lima, 2006 relataram que a maior velocidade de crescimento mandibular ocorreu durante o pico de velocidade de crescimento, o que esta de acordo com Gu & McNamara, 2007, que demonstraram que o 74 aumento máximo de comprimento mandibular, juntamente com maior aposição óssea no côndilo foi observado durante o intervalo dos estágios de maturação das vértebras cervicais de CS3 a CS4. Stahl et al., 2008, também relacionado o crescimento craniofacial com a maturação esquelética, compararam o desenvolvimento em indivíduos Classe I com Classe II, e demonstraram que houve uma deficiência significativa do crescimento mandibular em indivíduos Classe II no pico de crescimento (CS3 a CS4), sendo mantida na pós-puberdade. Várias estratégias de tratamento utilizam o incremento do crescimento para a correção de diversas maloclusões. Baseado nos detalhes da morfologia esquelética em desarmonia do paciente, o tratamento da maloclusão de Classe II visa uma alteração espacial e morfológica das bases ósseas, restringindo o crescimento da maxila, ou redirecionando seu crescimento, liberando o potencial de crescimento da mandíbula. A questão mais crítica dos métodos de tratamento tem sido a real capacidade de afetar o crescimento facial, não podendo prever precisamente até que ponto se pode restringir ou redirecionar o crescimento, pois cada indivíduo possui tendências de crescimento intrínsecas próprias. A alegação de que os aparelhos funcionais podem estimular o crescimento mandibular moldou a natureza do debate sobre a interação entre o tratamento e crescimento. Com isso, se torna de suma importância o ortodontista ter um detalhado conhecimento do crescimento craniofacial para um perfeito diagnóstico, correto prognóstico e acertado plano de tratamento, selecionando o momento ideal durante o desenvolvimento para este tipo de tratamento. Segundo Bishara, 2006, a possível etiologia, a severidade, o potencial de crescimento, a variabilidade individual, a biomecânica utilizada, a cooperação do 75 paciente e do plano de contenção são algumas das variáveis que poderiam influenciar o resultado do tratamento em pacientes com má oclusão de Classe II. No entanto, é consensual que o ortodontista deve tentar reconhecer, diagnosticar e tratar estes casos durante o período de crescimento para obtenção de melhores resultados. Kopecky & Fishman, 1993, demonstraram ocorrer uma maior redução da convexidade durante o pico de velocidade de crescimento, quando utilizada a tração extrabucal cervical, concordando com o estudo de Bacceti et al., 2009 onde verificaram mudanças esqueléticas significativamente favoráveis (restrição do avanço da maxila em pacientes pré-puberdade e valorização do crescimento mandibular crescimento em pacientes durante o surto). De acordo com Cangialosi et al., 1988 a tração extrabucal cervical resultou em uma inibição do crescimento anterior da maxila e a mandíbula foi permitida crescer para baixo e para a frente, reduzindo efetivamente a discrepância maxilo-mandibular, o que condiz com as investigações de Tulloch et al., 1997, Kirjavainen et al., 2007, e Almeida-Pedrin et al., 2007.) No intuito de avaliar o controle da dimensão vertical durante a tração extrabucal cervical utilizando em conjunto o arco utilidade inferior, Ulger et al., 2006, demonstrou que ocorreu um aumento da altura facial anterior, assim como um significativo aumento da altura do ramo, e como resultado, a direção do plano mandibular permaneceu inalterada. O tratamento causou extrusão do molar superior menor de 1 mm, o que pode ser considerado clinicamente insignificante, e o aumento da rotação mandíbular não ocorreu. O arco utilidade inferior pareceu não influenciar a resposta de rotação mandibular. 76 O tratamento precoce tanto com aparelho extrabucal como a terapia com aparelho funcional pode reduzir a gravidade de um padrão esquelético de Classe II (Tulloch et al., 1997, Ghafari et al., 1998, Keeling et al., 1998, Dolce et al., 2005). Enquanto que a terapia com extrabucal restringe o crescimento anterior da maxila, no tratamento com o Bionator observou-se um aumento estatisticamente significante na protrusão mandíbula (Ghafari et al., 1998, Ghafari et al., 1998, Almeida-Pedrin et al., 2007, Martins et al., 2008 e Bacceti, 200). O efeito de ambos os aparelhos no comprimento mandibular parece ser, em média, semelhantes, e não estatisticamente significantes ( Almeida-Pedrin et al., 2007, e Ghafari et al., (1998)).O tratamento da Classe II com aparelhos extra-bucal e bionator é mais eficiente em curto prazo, com fortes movimentos dentoalveolares e, menores, mas significantes efeitos esqueléticos (Almeida-Pedrin et al.,2007). Almeida et al.,2004, demonstrou que tratamento com o Bionator produziu um aumento significativo no comprimento mandibular, levando a uma melhora significativa na relação ântero-posterior entre maxila e mandíbula, apresentando dentariamente uma protrusão dos incisivos inferiores assim como uma retrusão e inclinação lingual dos incisivos superiores, e também um aumento significativo da altura dentoalveolar mandibular posterior. Lai & McNamara, 1998 e Hägglund et al., 2008, observaram que o aumento geral do comprimento mandibular no tratamento precoce com o Herbst foi pequeno (em torno de 1mm). Este aparelho pode ter um efeito modesto sobre a estimulação do crescimento mandibular, que diminui com o tempo e não afeta significativamente o crescimento vertical da face. 77 De acordo com Frye et al., 2009, apenas leves efeitos esqueléticos sagitais, independentes da idade, foram observados como resultado do tratamento com aparelhos funcionais fixos (Herbst e Advancer), porém não estatisticamente significativos, e houve um grande aumento na altura facial durante o tratamento em relação ao que seria esperado apenas com o crescimento. Por meio de uma revisão sistemática da literatura Cozza et al., 2006, relataram que o aumento do crescimento mandibular em indivíduos Classe II em dois terços das amostras em 22 estudos mostraram um alongamento complementar clinicamente significativo no comprimento mandibular total, como resultado total do tratamento ativo com aparelhos funcionais; a quantidade de crescimento mandibular complementar em curto prazo pareceu ser significativamente maior quando o tratamento funcional foi realizado no surto de crescimento da adolescência. Através de uma meta-análise Perillo et al., 2010, verificaram que o aparelho Frankel-2 teve um efeito estatisticamente significativo sobre o comprimento mandibular, com um impacto clínico de baixo a moderado. A heterogeneidade dos efeitos do FR-2, a qualidade dos estudos, as diferenças de idade, idade óssea, duração do tratamento, e o diagnóstico inicial inconsistente parece superestimar os benefícios do FR-2. Em outra meta-análise analisando os efeitos dos aparelhos funcionais na maloclusão de Classe II Marsico et al., 2011, mostraram que o tratamento não resultou em uma mudança de padrão esquelético, no entanto, este efetivamente pequeno aumento do comprimento mandibular, mesmo que estatisticamente 78 signficante, parecem ser de pouca significância clínica. Estes dados parecem suportar os estudos recentes que o tratamento em duas fases não tem vantagens em relação ao tratamento em uma fase. No entanto, diversos benefícios devem ser atribuídos ao tratamento precoce da má oclusão de Classe II com aparelhos funcionais: a prevenção do trauma nos incisivos superiores associada a um overjet de vantagens grande porte, psicossociais interceptação do para a criança desenvolvimento durante um da disfunção, período formativo importante da vida, duração dentoalveolar estável, correção e melhora do prognóstico e menor tempo de tratamento com aparelhos fixos. Quando o tratamento com aparelho funcional é realizado no início da adolescência, são benéficas as pequenas mudanças nos padrões do esqueleto, mas estas são, provavelmente não muito significativas clinicamente. Para Bishara, 2006, a correção ântero-posterior e vertical das discrepâncias dentárias e esqueléticas é preconizado para a maioria dos pacientes na dentição mista tardia ou início da adolescência. Isto pode simplificar o tratamento geral, aproveitando do paciente o seu potencial de crescimento. Em sua pesquisa, Tulloch, 1998, a segunda fase do tratamento da Calsse II divisão 1ª, em média, o tempo com aparelhos fixos foi menor para as crianças que se submeteram a um tratamento precoce. O tratamento precoce, seguido de posterior tratamento integral, em média, não produziu grandes diferenças nas relações maxilares ou oclusão dentária, comparado com o tratamento tardio de um estágio, concordando com o estudo de Dolce et al., 2005, e Bremen & Pancherz, 2002. Variabilidade no padrão de crescimento esquelético parece ser um importante contribuinte para a variabilidade na resposta ao tratamento. 79 Diferenças na cooperação do paciente, competência clínica e, provavelmente outros fatores clínicos (ainda não identificados), também podem afetar os resultados do tratamento. 80 5- CONCLUSÃO 1 – O tratamento da maloclusão de Classe II divisão 1ª em pacientes em crescimento utilizando aparelho extrabucal é basicamente focado na restrição do crescimento anterior da maxila, com a liberação do crescimento intrínsico mandibular; 2 – Os aparelhos funcionais estimulam discretamente o crescimento mandibular, porém este incremento não é clinicamente significativo para o tratamento; 3 – O melhor momento para se tratar a Classe II divisão 1ª é quando se consegue aproveitar o maior potencial de crescimento do paciente, ou seja, durante o surto de crescimento. 81 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ALMEIDA, M. F.; HENRIQUES, J. F. C.; ALMEIDA, R. 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