Físico – Química II Equilíbrio Químico Prof. Sérgio Henrique Pezzin Depto de Química UDESC Misturas Simples Diferenciação entre substâncias puras e misturas simples Assume-se em geral que em misturas simples não existe reação Termodinamicamente Energia associada com a mistura apenas e com as interações entre as substâncias, que não envolvam reação Misturas de dois componentes A e B X A XB 1 Para gases ideais p A pB X A X B p p Volume Parcial Molar Adiciona 1 mol de H2O Volume aumenta em 18 cm3mol-1 Volume Molar da H2O : 18 cm3mol-1 Adiciona 1 mol de etanol Volume aumenta em 14 cm3mol-1 Volume Molar do etanol : 14 cm3mol-1 A diferença de aumento de volume depende do tipo de molécula que envolvem as moléculas de água adicionadas Definição : Volume molar da substância A em uma mistura é a variação de volume por mol de A adicionada a um grande volume de mistura. Volume Parcial Molar – representação T= 25 oC Volume Parcial Molar da água Etanol Água Percentual de etanol V V dV dnH 2O dne tanol nH O n e tanol p,T ,nH2O 2 p,T ,ne tan ol Volume Parcial Molar do etanol VH 2O V nH O 2 p ,T ,ne tan ol V Ve tanol ne tanol p ,T ,nH2O V VJ nJ p,T ,n Onde n´ significa todos os outros componentes presentes Volume Parcial Molar – cont. Definição : O volume parcial molar ( que pode ser positivo ou negativo) é o coeficiente angular da curva do volume total da amostra pelo numero de moles de um dos componentes, quando são mantidos constantes a Pressão; a temperatura; e a quantidades dos outros componentes Misturas de dois componentes A e B V VA n A p ,T ,nB Qual o significado do volume parcial molar negativo ? V V dV dnA dnB n n A p,T ,nB B p,T,nA O que acontece se a Temperatura variar? dV VAdnA VB dnB V VAnA VB nB Quantidade de A, (nA) Energia Livre de Gibbs Parcial Molar Definição : O conceito de quantidade parcial molar pode ser aplicada a qualquer variável extensiva, que seja função de estado. Ex. Energia livre de Gibbs parcial molar. Complemento: Para uma substância Pura o potencial químico representa a Energia Livre de Gibbs Molar. Para uma substância em uma mistura, o potencial químico se define como a Energia Livre de Gibbs Parcial Molar. G J nJ p ,T ,n Onde n´ significa todos os outros componentes presentes Definição: O potencial químico é o coeficiente angular da curva de Energia Livre de Gibbs em função do número de moles do componente J, quando são mantidos constantes a Pressão; a temperatura; e a quantidades dos outros componentes. Energia Livre de Gibbs Parcial Molar - cont Misturas de dois componentes A e B dG Vdp SdT G G dG dnA dnB n A p ,T ,nB nB p ,T ,n A Se não há variação de massa Se P e T são constantes com variação de massa (nJ) G G dG Vdp SdT dnA dnB n n A p ,T ,nB B p ,T ,n A Geral – Equação fundamental geral da Termodinâmica Energia Livre de Gibbs Parcial Molar - cont Definição : O potencial químico mostra como as grandezas termodinâmicas extensivas A, H, U e G dependem da composição G U H A J n n n n J p ,T ,n J S ,V ,n J S , p ,n J T ,V ,n ´ ´ ´ ´ G G dG Vdp SdT dnA dnB n A p ,T ,nB nB p ,T ,n A dG Vdp SdT AdnA B dnB Se P e T = Constante dG AdnA B dnB Equação de Gibbs-Duhem nAd A nB dB 0 d A n d J J J nB d B nA 0 Função de estado dG AdnA B dnB nAd A nB dB ? G AnA B nB dG AdnA B dnB Energia Livre de Gibbs de misturas Misturas de dois componentes A e B A B G AnA B nB Se P e T = Constante Exemplo clássico : Mistura de dois gases ideais A Inicial (gases separados) Final (Mistura de gases) (Sem reação) Gi Gf T, P constante B G=Gf- Gi misG nRTXA lnXA XB lnXB mis H 0 G misS mis T P,nA ,nB misS nRXA lnXA XB lnXB Potencial Químico de líquidos pA A RT ln p A Potencial químico gás puro Para falarmos em fases condensadas e Importante a relação entre fase condensada e pressão de vapor T re Átomos de A líquido rc Na condição de equilíbrio existe um equilíbrio entre evaporar e condensar. Existe um equilíbrio entre a taxa de evaporação e taxa de condensação No equilíbrio define-se a pressão de vapor Taxa de evaporação – É função da força de interação entre moléculas. Quanto maior a força de interação, menor a taxa de evaporação. Taxa de condensação – depende da concentração de moléculas de A no estado vapor que se chocam com a superfície do líquido por unidade de tempo. Esta taxa de condensação é proporcional à pressão parcial T T re rc Átomos de A líquido re rc Átomos de B líquido T re rc O que acontece se átomos de A e B forem misturados? Potencial Químico de líquidos pA A RT n p A 1 A A RT ln O potencial químico de um líquido puro será dado por * p *A A RT ln A 1 A RT n p *A O potencial químico do liquido A em uma mistura de dois líquidos A e B pA A RT ln * pA * A Potencial químico gás puro Lei de Raoult François Raoult – Químico Frances pA A RT ln * pA *A RT ln X A * A Pressão Total Pressão Para misturas de líquidos similares a relação da pressão parcial de vapor de cada componente da mistura em relação à pressão de vapor do componente puro, é aproximadamente igual à fração molar do liquido presente na mistura. pA XA * pA Pressão Parcial de A Pressão Parcial de B Fração Molar de A Lei de Raoult - interpretação -Considerando a taxa de evaporação das moléculas -A presença de um segundo componente interfere na remoção de moléculas do meio líquido mas não impedem a condensação. -Taxa de vaporização T axade vaporização kXA -Taxa de condensação T axade condensação k´pA -No equilíbrio T axade condensação T axade evaporação kX A k ´ pA kX A pA ´ k Para um líquido puro XA 1 k p ´ k * A pA XA * pA Lei de Raoult – Afastamento do comportamento Comportamento Ideal Comportamento Real Lei de Raoult – Afastamento do comportamento Característico de misturas de líquidos que apresentam diferenças químicas significativas Quando a solução é muito diluída o solvente comporta-se como ideal Quando em soluções diluídas o soluto apresenta pressão de vapor definida por uma constante de proporcionalidade Lei de Henry Lei de Henry Soluções reais, com baixas concentrações, a pressão de vapor do soluto é proporcional a fração molar, mas a constante de proporcionalidade não é a pressão de vapor do componente puro. pA XA * pA Pressão William Henry – Químico Inglês pA XA kB São conhecidas como soluções ideais diluídas onde solvente é um líquido puro, ligeiramente modificado. O soluto presente em baixas concentrações Fração Molar de A - Se as ligações A-B forem mais fortes que A-A e B-B T re re Numero de ligaçoes A-A diminuem Numero de ligações A-B aumentam Taxa de evaporação de A diminui se XA diminui T re Numero de ligaçoes B-B diminuem Numero de ligações A-B aumentam Taxa de evaporação de B diminui se XB diminui Lei de Henry – define a dependência entre taxa de evaporação e composição da mistura Pressão de vapor Pressão de vapor PAo 0 Xa 0 1 Se A-B maior que A-A e B-B re´(A)< re(A) Linha de Henry acima da Raoult PAo de Xa 1 Se A-B menor que A-A e B-B re´(A)> re(A) Linha de Henry abaixo da de Raoult Energia Livre de Gibbs soluções reais -Mistura de gases ideais : não existe interação entre componentes -mistura de líquidos ideal : existe interação entre moléculas mas, em média as forças de interação entre A e B são semelhantes às interações A-A e B-B. -Soluções reais: as interações entre A-A, A-B e B-B são diferentes O tipo de interações em soluções reais definem se a mistura resultará em: - miscibilidade total - Imiscibilidade total - miscibilidade parcial Energia Livre de Gibbs soluções reais Para soluções reais usa-se a função excesso XE Exemplo: SE é a diferença entre a variação de entropia observada e a variação de entropia se a solução fosse ideal benzeno/cicloexano Tetracloroetano/ciclopentano Energia Livre de Gibbs soluções reais Exemplo: Função modelo para entalpia H E mis H mis H ideal H E nRTX A X B nwX A X B Medida da força de interação A-B Endotérmico Exotérmico Energia Livre de Gibbs soluções reais Exemplo: Função para Energia Livre de Gibbs mix G nRT X A ln aA X B ln aB mixG nRT X A ln X A X B ln X B X A X B Para > 2 pode gerar separação de fase ? Energia Livre de Gibbs de Reação Considere a reação simples A → B » » » » Por exemplo d-alanina para l- alanina Suponha que uma porção infintesimal de nA se converta a nB, então -dnA = dnB Se definimos x (qsi) como a extensão da reação, então d x = -dnA =dnB As dimensões de x são mols Para uma reação finita, a mudança é x e nA vai a nA - x e nB vai a nB +x A Energia Livre de Gibbs de Reação é a inclinação da reta de G vs. x ou rG = (G/ x) p,T » Lembrem-se, dG = µA dnA + µB dnB , portanto dG = -µA d x + µB d x ou rG = (dG/d x ) p,T = µB -µA » A Energia Livre de Gibbs de Reação é a diferença dos potenciais químicos do produto e do reagente. Energia Livre e Equilíbrio Inicialmente µB <µA então rG <0 e a reação é espontânea » Se µB >µA então rG >0 e a reação reversa é espontânea » Chamada de reação exoergônica (produz trabalho) r G < 0 Gibbs Energy, G Chamada de reação endoergônica (consome trabalho) r G > 0 Quando µB =µA então rG =0 e o sistema está em equilíbrio » » Assim, o mínimo no gráfico da energia livre de reação representa o equilíbrio No mínimo, a inclinação = 0 r G = 0 0 Extent of Reaction, x Equilíbrios de Gases Ideais Considere reações homogêneas em fase gasosa » » Reagentes e produtos são gases Gases em uma primeira aproximação se comportam idealmente Como rG = (dG/d x ) p,T = µB -µA e µ = µ° + RT ln(p), rG = µB° + RT ln(p B) - (µA°+ RT ln(p A)) = µB°- µA° + RT ln(pB /pA) rG = rG ° + RT ln(Q) em que » rG ° = µB° - µA°, a energia livre de Gibbs padrão da reação » » Assim como a entalpia padrão de reação, ela é a diferença das energias livres padrão de formação dos produtos – a dos reagentes Q = pB /pA, é o quociente reacional que varia de 0 (A puro) ao infinito (B puro) No equilíbrio, rG = 0, então rG ° = - RT ln(K) ou K = exp(-rG °/RT) » K é o valor de Q no equilíbrio ou K = (pB /pA )equilíbrio Comentários importantes O mínimo na energia livre de Gibbs vem da mistura de reagentes e produtos » Se não há mistura, G variaria linearmente em proporção à quantidade de B formada » A inclinação de G vs. x seria rG ° Vimos que mixG ° = nRT(x A ln(x A) + x B ln(x B) que é uma função em U (mínimo a 50% B) Se rG ° <0 então ln(K) >0 e os produtos são favorecidos Se rG ° >0 então ln(K) <0 e os reagentes são favorecidos xB 0 -0.1 -0.2 -0.3 -0.4 -0.5 -0.6 -0.7 -0.8 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 Generalizações Se você tem vários produtos e reagentes (todos gases ideais), a Lei de Dalton diz que PiV = vi RT em que vi é o número de mols do componente i (o fator estequiométrico da equação) Para cada componente, a diferença de energia de Gibbs será Gi -Gi° = RT ln(Pi) A temperatura constante, RG -RG° = RTS vi ln(Pi) e no equilíbrio RG =0 » Relembre RGi° = RGi° (produtos) - RGi° (reagentes) = = RT(S vi ln(Pi(prod) - S vi ln(Pi(reagentes) ) Assim -RG° = RTS vi ln(Pi)equilíbrio ou -RG° /RT = S vi ln(Pi) equilíbrio RG° é uma constante a T=constante e exp(-RG° /RT ) = K Sendo S vi ln(Pi) = ln(P Pi vi )equilíbrio Então K = P Pi vi – vi é positivo para produtos e negativo para reagentes Em termos de ativitidades (aA = pA/p*A), K =( P ai vi )equilíbrio Generalizações Para sólidos e líquidos puros a=1, portanto não contribuem para o quociente reacional (ou K) Para gases ideais (aA = pA/p*A), mas para gases reais (aA = fA/p*A), em que fA é a fugacidade K é uma função da temperatura e RG° também é função da temperatura K é independente da pressão total e da variação nas pressões parciais » Pressões variam pela mudança nas proporções de reagentes e produtos consistente com K =( P ai vi )equilíbrio K é chamada de constante de equilíbrio termodinâmica » Assim como atividades são adimensionais » Podemos aproximar o valor de K trocando as fugacidades pelas pressões parciais ou molalidades ou concentrações molares Aproximação pobre em soluções de eletrólitos ou soluções concentradas Aplicação a Reação em Fase Gasosa – Formação do NO a 25°C Reação: N2 (g) + O2 (g) → 2NO(g) » » » » » » Dados: Gf°(N2 ) = 0; Gf°(O2 ) = 0; Gf°(NO ) = +86.6 kJ/mol RG° = 2(86.6 kJ/mol) - 0 - 0 = 173.2 kJ/mol K = exp(-RG° /RT ) = exp (-173.2 kJ/mol/(2.48 kJ/mol)) K = 4.67 x 10-31 4.67 x 10-31 = a2NO/ aN2 aO2 = (fNO p °)2/ (fN2) (fO2) A baixas pressões fA =pA , então K= 4.67 x 10-31 = (pNO p °)2/ (pN2) (pO2) A pressão atmosférica pNO2 =(4.67 x 10-31 )(0.78084 x0.2094) = 2.86 x 10-31 atm; pNO = 1.69 x 10-15 atm Grau de Dissociação Para a equação, H2O(g), → H2 (g) + ½ O2 (g), qual é a fração molar de oxigênio resultante quando se passa vapor d’água por um tubo a 2000 K se a energia livre de Gibbs é 135,2 kJ/mol e P = 200kPa? K = exp(-RG°/RT ) = exp ((-135.2 kJ/mol)/(8.3145*2000 J/mol)) =exp(-8.13)=2.945 x 10-4 Se x moles de água se dissociam, a fração de água restante é 1-x, fração de hidrogênio= x e fração de oxigênio=x/2 Pressão Total = {(1-x) + x +x/2}p = {1 + 1/2x} [p=200 kPa] Pressões parciais: água = (1-x)p/(1+1/2x); H2 = xp/(1+1/2x); O2 = 1/2xp/(1+1/2x) K = {(xp/(1+1/2x)( 1/2xp/(1+1/2x))0.5)/[ (1-x)p/(1+1/2x)]; se 1>>x isto se simplifica a K = (1/2) 0.5(xp) 1.5 /p = (p/2) 0.5(x) 1.5 = 2.945 x 10-4 Substituindo por p (200 kPa/105 Pa) e resolvendo para x , (x) 1.5 = 2.945 x 10-4 ; então x = 0.004426 Fração molar de oxigênio = x/2= 0.00221 A Constante de Equilíbrio & Os Coeficientes de Atividade Recorde que a atividade, a, é o produto do coeficiente de atividade, g, e a fração molar, X, ou do coeficiente de atividade, g, e a concentração, b » Assim, para A + B → C + D » K = (gCbC)(gDbD )/(gAbA)(gBbB) » K = (gCgD)/ (gAgB) ( bCbD )/ (bAbB)= Kg KB ou Para soluções diluídas, Kg = 1 e K é aproximadamente KB Uma Visão Estatística do Equilíbrio Todas as moléculas têm níveis de energia correspondentes às energias eletrônicas, vibracionais e rotacionais » A energia interna total é ao soma das energias vibrational, rotational e eletrônica, eJ = ev + er + ee e as funções de partição também são aditivas, z J = zv + zr + z e A função de partição é o denominador na função de distribuição de Boltzman distribution, que é a distribuição da população entre os estados Para uma reação simples A B, a constante de equilíbrio é a soma das probabilidades que o sistema seja encontrado em um dos níveis de energia de B dividido pela soma das probabilidades de ser encontrado em um dos estados de A , ou seja K = z°B / z°B exp (-eO/kT), em que eO é a diferença entre os estados de mais baixa energia de A e B Visão Estatística (cont.) K = z°B / z°B exp (-eO/kT), » Se o espaçamento dos níveis de energia é o mesmo, então a espécie dominante tem os menores níveis de energia K determinados por eO A » Entalpia domina Se o espaçamento dos níveis é maior para uma espécie em relação à outra (uma maior densidade de estados), a função de partição será maior e irá determinar K A Entropia domina Exemplo Considere uma reação endotérmica Na2 → 2Na » eO = 0.73 eV e exp (-eO/kT) = 2.09 x 10-4 » Energeticamente o equilíbrio irá para o lado dos reagentes Mas K =2.4248 O estado fundamental de Na2 (A) é um singlete, enquanto o estado fundamental do Na(B) é um dublete Na atômico tem dois estados próximos superpostos e um peso estatístico muito maior Princípio de Le Chatelier-Braun Henry Le Chatelier (1888) e F. Braun (1887) “Qualquer sistema em equilíbrio químico, como um resultado da variação de um dos fatores que determinam o equilíbrio, sofre uma mudança que, se ocorrer por si mesma, introduzirá uma variação na direção oposta” H. Le Chatelier ou Se um sistema em equilíbrio é perturbado submetendo-o a uma pequena variação em uma das variáveis que definem o equilíbrio, este irá tender a retornar para um estado de equilíbrio, que será um tanto diferente do estado inicial. Prova de Le Chatelier-Braun Relembre que: dG = -SdT + Vdp + (S viµi) d x Definindo a afinidade, A , como (G/ x ) p,T » No equilíbrio, -A = 0 = S viµI (a T e p constantes) » Então -d A = d (G/ x ) p,T ou » -d A = - (S/ x ) p,T dT + (V/ x p,T )dp + (2G/2x ) p,T d x Para todos estados no equilíbrio -d A = d (G/ x ) p,T = 0 ou - (S/ x ) p,T dT + (V/ x p,T )dp + - (2G/2x ) p,T d x = 0 Prova de Le Chatelier-Braun (cont.) A T constante, ( xe / P)T = -[(V/ x ) p,T ]/[(2G/2x ) p,T ], xe é a extensão da reação no equilíbrio (2G/2x ) p,T >0 no equilíbrio (definição de equilíbrio estável), assim, se P é aumentado a T constante, a extensão da reação aumenta na direção em que o volume do sistema decresce a T e P constantes. A P constante, ( xe / T) p = [(S/ x ) p,T ]/[(2G/2x ) p,T ]= [T(dq/dx ) p,T]/[(2G/2x ) p,T ] dq é o trabalho reversível e xe é a extensão da reação no equilíbrio (2G/2x ) p,T >0 no equilíbrio, então se T aumenta a P constante, a extensão da reação aumenta na direção em que o calor é absorvido pelo sistema a T e P constantes. Resposta do Equilíbrio com a Pressão Relembre que K depende de rG° » rG° é definido a pressão padrão, portanto é independente da pressão e (K/p)T = 0 Apenas porque a constante é independente da pressão não significa que a composição dos gases seja » » O efeito da adição de um gás inerte – nada ocorre porque as pressões parciais não mudam (considerando gases ideais) Compressão (mudando o volume): O Princípio de Le Chatelier’s diz que a reação irá se ajustar para minimizar o aumento da pressão Resposta do Equilíbrio com a Pressão Exemplo: A > 2B; K = pB2/pAp° Na compressão [A] irá aumentar para compensar a variação de pressão » Se a extensão da reação é a então começamos com n mols A = (1- a)n e b=2 a n Fração molar de A, xA = (1- a )n/((1- a)n + 2 a n) = (1- a )/(1+ a) Fração molar de B, xB = 2a /(1+ a) K = [(2a /(1+ a))p]2/(1- a )/(1+ a)p = p[(4a 2/(1+ a)(1- a )] or K = 4a 2 p/(1- a 2 ) or 4a 2 p + K a 2 - K = (4p + K) a 2 - K = 0 – Note que: p = p/p° Resolvendo para a 2 = K/ (4p + K) = 1/(1 + 4p/K) ou a =1/(1 + 4p/K)1/2 O que significa que p aumenta quando a extensão da reação decresce. Histórico Fritz Haber (Nobel de Química em 1918) Início do século XX - Interesse Agropecuário – fixação de nitrogênio - Bélico – I Guerra Mundial Síntese da Amônia N2( g ) 3H2( g ) 2NH3( g ) Processo Haber: Síntese de NH3 N2 (g) + 3 H2 (g) → ← 2 NH3 (g) Condições ótimas: - pressão elevada; - Temperatura baixa. Na indústria : Temperatura + catalisador: velocidade da produção (cinética). N2(g) + 3H2(g) 2NH3(g) Exemplo: 3H2 + N2 > 2NH3 K = pNH32/p3H2pN2 K = xNH32p2/x3H2p3xN2 p em que pA =xAp K = [xNH32 /x3H2 xN2 ] [p2/p 4 ] = [xNH32 /x3H2 xN2 ] [p2/p 4 ] K = KX 1/ p2 em que, KX = [xNH32 /x3H2 xN2 ] ou KX a p2 » Se há um aumento de dez vezes na pressão, KX a p2 portanto aumentará KX em 100 vezes Isto significa que a concentração dos produtos precisam aumentar ou a dos reagentes precisam diminuir Exemplo: Uma mistura gasosa que consiste inicialmente de 3,5 moles de hidrogênio e 2,5 de iodo, é aquecida a 400 ° C, de modo que, ao atingir o equilíbrio 4,5 moles de HI são obtidos. O volume do vaso de reação é de 10 litros. Calcule: a) o valor das constantes de equilibrio Kc e Kp; b) A concentração dos compostos se o volume se reduz a metade se mantendo constante a temperatura a 400ºC. Efeito da Temperatura no Equilíbrio Efeito da Temperatura no Equilíbrio Efeito da Temperatura no Equilíbrio -G/RT = lnK então dlnK /dT =- (1/R)(d(G /T)/dT) Relembre a equação de Gibbs-Helmhotz (Cap. 5): d(G /T)/dT = [d(G /T)/d(1/T)][d(1/T)/dT] d(G /T)/dT = [d(G /T)/d(1/T)][1/T2] Então, G = H - TS ou G/T = H/T - S d(G /T)/dT = [d(H /T -S)/d(1/T)][1/T2] = H /T2 Portanto, d(lnK) /dT = H /RT2 Equação de van’t Hoff » Como d(1/T)/dT = -1/T2 , dT = -T2 d(1/T) (G-H eqn) d(lnK) /d(1/T) = -H /R Diz que o gráfico de K vs. 1/T é uma linha reta com inclinação = -H /R Pode ser usada para estimar a entalpia da reação d(lnK) /d(1/T) = -H /R Se a reação é exotérmica H <0 e a inclinação de ln(K) vs. 1/T é positiva (>0) » » Quando T aumenta 1/T decresce , de modo que se T aumenta K se torna menor O aumenta na temperatura favorece os reagentes (le Chatelier) Se a reação é endotérmica H >0 e a inclinação de ln(K) vs. 1/T é negativa (>0) » » Quando T aumenta 1/T decresce de modo que se T aumenta K se torna maior O aumento na temperatura favorece os produtos (le Chatelier) Exemplo Porque Recifes de Coral só ocorrem em Mares quentes? H 2O(l ) CO2( g ) H ( aq ) 3( aq ) HCO energia Exotérmico H<0 CaCO3( s ) ( coral ) 2 H ( aq ) 2 ( aq ) Ca H 2O(l ) CO2( g ) Exemplo Porque refrigerante Quente libera mais gás que o Frio? Exotérmico H<0 H 2O(l ) CO2( g ) H CaCO3( s ) ( coral ) 2 H ( aq ) ( aq ) 3( aq ) HCO 2 ( aq ) Ca energia H 2O(l ) CO2( g ) Temperatura Desloca equilíbrio para esquerda Explicação pela Mecânica Estatística Quando T aumenta a população dos estados mais altos é aumentada às expensas dos estados mais baixos » » Para uma reação endotérmica os estados dos produtos são maiores e o equilíbrio é deslocado para os produtos Para as reações exotérmica, os estados dos reagentes são maiores e o equilíbrio é deslocado para os reagentes Estimativa de K a Diferentes Temperaturas dlnK /d(1/T) = -H /R Integrando entre 1/T1 e 1/T2 » lnK2 - lnK1 = H /R (1/T2 - 1/T1 ) » » Considerando que H não varia muito com T Para N2O4(g) → 2NO2 (g) a 298 K, K= 0.15 Qual o valor a 100°C (398K)? ln K1 = -1.897, 1/T1 =0.0033557, 1/T2 =0.00251256, (1/T2 - 1/T1 )= -0.00084314 H =-9.16 + 2*33.18 = 57.2 kJ; H/R = 6879.5 H /R (1/T2 - 1/T1 ) = -6879.5* (-0.00084314) = 5.8 ln K2 = -1.897 + 5.8 = 3.903; K2 = 49.6 Uma integração mais rigorosa fornece Exercício A vida a altitudes elevadas e a produção de hemoglobina Os alpinistas precisam de semanas ou mesmo meses para se ambientarem antes de escalarem montanhas de elevada altitude como o Monte Everest. Como explicar este fato? A vida a altitudes elevadas e a produção de hemoglobina Escalar uma montanha de elevada altitude pode causar dores de cabeça, náuseas, fadiga não usual e outros incómodos. Tudo isto são sintomas de hipoxia, uma deficiência na quantidade de O2 quando chega aos tecidos do corpo. No entanto, uma pessoa que vive a altitude elevada durante semanas ou meses recupera gradualmente do enjoo de altitude e habitua-se ao teor do conteúdo de O2 na atmosfera, sendo capaz de funcionar normalmente. A vida a altitudes elevadas e a produção de hemoglobina Consideremos o seguinte sistema em equilíbrio, que representa a combinação do O2 com a molécula de hemoglobina: ← HbO2 (aq) Hb (aq) + O2 (aq) → HbO2 - oxi-hemoglobina que é o composto que transporta realmente o O2 para os tecidos. A constante de equilíbrio é: [HbO2 ] Kc [Hb][O2 ] De acordo com o Princípio de Le Châtelier, como evoluirá o sistema se a ocorrer uma diminuição da concentração de O2? A vida a altitudes elevadas e a produção de hemoglobina Hb (aq) + O2 (aq) ? HbO2 (aq) De acordo com o Princípio de Le Châtelier, uma diminuição da concentração de O2 deslocará o sistema da direita para a esquerda. Hb (aq) + O2 (aq) HbO2 (aq) Esta variação elimina a oxi-hemoglobina, causando hipoxia. Desde que se dê tempo suficiente o corpo é capaz de se defender desta adversidade produzindo mais moléculas de hemoglobina. O equilíbrio desloca-se então gradualmente da esquerda para a direita novamente, favorecendo a produção de oxi-hemoglobina. Diagrama de Ellingham Diagrama de Ellingham Quím. Nova vol.30 no.2 2007 Diagramas de Ellingham e de Van't Hoff: algumas considerações José de Alencar Simoni; Aécio Pereira Chagas