CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO – Um importante passo para a melhoria contínua – Avalia e quantifica as variabilidades (causas comuns ou especiais) do processo – Identifica o comportamento do processo e focaliza ações necessárias para eliminar possíveis variações – Mede a relação entre a faixa de tolerância especificada e a variabilidade natural do processo (causas comuns) – Processo deve estar sob controle estatístico – Apenas após a eliminação das causas especiais, avalia-se a capacidade do processo de atender às especificações de uma determinada característica Vanessa Fortes Aula 10 1 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO – Estima a probabilidade de produção de peças fora da especificação • Variabilidade do processo muito alta ultrapassa os limites de especificação – Probabilidade muito alta: • Pode-se inferir que o processo não é capaz de produzir a característica mesmo conformes possam estar sendo obtidas que peças • Mudanças significativas no processo podem ser necessárias para torná-lo capaz estatisticamente Vanessa Fortes Aula 10 2 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • O estudo da capabilidade permite: – Otimizar a produtividade e qualidade – Determinar os novos padrões de tolerância – Determinar se um novo equipamento é capaz de atender às especificações dos clientes – Comparar o desempenho de diferentes equipamentos – Predizer como o processo se mostrará perante aos seus limites – Ajudar ao setor de desenvolvimento a selecionar ou modificar o processo – Ajudar a estabelecer intervalos de amostragem para o monitoramento do processo Vanessa Fortes Aula 10 3 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO – Especificar requisitos de performance para novos equipamentos – Selecionar fornecedores – Reduzir a variabilidade na manufatura • Esta técnica é usada por muitos segmentos – Desenvolvimento de produtos ou processos – Desenvolvimento de fornecedores – Planejamento de produção – Produção Vanessa Fortes Aula 10 4 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Para o desenvolvimento de produtos ou processos – Avaliação de séries históricas dos índices de capabilidade obtidos de peças similares nas fases iniciais do projeto • Permite que os processistas e projetistas escolham processos e especificações adequadas • Garante a obtenção de características do produto por meio de processos estatisticamente Vanessa Fortes Aula 10 altamente capazes 5 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Durante a homologação do processo • Avaliação da capabilidade do processo, identificando processos problemáticos à tempo de correções antes da entrada em linha de produção • A capacidade de um processo é a faixa da população na qual se situam 99,73% das peças produzidas pelo processo • Cp = capacidade do processo Vanessa Fortes Aula 10 6 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO Limites naturais do processo 99,73% 0,135% LIC 0,135% 3 3 LSC Cp X 3 6 Vanessa Fortes Aula 10 7 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • É importante diferenciar um processo estável de um processo capaz • Processos sob controle estatístico podem não ser capazes de atender as especificações do cliente • Apesar de estável o processo apresenta variabilidade devido a causas comuns maior do que a amplitude das especificações determinadas pelos clientes Vanessa Fortes Aula 10 8 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO Processo estável x Processo capaz Vanessa Fortes Aula 10 9 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • As técnicas mais utilizadas na análise de capabilidade do processo são: – Histogramas – Gráficos de Controle Vanessa Fortes Aula 10 10 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Histograma – Pelo menos 100 observações para que a capacidade do processo estimada possa ser confiável – Antes da coleta de dados deve-se: • Escolher usados(s). o(s) equipamento(s) que são(erão) • Coletar os dados separadamente para que a variabilidade possa multipropósito) Vanessa Fortes Aula 10 ser isolada (equipamento 11 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Selecionar as condições de operação do processo (velocidade de corte, temperatura, etc.) razão de alimentação, – É importante estudar o efeito de variação destes fatores • Selecionar um operador – É importante estudar a variabilidade de operadores • Monitorar cuidadosamente os dados do processo e gravar a ordem de obtenção dos mesmos Vanessa Fortes Aula 10 12 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Exemplo: • Força de Explosão de 100 garrafas de vidro de cerveja 32,02 X 264,06 Vanessa Fortes Aula 10 13 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO 265 197 346 280 265 200 221 265 261 278 205 286 317 242 254 235 176 262 248 250 263 274 242 260 281 246 248 271 260 265 307 243 258 321 294 328 263 245 274 270 220 231 276 228 223 296 231 301 337 298 268 267 300 250 260 276 334 280 250 257 260 281 208 299 308 264 280 274 278 210 234 265 187 258 235 269 265 253 254 280 299 214 264 267 283 235 272 287 274 269 215 318 271 293 277 290 283 258 275 251 Vanessa Fortes Aula 10 14 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Resolução: – Estimativa da Capabilidade do Processo – LIC = 168 – LSC = 360,12 X 3 264,06 3 32,02 Vanessa Fortes Aula 10 15 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO Distribuição de Freqüência Intervalo de Classe (psi) Freqüência Freqüência Relativa Freqüência Relativa Acumulada 170 x 190 2 0,02 0,02 190 x 210 4 0,04 0,06 210 x 230 7 0,07 0,13 230 x 250 13 0,13 0,26 250 x 270 32 0,32 0,58 270 x 290 24 0,24 0,82 290 x 310 11 0,11 0,93 310 x 330 4 0,04 0,97 330 x 350 3 0,03 1,00 Vanessa Fortes Aula 10 16 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO Resolução: 35 0,35 30 0,3 25 0,25 20 0,2 15 0,15 10 0,1 5 0,05 0 0 190 210 230 250 270 290 310 330 350 170 190 210 230 250 270 290 310 330 Frequencia Vanessa Fortes Frequencia relativa Aula 10 17 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Comentários: – De acordo com o gráfico a distribuição da força de explosão é aproximadamente normal – Pode-se estimar que aproximadamente 99,73% das garrafas produzidas vão explodir entre 168 e 360 psi – A capabilidade pode ser estimada, como neste exemplo, independente da especificação da força de explosão – Uma vantagem de usar o histograma para estimar a capacidade do processo é que esta ferramenta mostra visualmente a performance do processo – Pode, inclusive, indicar a razão pela baixa performance do processo Vanessa Fortes Aula 10 18 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Índice de Capabilidade do Processo – É uma forma simples de quantificação da capacidade do processo LSE LIE Cp 6 onde, – LSE – Limite Superior de Especificação – LIE – Limite Inferior de Especificação Vanessa Fortes Aula 10 19 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO LSE Cps 3 (limite superior) LIE Cpi 3 (limite inferior) • O índice Cpk mostra a diferença do centro da distribuição normal e a especificação • Quanto mais o índice permanecer no centro, melhor é o processo, menos falhas ele tem Vanessa Fortes Aula 10 20 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Se Cp = Cpk, o processo está centralizado no ponto médio das especificações • Se Cpk < descentralizado especificações Cp, o com processo relação está às Cpk minCps, Cpi Vanessa Fortes Aula 10 21 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • 1) 2, Vanessa Fortes Cp = 2,0, Cpk = 2,0 Aula 10 22 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • 2) 2 Vanessa Fortes , Cp = 2,0, Cpk = 1,5 Aula 10 23 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • 3) 2 , Cp = 2,0, Cpk = 1,0 Vanessa Fortes Aula 10 24 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • 4) 2 , Cp = 2,0, Cpk = 0 Vanessa Fortes Aula 10 25 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • 5) 2 , Cp = 2,0, Cpk = -0,5 Vanessa Fortes Aula 10 26 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • O processo da figura 2 possui claramente capabilidade menor que o processo da figura 1 – Ele não está operando no ponto médio das especificações LSE LSE Cpk min Cpks , Cpki 3 3 62 53 53 38 Cpk min Cpks , Cpki 3 * 2 3 * 2 Cpk minCpks 1,5, Cpki 2,5 Cpk 1,5 Vanessa Fortes Aula 10 27 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Pode-se dizer que o Cp mede a capabilidade potencial do processo, enquanto que Cpk mede a capabilidade atual do processo – Quando Cpk = 0 a média do processo encontra-se exatamente em um dos limites de controle, Figura 4 – Quando Cpk < 0 a média do processo encontra-se fora dos limites de especificação, Figura 5 – Quando Cpk < -1 o processo inteiro encontra-se fora dos limites de especificação Vanessa Fortes Aula 10 28 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO LSE LIE Cp < 1 1 Cp 1,33 Cp = LSE – LIE 6 PROCESSO VERMELHO PROCESSO AMARELO PROCESSO VERDE LSE = Limite Superior de Especificação LIE = Limite Inferior de Especificação • NECESSITA 100% DE INSPEÇÃO • PROCESSO NÃO CAPAZ • MELHORAR CAPACIDADE ESTATÍSTICA DO PROCESSO p > 0,27% •1 Cp 1,33 INSPEÇÃO INSPEÇÃO POR 100% AMOSTRAGEM 64 ppm < p 0,27% • NÃO NECESSITA DE INSPEÇÃO • NECESSITA ANÁLISE DE REDUÇÃO DE CUSTOS p 64 ppm Cp 1,33 Vanessa Fortes Aula 10 29 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Classificação dos índices quanto à capacidade Índice (Cp ou Cpk = i) i Valor de referência < 1,00 i 1,00 < i < 1,33 i 1,33 Vanessa Fortes Aula 10 Conceito Inadequado Adequado Bastante Satisfatório 30 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Classificação dos índices quanto à capacidade – Inadequado • O processo não tem condições de manter as especificações ou padrões • É requerido o controle, revisão e seleção em 100% das peças, produtos ou resultados – Adequado • Relativamente confiável, os operadores do processo exercem completo controle das operações, e o controle da qualidade monitora e fornece informações para prevenir a deterioração do processo. Vanessa Fortes Aula 10 31 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Classificação dos índices quanto à capacidade – Bastante Satisfatório • Altamente confiável, os operadores do processo exercem completo controle sobre ele • Pode-se utilizar o pré-controle e a auto-inspeção Vanessa Fortes Aula 10 32 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Quando a distribuição não for normal possivelmente Cp ou Cpk estarão incorretos – Exemplo: O histograma possui 80 medições de rugosidade da superfície de uma máquina (defeito). O limite superior de especificação é LSE = 32 micropolegadas, a média e o desvio padrão são, respectivamente, x 10,44 e 3,053 , gerando um Cps Vanessa Fortes LSE 32 10,44 2,35 3 3 * 3,053 Aula 10 33 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO 30 Frequência 25 20 15 10 5 0 6 8 10 12 14 16 18 20 22 Pontos médios Vanessa Fortes Aula 10 34 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Como o histograma é bastante enviesado tem-se a certeza de que a distribuição não é normal – É possível que a estimação do Cp esteja incorreta • Para tratar esta situação podem-se transformar os dados em uma aparente distribuição normal Vanessa Fortes Aula 10 35 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO – Neste gráfico foi usada uma transformação recíproca onde x*=1/x x* 0,1025 , – Na escala de transformação a o * 0,0244 e o LSE = 1/32 = 0,03125, com um LSE 0,03125 0,1025 Cps 0,97 3 3 * 0,0244 Vanessa Fortes Aula 10 36 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO – Gráfico adaptado 16 14 Frequência 12 10 8 6 4 2 0 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,10 0,11 0,12 0,13 0,14 0,15 Pontos médios Vanessa Fortes Aula 10 37 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Comentários: – De acordo com a tabela de especificações, este Cps representa que aproximadamente 1350 PPM estão fora da especificação – Esta estimativa é muito mais realista que a “teoria normal” Vanessa Fortes Aula 10 38 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Tabela de falhas nos processos (ppm) Falhas no Processo (ppm) PCR Em um lado da curva normal Nos dois lados da curva normal 0,25 226.628 453.255 0,50 66.807 133.614 0,60 35.931 71.861 0,70 17.865 35.729 0,80 8.198 16.395 0,90 3.467 6.934 1,00 1.350 2.700 1,10 484 967 1,20 159 318 1,30 48 96 1,40 14 27 1,50 4 7 1,60 1 2 1,70 0,17 0,34 1,80 0,03 0,06 2,00 0,0009 0,0018 Vanessa Fortes Aula 10 39 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Análise de capabilidade do processo - Gráfico de Controle – A análise de capabilidade por gráfico de controle retrata práticas sistemáticas que ocorrem na saída do processo que, se eliminadas, reduziriam a variabilidade na qualidade – Ambos os gráficos de controles para variáveis e atributos podem ser utilizados para a análise de capabilidade do processo. O gráfico da X e R deve ser utilizado sempre que possível, pois provém informações melhores que os gráficos para atributos (p, c e u) Vanessa Fortes Aula 10 40 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Exemplo: – Para análise de capacidade utilizando o gráfico da X e R deve-se coletar dados em 2 ou 3 períodos diferentes (diferentes posições, diferentes dias, etc.) – A tabela representa os dados de 20 amostras, com 5 observações cada, de força de explosão Vanessa Fortes Aula 10 41 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Gráfico X : – Limite Superior de Controle = LSC = = 264,1 + 0,0577 x 77,3 = 308,7 X A2R – Limite Central = LC = X 264,1 – Limite Inferior de Controle = LIC = 264,1 - 0,577 x 77,3 = 219,5 Vanessa Fortes Aula 10 X A2R 42 = CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Gráfico R: – Limite Superior de Controle = LSC = D 4 R 2,115 x 77,3 = 163,5 = – Limite Central = LC = R = 77,3 – Limite Inferior de Controle = LIC = 77,3= 0 Vanessa Fortes Aula 10 D3 R = 0 x 43 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Gráfico da Média 320,0 300,0 Média 280,0 260,0 240,0 220,0 200,0 0 5 10 15 20 25 Número de Amostras Média Vanessa Fortes Média da Média (LCM) Aula 10 LSCM LICM 44 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Gráfico da Amplitude Amplitude 160 120 80 40 0 0 5 10 15 20 25 Número de Amostras Amplitude Vanessa Fortes Média da Amplitude (LCR) Aula 10 LSCR LICR 45 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • O índice de capabilidade do processo pode ser estimado pela equação: LIE Cpi 3 onde, x 264,1 , R 77,3 33,23 d 2 2,326 e LIE = 200 LIE 264,1 200 Cpi 0,64 3 3 * 33,23 Vanessa Fortes Aula 10 46 CAPABILIDADE/CAPACIDADE DE PROCESSO • Sendo Cpi = 0,64, o índice é inadequado – O processo está sob controle, operacionalização é inadequada mas sua – Devem ser realizadas intervenções no processo com o objetivo de aumentar o índice de capacidade do processo pelo menos até o mínimo aceitável - 1,00 Vanessa Fortes Aula 10 47