10Minutos | Brasil 9ª Pesquisa de Líderes Empresariais As estratégias das empresas para lidar com tempos incertos Destaques No Brasil, 40% dos CEOs estão muito confiantes na expansão das suas empresas ao longo dos próximos três anos; no mundo esse percentual é de 46%. .................................................................... A maior preocupação dos líderes brasileiros é com ataques cibernéticos ou um colapso na internet (71%), item que ficou em terceiro lugar na lista global. Em nível mundial, o que mais preocupa os CEOs são distúrbios sociais nos países onde estão sediados. .................................................................... Quase metade dos executivos está depositando esperanças no crescimento orgânico dos mercados em que suas empresas já atuam. .................................................................... Após uma década marcada por fortes perturbações econômicas e catástrofes naturais, as corporações de todo o mundo estão cada vez mais atentas à necessidade de saber lidar com a adversidade. Num mundo globalizado, em que países e economias estão interligados, a prática da cautela continua em alta. Neste cenário, o Brasil ocupa um lugar promissor de acordo com a 9ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros, que integra a 16ª Pesquisa Anual Global com CEOs da PwC. Como na edição anterior, o país é considerado um dos três mercados mais importantes para as perspectivas de crescimento das empresas, somente atrás de China e EUA. O estudo também coloca o país entre aqueles cujo crescimento deve se acelerar, e faz uma projeção de expansão média do PIB de 4% ao ano entre 2013 e 2015. Abril 2013 Para crescerem e se tornarem mais fortes, as empresas brasileiras estão se voltando para seu próprio país. A curto prazo, apostam no mercado interno como a principal oportunidade para incrementar seus negócios e ampliar o foco no cliente. Para realizar seus projetos, planejam investir na capacidade de produção. A longo prazo, qualificar a força de trabalho se torna crucial. As empresas brasileiras sabem disso e cobram a parceria do governo. Mas não basta ser eficiente e contar com condições estruturais adequadas. É preciso demonstrar comprometimento social e transparência nas ações. No Brasil, 69% dos entrevistados afirmaram que seus empregados têm influência na sua estratégia de negócio – no mundo foram 83%, e entre os BRICs, 75%. 1 Instantâneo Metade dos dez principais mercados para expansão está em crescimento Quais são os três países, excluindo aquele em que você está sediado, mais importantes para a sua perspectiva de crescimento geral nos próximos 12 meses? 5% 6% Canadá Reino Unido 8% Rússia 12% 23% 31% Alemanha Estados Unidos 5% Japão China 10% Índia 7% 15% Indonésia Brasil Fonte: 9ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 2 A década da turbulência: crescimento modesto e cautela 1. A perspectiva econômica global desafia até as empresas mais fortes. 3. No longo prazo, brasileiros são mais conservadores em relação ao crescimento. A zona do euro ainda está em recessão e, nos EUA, a previsão é de que a economia cresça apenas 2,2% este ano. A situação em alguns mercados emergentes também está mais difícil, como demonstra a desaceleração das economias dos BRICs. Enquanto no Brasil 40% dos CEOs estão muito confiantes na expansão de suas empresas ao longo dos próximos três anos, no mundo esse percentual é de 46%. A diferença de expectativas se deve também ao fato de que o Brasil não sofreu impactos significativos da crise de 2008-2009. 2. CEOs de todo o mundo estão mais otimistas. 4. Nota-se uma postura de cautela. Embora as condições de mercado em vários países ainda sejam muito difíceis, 52% dos executivos que responderam à pesquisa acham que a economia global vai permanecer estável nos próximos 12 meses – no Brasil, esse índice chega a 56%. E isso se deve ao fato de que eventos inesperados e de graves consequências vêm ocorrendo com mais frequência. Entre 1970 e 2011, o número de desastres provocados pelo homem quase triplicou, enquanto o número de catástrofes naturais aumentou sete vezes. A última década foi marcada por uma série de fortes turbulências. Em resumo, os riscos improváveis já não são tão improváveis assim, eles estão se tornando a norma num mundo cada vez mais cheio de incertezas. Os CEOs estão sentindo essa pressão. 3 O que mais preocupa os CEOs consultados? O aumento da carga tributária é a principal ameaça comercial no Brasil P: Até que ponto você está preocupado com as seguintes ameaças comerciais a suas perspectivas de crescimento? (quatro principais ameaças mencionadas pelos CEOs brasileiros) 71% Aumento da carga tributária Escassez de profissionais qualificados 71% Atualmente, uma ampla gama de ameaças às perspectivas de crescimento das empresas, sejam elas potenciais ou já em curso, vem tirando o sono dos CEOs. Isso inclui eventos catastróficos, questões econômicas, políticas ou comerciais. Grandes turbulências No Brasil, a maior preocupação é com um ataque cibernético ou um colapso na internet (71%), item que ficou em terceiro lugar na lista global. No mundo, o que mais preocupa os CEOs são distúrbios sociais nos países onde estão sediados. Números no vermelho e burocracia 62% Falta de infraestrutura básica Alto custo de energia e de matérias-primas. Fonte: 9ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 38% Os CEOs também temem ameaças fiscais e políticas. A incerteza ou volatilidade econômica está no topo da lista de preocupações em todo o mundo pelo terceiro ano consecutivo. Esse aspecto foi apontado por 81% dos líderes globais e também é o maior temor entre líderes dos BRICs (76%). No Brasil, esta foi considerada a segunda maior ameaça (67%), superada pela prática de corrupção e suborno: 69%. Impostos, escassez de talentos No plano comercial, os líderes executivos estão apreensivos com o aumento de impostos e a falta de profissionais com qualificações-chave para manter suas operações. São temores recorrentes que, no cenário atual, ficaram ainda mais evidentes. No Brasil, essas mesmas questões são as maiores preocupações entre 11 potenciais ameaças ao crescimento dos negócios: ambas obtiveram 71% das indicações. Uma luz na escuridão Mas nem todas as perspectivas são sombrias. Por exemplo, 47% dos brasileiros afirmam que um crescimento abaixo de 7,5% ao ano na China não teria impacto sobre seus negócios ou até poderia proporcionar novas oportunidades. No mundo, o percentual foi de 45%; nos BRICs, 40%. Eles percebem que as ameaças se apresentam de forma cada vez mais complexa e rápida e reconhecem que as práticas de gestão de riscos tradicionais não são suficientes. Sabem também que, numa economia global estagnada, não se pode contar que uma maré favorável chegue para socorrê-los. 4 Três abordagens para tempos incertos Como as empresas brasileiras estão aproveitando novas oportunidades?* 29% 44% Crescimento orgânico no mercado interno em que atua Fusões, aquisições, associações 13% 9% Crescimento orgânico no mercado externo onde atua Novos produtos e serviços O que os CEOs estão fazendo para tornar suas organizações mais resistentes nesta época de “instabilidade estável”? Nosso estudo mostra que eles estão optando por três tipos de abordagem: Mirar oportunidades inexploradas Os CEOs estão se concentrando em poucas iniciativas selecionadas com muito cuidado, principalmente nos mercados em que já atuam, buscando o crescimento orgânico. Eles estão mais cautelosos quanto à possibilidade de entrar em novos mercados, fazer fusões e aquisições e pulverizar demais os seus recursos. As empresas que se saíram melhor – e emergiram mais fortes – tanto em crescimento de vendas como de lucros, foram as que souberam encontrar o delicado equilíbrio entre cortar custos para sobreviver no curto prazo e investir para se expandir no longo prazo. No Brasil, 44% dos CEOs apostam no mercado interno como a principal oportunidade para incrementar seus negócios nos próximos 12 meses – na pesquisa global, foram 32%; nos BRICs, 37%. Ampliar o foco no cliente Os CEOs estão buscando novas maneiras de estimular a demanda e fidelizar clientes, como usar plataformas de marketing digital e incentivar a participação dos consumidores no desenvolvimento de produtos/serviços. Mas também visam tornar o processo de inovação mais eficiente sem aumentar os investimentos em P&D. Um total de 82% dos CEOs prevê fazer mudanças com essas finalidades, sendo que 31% dos líderes em todo o mundo têm grandes transformações em mente. Nos BRICs, o percentual dos que planejam fazer mudanças é de 79%, enquanto no Brasil chega a 91%. Melhorar a eficiência operacional Sob pressão para atender às crescentes demandas dos clientes e presos a parâmetros de investimento restritos, os CEOs sabem que terão de mudar a maneira como suas empresas operam. No Brasil, 36% dizem que melhorar a eficácia operacional é uma das prioridades de investimento este ano. Em nível mundial e para os BRICs, esta foi apontada como a segunda prioridade – 49% e 41%, respectivamente. *Fonte: 9ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros 4% Nova(s) operação(ções) em mercados externos 5 Uma questão de confiança: o trabalho começa em casa A crise global e o comportamento questionável de algumas companhias abalaram a fé nas organizações em geral, provocando reflexos negativos no valor e no desempenho de suas marcas. No Brasil, a falta de confiança do público não chega a preocupar tanto os CEOs. Apenas 13% acham que isso é uma ameaça potencial a seu negócio. Outras duas preocupações obtiveram percentuais bem maiores: a carga tributária crescente e a falta de qualificações-chave. Ambas afligem igualmente 71% dos líderes brasileiros. No mundo e nos BRICs, entretanto, a falta de confiança assombra. Na pesquisa global, 37% dos entrevistados manifestaram esse temor, nos BRICs foram 39%. Mais stakeholders Confiança não é apenas uma parte essencial do relacionamento com o cliente. Ela é o que une uma organização a seus stakeholders – e atualmente existem muitos deles a serem considerados. Graças à revolução das mídias sociais, vários grupos têm um poder de influência sem precedentes. Os CEOs sabem disso. Se consideram clientes, concorrentes, governos e reguladores como seus mais influentes stakeholders, certamente não ignoram outros, como empregados, fornecedores, investidores. No Brasil, 69% dos entrevistados afirmaram que seus empregados têm influência na sua estratégia de negócio – no mundo, foram 83% e, entre os BRICs, 75%. Ainda com relação à pesquisa feita com os líderes brasileiros para saber até que ponto determinados stakeholders têm influência significativa em sua estratégia, os percentuais foram bem altos no caso dos parceiros na cadeia de suprimentos (80%), dos provedores de capital (71%) e da mídia (71%). Um trabalho interno Os CEOs que entrevistamos começaram a agir internamente para reconquistar a confiança: 67% dos brasileiros planejam se concentrar na estrutura de apoio a uma cultura de comportamento ético nos próximos 12 meses, um percentual mais alto do que o verificado no nível global (56%) e entre os BRICs (57%). As mídias sociais As mídias sociais estão se tornando uma ferramenta cada vez mais importante, e os líderes no Brasil estão mais atentos aos seus usuários do que os colegas em todo o mundo. Em nossa pesquisa, 56% dos CEOs brasileiros consideram esses stakeholders influentes para a estratégia de seu negócio, contra 50% no resultado global e 46% nos BRICs. Expectativas quanto ao governo Os líderes também reconhecem a importância de colaborar com o governo, para promover seus próprios interesses comerciais e construir um ecossistema de negócios sustentável. Eles entendem, por exemplo, que a responsabilidade de qualificar a força de trabalho também é tarefa do governo, mas 71% dos entrevistados no Brasil, 56% no mundo e 44% nos BRICs discordam que essa contribuição do poder público esteja sendo feita de modo eficaz. No Brasil, uma segunda prioridade se destaca: a abordagem de planejamento tributário e contribuição fiscal, sobre a qual 53% dos líderes pretendem se debruçar nos próximos 12 meses – em comparação com 37% no mundo e 47% nos BRICs. Reduzir o impacto ambiental também está na pauta do dia: tanto no mundo como no Brasil quase metade dos CEOs pretende agir em relação a essa questão nos próximos 12 meses. 6 Como sobreviver e vencer em meio à turbulência “...Acho que o que devemos fazer (...) é olhar para as oportunidades de crescimento com muito cuidado. O caminho mais fácil é dizer: bem, é um mercado emergente, então deve ser bom; é um mercado maduro, então deve ser mais difícil; mas (...) é preciso pesquisar a fundo para ver onde o crescimento realmente está (...) e há crescimento em todos os mercados, mas você tem de se preocupar com os detalhes.” As perguntas a seguir, derivadas das conversas que tivemos com os CEOs, enfatizam alguns dos maiores desafios que os líderes empresariais enfrentam atualmente na tentativa de expandir suas empresas e mantê-las competitivas no cenário global de incerteza permanente. O roteiro completo está disponível no relatório da pesquisa. Da gestão de riscos à resiliência • Como é possível complementar a estratégia e o planejamento de longo prazo de sua empresa com ferramentas em tempo real para melhorar as decisões operacionais e fazer continuamente ajustes de rumo, conforme a necessidade? Como escolher as oportunidades certas • Selecionar as iniciativas corretas para investimento é essencial para o sucesso, especialmente em tempos difíceis. Que critérios devem ser usados para assegurar que seus investimentos estão direcionados para onde possam gerar o melhor valor? Foco no consumidor • As empresas não deixaram de se concentrar nos consumidores, mas elas estão dando mais atenção aos custos – como também o fazem os próprios consumidores. Como é possível segmentar melhor mercados altamente diferenciados e em constante mudança a fim de descobrir oportunidades de crescimento? Mais eficiência operacional • A expansão dos lucros é de essencial importância para as organizações. Mas como assegurar que você continuará a criar valor, a investir para crescer e a ter flexibilidade para se recuperar dos períodos de turbulência? Como criar relacionamentos confiáveis • Como criar a confiança mútua necessária para que seus empregados assumam uma responsabilidade pessoal por fazer o que é certo, mesmo quando cada um deles está cada vez mais exposto à interação com os clientes na linha de frente dos negócios? Alison Cooper, diretora executiva do Imperial Tobacco Group, Reino Unido 7 Para obter mais informações sobre os resultados da 9ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros, entre em contato com: Baixe gratuitamente o aplicativo PwC BR na App Store e tenha acesso às publicações nacionais e globais da PwC. Henrique Luz Sócio PwC Tel: (11) 3674 3897 [email protected] Compartilhe conosco o que você acha da série 10Minutos e quais temas gostaria de conhecer melhor. Acesse: www.pwc.com.br/10minutosopiniao Leitura relacionada: 9ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros: www.pwc.com.br/ceo-survey-brazil Siga-nos Twitter@PwCBrasil facebook.com/PwCBrasil © 2013 PricewaterhouseCoopers Brasil Ltda. Todos os direitos reservados. Neste documento, “PwC” refere-se à PricewaterhouseCoopers Brasil Ltda., a qual é uma firma membro do network da PricewaterhouseCoopers, sendo que cada firma membro constitui-se em uma pessoa jurídica totalmente separada e independente. O termo “PwC” refere-se à rede (network) de firmas membro da PricewaterhouseCoopers International Limited (PwCIL) ou, conforme o contexto determina, a cada uma das firmas membro participantes da rede da PwC. Cada firma membro da rede constitui uma pessoa jurídica separada e independente e que não atua como agente da PwCIL nem de qualquer outra firma membro. A PwCIL não presta serviços a clientes. A PwCIL não é responsável ou se obriga pelos atos ou omissões de qualquer de suas firmas membro, tampouco controla o julgamento profissional das referidas firmas ou pode obrigá-las de qualquer forma. Nenhuma firma membro é responsável pelos atos ou omissões de outra firma membro, nem controla o julgamento profissional de outra firma membro ou da PwCIL, nem pode obrigá-las de qualquer forma.