VIGILÂNCIA DOS EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAÇÃO(VEAPV) SESAB / SUVISA / DIVEP / CEI / GT-EAPV Farmacovigilância Grego: pharmakon – droga; Latim: vigilare – estar atento, vigiar. • De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), farmacovigilância é a ciência relativa à detecção, avaliação, compreensão e prevenção dos efeitos adversos ou quaisquer problemas relacionados a medicamentos. – Também conhecida como vigilância pós-comercialização (post-marketing), é composta pelo mesmo processo de detecção, acompanhamento e controle de problemas decorrentes do uso de medicamentos já legalmente autorizados e utilizados nos estudos de fase IV. • Farmacovigilância de vacina é definida como a ciência e atividades relativas à detecção, avaliação, compreensão e comunicação de eventos adversos pós-vacinação e outras questões relacionados às vacinas ou à imunizações, e para a prevenção de eventos adversos. • Fonte: CIOMS / ref OMS grupo de trabalho 2012) Marco Histórico da Farmacovigilância 1959 / 61– Epidemia de focomelia por Talidomida (4.000 – 10.000 casos no mundo, com 15% de mortos) A décima-sexta Assembleia Mundial da Saúde (1963) adotou uma resolução (WHA 16.36) que reafirma a necessidade de ações imediatas em relação à disseminação rápida de informações sobre reações adversas a medicamentos e que conduziu, posteriormente, à criação do Projeto de Pesquisa Piloto para a Monitorização Internacional de Medicamentos da OMS em 1968. FV: objetivos • Melhorar o cuidado com o paciente e a segurança em relação ao uso de medicamentos /vacinas e todas as intervenções médicas e paramédicas; • Melhorar a saúde pública e a segurança em relação ao uso de medicamentos/vacinas; • Contribuir para a avaliação dos benefícios, danos, efetividade e riscos dos medicamentos/vacinas, incentivando sua utilização de forma segura, racional e mais efetiva (inclui-se o uso custo-efetivo); • Promover a compreensão, educação e capacitação clínica em farmacovigilância e sua comunicação efetiva ao público; • Incorporar a vigilância pós-comercialização para detectar, notificar, investigar a magnitude e frequência de EA, monitorar seus benefícios-riscos a fim de educar, comunicar e eliminar possíveis riscos à saúde; • Assegurar a evidência de que os benefícios da utilização de medicamentos/vacinas são maiores que potenciais riscos à saúde de uma determinada população. O que faz com que uma vacina seja segura? A vigilância pós-comercialização (post-marketing) • Componentes do sistema que garantem vacinas e medicamentos de qualidade: – Produtores – Autoridades nacionais regulatórias (ANR) independentes e competentes – Anvisa – Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde - INCQS – Programas nacionais de imunizações – Usuários Funções das ANR / ANVISA • • • • Sistema regulador Registro e licenciamentos Avaliação e autorização de ensaios clínicos Vigilância pós-comercialização (post-marketing) – controle permanente de qualidade (inspeções) O laboratório produtor é o maior responsável pela segurança, efeitos e eficácia dos seus produtos Plano de farmacovigilância: – Elaborado pelo fabricante como parte do solicitado para o licenciamento de mercado, inclui: • Especificações de seguridade • Resumo dos riscos importantes identificados e potencializados – Descrição dos eventos raros e inusitado dos EA e população estudada – Descrição de ‘sinais’ inusitados antes e depois da comercialização (vigilância ativa) – Descrição de populações adequadamente dos estudos de risco que não participaram • Vigilância pós-comercialização - INCQS Liberação lote a lote - Revisão de documentos – Análises de amostras – Revisão de resultados • Vigilância de eventos adversos pós-vacinação – PNI – GFARM/Anvisa Produção Vacinas de qualidade Vacinação Segura Monitoramento de EAPV: Investigação rápida e eficiente Comunicação Transporte e Armazenamento: • acondicionamento adequado Práticas de Injeções Seguras: • Administração • Disposicão final Vigilância em saúde pública: “ É a observação contínua da distribuição e tendências da incidência de doenças mediante a coleta sistemática, consolidação e avaliação de informes de morbidade e mortalidade, assim como de outros dados relevantes, e a regular disseminação dessas informações a todos que necessitam conhecê-la”. Langmuir, 1963 Vigilância epidemiológica de EAPV (VEAPV) Sistema de monitoramento e investigação que proporciona o conhecimento de eventos temporalmente associados à vacinação, contribuindo, dessa forma para a manutenção da credibilidade, por parte da população e dos profissionais de saúde, nos programas de imunização. Evolução dos programas de imunização e a importância da vacinação segura 1 2 Período Pré-vacinação Aumento de coberturas 3 Perda de Confiança 4 Recuperação de Confiança 5 Erradicação Parada na vacinacão Incidencia Doença Coberturas Vacinais ¿? Surto Eventos Adversos Evolução C., R et. al., “Vaccine Safety: Future Challenges” Ped. Ann., July 1998; 27(7): 445-55 Erradicação Objetivos Normatizar o reconhecimento e a conduta frente aos casos de EAPV; Identificar os eventos adversos graves, novos e/ou raros (inusitados); Estabelecer ou descartar a relação de causalidade com a vacina; Identificar os lotes mais reatogênicos; Detectar, corrigir e prevenir erros programáticos; Atualizar contra-indicações e análise de riscos e benefícios; Estimar taxas de incidência e gerar novas hipóteses; Promover a consolidação dos dados de EAPV ocorridos nas regiões do país num sistema único e informatizado; Assessorar os processos de capacitação ligados à área de imunizações visando o aspecto dos EAPV; Coordenar junto com a agência reguladora – Anvisa a avaliação da qualidade das vacinas; Objetivos maiores..... RÁPIDA resposta às dúvidas/preocupações dos indivíduos, pais e comunidade em geral. RÁPIDA, honesta e eficiente comunicação dos resultados de investigações, assegurando a integridade dos programas de imunizações e mantendo a confiabilidade dos imunobiológicos utilizados pelo PNI, junto à população e aos profissionais de saúde. Tipos de vigilância Ativa Passiva estimulada Passiva Todos os países devem ter (pelo menos) um sistema passivo de vigilância Vigilância passiva: Elementos básicos • Ocorre nos locais da atenção básica • Trabalhadores de saúde necessitam treinamento, educação continuada e supervisão para: − Reconhecimento dos EAPV − Importância da notificação dos EAPV − Uso de formulários e procedimentos de notificação • Fluxo de notificação • Retroalimentação oportuna − Para ações corretivas, se necessário − Para reforçar o valor e a utilidade da notificação − Para tranquilizar aos pacientes e trabalhadores de saúde Resolução de problemas com sistemas de vigilância passiva • As definições ‘estándares’ de casos de EAPV: − Melhorar os diagnósticos − Melhorar a qualidade e uniformidade dos dados. Grupo Colaborativo Brighton e outros www.brightoncollaboration.org − Desenvolvimento de definições de casos de EAPV aceitas e implementadas mundialmente • Capacitações/treinamentos evitam formulários/notificações incompletas. • Vigilância passiva estimulada para eventos específicos. Sistema passivo estimulado • Lembretes periódicos, educação continuada e retroalimentação para vigilâncias estarem alertas e notificarem casos. • É útil quando a VEAPV é recente. • O envolvimento dos médicos incrementa as notificações de EAPV graves. • A “notificação negativa” pode ser um complemento útil para garantir que o sistema está funcionando. Vigilância ativa • Busca/estudos sistemáticos para EAPV em populações definidas • Unidades/centros de saúde, clínicas, hospitais, comunidades. • Busca ativa de ‘sinais’ • Demanda tempo e recursos. • Maior sensibilidade, porém menor cobertura. • Como realizar? Através da definição de: − − − − − − Eventos que se quer investigar: EHH, anafilaxia, outros; Quais vacinas se quer investigar; Tamanho da amostra; Tempo e locais de investigação, UBS, hospitais sentinelas, outros; Construção de formulários específicos com dados a serem investigados; Treinamento de pessoal para busca de dados; Revisão de prontuários, etc. ‘Sinal’ é a informação (a partir de uma ou várias fontes), que sugere uma nova associação potencialmente causal, ou um novo aspecto de uma associação conhecida, entre uma intervenção e um evento ou conjunto de eventos relacionados, seja adverso ou benéfico e que apresenta probabilidade suficiente para justificar uma ação investigatória. Um sinal é, portanto, uma hipótese, juntamente com dados e argumentos. WHO/CIOMS. Interfaces entre sistemas de vigilância, serviços de saúde e pesquisa Serviços de saúde Laboratórios Melhor assistência Notificação Institutos de pesquisa Pacientes Apoio técnico Prevenção e controle População Vigilância