Excelentíssimo Senhor Ministro das Relações Exteriores Embaixador Antônio de Aguiar Patriota Excelentíssima Senhora Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Tereza Campello Excelentíssimo Senhor Ministro do Trabalho e Emprego Carlos Daudt Brizola Excelentíssimo Senhor Ministro do Tribunal Superior do Trabalho e Membro do Comitê de Peritos da OIT Ministro Lélio Bentes Corrêa Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral do Trabalho do Ministério Público do Trabalho Dr. Luís Antônio Camargo de Melo Excelentíssima Presidente da Frente Parlamentar Mista de Direitos Humanos da Criança e do Adolescente Deputada Érika Kokay Respeitada Senhora Secretária Executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil Sra. Isa Maria de Oliveira Senhoras e Senhores representantes das Organizações de Empregadores e de Trabalhadores Autoridades do Estado Brasileiro aqui presentes, Senhoras e Senhores, É com grande satisfação e honra que estou presente nesta sessão de instalação e primeira reunião da Comissão Organizadora Nacional da III Conferência Global sobre o Trabalho Infantil. Sou portadora, nesta ocasião, da saudação especial do Diretor Geral da OIT, Sr. Guy Ryder e de sua Diretora Regional para a América Latina e Caribe, Sra. Elizabeth Tinoco. É uma honra para a OIT participar deste momento histórico onde os constituintes da OIT no Brasil e demais atores sociais se unem para reafirmar seu compromisso e assumir novas responsabilidades na construção das políticas e estratégias dirigidas à prevenção e eliminação do trabalho infantil Três palavras podem resumir esta responsabilidade: Solidariedade, diálogo social e liderança. - Solidariedade com outros países e sociedades que ainda estão ou vão percorrer o caminho já iniciado pelo Brasil, cuja experiência é reconhecida pela OIT. -A necessidade de aprofundar as formas de diálogo social entre iguais e criar um espaço de reflexão conjunta e troca de experiências que possibilite analisar e compartilhar tanto as conquistas e as boas práticas desenvolvidas nessa trajetória, quanto identificar e discutir formas de enfrentar e superar as insuficiências, problemas e desafios que ainda persistem e, em especial, nos países em desenvolvimento. A atual crise econômica agrava o quadro do mercado de trabalho e, por isso, formas degradantes de trabalho têm voltado a aparecer. Liderança para repactuar, no seio da comunidade internacional, o compromisso pela proteção integral de milhões de crianças e adolescentes ainda órfãos de políticas públicas. Compromissos estes já previstos nas Convenções da OIT Nº 138 sobre a idade mínima e Nº 182 sobre as piores formas de trabalho infantil e também no Roteiro de Haia de 2010. Mas quem e onde estão estas crianças? São 215 milhões em situação de trabalho infantil, 115 das quais em atividades perigosas, conforme o Relatório Global da OIT de 2010. Entre 2004 e 2008, a determinação política permitiu que muitas delas pudessem superar essa condição: no grupo de 5 a 14 anos, houve uma redução de 10% no trabalho infantil (15% no caso das meninas, o que significa que entre elas a decréscimo foi mais acentuado). A diminuição do número de crianças em atividades perigosas foi mais intensa: da ordem de 31%. No entanto, destacamos que o trabalho infantil aumentou em 20% no grupo de 15 a 17 anos, especialmente entre os meninos. São estas as crianças que chegam à idade mínima para admissão ao trabalho ou emprego já envolvidas em atividades perigosas e, portanto, em piores formas de trabalho infantil. 58 milhões destas crianças e adolescentes estão na África Subsaariana, 6 milhões na Ásia e 10 milhões na América Latina e no Caribe. O Relatório Global da OIT de 2010 também constatou que o trabalho infantil mundial continua a diminuir, porém não tanto quanto antes. A redução entre 2004-2008 foi de 3% comparado aos 10% entre 2000-2004. Senhores e Senhores, se a tendência atual persistir, a meta de eliminar as piores formas de trabalho infantil até 2016 não será alcançada. Isso significa que as estratégias atuais não estão sendo suficientes para atingir esse compromisso internacional. Esta situação nos impõe imperativos éticos, legais e de justiça social, e demanda uma ação imediata, em caráter de urgência, com o objetivo de atualizar e aprimorar as estratégias que permitam acelerar o ritmo de redução do trabalho infantil. Estes imperativos, Senhoras e Senhores, devem orientar os trabalhos que hoje se instalam, devem ser o norte para buscar, em nossas diferenças, a complementariedade e a sinergia representadas no catavento, o símbolo do movimento mundial para a eliminação do trabalho infantil. Reafirmamos aqui, uma vez mais, o compromisso da OIT em contribuir para esse esforço e a essa grande tarefa. Bom inicio dos trabalhos