Critérios para Ligação de Consumidores com Cargas Potencialmente Perturbadoras Ronaldo Antonio Roncolatto - CPFL Enéas Bittencourt Pinto - CPFL 1 Objetivos Proposta da CPFL Estabelecer as diretrizes, critérios e procedimentos que deverão ser seguidos pelos acessantes do sistema elétrico de subtransmissão e das redes primárias de distribuição da CPFL Paulista e CPFL Piratininga, quando se caracterizarem por ser consumidores com cargas potencialmente perturbadoras. Aplicação Acessantes do sistema elétricos da CPFL em média tensão com demanda superior a 500kVA (11,9 / 13,8 / 23kV) Acessantes do sistema elétrico da CPFL em tensão de subtransmissão (34,5 / 69 / 88 / 138kV) 2 Conceitos Básicos Carga Potencialmente Perturbadora Consumidor com processo interno cujas características intrínsecas potencialmente afetem de alguma maneira os níveis de fornecimento da energia elétrica, caracterizados pela freqüência, tensão e corrente elétrica. Perturbação Desligamento forçado de um ou mais componentes do sistema elétrico, podendo acarretar corte de carga, desligamentos de outros componentes do sistema ou danos em equipamentos, inclusive de terceiros. Também se caracteriza como perturbação a variação de tensão ou freqüência fora dos limites especificados, mesmo não acarretando desligamento forçado. 3 Conceitos Básicos Cargas Potencialmente Perturbadoras – relação típica: Forno a arco voltaico Forno de indução Motor de corrente contínua com controle de velocidade / tração elétrica Motor laminador de indústria siderúrgica Motor de indução de média e alta potência Retificadores de corrente alternada Inversores de corrente contínua para corrente alternada Conversores eletrônicos Máquina de solda Aparelhos de Raio X 4 Requisitos Gerais Consulta de Acesso O acessante com carga potencialmente perturbadora (nova ligação ou acréscimo de carga), deve consultar a CPFL para obter as informações técnicas que o subsidiem nos estudos de viabilidade de sua conexão. O acessante deve identificar o(s) ponto(s) de conexão de interesse. Informação de Acesso A CPFL fornecerá informações preliminares quanto a: características elétricas do(s) ponto(s) de conexão desejada(s) limites e requisitos técnicos e padrões de desempenho viabilidade física do ponto de conexão (terrenos, faixas de passagem, etc) viabilidade técnica do ponto de conexão (proteção, controle, telecom, etc) 5 Requisitos Gerais Solicitação de Acesso (SA) Todo acessante com carga potencialmente perturbadora (nova ligação ou acréscimo de carga), deve apresentar a Solicitação de Acesso. A AS contém basicamente: Informações Gerais (tipo de ligação, endereço e razão social, regime de trabalho, data prevista de energização, geração própria, demandas contratada e futura, previsões de demandas futuras; Informações sobre Motores Informações sobre Fornos Informações sobre Máquinas de Solda Informações sobre Outras Cargas 6 Procedimentos Específicos - RISE Relatório de Impacto no Sistema Elétrico (RISE) Juntamente com a Solicitação de Acesso, o interessado deverá elaborar às suas expensas e apresentar à CPFL o RISE, para: mostrar quais serão os impactos causados pelas novas cargas no sistema elétrico; e apresentar as medidas de compensação adotadas para não ultrapassar os limites especificados. Conteúdo básico do RISE: 1. Conjunto de resultados de simulação da operação em regime do acessante, sem qualquer medida compensatória; 2. Conjunto de resultados de simulação da operação em regime, simulando a introdução dos dispositivos e equipamentos de compensação. 7 Procedimentos Específicos - Licenças Licença de Instalação (LI) Documento emitido pela CPFL, após análise e aprovação do RISE, e que autoriza o acessante, em caráter preliminar, a implantar ou ampliar suas instalações. Licença Precária de Operação (LPO) Documento emitido pela CPFL após a inspeção prévia das instalações, que autoriza a energização por um determinado período de tempo para que a CPFL apure o real impacto no sistema elétrico, através de medições. Visa comprovar o acerto das medidas compensatórias propostas pelo acessante. Em função dos resultados, a CPFL poderá exigir a readequação das medidas compensatórias. A CPFL poderá interromper o fornecimento se constatar prejuízo a outros consumidores. 8 Procedimentos Específicos - Licenças Licença de Operação (LO) Documento emitido pela CPFL, que autoriza o acessante a operar suas instalações por tempo indeterminado. Cancela e substitui a LPO. A LO poderá ser revista se for constatada perturbação acima dos limites estabelecidos. 9 Limites especificados Tensão de Regime Permanente A tensão admitida no ponto de conexão com o acessante deverá estar na faixa de valores entre 95% a 105% do valor nominal para o ponto. Cintilação (flicker) A severidade de cintilação pode ser quantificada pelos indicadores Pst (probabilidade no curto período) e Plt (probabilidade no longo período), conforme a IEC 61000-4-15. PstD95% 0,8pu/FT PltD95% 0,6pu/FT FT é definido como fator de transferência de cintilação, sendo igual a 1 para tensões menores que 69kV e 0,8 para tensões maiores e iguais a 69kV. 10 Limites especificados Distorção Harmônica O indicador para avaliar o desempenho global quanto a harmônicos, em regime permanente, corresponde à distorção de tensão harmônica total (DTHT), considerando as harmônicas de ordens 2 a 50. Tabela 1 – Sistema de Subtransmissão LIMITES DE TENSÕES HARMÔNICAS, EM % DA FUNDAMENTAL Tensão Nominal 69 kV Ordem 3, 5, 7 Valor Ordem Valor 9, 11, 13 Valor Ordem Valor 2 2 2 1 DTHT = 6 % 1 15 a 25 27 2, 4, 6 1 8 0,5 1,5 9, 11, 13 3 8 15 a 25 27 Ordem 3, 5, 7 5 2, 4, 6 Pares Ímpares Pares Ímpares Tensão Nominal 69 kV 1 0,5 DTHT = 3 % Fonte: Cartilha de Acesso ONS 11 Limites especificados Tabela 2 – Redes Primárias de Distribuição LIMITES DE TENSÕES HARMÔNICAS, EM % DA FUNDAMENTAL Ímpares Pares 4 2 DTHT = 5 % Fonte: Relatório SCPE 32.01 – CODI – Limites de Freqüências Harmônicas 12 Compromisso com o Brasil. 13