MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Diretoria de Licenciamento Ambiental – DILIC Licenciamento Ambiental Federal Avanços e Desafios São Paulo, 02 de agosto de 2011 Conceitos O Licenciamento Ambiental Federal é um processo administrativo estabelecido pela Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA - Lei 6938/81; recepcionado pela Constituição Federal de 1988. visa promover o desenvolvimento sustentável por meio do aperfeiçoamento de projetos potencialmente causadores de impactos ou utilizadores de recursos naturais. os projetos submetidos ao Licenciamento Ambiental Federal resultam de planos de Estado, políticas públicas e programas dos diversos setores do governo. A execução do Licenciamento Ambiental Federal é competência atribuída à Diretoria de Licenciamento Ambiental – DILIC do IBAMA. Missão da DILIC “Executar a Avaliação de Impactos Ambientais – AIA para fins de Licenciamento Ambiental Federal visando o desenvolvimento sustentável.” Arcabouço Legal Lei nº 6938/81 – Pol. Nac. do Meio Ambiente – estabelece o licenciamento ambiental como instrumento da PNMA Resolução CONAMA nº 01/86 – exigência de EIA/Rima Constituição Federal 1988 – recepciona a exigência de EIA e publicidade Resolução Conama 09/87 – audiência pública Resolução CONAMA nº 237/97 – procedimentos e competências IN 184/2008 – procedimentos para o LAF Alguns Pontos Fortes do Licenciamento Ambiental Debate direto entre o Poder Público e diferentes setores da sociedade e do governo; Real possibilidade de gestão ambiental – muito além de mero dispositivo autorizativo; Promoção de aperfeiçoamento dos projetos submetidos – visa condicionar e não restringir; Atos Enunciativos Competências técnicas Análise de Competência – abrangência dos efeitos de possíveis impactos ambientais. Ibama - significativo impacto nacional ou regional; Análise de Abrangência – para elaboração dos Estudos Ambientais por meio de Termo de Referência; Análise da Sustentabilidade Ambiental – análise de Estudos Ambientais envolvendo diagnóstico ambiental (situação atual dos meios físico, biótico e socioeconômico); modelagem de cenários futuros (possíveis impactos e respectivos efeitos); e propostas preliminares de programas mitigatórios e compensatórios visando evitar, minimizar, reparar ou compensar danos ambientais, bem como potencializar impactos positivos; Atos Enunciativos Competências técnicas Análise de Programas Ambientais – análise e definição dos Programas Ambientais executados antes e durante as fases de instalação e operação de um empreendimento. Esse planejamento baseia-se no diagnóstico e prognóstico apresentados nos Estudos Ambientais; Acompanhamento Pós-licença – acompanhamento da implementação dos Programas Ambientais (atividades de monitoramento e fiscalização) visando minimizar danos ambientais e potencializar os impactos positivos; Evolução das demandas ao longo dos anos Processos/ano Carteira de Empreendimentos 1665 processos em tramitação 567 Setor de Transportes 142 Setor de Extração Mineral 726 Setor de Energia 230 outras atividades 291 processos (17,5% do total): empreendimentos integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC. Carteira de Licenciamento Ambiental Federal *DADOS 2010 473 Licenças Emitidas em 2010 *DADOS 2010 Produção Técnica Notas + Informações + PareceresTécnicos 2010 1.775 documentos técnicos; 473 licenças ambientais 2011 até 29 de julho 1005 documentos técnicos; 273 licenças ambientais Atual Estrutura Organizacional Assessoria Técnica Coordenação Geral de Geração e Transmissão de Energia – CGENE Diretoria de Licenciamento Ambiental – DILIC Coordenação Geral de Licenciamento de Transportes, Mineração e Obras Civis – CGTMO Coordenação Geral de Petróleo e Gás CGPEG Núcleos de Licenciamento Ambiental – NLA Assesso Coordenação de Energia Elétrica e Dutos – COEND Coordenação de Hidroelétricas – COHID Coordenação de Mineração e Obras Civis – COMOC Coordenação de Produção CPROD Coordenação de Transportes COTRA Coordenação de Exploração COEXP Coordenação de Portos e Hidrovias COPAH Unidade Avançada ULAE UNIDADE N° DE SERVIDORES DILIC 230 DILIC/NLA 136 Apoio Administrativo 36 Qualificação técnica dos Analistas Ambientais DILIC/IBAMA Formação Percentual Quantidade Especialização / MBA 45% 95 Mestrado 47% 98 Doutorado 6% 14 Total 207 Críticas ao LA * Baixa qualidade dos Estudos Ambientais Dificuldades inerentes aos procedimentos de previsão de impactos Visão cartorial do processo de licenciamento Deficiência nos processos de comunicação com a sociedade e modelo das audiências públicas Judicialização do processo decisório – MP e fragilidade das normas infralegais (CONAMA) Conflitos políticos internos aos órgãos do setor ambiental Politização de cargos gerenciais no setor público com reflexo na qualidade da gestão Sobreposição de funções entre órgãos públicos Baixa capacitação técnica das equipes de análise Argumentos por vezes subjetivos e ideológicos *Ambiente e Energia: Crença e Ciência no Licenciamento Ambiental. Ivan Dutra Faria, Jul, 2011 Indefinição das competências Imposição política de avaliação rápida de projetos prioritários Alguns avanços (1) Fortalecimento da identidade interna e externa da DILIC: Transparência; Compromisso; Excelência Técnica; Proatividade; e Fortalecimento dos Núcleos de Licenciamento Ambiental – NLAs nos Estados (demandas externas). Alguns avanços (2) Inovação em procedimentos : LO UHE Estreito/TO – IBAMA, ANA, ANEEL, ONS; LO de Portos incluindo dragagens de manutenção e terminais privativos; Campos de Uruguá-Tambaú na bacia de Santos – duplicação da estrutura de atendimento - simulados de emergência (licenciamentos do Pré-sal). Elaboração conjunta de Decretos com MMA e setores interessados para aperfeiçoar o LAF e garantir segurança jurídica aos atores envolvidos (Portos, Rodovias, Petróleo e Gás, LTs e Hidrovias, e Instituições Envolvidas) Alguns avanços (3) Criação da Comissão de Avaliação e Aprovação de Licenças Ambientais: IN IBAMA n° 11 de 22/11/2010, de assessoramento ao Presidente na concessão ou indeferimento de licenças Publicação no DOU de devolução de estudos ambientais inadequados e licenças indeferidas Participação no Grupo Estratégico de Acompanhamento de Empreendimentos Energéticos Estruturantes – Portaria Interministerial 494/2010 (MMA e MME) Participação no Comitê de Compensação Ambiental Federal– Portaria Conjunta n° 225/2011 - MMA, IBAMA e ICMBIO Alguns avanços (4) Capacitação dos analistas ambientais – Congresso internacional de Avaliação de Impactos, Seminários temáticos (ferrovias, dutos, LTs) Fortalecimento da equipe técnica (86 novos analistas – concursados e removidos) Capacitação dos setores licenciamento ambiental (elétrico LAF e Planos Regionais Acompanhamento do PDRS Xingu de e transportes) Desenvolvimento em - Acompanhamento/participação da Mesa de Negociação com MAB, cordenada pela Casa Civil Revisão de Normativos (IN 184/2008, Educação Ambiental, Compensação Ambiental, Audiência Pública, etc) Licenciamento Ambiental de UHEs Geração de Energia Hidrelétrica Licenciamento Ambiental Federal Demanda atual 160 hidrelétricas ~ 40 UHEs em fase de LP e LI - 24 no PAC ~ 75 Pequenas Centras Hidrelétricas – PCHs ~ 45 UHEs em regularização ou com LO Demanda projetada PDEE 2010-2019 (EPE): acréscimo de 5.000 MW/ano; - Santo Antônio (LI) e Jirau (LI) 6.500 MW; - Belo Monte (LI) 11.000 MW; * Itaipu 14.000 MW Geração de Energia Hidrelétrica USINAS HIDRELÉTRICAS Plano Decenal de Expansão da Energia – PDE versões 2019 e 2020 Ministérios de Minas e Energia – MME Período Total de MW em operação até 2019 Total de MW em licenciamento pelo IBAMA Percentual dos MW que será licenciada pelo IBAMA 2011 a 2020 33.289 31.530 94,72% 39 novas UHEs a serem viabilizadas entre 2014 e 2019 - 28 deverão ser licenciadas pelo Ibama PCHs - Segundo o PDE 2020, a participação desta fonte deve crescer, atingindo uma capacidade instalada de 6,5 GW, correspondendo a uma expansão de aproximadamente 2,8 GW no horizonte decenal.” Geração de Energia Hidrelétrica Grandes projetos >>> alta complexidade técnica Novas UHEs do PAC localizadas na Amazônia: Belo Monte, Santo Antônio, Jirau, Serra Quebrada, Marabá, São Manoel, Teles Pires, Torixoréu, Tabajara, Complexo Tapajós, Jari, etc: - maior risco de afetar Unidades de Conservação e Terras Indígenas; - municípios com infraestrutura deficitária; - região de grande riqueza em termos de biodiversidade - lacuna de conhecimento. Aproveitamentos Hidrelétricos Impactos socioambientais positivos – medidas potencializadoras: - Geração de energia; - Geração de empregos diretos e indiretos – programas de capacitação para o trabalho, especialmente da mão de obra local; - Aumento da arrecadação municipal – capacitação de gestores públicos em elaboração de projetos e boas práticas administrativas; - Criação de oportunidades – dinamização da economia regional, especialmente na fase de instalação – utilização de fornecedores da região (alimentação, pequenos equipamentos, serviços); - Possibilidade de melhoria da infraestrutura – melhoria de acessos, etc; - Potencial turístico - PACUERA; UHE Simplício-resgate arqueológico UHE São Salvador – escola reassentamento UHE São Salvador - reassentamento UHE São Salvador – casa nova em remanescente UHE São Salvador – casa anterior – área alagada Aproveitamentos Hidrelétricos Impactos socioambientais negativos: - Inundação de áreas para formação do reservatório; - Reassentamento de pessoas e afluxo populacional; - Alterações sobre os modos de vida da população; - Sobrecarga à infraestrutura - saúde, segurança, educação; - Conflitos de interesses; - Barreira para peixes migradores de interesse comercial e para subsistência; - Transformação do rio em reservatório – alteração na composição das populações de peixes, alteração na navegação; Aproveitamentos Hidrelétricos Impactos socioambientais negativos – medidas de mitigação: - Reassentamento ou indenização, conforme opção do atingido – Decreto 7342/2010; - Recomposição dos modos de vida e/ou adaptação à nova realidade com monitoramento (ex:UHE Peixe Angical) – alternativas de cultivo, utilização de irrigação, novos petrechos de pesca e valorização dos subprodutos; - Apoio à adequação da infraestrutura ao afluxo populacional previsto e de responsabilidade do projeto - saúde, segurança, educação – termos de compromisso; - Gestão de conflitos por meio de transparência nas negociações e comunicação social; Conteúdo técnico do licenciamento de UHEs TR EIA/RIMA 1° passo: um bom diagnóstico. Discussão e escolha de metodologias. Obtenção de dados consistentes e representativos no diagnóstico do EIA Conteúdo técnico do licenciamento de UHEs 2 passo: avaliação e definição de prognósticos. EIA/RIMA - Avaliação das medidas propostas no EIA; - Definição de condicionantes de viabilidade; - Discussão e aperfeiçoamento dos programas ambientais. Conteúdo técnico do licenciamento de UHEs Conteúdo técnico do licenciamento de UHEs 3 passo: Gestão Ambiental Viveiro de mudas - Acompanhar a implantação dos programas ambientais; - Monitoramento de impactos; - Análise de suficiência e implementação de ajustes. Boas práticas – UHE Belo Monte Divisão de responsabilidades e coordenação dos atores envolvidos. As soluções não dependem apenas do órgão licenciador e do empreendedor Aumento Estado. da presença do Desafios Obrigações do empreeendedor Atribuições do Poder Público Estudos ambientais x Avaliações do Poder Público local; Termos de Compromisso – maior equilíbrio Quanto mais se antecipa o término das negociações, antecipam-se os resultados, porém aumenta-se o risco dos elefantes brancos; Dificuldade no controle do cumprimento das contrapartidas do Poder Público – não figuram como licenciados; Soluções - ferramentas de controle social e acompanhamento do MP; Estudo e desenvolvimento de indicadores apropriados ao licenciamento [email protected] Fone 3316-1282 [email protected] Fone 3316-1595 [email protected] Fone 3316-1522 IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO Ecossistemas terrestres: Perda de habitat por supressão de áreas para construção da barragem, formação do reservatório, acessos e assentamentos. Perda de vegetação e interferência com a fauna nativa. •Supressão de vegetação em quantitativo suficiente para garantir: qualidade da água, áreas necessárias para reprodução da ictiofauna, aproveitamento do recurso madeireiro e beleza cênica; •Resgate de fauna e monitoramento para avaliação da necessidade de programas de conservação; •Recomposição da APP; •Compensação ambiental - UC. IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO Ecossistemas aquáticos: Mudança no regime hídrico – sistema lótico para lêntico, barreira física impedindo circulação e migrações, alagamento de lagoas marginais. Alteração na composição da comunidade aquática (invertrebrados, peixes, mamíferos, algas) e na qualidade da água – possível eutrofização. •Mecanismos de transposição (escada, elevador, canal, misto), quando necessários e com prognóstico positivo. •Monitoramento das alterações na comunidade de peixes e mamíferos aquáticos para avaliação da necessidade de programas de conservação, peixamento etc. •Medidas para facilitar a circulação da água, supressão da vegetação, saneamento, limpeza de fossas entre outras.