Composição – Introdução UMA DAS PEÇAS ELEMENTARES NO DESENHO É A COMPOSIÇÃO... Uma pintura ou desenho muito bem feito pode perder todo o seu poder, se não estiver enquadrado dentro de uma composição bem conseguida. MAS A FINAL...O QUE É COMPOSIÇÃO: Utilizando palavras simples e comuns que permitam a qualquer pessoa perceber, podemos dizer que "a composição" refere-se à maneira pela qual são arranjados e organizados os elementos de um desenho dentro do espaço ou superfície de trabalho. Alguns dos elementos-chave de uma composição são as seguintes: As formas positivas; ou seja, os objectos e pessoas. Os espaços negativo; isto é, as áreas vazias. O formato que se refere ao comprimento e a largura relativos das margens limítrofes de uma superfície. Agora que conhecemos algumas definições importantes, passemos a descrever o significado de composição desde o ponto de vista artístico: Composição é a maneira como o artista coloca e dispõe as formas positivas e os espaços negativos dentro de um formato determinado. O formato determina a composição. O formato exerce um papel fundamental no resultado final da composição. Em outras palavras, a forma da superfície em que se desenha que pode ser um papel ou uma tela rectangular, exerce uma forte influência sobre a maneira como o artista distribui as formas e os espaços dentro das margens dessa superfície . Utilizemos agora um exemplo para compreender melhor este facto: Imagine uma árvore ou então escolha umas das três alternativas de árvores apresentadas a seguir na Imagem-1. MARGENS Embora às vezes não pareçam as margens, no papel de desenho, têm funções de grande importância. Um dos objetivos das margens, assim como a moldura de um quadro, é a valorização do resultado compositivo. É aconselhável iniciar um desenho pelo traçado das margens do papel. É ela que define os limites do enquadramento. Sem as margens como proteção, muitas vezes o desenho é executado sem planejamento e acidentalmente interrompido pelas bordas do papel ENQUADRAMENTO DE UM OBJETO Tão importante quanto à representação gráfica de um objeto, é o seu correto enquadramento no espaço compositivo. Sobre as margens: Após o traçado das margens que definem os limites do enquadramento, o espaço de representação deve ser analisado considerando o motivo ou o conjunto de motivos que vão ocupá-lo. Para obter o melhor resultado, considere as orientações a seguir: A posição do papel deve ser ajustada a posição vertical ou horizontal, proporcional ao objeto: Objeto com a forma predominantemente horizontal deve ser representado num papel em posição horizontal. Objeto com a forma predominantemente vertical deve ser representado num papel em posição vertical. Quando a posição (vertical ou horizontal) do objeto não obedece à posição (vertical ou horizontal) do papel ocorre desperdício do espaço compositivo. Proporção figura e fundo: Para que o motivo apresente proporção coerente ao espaço compositivo, ele não pode ser representado muito pequeno nem muito grande. Objeto pequeno, em relação ao todo do enquadramento, sugere desperdício do espaço de representação. Objetos grandes, bem próximo ou tocando nas margens parecem sufocados pelos limites do enquadramento. Buscar sempre uma proporção ideal, deixando áreas livres em todos os lados do objeto. Centralização: É necessário centralizar o objeto enquadramento, para ajudar na idéia de equilíbrio. no contexto do A centralização impede que o objeto fique em posição lateral, como visto ao lado, prejudicando o equilíbrio. A linha de margem inferior não pode ser usada como suporte para a representação de objetos. Compromete a centralização do enquadramento. Qualquer objeto representado predominantemente no espaço superior do enquadramento afeta negativamente as orientações de centralização. No exemplo ao lado temos um objeto corretamente centralizado. Linha de Fundo: É a linha horizontal que passa por traz de um ou mais objetos numa composição artística e representa a borda superior do suporte (mesa ou qualquer outro móvel) sobre o qual o objeto foi colocado. Evite colocar a base do objeto sobre a linha de fundo para não dar a idéia de que está prestes a cair (ver ilustração abaixo). A melhor proposta é situar o objeto em qualquer espaço entre a linha de margem inferior e a linha de fundo. É bom lembrar que além da linha de fundo, a linha de margem inferior também não pode ser usada como suporte de apoio para a representação de objetos. Como já visto anteriormente, esta situação compromete a centralização do enquadramento. ENQUADRAMENTO COM MAIS DE UM OBJETO Além do uso das margens, a maioria dos procedimentos de enquadramento compositivo com mais de um objeto seguem os mesmos critérios orientados no enquadramento com apenas um elemento. Veja as particularidades: Posição do papel: Dependendo da distribuição dos objetos a sua representação gráfica deve ser feita num papel em posição horizontal ou vertical. Objetos organizados horizontalmente, para melhor se ajustar ao enquadramento compositivo, precisam ser representados num papel em posição horizontal. Numa composição com diversos objetos, o artista pode escolher pretende usar o papel de desenho. Para isso, basta redistribuir os mostra o exemplo ilustrativo ao lado. No interior do papel representados os objetos organizados a posição que motivos, como vertical estão verticalmente. Proporção figura e fundo: Numa composição encontram-se objetos pequenos e grandes. Por esse motivo a proporção figura e fundo considera o conjunto da obra. Quando representados muitos pequenos os objetos ficam desvalorizado, sem destaque no contexto compositivo. Além de não se harmonizar figura e fundo, também não há aproveitamento do espaço disponível. Objetos exageradamente grandes no enquadramento, violando os limites das margens, tornamse agressivos visualmente. Parecem sufocados, inadequados ao espaço que ocupam. A harmonia do conjunto em relação ao espaço de representação torna-se evidente quando a proporção dos motivos se ajustam ao enquadramento. A ilustração ao lado é um exemplo ideal de proporção figura e fundo. Centralização do conjunto: Idêntico aos objetos individuais é preciso saber centralizar o conjunto segundo os critérios de equilíbrio. O conjunto centralizado com os objetos maiores próximos ao centro compositivo facilita no equilíbrio. Evite acumular objetos, num dos lados da composição. Descentraliza e sugere falta de equilíbrio. Objetos maiores num dos lados da composição mesmo com o conjunto centralizado impede o equilíbrio. EFEITO DE PROFUNDIDADE Alguns recursos permitem visualizar a composição como um espaço tridimensional tornando-a mais realista. Entre eles estão: Planos compositivos: Estão localizados entre a margem inferior e a linha de fundo da composição. Quando um objeto se distancia do observador sua base parece ocupar um degrau acima (efeito degrau) saindo do primeiro deslocando-se para o segundo ou terceiro plano ate se aproximar da linha de fundo. Sobreposição de formas: Com os objetos menores na frente asobreposição de formas é um recurso fundamental para ajudar na ilusão de profundidade do espaço compositivo. Facilita na percepção dos elementos que estão no primeiro, segundo ou terceiro plano. Variação de escala: É percebida quando vários objetos comdimensões iguais estão dispostos em distâncias diferentes em relação ao observador. Os mais próximos parecem maiores e os distantes menores como se a escala de suas proporções fosse alterada. Quando aplicado conjuntamente o efeito degrau, gerado pelos planos compositivos, a sobreposição de formas, e a variação de escala, estes recursos proporcionam ao espectador a idéia de maior profundidade na composição. PINTURA FIGURATIVA E ABSTRATA A pintura figurativa representa temas como pessoas, objetos como um vaso ou uma garrafa, um animal, uma flor, uma paisagem, etc. Ela pode ser realista ou estilizada. O Renascimento, o barroco, e o realismo, são exemplos de estilos artísticos onde o figurativo realista, a capacidade de mimese do pintor contava muito. Estilos mais recentes como o impressionismo e o expressionismo também são figurativos, porém menos preocupados com o que podemos chamar de fotorealismo ou a representação "correta" dos objetos. Uma pintura abstrata não se preocupa em representar objetos, ela se expressa por si mesma, ela em si é um objeto de arte, não a representação de algo, um tipo de ilusão para o mundo, como a arte figurativa. Porém, tanto a pintura figurativa como a pintura abstrata, podem expressar estados emocionais.