O Processo de Educação na Grécia Antiga
Objetivos da aula:
• Distinguir entre a noção de areté, presente no período homérico, e o
conceito de paidéia na Grécia Antiga.
• Explicar as diferenças existentes entre o objetivo da prática educativa dos
sofistas e a concepção de paidéia que marca a atuação de Sócrates como
educador.
• Reconhecer a proposta educativa apresentada por Platão e o objetivo de
tal projeto.
FORMAÇÃO
/
EDUCAÇÃO
 O termo “formação”, na Grécia do século V.a.C, estava relacionado à
ação integral do homem, sua relação com as coisas existentes no mundo,
sua relação com os outros homens e consigo mesmo.
Instrução e aplicação de regras e valores a serem adotados em diferentes
situações.
 O termo “Educação” é mais recente, se tornou popular a partir do
século XVIII, com o processo de desenvolvimento das cidades-Estados
gregas.
O homem precisava ser desenvolvido nos aspectos físico, intelectual e
moral para a vida em sociedade.
Educação pensada de forma mais ampla:
O IDEAL DE HOMEM GREGO: A ARETÉ
(O ideal homérico de homem é o herói)
O conceito de “areté” exprime a forma originária do ideal educativo grego
(excelência).
Principais poetas: Homero (Ilíada e Odisséia) e Hesíodo
Ilíada (personagem Aquiles) – herói, nobre, cortês, valente, corajoso e que
possui qualidades para ser o melhor de todos.
Odisséia (personagem Ulisses) – bravura, valentia, força, astúcia e
inteligência.
Os poemas representavam um modelo de homem a ser seguido e para
isso, era preciso de uma orientação formada para esse fim. Nesse sentido,
Homero é considerado um grande educador da Grécia Antiga.
 Ideal educativo de tradição homérica transmitido de geração para geração
 Os primeiros educadores do mundo foram poetas
PERÍODO CLÁSSICO
• Surgimento das polis - Principais polis gregas:
ESPARTA e ATENAS
• Nova estrutura social
• Preparação para o exercício da cidadania
• O homem grego deveria ser belo, valoroso, preparado para combates
(valente) e orador. .
Os sofistas eram pensadores de toda a Grécia e foram os mestres da
retórica (Séc. V.a.C.). Valorizavam a arte de argumentar, do falar bem
nas Assembleias e em outros lugares públicos de Atenas.
Os Sofistas mais destacados: Protágoras e Górgias
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Primeiros professores (profissionais) do Ocidente.
 Professores itinerantes e que cobravam por seus ensinamentos de
retórica. Os sofistas foram os primeiros professores pagos da história da
educação (CHAUÍ, 2002).
 Procuravam os seus discípulos entre os cidadãos mais poderosos, que
podiam pagar por suas aulas (políticos, militares, artistas, etc), ou seja,
aqueles que tinham interesse em influenciar os outros com a sua palavra.
 O ensino era elitista, já que só uns poucos alunos podiam ter acesso.
O QUE OS SOFISTAS ENSINAVAM?
A técnica do bem falar (e do persuadir).
 A dissertar sobre questões éticas, jurídicas e políticas.
Ex.: O que é justo? O que é belo? O que é coragem? O que é legítimo?
Algumas críticas aos sofistas:
1) Os sofistas viajavam por toda a Grécia vendendo seus ensinamentos,
ou seja, as aulas eram cobradas.
2) Os ensinamentos dos sofistas restringiam-se aos cidadãos, ou seja, as
formas democráticas gregas não consideravam as mulheres, as
crianças, os escravos e os estrangeiros.
3) Os argumentos ensinados não eram éticos e comprometidos com a
verdade. Os cidadãos eram ensinados a persuadir o público e fazer
prevalecer os seus interesses individuais e coletivos, para um
determinado momento.
4) Os sofistas limitavam-se a ensinar uma
mera técnica de argumentação, muitas
vezes “vazia” e inconsistente. Dessa
forma, as decisões políticas eram
tomadas não com base no saber, mas
fundadas na concepção dos mais hábeis
em retórica.
SÓCRATES
Busto de Sócrates. O filósofo que vivera na Atenas do século 5 a.C. foi retratado como o homem mais
virtuoso e sábio de seu tempo, mas também como um destruidor da moral e corruptor de jovens. (foto:
Greg O'Beirne/ Wikimedia Commons – CC BY-SA 3.0)
 Mestre itinerante, que ia de praça em praça, de lugar em lugar, sempre entre
pessoas simples (trabalhadores, escravos), dialogando principalmente com
jovens ávidos pelo saber.
 Não aceitava, com ares de superioridade, a ideia de ser sábio.
 Homem pobre, de “figura” curiosa e carregado de valores humanísticos e
éticos. Não cobrava por seus ensinamentos, isso chocava os políticos, juristas
e, principalmente, os sofistas.
 Pretendia uma reforma radical nos costumes e valores da sociedade.
 Buscava a verdade através do debate, da curiosidade, não aceitando
respostas prontas e pré-definidas.
 Desejava que todo cidadão sofresse uma transformação ética na sua forma
de pensar e de agir. Para tanto, era preciso transformar-se (cuidar da alma, do
conhecimento e “conhecer-te a ti mesmo”).
 Tinha vocação de ensinar e sentia que essa era a sua missão. A docência de
Sócrates era essencialmente interativa e participativa. O seu método era a
Dialética: o diálogo entre o docente e o discente, que leva à produção conjunta
do conhecimento.
PLATÃO
PLATÃO
• Platão foi discípulo de Sócrates por 10 anos. Escreveu grande parte de
suas obras sob a influência dos ensinamentos de seu mestre. Contudo,
aos poucos Platão afasta-se do pensamento de Sócrates e começa a
desenvolver sua própria doutrina filosófica
• A República (Tema central da obra: Justiça)
• A questão da JUSTIÇA era um ponto importante na filosofia de Platão.
Pare ele, nenhuma sociedade pode manter-se sem justiça.
• Condições para a criação de um Estado justo:
1) Eliminação da riqueza e da pobreza.
2) Fim da vida familiar (mulheres com igualdade de participação no
Estado).
As crianças seriam criadas pelo Estado e assim seria uma grande e única
família.
• Para Platão, ensinar e governar são funções que cabem ao sábio.
• As crianças deveriam ser educadas pelo Estado e não pelas famílias. O
Estado criaria estabelecimentos próprios para a educação coletiva das
crianças. A formação seria igual para todas as crianças até completarem
os 20 anos de idade, quando ocorreria o primeiro momento de separação.
•Na proposta de Platão, os jovens seriam “classificados” por suas
competências e habilidades, decidindo a que camada social cada um
pertenceria.
Jovens de “alma de bronze” eram encaminhados para o desempenho das
funções referentes à sustentação econômica do Estado (ex.: agricultura,
artesanato, comércio). Os demais continuariam seus estudos até a próxima
separação.
Jovens de “alma de prata” eram considerados corajosos, e com perfil de
guerreiros poderiam cuidar da defesa do Estado.
Jovens de “alma de ouro” seriam os instruídos para a arte de dialogar,
estudando filosofia com a finalidade de governar o Estado.
• Para Platão, governar seria tarefa apenas de quem possui grande saber, uma
vez que somente os mais dotados de conhecimento teriam condições objetivas
de organizar com justiça as atividades políticas.
• A filosofia platônica defende a formação de um elevado tipo de homem e, por
isso, a ideia de educação deveria ser um processo de construção consciente e
permanente.
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Slide 1 - Universidade Castelo Branco